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terça-feira, 23 de agosto de 2022

Carl Sentance: Segundo Álbum Solo da Atual Voz do Nazareth


Carl Sentance é um cara que merece muito respeito e poderia ser muito mais valorizado, dono de uma voz perfeita para o Hard/Heavy, e um vocalista que pessoalmente gosto muito e tem ótimos álbuns na carreira. E em meio a tantos lançamentos que temos e a overdose de informação musical, muita coisa legal, como este "Electric Eye", segundo solo de Carl, pode passar despercebido.

Conhecido inicialmente com o trabalho no Persian Risk nos anos 80, Carl também teve passagens pela banda solo de Geezer Butler; Tredegar, dos ex-Budgie Ray Phillips e Tony Bourge; gravou o álbum "Round 13" do Krokus; com o guitarrista Dario Mollo tem o ótimo "Rock the Cradle", do projeto Crossbones, meu álbum preferido com Carl.

Destacando ainda os dois álbuns do reformulado Persian Risk e trabalhos com o lendário Don Airey, que inclusive toca os teclados neste segundo solo de Carl, "Electric Eye",  a exemplo do primeiro, "Mind Doctor" de 2008, e claro, desde 2015 ocupa o posto de frontman de outra lenda britânica, o Nazareth, com os quais lançou este ano o segundo trabalho contando com seus vocais.

Um belo currículo, resumido acima, muita experiência e uma grande voz, que foi evoluindo constantemente. E que período especial para Carl Sentance, pois são dois trabalhos lançados pertos um do outro, seu solo e o segundo dele com o Nazareth.

"Electric Eye" saiu finzinho do ano passado pela Drakkar Records, e agora disponível por aqui distribuido pela Shinigami Records, e é um álbum que merece uma atenção por parte dos fãs de Hard Rock, Heavy Metal e até algumas nuances mais contemporâneas, criando uma sonoridade agradável, com melodias e refrãos de fácil assimilação.

Carl também tocou todas as guitarras no álbum, e conforme já mencionei, contou novamente com o indiscutível Don Airey nos teclados.

O disco abre com a faixa "Judas", o que até é curioso pelo título do álbum ser "Electric Eye", e me fez fazer uma relação com o Judas Priest. Carl aqui já apresenta as armas, ou seja, canções bem dosadas de energia e riffs, melodias e refrãos pegajosos, inclusive a melodia inicial me lembrou a de "Out in the Fields". 

E se é energia e mais velocidade, temos a explosiva "Overload", Heavy Metal com cozinha acelerada e vocais altos de Carl. 

A faixa título, "Electric Eye", tem uma batida e levada ritmadas, iniciando marcada pelo baixo e guitarra base em palm mute, misturando nuances do Hard 80's e do mais atual, e "Nervous Breakdown" tem um certo suingue, guitarras funkeadas e um acento pop.

"If This is Heaven" é outra que as melodias já grudam na mente de imediato, e a gente já se pega cantalorando e batucando; em "All Right" também sentimos essa facilidade de Carl em criar melodias e refrãos de fácil assimilação, e com seu vocal transitando com facilidade por linhas vocais melodiosas ou altas.

O disco segue essa linha, com boa diversidade entre as faixas, de modo que mantém nosso interesse até o fim, dosando momentos mais enérgicos a mais leves, com canções agradáveis de ouvir e com melodias e refrãos pegajosos. 

Destacando sempre os ótimos vocais de Carl, que mostra sua experiência, versatilidade e qualidade, seja nos momentos onde precisa ir a tons mais altos ou nos mais melodiosos.

Um álbum sem pretensão de mudar o mundo da música, mas com boas canções e muito agradável de ouvir. Experimente sem medo, é diversão na certa, duvido que você não saia logo assoviando ou cantarolando alguns dos refrãos.

Texto: Carlos Garcia

Fotos: Divulgação
Banda/Artista: Carl Sentance
Álbum: Electric Eye (2021)
Estilo: Hard Rock, Heavy Metal
País: Inglaterra
Selo: Drakkar/Shinigami Records

Tracklist:

01 – Judas
02 – Alright
03 – Electric Eye
04 – Overload
05 – Nervous Breakdown
06 – Exile
07 – Young Beggars
08 – If This Is Heaven
09 – Battlecry
10 – California Queen






 

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