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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Cobertura de Show: Matanza Ritual Fest – 28/03/2025 – Audio/SP

Ergam-se os copos! Matanza Ritual Fest fecha março com chave de ouro

O já conhecido festival organizado pela banda transforma a Audio em um verdadeiro caos.

Após ser adiado em dezembro de 2024, o tradicional festival da banda Matanza Ritual finalmente aconteceu na última sexta feira (28 de março) na Audio, zona oeste de São Paulo, com convidados de peso e seguindo a tradição de apresentar ao público novas bandas em ascensão: Allen Key  abriu  os trabalhos, seguidos por Pavilhão 9,  os veteranos do Ratos de Porão e os anfitriões da noite Matanza Ritual, que além de relembrar músicas já conhecidas pelos fãs, apresentou novidades do seu novo álbum, "A Vingança é Meu Motor", disponibilizado nas plataformas digitais a poucos dias atrás. 


A animada Allen Key

Com um público ainda tímido, a banda paulistana de Hard Rock Allen Key deu início aos trabalhos da noite pontualmente às 21h35. Animados, já que haviam se apresentado no festival Lollapalooza horas antes, eles estavam prontos para oferecer um show enérgico e especial. Mesmo com a pequena plateia e o tempo limitado, Karina Menasce (vocal), Victor Anselmo (guitarra), Pedro Fornari (guitarra), Mateus Hortêncio (bateria) e Raphael Paiva (baixo) se entregaram completamente ao momento, trazendo versatilidade e atitude. A vocalista irradiava felicidade, sempre agradecendo pela oportunidade de estar ali.

Quem já acompanha o Matanza Fest há algum tempo conhece bem a dinâmica do evento, que costuma incluir bandas em ascensão no lineup, trazendo um frescor ao festival. Com o Allen Key não foi diferente. Apesar de já estarem na cena musical há algum tempo, para muitos presentes era a primeira vez que eles tinham contato com a banda.

A vocalista Karina, muito carismática no palco, interagiu com os outros músicos em vários momentos, demonstrando um ótimo entrosamento e proporcionando um show incrível. A apresentação começou com “Granted”, uma música já conhecida pelos fãs. Em seguida, eles tocaram canções de diferentes álbuns da banda, como “Straw House”, “Death from Above” e o mais recente lançamento, “Easy Prey”. Ainda apresentaram “Get in Line” e finalizaram com “The Last Rhino”.






Pavilhão 9 representando o Rap no Fest.

Uma das apresentações mais aguardadas da noite foi da banda Pavilhão 9, que, desde os anos 90, traz em sua trajetória uma mistura inconfundível de Rap e Rock, com letras de protesto. Ao longo de sua história, a banda acumulou diversas parcerias com grandes nomes de vários gêneros. O público estava animado para ver Rhossi, o vocalista fundador, e sua trupe. Era evidente a expectativa da plateia; todos ali queriam testemunhar o Pavilhão 9 — nome que faz referência a uma torcida organizada do time de futebol Corinthians — e seu Rap com letras afiadas, complementado por solos de guitarra.

Usando uma máscara de ferro, o vocalista deixou claro, logo nas primeiras músicas, que não haveria espaço para conversas paralelas. Com uma mistura de letras politizadas, guitarra, baixo, bateria e um DJ, não demorou para que a galera se animasse e participasse ativamente do momento.

A apresentação foi especial. No palco, além dos músicos Rhossi (vocal), Beto Braz (baixo), Leco Canali (bateria), DJ MF e Doze (vocal), que tem acompanhado as raras apresentações da banda, estavam também dois ex-integrantes: o guitarrista Blindado e o respeitado baterista Fernando Schaefer (ex-Korzus), que trouxeram ainda mais força e um sentimento de nostalgia aos fãs.

O setlist, repleto de sucessos consagrados, incluía músicas como "Grito de Liberdade", "Acredita Não Dúvida" e "Vai Explodir", mostrando por que o Pavilhão 9 é uma referência quando o assunto é colocar o dedo na "ferida".






Ratos de Porão mostrando o porquê é considerado uma das maiores bandas punk/hardcore do Brasil

Ir a um festival que tem Ratos de Porão no line-up é ter a certeza de que teremos ótimos momentos com João Gordo, Jão, Boka e Juninho, com seus pulos incríveis. Cada dia mais ativa, a banda paulistana nunca decepciona, seja pela animação, pelos clássicos do setlist ou pelas letras politizadas entoadas não só pelo vocalista João Gordo, mas também pelos fãs presentes no local. E na sexta-feira não foi diferente: subindo ao palco às 23h55, sem pedir licença, já iniciaram com “Ódio”, seguido de “Anarcofobia” e “Amazônia”. Nunca mais sabíamos o que esperar; foi um show para ninguém botar defeito!

Casa cheia, público pronto para o caos que se transformava em mosh e vozes ecoando por toda a Audio. Não havia ninguém parado ou com sono, apesar do horário. Ao contrário, a cada música a resposta era imediata, confirmando o efeito Ratos de Porão. O setlist, lotado de clássicos como “Sofrer”, “Juventude Perdida”, “Alerta Antifascista”, “Crucificados pelo Sistema”, “Beber até Morrer” e com uma breve introdução de 'Bolsonaro na Cadeia', "Aids, Pop e “Repressão” deixou o clima fervendo para os anfitriões. João Gordo fazia paradas estratégicas para respirar, e quem estava na pista aproveitava para também recuperar o fôlego.

É impressionante o poder e a potência que o Ratos de Porão apresenta em seus shows. Para públicos de diversas faixas etárias, não há quem fique atônito ou quieto diante dos quatro músicos. O show do Ratos terminou às 00h45, e você acha que havia alguém desanimado, fraco ou inconsistente? Não! Estavam todos preparadíssimos para o último show da noite...



E veio aí eles... MATANZA RITUAL!

Nem mesmo o atraso de 25 minutos (com início às 1h25 da manhã) foi capaz de desanimar os fãs da banda, que entoavam com empolgação a icônica frase: "Hey Jimmy...". A ansiedade tomava conta de cada canto do local, assim como o público — o espaço do mosh já estava garantido e a animação, em nível máximo. Tinham os fãs veteranos, os +30, mas também muita gente nova, uma geração estreante no festival, que reacendia a energia dos mais antigos.

Quando as cortinas se abriram, o clima já era de pura expectativa. No palco, Antônio Araújo (guitarra), Amílcar Christófaro (bateria) e Renan Campos (baixo, substituindo Felipe Andreoli, ausente por compromissos com o Angra) já estavam a postos, aguardando o momento de explosão: a entrada de Jimmy London, a voz inconfundível do Matanza Ritual. E foi só ele pisar no palco que o público foi ao delírio. A noite começou com “Paciente Secreto”, do recém-lançado álbum A Vingança É Meu Motor, e mesmo sendo uma faixa nova, a galera já estava cantando junto como se fosse clássico.

Mas claro, o que a maioria esperava eram os hinos. E eles vieram, um atrás do outro: “Meio Psicopata”, “Remédios Demais” e “A Arte do Insulto” ecoavam pelos quatro cantos. Jimmy não parava um segundo sequer — a mesma energia que eu vi há 10 anos em outro Matanza Fest estava ali de novo, intacta. A plateia respondia à altura, em gritos e refrões cantados com a alma. Era impossível ficar parado — uma chuva de clássicos embalava a madrugada de sexta para sábado.

Com um setlist de 30 músicas, o Matanza Ritual entregou uma performance memorável, reunindo os maiores sucessos da banda, brincando com frases emblemáticas e revivendo o espírito dos antigos, insanos e inesquecíveis Matanza Fests. Às 2h da manhã, ninguém queria saber de parar — era caos completo na Áudio, do jeitinho que a gente gosta.

E aí veio “Tempo Ruim”. E como sempre, todos cantando em uníssono. Um dos maiores sucessos da banda, e, segundo Jimmy, sua música preferida — com razão. Logo depois, o caos voltou com força total com “Lei do Esforço Mínimo”, uma das novidades do novo disco. O público aproveitou a sequência seguinte, com “Melhor Sem Você” (rara nos shows), “Mulher Diabo” (que teve um probleminha técnico na guitarra) e “Nascido num Dia de Azar”, pra dar uma respirada e abastecer o copo.

Mas a trégua durou pouco. Quando chegou “Todo Ódio da Vingança de Jack Búffalo Head”, o que já era insano virou um pandemônio — o mosh cresceu, o público enlouqueceu, e a energia parecia infinita. Tinha de tudo no meio da roda: veteranos, novatos, mulheres, homens e até um Goku (!) pulando no meio do caos. Já passava das 3h da manhã e, sinceramente, se deixassem, o show só acabaria lá pelas 5h.

Quem esteve lá viveu um momento único: a prova de que o Matanza Ritual segue forte, com um público fiel, vibrante e apaixonado. O chamado não vem só do bar — vem do palco, da voz de Jimmy London, e ainda faz muito, muito barulho.

Vida longa ao Matanza Ritual.






Texto & Fotos: Raíssa Correa

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Top Link Music


Allen Key – setlist:

Granted

Straw House

Death from above

Easy Prey

Get in line

The Last Rhino


Pavilhão 9 – setlist:

Grito de Liberdade

Tudo por Dinheiro

Trabalhador

Trilha do Futuro

Acredita Não Dúvida

Lockdown

Lados Opostos

Opalão Preto

Vai Explodir

Execução Sumária

Reação

Mandando Bronca.


Ratos de Porão – setlist:

Ódio

Anarcofobia

Amazônia Nunca Mais

Sofrer

SOS País Falido

Mais

Cérebros Atômicos

Juventude Perdida

Exército de Zumbis 

Difícil de Entender

Toma Trouxa

Arranca Toco

Alerta Antifascista

Crucificados pelo Sistema

Não me Importo

Suposicollor

Beber até Morrer

Aids, Pop, Repressão

Obrigado a Obedecer


Matanza Ritual – setlist:

Paciente Secreto 

Meio Psicopata

Remédios Demais

A Arte do Insulto

Bom é Quando Faz Mal

O chamado do Bar

Eu Não Gosto de Ninguém

Tudo Errado

Carvão, Enxofre e Salitre

Assim Vamos Todos Morrer

Clube dos Canalhas

O último Bar

Maldito Hippie Sujo

Pé na porta, soco na cara

Tempo Ruim

Lei do Mínimo Esforço

A casa em frente ao Cemitério

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