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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Cobertura de Show: Slaughter To Prevail – 29/03/2025 – VIP Station/SP

A estreia da banda russa Slaughter To Prevail no Brasil foi nada menos que apoteótica. Em uma noite marcada por brutalidade sonora e energia insana, o grupo liderado pelo carismático vocalista Alex Terrible incendiou o palco da VIP Station, em São Paulo, diante de uma casa completamente lotada. O evento, realizado em 29 de março de 2025, representou não apenas um marco para os fãs brasileiros de metal extremo, mas também um capítulo importante na trajetória da banda, que há anos era aguardada com ansiedade no país. O evento ainda contou com a participação dos brasileiros do Axty.

A noite foi aberta com um show eletrizante da banda brasileira Axty, que soube aquecer o público com maestria. Iniciando com a pesada "Take Me Down", a banda logo mostrou seu poderoso e moderno metalcore, fazendo com que a plateia se entregasse ao seu som. "Fragile" trouxe uma dinâmica diferente, com momentos melodias vocais mais leves que contrastavam com a agressividade das guitarras, preparando o terreno para a explosão de "Fade Away", que levou os fãs ao delírio. O clímax do set veio com "You'll Find Me", quando Axty incitou o público a formar um wall of death, transformando a pista em um verdadeiro campo de batalha. Encerrando com "Six Feet Under", a banda deixou o palco com a certeza de que havia preparado o terreno para a brutalidade que viria a seguir e demonstrando ser um nome promissor do estilo. 




Formada em 2014, o Slaughter To Prevail rapidamente ganhou notoriedade na cena extrema com sua sonoridade agressiva, breakdowns avassaladores e a impressionante capacidade vocal de Alex, cujos guturais se tornaram febre nas redes sociais. Acompanhado por Jack Simmons e Dmitry "Dima" Mamodov nas guitarras, Mikhail "Mike" Petrov no baixo e Evgeny Nokilav na bateria, os russos entregaram tudo o que o público esperava em uma apresentação memorável.

A introdução foi uma música eletrônica que parecia não ter fim. Foram quase 10 minutos até que, finalmente, o show começou. O público gritava por Alex. A banda subiu ao palco e o guitarrista Jack Simmons surgiu erguendo a bandeira do Brasil. Iniciaram com "Bonebreaker", e o nome da faixa não poderia ser mais apropriado para a abertura. As luzes vermelhas e o som ensurdecedor já anunciaram o que estava por vir. O público, tomado de euforia, abriu rodas desde o primeiro riff. Em seguida, "Baba Yaga", um dos maiores sucessos da banda, levou os fãs à loucura. A performance vocal de Alex foi monstruosa, literalmente — com sua máscara dourada icônica, ele parecia uma entidade saída de um pesadelo eslavo.

A sequência com "Conflict" e "Koschei" manteve o clima intenso, com destaque para a habilidade técnica dos guitarristas Jack Simmons e Dmitry "Dima" Mamodov, cujos riffs pesados e precisos mantiveram a energia em alta. Esta última, anunciada como uma faixa nova que será lançada no próximo trabalho da banda em julho de 2025, trouxe todo o peso característico do grupo. Antes de "Viking", Alex foi ovacionado novamente. A atmosfera ganhou tons ainda mais sombrios com "Viking" e trouxe um dos momentos mais esperados da noite, quando Alex cantou fora do microfone para deleite dos fãs. "Bratva" veio na sequência e evocou o peso da ancestralidade e da violência histórica, temas recorrentes na estética do grupo. No ar, doses cavalares de testosterona e adrenalina instigavam a plateia transformar a pista em um verdadeiro pandemônio com um wall of death violentíssimo.

Na reta final, a tríade "Grizzly", "Hell" e "1984" trouxe momentos de pura catarse. "Hell" teve um dos breakdowns mais pesados da noite, levando o público ao delírio. "I Killed a Man" e "Behelit" mostraram o lado mais técnico e experimental da banda, mesclando velocidade e atmosferas densas. Com o público nas mãos, Alex pediu para que todos se abaixassem antes de "Kid of Darkness". Prontamente atendidos, os fãs se abaixaram e, ao iniciar a música, culminaram numa explosão de pulos em uma comunhão brutal. Se tivessem parado por aí, já teriam proporcionado uma noite inesquecível, mas os fãs estavam sedentos por mais.

O encore, com o devastador hino "Demolisher", coroou a noite. O guitarrista Jack Simmons se jogou na galera no meio da música, e o breakdown final arrancou as últimas gotas de suor do público, que deixou o local ensopado, exausto, mas com a alma lavada com tamanha entrega e brutalidade. Foi uma noite histórica na qual o Slaughter To Prevail não apenas entregou um show impecável, mas proporcionou uma troca de energia absurda como há tempos não presenciava. Saíram do palco maiores do que entraram, e agora nos resta torcer para que esse seja apenas o primeiro de muitos encontros com os fãs brasileiros. 



Texto: Marcelo Gomes

Fotos: Gabriel Eustáquio (Sonoridade Underground)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Xaninho Discos



Axty – setlist: 

Take Me Down

Fragile

Relaxing Nature Sounds

Fade Away

Fall Again

Dismay

Flowers and Butterflies Lullaby

You'll Find Me

Six Feet Under


Slaughter To Prevail – setlist:

Bonebreaker

Baba Yaga

Conflict

Koschei

Viking

Bratva

Grizzly

Hell

1984

I Killed a Man

Behelit

Kid of Darkness

Bis

Demolisher

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