O show de Billy Idol em São Paulo marcou o retorno do icônico roqueiro britânico ao Brasil, em uma apresentação realizada no Vibra São Paulo, que reuniu um bom público ansioso por reviver os anos 1980. A noite começou com a energia do cantor brasileiro Supla, também conhecido como Papito, que abriu o evento com seu rock direto influenciado pelo punk.
Acompanhado de sua banda, nomeada “Punks de Boutique”, aqueceu o público com os hits “Green Hair” e “O Charada Brasileiro”, além dos clássicos de sua ex-banda Tokio, como “Humanos” e “Garota de Berlim”. É inegável a influência de Billy Idol na estética de Supla; o próprio reconhece isso e afirma também incorporar elementos de David Bowie em seu visual.
Para quem acredita que Supla é apenas um personagem, seu show surpreende: ele entrega energia e músicas consistentes, capazes de prender a atenção dos presentes e oferecer um entretenimento sólido, sem desviar o foco da atração principal.
O início do show de Billy Idol foi marcado por uma entrada energética com “Still Dancing”, que mostrou o astro de 68 anos em plena forma, transitando pelo palco e interagindo com os fãs. Em seguida, o clássico “Cradle of Love” pareceu animar um público ainda morno.
Antes de “Flesh for Fantasy”, o cantor fez sua primeira interação da noite, elogiando a performance de Supla. A faixa “77”, composta em parceria com Avril Lavigne, ganhou uma versão eletrizante. No entanto, foi com “Eyes Without a Face” que Idol realmente conquistou o público, gerando um dos momentos mais emocionantes da noite no Vibra São Paulo.
Tudo isso foi acompanhado por uma excelente banda formada por Steve Stevens (guitarra), Billy Morrison (guitarra), Stephen McGrath (baixo), Erik Eldenius (bateria), Paul Trudeau (teclado) e pelas backing vocals Kitten Kuroi e Jess Kav, que demonstraram versatilidade ao transitar entre o punk rock e baladas melódicas.
Como todo bom show de rock, não poderia faltar um solo de guitarra, e Steve Stevens cumpriu esse papel com maestria. Iniciando de forma acústica, exibiu técnica e sensibilidade, encantando a plateia.
Em seguida, apresentou um medley impressionante com trechos de “Over the Hills and Far Away” e “Stairway to Heaven”, do Led Zeppelin, finalizando com “Eruption”, do Van Halen. A performance foi espetacular e rendeu fortes aplausos do público paulistano.
Um dos pontos altos da noite foi a variedade do setlist, que incluiu covers interessantes como “Mony Mony”, de Tommy James & the Shondells, e “Love Don’t Live Here Anymore”, de Rose Royce, ambos interpretados com o carisma característico de Idol. Canções como “Too Much Fun” e a estreia ao vivo de “Gimme the Weight” também ganharam destaque.
Billy comentou que decidiu incluir a faixa porque recebeu inúmeros pedidos dos fãs brasileiros nas redes sociais, o que foi recebido com bastante entusiasmo. O show manteve a pegada com “Ready Steady Go”, de seu período no Generation X, e com a fusão de “Blue Highway” e “Top Gun Anthem”, que trouxe um tom épico e nostálgico, especialmente para quem viveu os anos 1980.
A reação do público foi mais calorosa nos clássicos que definem a carreira de Billy Idol. Enquanto faixas menos conhecidas mantiveram parte da plateia mais contida, hits como “Rebel Yell” levantaram o público. Antes de iniciar a música, Idol mencionou Keith Richards e Mick Jagger, contando que estava em uma festa com ambos quando Jagger gritou “Rebel Yell”, inspirando o título da canção.
Nesse momento, o Vibra São Paulo literalmente vibrou, com fãs cantando e dançando como se estivessem de volta aos anos 1980. Esse contraste evidenciou como o setlist equilibrava novidades e nostalgia, sendo nos momentos mais familiares que o público realmente se soltava.
Billy Idol escolheu um repertório que misturou energia punk, baladas e momentos instrumentais impressionantes. Apesar de o público ter começado um pouco frio, Billy conseguiu ganhar o público, impulsionado pelos hits atemporais e por sua conexão genuína com os fãs brasileiros. Foi uma experiência marcante para os amantes do rock, que deixou saudades e alimentou a esperança de novas visitas do astro ao país.







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