John Cooper Lawton, nascido em 11 de julho de 1946 em Halifax (Inglaterra), e há mais de de meio século no mundo da música. Uma voz marcante e um carisma e feeling diferenciados, tendo em sua carreira algumas dezenas de álbuns gravados, destacando alguns clássicos gravados com o Lucifer's Friend e o Uriah Heep. Mas John Lawton jamais parou de fazer boa música, e recentemente, além de participação destacada em projetos como o Intelligent Music Project, reativou o Lucifer's Friend, que além dele traz mais dois dos membros originais, e lançaram no ano passado o álbum "Too Late to Hate", sucessor da coletânea "Awakening" (2015), que também trazia composições novas. (English Version)
Tivemos a oportunidade de entrevistar John Lawton e conversar um pouco sobre a sua carreira, destacando esse retorno do Lucifer's Friend, e claro, um breve apanhado da história da banda e também de sua passagem no Uriah Heep, banda com a qual mantém excelente relacionamento. Confira a seguir!
RtM: Olá John, aqui é Carlos Garcia, do Site Road to Metal (Brasil), é sempre um prazer acompanhar seu trabalho. Para começar, vamos falar sobre esse retorno do Lucifer's Friend, que traz alguns integrantes originais, você, Peter e Dieter?
John Lawton: Oi Carlos ... espero que esteja bem ...
Bem, os primeiros anos estão bem documentados, mas os recentes encontros foram bastante emotivos. Nós sempre seguimos amigos ao longo dos anos, mas a oportunidade de um retorno surgiu depois de um inquérito de um agente americano quanto à isso. Infelizmente, nunca houve isso, mas nos deu a ideia de tentar uma reformulação. O que fizemos com o álbum "AWAKENING" (compilação de 2015, trazendo também músicas novas). Após esse lançamento, recebemos ofertas para tocar ao vivo e isso é realmente o que fez acontecer.
RtM: O Lucifer's Friend caracterizou-se pela mudança de estilo em cada álbum, e este novo álbum tem alguns experimentos e vários elementos, mas me soou muito mais Hard Rock/Classic Rock. Eu acho que este é o melhor lado da banda, e a grande maioria dos fãs da banda também preferem esse lado. Você também acha o mesmo? Fale um pouco mais sobre o conceito de "Too Late to Hate".
"As grandes bandas como PURPLE e HEEP terão sempre um prosseguimento, talvez não em vendas de álbuns, mas em shows ao vivo." |
JL: Realmente foi um monte de músicas que Peter escreveu, e que ele me enviou para conferir, e gostei de cada uma delas. Nunca foi sugerido que devêssemos compor em um estilo específico exatamente como o que se ouve no álbum. Eu fiz algumas melodias novas e todas as letras bastante rápido, e nós estávamos novamente em cena e funcionando!
RtM: Bom, eu gostaria que você comentasse algumas faixas do novo álbum ... vamos lá?
Iniciando com duas das minhas favoritas, que são "Sea of Promises" e "When Children Cry", que me lembram mais desse lado Hard Rock 70's, e possuem vocais fortes e emocionais e instrumentais idem. Esses teclados e melodias em "When Children .." são excelentes.
JL: Obrigado pelos comentários ... como a maioria das pessoas ao redor do mundo, fiquei horrorizado com o que estava acontecendo na Síria e no Oriente Médio e isso influenciou muitas letras do álbum. "Sea Of Promises" é sobre os refugiados que tentam atravessar a Europa, e "When Children Cry" ( quando as crianças choram) o que me emocionou foi ver as notícias na TV, e todo o sofrimento ... e, claro, me fez querer colocar meus sentimentos no papel.
RtM: "Jokers & Fools" e "Tell Me Why" também estão entre os minhas favoritas, me lembraram muito do Hard 70's também. Certamente os fãs dessa sonoridade, e de bandas como Whitesnake, Rainbow e Uriah Heep, aprovaram e aprovarão.
JL: Mais uma vez, algumas grandes ideias de Peter musicalmente, e como a maioria das músicas no álbum, foram gravadas da maneira que nos sentíamos bem. Nunca pensamos em algo tipo: "vamos pegar esse estilo anos 70"
RtM: Duas grandes baladas, mas de estilos diferentes, são "This Time", que segue uma linha Heavy Blues e "Tears", que é mais anos 80, tem algo de AOR e mostra que mesmo com uma orientação Hard Rock/Classic Rock , A banda trouxe uma diversidade de elementos.
JL: Ah sim "This Time" ... Adorei a sensação desta faixa quando eu a escutei pela primeira vez mesmo sem uma linha vocal, Peter é o melhor e esse estilo bluesy faz parte do meu background, e sim, eu gostei muito de colocar os vocais nela. "Tears" é uma boa faixa com elementos realmente bonitos, gosto muito dessa faixa.
RtM: Falando de diversidade, temos "Straight to Heart" e "Do not Talk Strangers", que trazem alguns elementos mais progressivos e experimentais.
JL: Estas são minhas 2 faixas favoritas no álbum, adoro o groove estabelecido pelo nosso baterista Stephan e pelas linhas de baixo de Dieter. Estas são definitivamente músicas que aparecerão em nossas apresentações ao vivo.
RtM: Falamos um pouco sobre o álbum e algumas das músicas, e sobre os shows? Como você tem sentido o retorno e aceitação, e como está a demanda para shows da banda?
JL: Demora um pouco para começar a tocar novamente novamente, quero dizer, tem sido muitos anos e até mesmo com muitos ensaios, levando-se diante de uma audiência, pois o Lucifer's Friend é totalmente diferente, mas a aceitação foi realmente boa. Já tocamos principalmente em festivais até agora, tem sido emocionante, e faremos uma série de clubes no final deste ano, e isso deve provar que podemos "voltar".
RtM: Músicas que definitivamente devem sempre estar no seu set-list são "Ride in the Sky" e "Burning Ships" dos álbuns clássicos do Lucifer's Friend. Gostaria que você nos contasse um pouco sobre elas, e quais músicas dos primeiros álbuns os fãs pedem mais nas apresentações solo, e claro, com o Lucifer's Friend?
Jl: No começo, perguntamos quais músicas os fãs gostariam de ouvir e, claro, Ride in The Sky era a que estava no topo da lista. Burning Ships sempre foi uma das favoritas, de modo que teve que estar no set... As músicas do primeiro álbum estão sempre sendo solicitadas e tentamos incluir o maior número possível, mas temos um catálogo todo, por isso, esperamos colocar faixas de outros álbuns, para torná-lo tão variado quanto possível ...
"Após esse lançamento ("Awakening" 2015), recebemos ofertas para tocar ao vivo e isso é realmente o que fez acontecer." |
JL: Eu fui apresentado aos caras através de um amigo em comum, e naquela época eles estavam se chamando Lucifer's Friend por causa da faixa do mesmo nome. Enquanto isso, eles também gravaram outro álbum sob o nome de Asterix com um cara chamado Tony Cavanagh. Eles me pediram para verificar as letras em inglês, e depois me perguntaram se eu também cantaria com o Tony. Foi depois que eles me pediram para cantar as faixas que escreveram para o seu outro álbum, que acabou por ser o primeiro álbum do Lucifer's Friend. Eu não tive nenhuma influência sobre o caminho que o álbum iria, pois eles tinham gravado a maioria das trilhas de apoio, mas o resto é história
RtM: O primeiro álbum do Lucifer's Friend é muito adorado pelos fãs de Heavy Metal, incluindo a banda como um dos precursores do Doom Metal. Eu acho que o nome do grupo, que é bastante chocante, as letras mais sombrias e o som que seguia uma linha semelhante aos seus grupos contemporâneos, como Purple, Heep e Zeppelin, atraíram a atenção dos fãs. Gostaria que você comentasse sobre isso e contasse um pouco sobre esse álbum.
JL: Eu acho que já ouvi bastante coisa sobre este álbum ... mas Doom Metal..não.. nunca. Havia influências das bandas mencionadas anteriormente, mas nunca tentamos copiar, tínhamos nosso próprio estilo .
RtM: No álbum seguinte, e nos demais, a sonoridade mudou e sempre recebia novos elementos, uma das características da banda eram essas mudanças na sua sonoridade. Gostaria que você nos dissesse mais sobre essa característica, foi algo que veio naturalmente? Vocês gostavam de experimentar? Nessas mudanças, acredito que vocês ganharam novos fãs, mas talvez tenha tido o risco de perder alguns outros.
RtM: No álbum seguinte, e nos demais, a sonoridade mudou e sempre recebia novos elementos, uma das características da banda eram essas mudanças na sua sonoridade. Gostaria que você nos dissesse mais sobre essa característica, foi algo que veio naturalmente? Vocês gostavam de experimentar? Nessas mudanças, acredito que vocês ganharam novos fãs, mas talvez tenha tido o risco de perder alguns outros.
JL: Nunca nos propusemos a ser diferentes em cada álbum, foi só a maneira que foram escritas as músicas pelos caras. O único álbum que fomos um pouco experimentais foi em "Banquet". As seções de sopro foram feitas pela James Last Orchestra, da qual Peter Hesslein fazia parte naquele momento e a seção de cordas era algo que as faixas pediam. Eu não acho que pensamos "oh, vamos perder fãs com este álbum", cá entre nós, acho que os fãs da banda gostavam bastante da ideia de não saber o que estava por vir em seguida.
RtM: "Where Groupies Killed the Blues" (72) foi bastante experimental e progressivo, enquanto "I'm Just a Rock and Roll Singer" (73) foi mais direto e com orientação Rock. Gostaria que você comentasse um pouco sobre esses dois álbuns.
"Cá entre nós, acho que os fãs da banda gostavam bastante da ideia de não saber o que estava por vir em seguida." (Sobre a diversidade musical do Lucifer's Friend)
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JL: "Groupies" foi um álbum onde eu acho que estávamos passando por uma fase de "vamos ver o quão longe podemos ir com a música", e certamente fizemos aqui. Pessoalmente gosto muito deste álbum, é preciso ouvi-lo mais vezes, mas a parceria musical dos caras neste álbum está lá, o melhor deles. "Rock n Roll Singer" foi o melhor recebido nos EUA, e de fato entrou no quadro da Billboard, que era muito incomum para uma banda alemã ... não era o meu álbum favorito, mas tinha muitos bons elementos.
RtM: Em "Banquet" (74) tivemos os experimentos com Jazz-Fusion e teve músicos de apoio em vários instrumentos, e "Mind Exploding" (76), foi um álbum que vocês tentaram combinar essa experiência com Jazz com um lado mais Rocker? Parece não ter sido um álbum bem compreendido, e naquele ano você deixou o grupo e foi para Uriah Heep. Conte-nos um pouco sobre estes dois trabalhos.
JL: O "Banquet" é o meu álbum favorito de tudo o que gravamos. Foi um prazer escrever e um prazer ainda maior de cantar. Como mencionei anteriormente, incorporamos metais e cordas para este álbum, e é um trabalho que adoraria ter cantado ao vivo, mas seria preciso uma produção grande demais. "Mind Exploding" é um bom álbum e eu sou muito orgulhoso dele, tem algumas trilhas muito boas lá, 2 em particular "Moonshine Rider" e "Fugitive", que também são uma parte importante do set para os shows. Após esse álbum deixei a banda, mas não teve nada a ver com ele.
RtM: Sobre o tempo no Uriah Heep, eu gostaria que você nos falasse um pouco sobre esse tempo com a banda, conte-nos como você se sentiu, como era a relação interna do grupo na época? Você se sentiu livre para compor e dar sua opinião sobre direcionamentos musicais?
JL: Hey, o tempo no Uriah Heep foi um ótimo momento! e eu realmente aprendi muito com essa banda. As faixas do "Firefly" já estavam gravadas, então não havia nada que eu pudesse contribuir além dos meus vocais. Mas é um grande álbum na minha opinião, especialmente a música "Wise Man", uma boa música escrita por Ken Hensley ...
RtM: Na minha opinião, a mudança de line-up foi muito bom para a banda naquele momento, e você gravou grandes álbuns com eles. Meu favorito é "Fallen Angel", e "I'm Alive" é uma ótima música!
Bem, obrigado, minhas contribuições foram muito bem recebidas por eles, o que ajuda muito quando você é novo em uma banda.
RtM: Você acabou deixando a banda por causa das divergências com Ken Hensley? O próprio Hensley também acabou deixando a banda depois.
JL: Infelizmente, Ken e eu não concordamos em muitas coisas e as diferenças musicais começaram a surgir, pensei que a banda estava se afastando do que as tinha feito musicalmente, em primeiro lugar. Ken e eu voltamos juntos como o Hensley/Lawton Band brevemente em 2001, mas foi algo que não foi feito para durar.
RtM: O Uriah Heep parece ter encontrado apenas estabilidade com um cantor após a entrada de Bernie Shaw. Eu acredito que você seria uma boa escolha para a banda também. Alguma vez foi cogitado um retorno?
"O tempo no Uriah Heep foi um ótimo momento! e eu realmente aprendi muito com essa banda." |
JL: Não ... nós sempre nos mantivemos bons amigos e até substituí Bernie em algumas ocasiões em que ele estava doente, mas uma reintegração não é uma opção, Bernie é o cantor, e é um dos bons, e também é um bom amigo. E eu gosto de duetar junto com ele.
RtM: Sobre o seu trabalho com Jan Dumeé (Focus), com a banda Mamonama, que até teve 3 músicos brasileiros envolvidos, também gostaria de nos contar sobre esse projeto e como foi o trabalho com os brasileiros?
Você quer dizer a banda OTR ... "Mamonama" era uma faixa no álbum.
RtM: Ah, certo! Obrigado, fui traído pela memória! ha ha
JL: Bom, Jan me pediu para escrever algumas letras e melodias para um álbum que estava gravando. Era pra ser um álbum instrumental, mas a ideia de vocais era uma boa. Gravei os vocais na Holanda e Jan pegou as fitas e enviou para o Rio para gravar os outros caras. Infelizmente, nunca tivemos a chance de tocar juntos, mas eu encontrei-me com Xande e Marvio quando vim ao Brasil em 2009. Grandes músicos os brasileiros, deram às músicas um feeling muito diferente.
RtM: Ah, certo! Obrigado, fui traído pela memória! ha ha
JL: Bom, Jan me pediu para escrever algumas letras e melodias para um álbum que estava gravando. Era pra ser um álbum instrumental, mas a ideia de vocais era uma boa. Gravei os vocais na Holanda e Jan pegou as fitas e enviou para o Rio para gravar os outros caras. Infelizmente, nunca tivemos a chance de tocar juntos, mas eu encontrei-me com Xande e Marvio quando vim ao Brasil em 2009. Grandes músicos os brasileiros, deram às músicas um feeling muito diferente.
Eu também gostei muito do CD e DVD que você lançou com Steve Dunning, acho a atmosfera desse show fantástica.
JL: Sim, Steve é um músico realmente ótimo, tanto na guitarra base como na solo. Foi uma ótima noite e até agora soa ótimo e atual.
RtM: E a sua vinda ao Brasil em 2009? Pelo que eu lembro, houve 3 shows. Lembro-me de ler excelentes comentários. Gostaria que contasse-nos um pouco sobre como foi a sua passagem aqui.
JL: Bem, foi diferente ... Eu nunca tinha estado no Brasil antes e não tinha certeza do que esperar, mas devo dizer que os fãs eram realmente bons e eu passei um bom tempo viajando. Os músicos brasileiros com quem cantei eram ótimos e nós passamos bons momentos. Eu adoraria fazê-lo novamente.
RtM: Passamos um tempo em que penso que a música perdeu um pouco do feeling, com superproduções, mas sem alma. Mas agora vejo novamente um retorno às origens, artistas que fazem música inspirados nos anos 60 e 70, até mesmo as bandas por gravações orgânicas, usando sistemas analógicos, para serem mais verdadeiras e, claro, muitas bandas do 70's lançando novos trabalhos. Qual é a sua opinião sobre o cenário atual e o futuro da música?
JL: Eu acho que a atual safra de músicos de rock é realmente boa, especialmente MUSE e ROYAL BLOOD (eu sou um grande fã de ambos) sim, há bandas dos anos 70 lançando novo material que acho bom, qualquer coisa para ter menos "música rap" ... As grandes bandas como PURPLE e HEEP terão sempre um prosseguimento, talvez não em vendas de álbuns, mas em shows ao vivo. Eu vejo isso em nossos shows ao vivo, a geração mais nova que quer ver qual é desse barulho todo.
RtM: John, para concluir, gostaria que você nos contasse um pouco do seu início na música, quais bandas e artistas você começou a ouvir quando era menino? Como você começou na música, quais foram seus motivadores e inspirações para começar a carreira de um músico?
JL: Comecei quando tinha 15 anos, com alguns amigos da minha escola, aí decidimos que deveríamos formar uma banda, a qual batizamos de "The Denes". Naquele momento tudo era Elvis/rock n roll, mas depois eu mudei para o Blues e depois para o Rock. Porque todos nós éramos jovens e não podíamos tocar em clubes à noite, éramos menores de idade, tínhamos que tocar shows durante a hora do almoço, o que foi uma boa diversão mesmo assim. (risos)
RtM: Qual foi sua primeira experiência como músico profissional? Conte-nos como foi a sensação de enfrentar o palco pela primeira vez.
"Comecei quando tinha 15 anos, com alguns amigos da minha escola...éramos menores de idade, tínhamos que tocar shows durante a hora do almoço." |
JL: Tensa, é claro (risos), mas eu já tocava em clubes ao redor do Nordeste da Inglaterra, em Newcastle, há alguns anos antes de atingir os estágios maiores, por isso não foi tão ruim quando eu de repente estava tocando para um público maior.
RtM: John, obrigado, é ótimo que o álbum do Lucifer's Friend esteja vindo aqui no Brasil, espero que ele aumente a oportunidade para seus shows ou com a banda aqui novamente. Eu deixo esse espaço final para sua mensagem para os fãs.
JL: Carlos, obrigado pela oportunidade. Espero que o Lucifer's Friend possa ir ao Brasil e, de fato, à América do Sul num futuro próximo para mostrar que ainda podemos estar no palco .. Um grande obrigado a todos os nossos fãs por manter a bandeira tremulando!
Entrevista: Carlos Garcia
Agradecimentos: Thiago Mauro e TRM Press
O novo álbum do Lucifer's Friend, "Too Late to Hate", está disponível no Brasil via Hellion Records
John Lawton Discografia Selecionada (um pouco da história de Lawton em suas principais bandas)
Lucifer's Friend
Lucifer's Friend - 1970
Where the Groupies Killed the Blues - 1972
I'm Just a Rock & Roll Singer - 1973
Banquet - 1974
Mind Exploding - 1975
Awakening - 2015
Too Late To Hate - 2016
Uriah Heep
Firefly - 1977
Innocent Victim - 1977
Fallen Angel - 1978
Hensley Lawton Band
The Return (Live at Heepvention 2000) - 2000
Lawton Dunning Project
Steppin' It Up - 2002
One More Night (Live) - 2002
John Lawton Band
Sting in the Tale - 2003
Shakin' the Tale (Live) - 2004
Solo
Still Payin' My Dues... - 2000
My Kind of Lovin' ( Simon Phillips- drums, Joseph Williams (Toto) guest vocals - 4 tracks) - 2014
Gunhill
One Over the Eight - 1995
Night Heat - 1997
Les Humphries Singers
Live in Europe - 1973
Rock 'n Roll Party - 1974
Um comentário:
Excelente entrevista!Parabéns Carlos Garcia e equipe da Road do Metal!
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