quarta-feira, 14 de maio de 2025

Cobertura de Show: Bangers Open Air – 04/05/2025 – Memorial da América Latina/SP

O último dia de festival chegou com um sentimento ambíguo: alegria e tristeza. Alegria porque muitas das bandas escaladas para este dia eram consideradas verdadeiras lendas, e a ansiedade para ver nomes como W.A.S.P, Blind Guardian, Kerry King (Slayer), Avantasia e Destruction era palpável. Por outro lado, a melancolia do último dia já pairava no ar, antecipando a saudade e a expectativa pela próxima edição, confirmada para os dias 25 e 26 de abril do ano que vem.

Assim como na jornada anterior, iniciei o dia no Sun Stage, acompanhando a apresentação do Black Pantera. A banda vem solidificando sua crescente base de fãs no Brasil com uma poderosa fusão de Hardcore, Punk e Heavy Metal. Esse crossover explosivo, aliado a letras que abordam conflitos sociais e a luta antirracista, cria uma experiência única. A oportunidade de tocar no Bangers Open Air representou mais um marco na trajetória de mais de uma década do Black Pantera.

O trio – formado pelos irmãos Charles Gama (guitarra/baixo) e Chaene da Gama (vocal), e Rodrigo “Pancho” Augusto (bateria) – incendiou o público com faixas como “Perpétuo”, “Fogo nos Racistas” e “Sem Anistia”, esta última agraciada com o mosh das minas Outro momento emocionante foi a “Tradução”, composta em homenagem à mãe dos irmãos Gama e já indispensável em qualquer apresentação da banda.

Black Pantera – setlist:

Candeia

Provérbios

Padrão é o Caralho

Seleção Natural

Ratatatá

Mosha

Perpétuo

Fogo nos Racistas

Sem Anistia

Tradução

Revolução é o Caos

Boto pra Fuder




No Hot Stage, a primeira banda que consegui prestigiar foi a alemã Lord of the Lost, seguida pela apresentação do Beyond the Black, que despertou grande curiosidade, especialmente por conta da carismática vocalista Jennifer Haben.

Sobre o Lord of the Lost, a banda já havia marcado presença na primeira edição do festival, ainda sob o nome Summer Breeze. Conhecidos por sua versatilidade sonora, que mescla elementos do industrial e do gótico e pelo visual impactante, os alemães entregaram uma performance cativante, contrastando a energia da música com a estética sombria de seus integrantes.

Lord of the Lost – setlist:

The Curtain Falls

The Future of a Past Life

Loreley

Destruction Manual

For They Know Not What They Do

Raining Stars

Six Feet Underground

Born With a Broken Heart

Live Today

Die Tomorrow

Drag Me to Hell

We're All Created Evil

Blood & Glitter



Mesmo sob o calor intenso do início da tarde, similar ao dia anterior, o som denso e melancólico dos americanos do Paradise Lost ecoou pelo festival. Considerada uma das pioneiras do Doom Metal e dona de três álbuns que considero clássicos do gênero – Draconian Times, One Second e Symbol of Life – a banda presenteou os fãs com as memoráveis "Enchantment", a faixa-título "One Second", o cover de "Small Town Boy" (Bronski Beat) e "The Last Time", apesar de eventuais problemas de equalização que fizeram o som soar estourado em alguns momentos. Certamente, foi uma apresentação que gerou muitos comentários e elogios, especialmente por marcar o retorno da banda ao Brasil após cerca de sete anos, o que explica a calorosa recepção.

Paradise Lost – setlist:

Enchantment

Forsaken

Pity the Sadness

Faith Divides Us - Death Unites Us

Eternal

One Second

The Enemy

As I Die

Smalltown Boy (Bronski Beat cover)

The Last Time

No Hope in Sight

Say Just Words


Mais uma vez no Sun Stage, palco onde acontecem os shows mais intensos do dia, o Vader, uma das maiores forças do Death Metal europeu, deixou os fãs completamente empolgados. Durante a apresentação, houve rodas de pogo e moshes bem animados a cada música do repertório, incluindo "Wings", "Triumph of Death" e "Unbending". No mesmo palco, o lendário Nile também fez uma apresentação inesquecível, embora eu tenha perdido por causa de um conflito de horários. Antes deles, também teve uma banda nacional importante tocando no mesmo palco: o Dorsal Atlântica.






O Kamelot voltou, dessa vez no Hot Stage, ao palco para substituir o I Prevail, que cancelou sua participação no festival com apenas duas semanas de antecedência. Dessa vez, eles não fizeram o mesmo show do dia anterior, trazendo algumas mudanças no setlist, como a inclusão de músicas como "Opus of the Night (Ghost Requiem)", "The Human Stain" e a clássica "Center Of The Universe". A abertura foi com "Phantom Divine (Shadow Empire)", que contou com a participação de Adrienne Cowan, que mais tarde se cantou com o Avantasia.

Kamelot – setlist:

Phantom Divine (Shadow Empire)

Rule the World

Opus of the Night (Ghost Requiem)

Insomnia

Sacrimony (Angel of Afterlife)

The Human Stain

Center of the Universe

New Babylon

Forever

March of Mephisto






Uma grande expectativa pairava sobre o Ice Stage, onde o público aguardava ansiosamente por Kerry King e sua nova banda, um dos shows mais aguardados do dia e de todo o festival.

Apesar do hiato do Slayer, o icônico guitarrista não permaneceu inativo e formou um novo grupo com nomes de peso do Thrash Metal, como o vocalista Mark Osegueda (do Death Angel), o baixista Kyle Sanders (do Hellyeah), o guitarrista Phil Demmel (ex-Machine Head) e seu ex-companheiro de Slayer, Paul Bostaph, na bateria. Foi com essa formação estelar que Kerry lançou o álbum From Hell I Rise.

O álbum, que considero superior aos últimos trabalhos do Slayer, foi executado quase integralmente. As músicas levaram um breve tempo para engajar completamente o público, mas, no geral, a apreciação em vê-las ao vivo foi notável. Os clássicos do Slayer vieram em seguida: "Disciple", seguida por "Killers" do Iron Maiden em homenagem ao saudoso Paul Di'Anno, elevaram ainda mais a energia do show. Outros hinos como "Raining Blood" e "Black Magic” proporcionaram o ápice do caos na apresentação. Insano, em resumo.

Kerry King – setlist:

Where I Reign

Rage

Trophies of the Tyrant

Residue

Two Fists

Idle Hands

Disciple (Slayer)

Killers (Iron Maiden cover)

Shrapnel

Raining Blood (Slayer)

Black Magic (Slayer 

From Hell I Rise






Mal houve tempo para respirar e a multidão se dirigiu em massa para o Hot Stage, onde o Blind Guardian se preparava para subir ao palco. A banda alemã integrou a programação juntamente com seus compatriotas do Destruction, após o cancelamento do Knocked Loose e do We Came as Romans. Essa mudança inesperada se revelou uma ótima surpresa, sem desmerecer as bandas que tiveram imprevistos em suas agendas, naturalmente.

A recepção não poderia ter sido mais efusiva, demonstrando o profundo apreço do público brasileiro pelo grupo. O vocalista Hansi Kürsch exibiu sua habitual gentileza, enquanto o restante da banda demonstrou uma sintonia impecável e uma entrega impressionante. O show também reservou um momento especial, com o público cantando parabéns para o guitarrista André Olbrich, que celebrou mais um ano de vida no dia anterior.

Comparado à primeira edição, o setlist passou por alterações significativas. Naquela ocasião, o grupo executou o álbum Somewhere Far Beyond na íntegra. Desta vez, apenas a icônica “The Bard's Song - In the Forest” foi mantida, e cantada em uníssono pela plateia. Além dela, foram resgatadas “Mordred's Song” e “Tanelorn (Into the Void)”, ausentes dos shows da banda por quase uma década, além das indispensáveis “Imaginations from the Other Side” – que frequentemente abre suas apresentações –, “Valhalla” e “Mirror, Mirror”, músicas que reafirmam o status do Blind Guardian como uma das bandas mais importantes do gênero.

Blind Guardian – setlist:

Imaginations From the Other Side

Blood of the Elves

Mordred's Song

Violent Shadows

Into the Storm

Tanelorn (Into the Void)

Bright Eyes

Time Stands Still (At the Iron Hill)

And the Story Ends

The Bard's Song - In the Forest

Mirror Mirror

Valhalla





Após seis longos anos de espera, finalmente uma das maiores bandas de Hard Rock da história, o W.A.S.P., estava de volta ao Brasil.

Apesar dos comentários sobre a performance vocal de Blackie Lawless – em parte justificáveis, dado o uso ocasional de playback em algumas músicas –, isso não diminuiu a intensidade da apresentação, que, sem dúvida, foi o ponto alto não apenas do dia, mas de todo o festival. E o motivo? A banda entregou tudo, absolutamente tudo o que os fãs ansiavam. O primeiro álbum, um dos pilares do Hard Rock, foi executado quase integralmente com maestria. De "I Wanna Be Somebody" a “The Torture Never Stops”, não houve um sequer espectador que não cantasse junto e demonstrasse reações de incredulidade, o que resume a magnitude do momento.

A formação atual conta com os talentosos Doug Blair (guitarra), Mike Duda (baixo) e o baterista brasileiro Aquiles Priester (bateria). A convite de Blackie, Aquiles subiu ao centro do palco para um breve bate-papo com o público em vez de um tradicional solo de bateria. Foram poucos minutos, mas suficientes para testemunhar sua felicidade em tocar em seu país natal com uma das bandas mais lendárias da história.

Após a execução quase completa do álbum de estreia, a banda presenteou o público com mais alguns clássicos, como "Forever Free", “The Headless Children", "Wild Child" e "Blind in Texas", adicionando ainda mais emoção a um show pelo qual todos esperavam há anos.

W.A.S.P – setlist:

I Wanna Be Somebody

L.O.V.E. Machine

The Flame

B.A.D.

School Daze

Hellion

Sleeping (in the Fire)

On Your Knees

Tormentor

The Torture Never Stops

The Real Me

Forever Free / The Headless Children

Wild Child

Blind in Texas






As duas últimas atrações do dia vieram diretamente da Alemanha. O caos retornou ao Sun Stage com o Destruction, banda seminal do Thrash Metal alemão, ao lado de outros gigantes do "Big 4" teutônico como Kreator, Sodom e Tankard. Ainda fresco na memória dos fãs brasileiros, já que se apresentaram aqui há menos de um ano, o Destruction preparou uma apresentação especial no Bangers, executando na íntegra seu álbum de estreia, Infernal Overkill, além de sucessos como “Nailed to the Cross”, “Mad Butcher” e “Thrash ‘Til Death”. Não há palavras para descrever a energia que Schmier (vocal, baixo e único membro original) – acompanhado por Damir Eskic e Martin Furia (guitarras) e Randy Black (bateria) – emanou, contagiando a todos.

Para não deixar passar a oportunidade, assisti a uma parte da apresentação do Avantasia, a ópera metal idealizada pelo vocalista do Edguy, Tobias Sammet. A banda cresceu significativamente nos últimos anos, tanto musical quanto visualmente. Seus shows costumam apresentar cenários elaborados, que reforçam a narrativa lírica de cada tema abordado nos álbuns – sendo o mais recente Here Be Dragons, lançado neste ano.

Além disso, o grupo é acompanhado por músicos e cantores de excelência, incluindo participações de artistas que já haviam se apresentado no festival, como Tommy Karevik (do Kamelot), que cantou “The Witch”; Ronnie Atkins (do Pretty Maids), que emprestou sua voz a “Twisted Mind”, “The Scarecrow” e “Let the Storm Descend Upon You”, e Eric Martin (do Mr. Big) em “Dying for an Angel”. A novidade ficou por conta da presença de Jeff Scott Soto, que substituiu Kenny Leckremo, ausente devido a compromissos com o H.E.A.T na América Latina.

O setlist incluiu ainda a inédita “Creepshow”, “The Toy Master”, a belíssima “Farewell” e “Death Is Just a Feeling”, preparando o terreno para o bis com as icônicas “Lost in Space”, “Sign of the Cross” e “The Seven Angels”, com todos os vocalistas reunidos no palco em um momento apoteótico.

Enfim, mais uma edição inesquecível chega ao fim. Assim como nas anteriores, os elogios e a satisfação, tanto pelo line-up, organização e todos os demais aspectos envolvidos foram evidentes, o que nos deixa ainda mais animados e ansiosos pela quarta edição no ano que vem. Que 2026 nos reserve mais uma experiência incrível, repleta de emoção, pois o Bangers Open Air não é apenas um festival, é a válvula de escape para os verdadeiros amantes da música pesada.






Texto: Gabriel Arruda 

Fotos: Edu Lawless

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Consulado do Rock

Press: Agência Taga


Avantasia – setlist:

Creepshow

Reach Out for the Light (com Adrienne Cowan)

The Witch (com Tommy Karevik)

Devil in the Belfry (com Herbie Langhans)

Dying for an Angel (com Eric Martin)

Twisted Mind (com Ronnie Atkins e Eric Martin)

Avalon (com Adrienne Cowan)

The Scarecrow (com Ronnie Atkins)

The Toy Master

Shelter from the Rain (com Jeff Scott Soto)

Farewell (com Chiara Tricarico)

Let the Storm Descend Upon You (com Ronnie Atkins e Herbie Langhans)

Death Is Just a Feeling

Bis

Lost in Space

Sign of the Cross / The Seven Angels

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Cobertura de Show: Bangers Open Air – 03/05/2025 – Memorial da América Latina/SP

Após um bom aquecimento, o sábado prometia atrações imperdíveis. Dessa forma, o segundo dia do festival teve um foco maior nas bandas de metal, ao contrário do dia anterior, que priorizou o Hard Rock. Para os admiradores de power metal, foi um dia e tanto, já que a maioria das bandas pertencia a esse subgênero.

Os outros dois palcos, o Sun Stage e o Waves Stage – este último retornando ao espaço interno do Memorial e dedicado às bandas nacionais – também foram abertos. 

Começando pelas primeiras atrações no Sun Stage, conferi os brasileiros do Viper, que este ano celebram 40 anos de carreira. Mesmo após a perda de um de seus fundadores, Pit Passarell, a banda segue firme a sua trajetória, entregando ótimas performances com seus clássicos e faixas do mais recente álbum Timeless, e foi justamente com a faixa-título que Leandro Caçoilo (vocais), Felipe Machado e Kiko Shred (guitarras), Daniel Matos (baixo e irmão do saudoso Andre Matos) e Guilherme Martin (bateria) agitaram o público logo cedo. Como de costume, não faltaram homenagens aos eternos Andre Matos e o citado Pit Passarell, especialmente em “The Spreading Soul” e “Rebel Maniac”, respectivamente.

Ao mesmo tempo em que o Viper se apresentava no Sun Stage, as suíças do Burning Witches incendiavam o Ice Stage com seu Heavy Metal tradicional. Com uma formação consolidada e tendo a vocalista Laura Guldemond como centro das atenções – uma das melhores da atualidade em se tratando de front-woman do gênero –, a banda fez todos os presentes baterem cabeça nas faixas “Wings of Steel”, “Hexenhammer” e “The Dark Tower”, além de “The Spell of the Skill”, a única faixa inédita do set, que deve integrar o próximo álbum.

Burning Witches – setlist:

Unleash the Beast

Dance With the Devil

Maiden of Steel

Nine Worlds

Wings of Steel

Hexenhammer

The Spell of the Skull

The Dark Tower

Lucid Nightmare

Burning Witches





Como eu disse no início, o dia acabou sendo mais voltado ao Metal, mas o H.E.A.T foi a exceção. Considerada por muitos a melhor banda de Hard Rock da atualidade, os suecos já haviam deixado sua marca na primeira edição do festival, quando foram apontados como um dos melhores shows daquele ano. Considerada por muitos a melhor banda de hard rock da atualidade, os suecos do H.E.A.T já haviam deixado sua marca na primeira edição do festival.

Recentemente, a banda lançou seu novo álbum, Welcome to the Future, e foi com a faixa de abertura desse trabalho, “Disaster”, que o show começou com força total. Mas, claro, sem deixar de lado os clássicos da carreira, como “Dangerous Ground”, “Hollywood” e “Back to the Rhythm”.

Apesar da recepção calorosa, da banda tinindo no palco e de um repertório impecável, alguns sinais de preocupação surgiram durante "Rise" e "Beg Beg Beg". O guitarrista Dave Dalone precisou se ausentar do palco por conta da temperatura alta que fazia a tarde na capital, mas isso não comprometeu o nível da apresentação, que foi explosiva e superando a primeira em que fizeram em solo brasileiro. Kenny Leckremo, que a cada dia se mostra um vocalista ainda mais impressionante, não parou de agitar por um segundo sequer.

H.E.A.T – setlist:

Disaster

Emergency

Dangerous Ground

Hollywood

Rise

Beg Beg Beg

Back to the Rhythm

Bad Time for Love

1000 Miles

One by One

Living on the Run





Uma das coisas mais legais em um festival é poder escolher quais bandas assistir. O Municipal Waste é uma excelente banda de Thrash Metal, com músicas bem legais e divertidas. No entanto, como tenho uma paixão pelas bandas suecas, fui atraído a ver o pessoal do Dynazty. E olha, que show. Eles me impressionaram da primeira à última música.

A banda mudou bastante nos últimos anos; os dois primeiros discos têm uma pegada mais voltada ao Hard Rock, enquanto ao vivo, eles entregaram uma performance avassaladora! O vocalista Nils Molin tem uma presença de palco absurda, e a dupla de guitarristas - Rob Love Magnusson e Mike Lavér – foi fantástica, com riffs e solos certeiros. Ou seja, não tenho do que reclamar. Foi uma grande surpresa e considero esse um dos melhores shows do festival.

Dynazty – setlist: 

In the Arms of a Devil

Game of Faces

Natural Born Killer

The Grey

Waterfall

Yours

Call of the Night

Presence of Mind

The Human Paradox

Heartless Madness





Depois disso, resolvi andar pelo festival, observando as feiras, o merchandising e vendo se cruzava com algum artista. Enquanto fazia isso, o Sonata Arctica se apresentava no Hot Stage. Optei por não assistir ao Sonata Arctica por não ter tanta familiaridade com seu trabalho. Ainda assim, reconheço o valor deles dentro do Power Metal. Acabei vendo mais o final do show e percebi que havia muita gente os recepcionando, o que só comprova a admiração dos brasileiros pelos finlandeses, que com certeza fizeram uma ótima apresentação, como das outras vezes em que vieram ao Brasil.

Sonata Arctica – setlist: 

First in Line

Dark Empath

I Have a Right

San Sebastian

Replica

My Land

FullMoon

Wolf & Raven

Don't Say a Word

Vodka





Outra banda que me atraiu foi o Kamelot. Há um bom tempo eles vivem uma nova fase da carreira com o vocalista Tommy Karevik, que está na banda desde 2012 e interpretou com maestria clássicos como “Rule the World”, “When the Lights Are Down” e “Forever”, sem deixar nada a dever ao lendário Roy Khan.

O repertório também contou com faixas mais recentes, como “Veil of Elysium”, que abriu o show de forma arrebatadora, e “New Babylon”, ambas com a participação marcante da cantora Melissa Bonny. Outro ponto alto da apresentação foi o solo de bateria, que incluiu um trecho de “Tom Sawyer”, do Rush.

Kamelot – setlist: 

Veil of Elysium

Rule the World

Insomnia

When the Lights Are Down

New Babylon

Karma

March of Mephisto

Forever

One More Flag in the Ground

Liar Liar (Wasteland Monarchy)





Faltando poucos minutos para o fim do show do Kamelot, já havia muita gente apostas no palco vizinho aguardando a chegada do Saxon. Lenda da N.W.O.B.H.M, o Saxon é uma daquelas bandas que nunca faz um show ruim. Ao lado do Iron Maiden e do Judas Priest, eles formam a trinca de ferro do Heavy Metal britânico. E, quanto mais velhos ficam, menos incansáveis parecem.

Do Hell, Fire and Damnation, disco mais recente da banda, apenas duas músicas foram executadas: a faixa-título e Madame Guillotine. Mas, em todos os shows - mesmo quando estão promovendo um novo lançamento – eles nunca deixam de tocar os clássicos. E não tinha uma pessoa sequer que não cantasse, levantasse os punhos ou batesse cabeça com obras-primas como “Power and the Glory”, “Motorcycle Man”, “Heavy Metal Thunder”, “Strong Arm of the Law” e tantas outras. 

Saxon – setlist:

Hell, Fire and Damnation

Power and the Glory

Motorcycle Man

Madame Guillotine

Heavy Metal Thunder

Strong Arm of the Law

1066

And the Bands Played On

Denim and Leather

747 (Strangers in the Night)

Wheels of Steel

Crusader

Princess of the Night




Outra apresentação muito aguardada do dia foi a do Dark Angel, uma das principais bandas de Thrash Metal da história. Mesmo que não tenha a mesma visibilidade das bandas do chamado Big 4 americano, o grupo ainda continua tendo fãs que acompanham. Um de seus integrantes mais notáveis é o baterista Gene Hoglan, que dispensa apresentações e é uma verdadeira referência no estilo.

Apesar do desfalque do guitarrista Eric Meyer, a banda incendiou o público com rodas e moshes ao som de músicas como “Never to Rise Again”, “Darkness Descends”, “The Burning of Sodom” e “Extinction Level Event”, esta última dedicada a Jim Durkin.

Antes tarde do que nunca, deu tempo de conferir a apresentação do Powerwolf, uma banda que vem se destacando bastante no cenário atual do Power Metal. Apesar de já ter rodado o mundo a fora, muita gente ainda considera o grupo como "novo". Por um lado, isso é bom, pois acaba despertando a curiosidade de quem ainda não conhece muito bem, como foi o meu caso.

Pelo pouco que eu assisti deles ao vivo, já deu pra ver que não é uma banda qualquer. Claro, apesar de ser classificada como uma banda de Power Metal, eles fogem bastante dos estereótipos do gênero. O som é bem mais pesado, e a abordagem das letras também é diferente do que a gente costuma ver nas bandas clássicas. Eles apostam em temas mais religiosos e coisas semelhantes, o que dá um diferencial.

A produção do palco é outro ponto que me surpreendeu, sendo a melhor cenografia desta edição. Só de olhar, já dá pra entender todo o contexto lírico da banda. E o visual também chama atenção, com todos os integrantes com o rosto pintado. Aliás, falando nisso, desde cedo já dava pra ver gente caracterizada igual aos membros da banda, o que já mostra o impacto deles no público. O show foi um verdadeiro sucesso.

Powerwolf – setlist:

Bless ’em With the Blade

Incense & Iron

Army of the Night

Sinners of the Seven Seas

Amen & Attack

Dancing With the Dead

Armata Strigoi

Sainted by the Storm

Heretic Hunters

Fire and Forgive

Werewolves of Armenia

Demons Are a Girl's Best Friend

Blood for Blood (Faoladh)

Sanctified With Dynamite

We Drink Your Blood





Por fim, os suecos do Sabaton encerraram o segundo dia de festival de forma apoteótica. Muitos chegaram a comparar a banda com a atração anterior, contudo, não é bem o caso. O Sabaton aposta numa sonoridade mais tradicional dentro do Heavy Metal, com riffs marcantes e refrões feitos para o público cantar junto, e foi exatamente isso que aconteceu desde o início com "Ghost Division", música que abriu a apresentação da banda sueca e conhecida por abordar temas sobre guerra nas suas letras.

Nos shows em seu país natal, eles costumam apresentar uma grande estrutura de palco, mas aqui no Brasil essa montagem completa não foi possível. Apesar disso, mesmo com uma produção mais enxuta, a banda investiu em diversos efeitos especiais, como pirotecnia, explosões, fumaça e outros elementos visuais. O repertório passou praticamente por toda a trajetória da banda, que está na ativa desde 1999.

Entre as músicas mais aguardadas estavam “The Last Stand”, “Carolus Rex” (cantada em sueco) e “Smoking Snakes”, que homenageia três soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Um dos momentos mais engraçados da noite foi antes de tocarem “Resist and Bite”, quando o vocalista Joakim Brodén apareceu no palco com uma guitarra da Hello Kitty, tocando o riff de “Master of Puppets”, do Metallica.






Sinceramente, estava bem cético em relação ao segundo dia do festival, já que não tinha muitas atrações dentro do meu perfil musical, que é mais voltado para o Heavy Metal tradicional, Thrash Metal e o Hard Rock. Mas acabei me surpreendendo e despertando a curiosidade de conhecer bandas que eu não costumava ouvir tanto. No fim, foi um dia bastante agradável e enriquecedor para o meu background. Um sábado realmente proveitoso, sem sombra de dúvida!


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Edu Lawless

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Consulado do Rock

Press: Agência Taga


Sabaton – setlist:

Ghost Division

The Last Stand

The Red Baron

Bismarck

Stormtroopers

Carolus Rex

Night Witches

The Attack of the Dead Men

Fields of Verdun

The Art of War

Resist and Bite

Soldier of Heaven

Christmas Truce

Smoking Snakes

Primo Victoria

Swedish Pagans

To Hell and Back