sexta-feira, 13 de junho de 2025
Finita: Uma Viagem Musical Pesada, Melódica, Sombria e Intrigante,
terça-feira, 10 de junho de 2025
Cobertura de Show: Carcass – 15/05/2025 – Carioca Club/SP
Que o mês de maio foi uma loucura para o metaleiro paulistano todos nos sabemos. Com muitos ainda se recuperando do absurdo que foi abril, que trouxe o Monsters of Rock, maio não ficou para trás, começando com os pés na porta, três dias de Bangers Open Air pós feriado, aí na semana seguinte simplesmente o retorno do System of a Down (além do Upfront Fest para os punks), respirar naquele mês estava difícil. Imediatamente após a aula de show que os armênio-americanos proferiram no autódromo de Interlagos, presenciaríamos mais uma aula, mas deste vez, de metal extremo, pois os lendários britânicos do Carcass estariam passando por São Paulo em uma quinta feira à noite, pouco mais de um ano depois de sua apresentação no Summer Breeze Open Air.
Chegando no Carioca Club, a casa estava bem mais cheia do que o esperado, considerando que era quinta, a quantidade insana de shows que rolaram na mesma época e tinham anunciado a apresentação apenas no final de março, os fãs haviam aparecido em peso, a fila dobrava a rua. Tudo isso não era à toa, visto que os outros garotos de Liverpool tem uma história extensa, tanto aqui no Brasil, quanto no metal no geral, totalizando 10 apresentações em nossas terras e sendo conhecidos como os inventores do goregrind e grande influência para o mundo do death metal melódico. Como sempre, deixo aqui meus parabéns à produção da Overload, que há anos vem trazendo eventos extremamente pontuais e organizados, e desta vez, não foi diferente.
O quarteto assumiu o palco (adornado com uma faca do lado esquerdo e um garfo do direito) pontualmente às 20:30, e com precisão cirúrgica, Bill Steer tocou os acordes iniciais de “Unfit for Human Consumption”, faixa de seu álbum de retorno, “Surgical Steel”, que desde seu lançamento, nunca saiu do repertório dos shows. Uma roda punk de tamanho considerável dominou o meio da pista desde os primeiros segundos, e simplesmente não parou. Seguiram logo com “Buried Dreams”, uma das joias da coroa do brilhante “Heartwork”, que logo no primeiro riff já praticamente enfartou os fãs. Indo contra os padrões do death metal, o mestre Jeff Walker até conseguiu levar o público a bater palmas no ritmo; estava com a galera realmente na palma da mão. Mostrando as habilidades de Dan Wilding com as baquetas, veio “Kelly’s Meat Emporium”, primeira representante do seu trabalho mais recente, “Torn Arteries” (2021), introduzida com uma virada estonteante.
Pularem de era em era, trazendo “Incarnated Solvent Abuse”, de seu terceiro álbum, lançado 30 anos antes do mais recente. Vale ressaltar que independente da era da banda, o som sempre foi dinâmico, apresentando a mescla de peso e brutalidade que tornou os uma das maiores lendas do metal, e ao vivo, isto transparecia perfeitamente, o peso dos riffs era absurdo, mas Bull Steer também tinha uma finesse incrível nos solos, estavam realmente dando aulas de metal. “Heartwork” voltou com “No Love Lost”, e figurou novamente no bloco seguinte, quando juntaram “Tomorrow Belongs to Nobody” e “Death Certificate” em versões reduzidas, uma atrás da outra. “Dance of Ixtab” viu o retorno das palminhas, mas a energia era tanta que até rolaram alguns crowdsurfs.
A casa não era das maiores, mas os fãs estavam usufruindo de cada milímetro do Carioca Club, como em “Keep on Rotting in the Free World”, emendada com “Black Star”, onde boa parte dos fãs pularam juntos, fazendo o bairro de pinheiros tremer.A interação direta com o público era pouca, não falavam entre uma música e outra, mas a conexão entre público e banda era mais que evidente, como ocorreu logo após “Rotting” com a casa dominada por gritos de “Carcass, Carcass, Carcass”. Jeff retribuiu arriscando um “obrigado”, rapidamente voltando ao inglês com um “how are you doing”, justificando que seu português era muito ruim. A nostalgia veio forte com a sequência da instrumental “Genital Grinder” com a clássica “Pyosisified (Rotten to the Gore)”, as duas vindas de seu disco de estreia, “Reek of Putrefaction”.
“Pyosisified” também foi lançada como parte do EP “Tools of the Trade” 4 anos depois, ao lado da já contemplada “Incarnated”, que com a faixa-título compunham o lado A, além dela e “Hepatic Tissue Fermentation II” do lado oposto. Depois dos últimos acordes de “Tools”, a entrada sinistra de “The Scythe’s Remorseless Swing”, um dos destaques do último LP. Vale destacar o trabalho que fizeram com o fundo do palco, que estava adornado com um backdrop fino de uma caixa torácica, e em certas músicas, no telão aparecia o coração da capa de “Torn Arteries” justamente onde estaria posicionado um coração no corpo humano, e a iluminação era feita de um jeito que aparecesse o backdrop também. Fica difícil de explicar, mas na hora estava incrível. Fora isso, a iluminação era inconsistente, sendo difícil de ver a banda em certos momentos, mas nada que detraísse da experiência do show no geral.
Este bloco do show foi concluído com uma trinca de peso, simplesmente a pesadíssima “316L Grade Surgical Steel”, executada com precisão esperadamente cirúrgica, “This Mortal Coil”, praticamente um Iron Maiden em versão metal extremo, fechando com uma das mais icônicas da primeira fase da banda, “Corporal Jigsaw Quandary”. Antes de iniciar esta última, Walker jogou algumas águas para o público, provavelmente após flashbacks do que aconteceu com ele no Summer Breeze do ano passado. Para os que não lembram, pelo calor, o vocalista passou mal, e teve que fazer boa parte do show com um pacote de gelo em sua cabeça. Assim que desceram do palco, o público voltou a gritar o nome deles - havia passado aproximadamente uma hora e 10 de show, mas não havia nenhum sinal de cansaço. O “Carcass, Carcass, Carcass” rapidamente virou “olê, olê olê olê, Car-cass, Car-cass”, e atendendo aos pedidos de muitos, Walker ressurgiu, perguntando se queriam ouvir mais uma música.
Puxando o resto da banda, voltaram em definitivo para o palco, e Walker relatou que mesmo tendo viajado para um lugar há mais de 3 mil milhas de distância, ele estava se divertindo demais. “Querem uma música mais devagar, vamos fazer uma mais devagar.” Se “Captive Bolt Pistol” é devagar, não sei em que velocidade toca uma banda de doom metal, pois captive é vertiginosa, dando aquela sensação de ser atropelado por um trem. Se os corações já não estavam batendo mais fortes, seria com a última sequência que pulariam para fora do corpo de cada um dos fãs de lá, trouxeram um pouco da “old shit” com “Ruptured em Purulence”, que se assemelha a sensação de fazer wakeboard no chão de asfalto com a testa e simplesmente “Heartwork”. Quando aquele riff ecoou pelo sistema de PA do Carioca, parecia que São Paulo iria entrar em erupção, foi um momento de euforia pura. O público cantava cada nota da melodia a plenos pulmões, em uníssono, era algo grandioso, épico. Terminado o momento de catarse, soltaram um “we, Carcass, love you so much, make some fucking noise”, enquanto executavam o final de “Carneous Cacophony”, e foi ao som de “Have a Cigar” do Pink Floyd pelos alto-falantes que desceram do palco.
Não é todo dia que temos a oportunidade de ver uma das bandas mais influentes do metal extremo em uma casa intimista em uma quinta-feira à noite, especialmente fazendo um show praticamente impecável, como foi o caso da aula que os britânicos proferiram naquele dia 15. Quem viu, quem esteve presente, certamente não esquecerá desta apresentação, enquanto quem não foi, perdeu uma performance histórica. Agora, esperamos que o retorno deles seja em um final de semana, algo um pouco mais digno.
sábado, 7 de junho de 2025
Cobertura de Show: Tarja Turunen – 24/05/2025 – Tokio Marine Hall/SP
Sábado, 24 de maio, foi marcado por uma noite cheia de surpresas na vinda de Tarja Turunen e Marko Hietala a São Paulo em sua turnê no Brasil. E quando falamos de surpresas, não é eufemismo, começando pela banda de abertura Madzilla, vinda de Las Vegas que nos trouxe um show pra cima, melódico e com a apresentação de sua nova guitarrista e de um arriscado português demonstrando seu respeito ao público brasileiro.
Infelizmente, ao final da abertura, tivemos a notícia de que Marko Hietala não poderia fazer seu show acústico devido a problemas médicos, mas quem decidiu desistir do show e receber o reembolso não esperava que Marko iria se recuperar a ponto de conseguir subir ao palco ao lado de Tarja na parte final e encerramento de seu show.
Tarja subiu ao palco junto a sua orquestra impecável fazendo o público vibrar com seu vocal potente e sua simpatia, sem falar de sua beleza impactante e sua desenvoltura em cima do palco relembrando clássicos de sua carreira solo.
Para quem vêm acompanhando seus shows ao Brasil, já sabe que Tarja fez uma homenagem a Rita Lee cantando seu grande sucesso Ovelha negra, mas o que não estávamos esperando era a participação de seu amigo, Kiko loureiro, o que deixou fez o chão do Tokio Marine Hall tremer. Importante lembrar que Kiko Loureiro, já considerado um dos melhores guitarristas do mundo estará no mesmo palco no dia 7 de junho.
Após esse dueto Tarja volta ao seu show e o que todos esperavam aconteceu, Marco entra ao palco para fazer sua participação e nos surpreende cantando boa parte do show, incluindo sucessos do Nightwish da época em que estavam juntos na primeira formação.
Tarja encerra seu show com um dos seus maiores sucessos da carreira solo I Walk Alone e com um discurso emocionante se despedindo da sua turnê e de São Paulo. Não precisamos dizer o quanto tudo foi incrível, a orquestra, músicos, os duetos, mas nada próximo a luz e força que Tarja Turunen nos trouxe nesta noite.
Texto: Cristina De Mouras
Fotos: Rogério Talarico
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Top Link Music
Tarja Turunen – setlist:
Eye of the Storm
In for a Kill
Undertaker
Sing for Me
Deliverance
Demons in You
Victim of Ritual
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Acústico
Ovelha Negra (Rita Lee cover) (com Kiko Loureiro)
The Crying Moon / Feel for You / Eagle Eye (com Marko Hietala)
Higher Than Hope (com Marko Hietala)
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Left on Mars (com Marko Hietala)
Slaying the Dreamer (com Marko Hietala)
Silent Masquerade (com Marko Hietala)
Wishmaster (com Marko Hietala)
I Walk Alone
Bis
Dead Promises
Wish I Had an Angel (com Marko Hietala)
Until My Last Breath
quarta-feira, 4 de junho de 2025
Cobertura de Show: Buzzcocks – 24/05/2025 – Carioca Club/SP
Na noite de 24 de maio de 2025, o Carioca Club, em São Paulo, recebia um show de peso: Buzzcocks. O público lotou a casa para assistir ao retorno triunfal dos veteranos britânicos em uma apresentação histórica que reafirmou o legado da banda no gênero.
Antes do show principal, o palco foi dominado por duas representantes brasileiras e autorais de peso: Excluídos e Sweet Suburbia, que deram início à noite com energia e atitude, mostrando que o punk nacional segue vivo e pulsante.
Sweet Suburbia
O Sweet Suburbia trouxe uma fusão de melodia e rebeldia, apresentando composições que remetem ao pop punk dos anos 90. A banda demonstrou entrosamento e presença de palco, conquistando a plateia com sua energia contagiante. Com uma performance segura, o Sweet Suburbia provou ser mais que uma banda de abertura: foi um dos pontos altos da noite, deixando claro que o punk feito no Brasil pode sim dialogar com o melhor da escola britânica – com muita personalidade própria.
Excluídos
O grupo trouxe um repertório direto, combativo e carregado de crítica social – marca registrada de sua trajetória no cenário underground, visto que eles estão na cena desde 1998. A banda trouxe um set recheado de clássicos e covers bem conhecidos, que fizeram a galera vibrar e cantar junto do inicio ao fim. Mesmo com um set mais curto, os Excluídos deixaram sua marca. Com décadas de estrada, a banda mostrou que continua relevante, fiel às suas raízes e com munição de sobra para provocar e inspirar novas gerações.
Buzzcocks
E após quinze anos, o Buzzcocks retorna a São Paulo. A banda britânica subiu ao palco do Carioca Club trazendo sua turnê "Buzzcocks are Coming". Em sua primeira visita ao Brasil desde 2009, a banda de Manchester foi recebida por uma plateia multigeracional que provou que o espírito do punk ainda pulsa com força.
Liderados por Steve Diggle, único membro remanescente da formação clássica, o Buzzcocks mostraram que continuam afiados, mesmo após quase cinco décadas de estrada. O setlist eletrizante passeou por toda a carreira do grupo, com foco nos clássicos da era de ouro do punk britânico. “What Do I Get?” e “Fast Cars” foram recebidas com gritos e punhos erguidos, enquanto o hino romântico-desesperado “Ever Fallen in Love (With Someone You Shouldn't’ve)” , que marcou e marca muitas pessoas até hoje e provavelmente para sempre. A formação atual – com Danny Farrant na bateria, Chris Remington no baixo e o reforço do guitarrista Mani Perazzoli –sustentaram o peso do legado com competência e muito entusiasmo!
Com um cenário simples, o que faltou em produção sobrou em atitude. O som direto, seco e honesto reafirmou o DNA “faça-você-mesmo” da banda que, em 1977, lançou um dos primeiros discos independentes do punk britânico.
O público respondeu com fervor desde a primeira música, cantando cada verso, formando rodas e transformando o Carioca Club em uma pequena e barulhenta caixa. Entre veteranos de camiseta surrada e jovens que descobriram a banda pela internet, o sentimento era unânime: estávamos diante de uma história viva.
Steve Diggle, no auge de seus 70 anos, deu um baile em muito músico na casa de seus 20 e poucos anos. Sempre sorrindo, falando e agradecendo sempre pelas pessoas presentes no local para vê-los, ele arrasou. Rolou até uma camisa do Santos e o público ficou completamente alvoroçado por conta disso, acredita?
E sinceramente, estamos em tempos que muitas bandas vivem de nostalgia, mas o Buzzcocks provaram que ainda há fogo de verdade sob as cinzas do passado. Não foi apenas um reencontro com os clássicos do punk, foi um lembrete de que certas músicas e certas atitudes continuam relevantes enquanto houver corações acelerados e guitarras distorcidas. Em São Paulo, naquela noite, o espírito do “do it yourself” não só sobreviveu – ele brilhou com força.
E esperamos que não demore para voltarem.
Texto: Mayara Dantas
Fotos: Raíssa Corrêa
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Agência Sob Controle | New Direction Productions
Press: Tedesco Comunicação & Mídia
Buzzcocks – setlist:
What Do I Get?
Harmony in My Head
I Don't Mind
Everybody's Happy Nowadays
Senses Out of Control
Fast Cars
Sick City Sometimes
Isolation
Autonomy
Bad Dreams
Why Can't I Touch It?
Destination Zero
Love You More
Orgasm Addict
Manchester Rain
Bis
Love Is Lies
Promises
Why She's a Girl From the Chainstore
Just Got to Let It Go
Boredom
Chasing Rainbows
Ever Fallen in Love (With Someone You Shouldn't've)
terça-feira, 3 de junho de 2025
Ready To Be Hated: Vencendo Antes Mesmo do Jogo Começar!
Por Eduardo Okubo Junior
Para quem acha que supergrupos de rock e metal é coisa da gringa já pode tratar de mudar seus paradigmas: A Ready To Be Hated está pronta para ser adorada, ao contrário do que o nome da banda sugere.
Formado por Luis Mariutti (Angra, Shaman) no baixo, que dispensa apresentação; Thiago Bianchi (Shaman e Noturnall) nos vocais e na produção, Fernando Quesada, responsável pelas guitarras e violões e Rodrigo Oliveira (Korzus, ex-Oitão) na bateria, a banda mistura de maneira hábil e talentosa elementos musicais do Metal com sons modernos em seu álbum de estreia, uma evolução necessária para o estilo musical, criando por vezes algo realmente inovador.
Em "The One", a primeira música já começa com os dois pés na porta, bem pesada, uma bela amálgama entre Heavy Metal e Power Metal. A cozinha de Luis Mariutti e do baterista Rodrigo Oliveira é contagiante, e seguirá assim até o final do álbum. O refrão cola no ouvido; e um toque oriental (world music!) adicionado quase no fim da música dá um tempero especial.
"Something to Say" inicia com um toque moderno e quase progressivo, onde Luis Mariutti brilha novamente com sua técnica impressionante. Os solos de Fernando Quesada estão presentes na medida certa, são cheios riffs pesados e engrandecem a música.
Em "Forgettable", Rodrigo Oliveira mostra sua precisão e peso na bateria, encontrando um parceiro perfeito em Luis Mariutti. Thiago Bianchi começa a mostrar toda sua versatilidade como vocalista nesta faixa.
"The Old Becomes the New" é uma bela balada, com um solo de guitarra lindo que coroa essa bela composição.
"For the Truth!" é um dos dos destaques do álbum. Começa como uma balada, mas rapidamente estamos ouvindo um power metal moderno, acelerado e pesado. De repente, chegamos numa melodia orquestral e...Bachianas Brasileiras nº5! Lindo!
A faixa-titulo "The Game of Us" trás Thiago Bianchi fazendo gutural - uma performance incrível! Um vocalista que poderia estar facilmente mostrando seu talento em uma banda internacional, mas ainda bem que está mostrando aqui mesmo em nossas casa.
"Searching for Answers" é a minha música preferida. Ela chega a flertar com rock alternativo, com um som bem moderno, cheio de groove e uma pegada contagiante. É curta, direto ao ponto, e apostaria todas as minhas fichas para ser o cartão de visita para o sucesso internacional da banda.
"Us Against Them" de início me lembrou uma fusão de Slayer com blues - talvez loucura minha, mas é uma música com vida própria e com todos os integrantes da banda mostrando seu virtuosismo e talento. Outra das minhas faixas preferidas.
"The Great Gift of Now", a última música do álbum, tem uma introdução folk com um toque místico. Ela cresce até o final, fechando o álbum com chave de ouro.
O Ready to Be Hated é uma nova empreitada para seus integrantes - músicos já consolidados na cena do Metal nacional, que buscam iniciar um novo capítulo da musica pesada brasileira.