segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sacred Reich: Ficamos surpresos que se importavam com o Sacred Reich, mesmo depois de dez anos

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Formado em Phoenix, Arizona em 1985, o Sacred Reich tinha tudo para se tornar um dos gigantes do Thrash Metal, já que sua sonoridade ia um pouco na contramão de seus conterrâneos, e que logo agradou os headbangers. Porém no mundo da música nem tudo são flores, e após ótimos lançamentos como: “Ignorance” (87), “The American Way” (90), “Independent (93) e “Heal (96) a banda entrou em um extenso hiato sobre material inédito, que perdura até hoje, sobre o olhar do líder e fundador Phil Rind (baixo/vocal), a resposta é simples:

"A razão é que nós não temos nenhuma música nova."

E também comenta sobre a parada da banda entre 2000 e 2006:

"Em 2006, começamos a reunir material para a reedição de “Ignorance” e “Surf Nicarágua”. Foi divertido nos reunirmos e fazer coisas do Sacred Reich. Na época queríamos saber se alguém estaria interessado em fazermos alguns shows. Como eu tenho alguns contatos com promotores de festivais na Europa entrei em contato e eles fizeram-nos algumas ofertas. Nós ficamos surpresos que alguém ainda se importava com o Sacred Reich depois de dez anos. Tivemos a sorte de fazer alguns shows desde então."


Com o Sacred Reich Phil sempre deixou bem explicito sua guerra contra a política, não tendo de fato papas na língua, e nos dois primeiros trabalhos “Ignorance” e “The American Way” ficou claro toda sua repulsa como o mesmo explica:


"Eu sempre me interessei por política e eventos que estavam moldando o mundo em que vivemos. Ser um adolescente irritadiço, e vendo as injustiças ao redor do mundo me fez escrever algo a respeito disso. Era real."


O Sacred Reich sempre foi uma das bandas mais pedidas em solo brasileiro, e algo que parecia impossível se tornou realidade, já que a banda estará em tour pelo Brasil em fevereiro.

"Estamos muito animados para finalmente ter a oportunidade de tocar no Brasil! Eu não diria que temos alguma expectativa, mas os fãs têm uma reputação de serem muito entusiasmados. Estamos muito felizes em vir tocar no Brasil, bem como os shows no Peru e no Chile. Vai ser fantástico. E eu não acho que nós podemos surpreender alguém com nosso set-list. Nós não temos muitos álbuns! Nós tocamos principalmente os discos que fizemos com o Greg (bateria). Você pode ter certeza de ouvir 'Death Squad', 'Surf Nicaragua' e 'The American Way'."

"Olhando para trás, há sempre coisas que você acha que poderiam ter sido melhores, mas os álbuns são registros de um determinado lugar e tempo."

Voltando um pouco no passado, em 1993 os americanos lançavam “Independent”, disco este que marca um novo rumo na sonoridade da banda, que continua agressivo, mas mais variado e com composições mais maduras, sendo considerado por muitos o melhor álbum do Sacred Reich, e Phil fala sobre essa época, mas descorda sobre ser o melhor:

"O processo criativo é sempre o mesmo. Tentamos escrever as melhores músicas que refletem onde estamos no momento. Foi ótimo trabalhar com Dave Jerden em “Independent”. Aprendemos muito sobre a gravação e ele conseguiu uma grande sonoridade para o disco. Eu não sei qual é o nosso "melhor" álbum, mas acho que quando gravamos “The American Way” nos tornamos quem somos, se isso faz sentido."


São vinte anos de história onde muitas coisas rolaram, e Phil comenta se há algum arrependimento neste caminho até o momento:

Olhando para trás, há sempre coisas que você acha que poderiam ter sido melhores, mas os álbuns são registros de um determinado lugar e tempo. Tudo se soma até onde estamos hoje. Dito isto, embora eu adore a idéia e a “horn section” em "31 Flavors", "The American Way" teria sido um registro melhor sem ele.

Entrevista por: Renato Sanson
Tradução: Marcello Camargo

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