Vinda
de Salvador do Sul (pouco mais de 100 km da capital, Porto Alegre), a banda
Blue Label foi a responsável pelos primeiros acordes do palco. Fizeram uma
apresentação para um público bem restrito, devido ao horário. Não é uma tarefa
fácil de realizar com êxito, abrir o show para uma lenda, neste caso o Deep
Purple. A maioria dos fãs não se preocupam em prestigiar as bandas de abertura,
mas como todo mecanismo perfeito necessita sincronia, a abertura do show é uma
parte necessária para que se faça completa a noite. O Road to Metal esteve lá
desde os minutos inicias para tentar contar como tudo aconteceu na noite de 15
de novembro de 2014 (sábado). Noite esta em que o Araújo Vianna recebeu a apresentação dos britanicos em Porto Alegre.
A velha casa e os filhos.
Primeiramente
gostaria de pontuar sobre o local que acolheu o Deep Purple, Blue Label e fãs. O auditório Araújo Vianna, já
famoso por abrigar grandes nomes do Rock no passado, pós-reforma apresenta uma
estrutura digna de mérito. O anfiteatro oferece acesso total para o público,
mesmo para os fãs que apresentam necessidades especiais. As arquibancadas com
espaços muito bem distribuídos e isso permite assistir ao show com
tranquilidade. Os banheiros são muito bem projetados e acessíveis. O palco está
elevado a uma altura bem razoável e mesmo quem está sentado na primeira fila tem
uma visão total do mesmo. A nova cobertura facilita a acústica do local e
distribui muito bem a sonoridade e mesmo as nuances mais sensíveis podem ser
percebidas. Nos do Road to Metal, agradecemos pela recepção e pelo tratamento
que nos foi direcionado, e esse reconhecimento nos abastece de combustível para
seguir em frente nessa estrada. Nada é como era antes, e mediante a nova
situação e cultura contemporânea, os velhos filhos a casa tornam.
E no início, era a música.
A
BLUE LABEL começa a apresentação timidamente e sem muita pretensão. Motivos?
Podemos arriscar que, fazia parte do desempenho entrar despretensiosamente e
provocar o público de forma crescente durante o show. Podia ser a
pressão de estar abrindo o show do Purple. O fato é que foi uma agradável
surpresa ver a Blue Label arrancar alguns headbangs do público presente. Um set
muito bem selecionado trouxe grandes clássicos do velho Rock e músicas
autorais. Desde 2007 (última vez que vi a banda ao vivo) até a noite de ontem,
o grupo mostrou que não esteve parada durante esse tempo. Christian
continua solando perfeitamente. Mateus Kremer apesar de não usar um bumbo duplo
está mais rápido e mais técnico e Dani aperfeiçoou a técnica vocal
sensivelmente e abusou dos agudos no velho Led Zeppelin de maneira perfeita.
Parabéns para todos da banda, fizeram uma apresentação perfeita e mereceram cada segundo no palco que antecedeu uma lenda. Apesar do público restrito, a BLUE LABEL apresentou as primeiras músicas para o astro maior da nossa galáxia. Devido o horário de verão, o sol ainda estava no céu quando começaram, mas a troca foi justa. Assim que o astro-rei foi enviado para outro hemisfério, o público já “infestava” o auditório do “Araújo” para sentir o clima das musicas derradeiras nesta noite. E como tudo que é bom dura pouco, estava na hora de deixar o palco para assumir lugar entre os mortais. Deixando o mesmo para o Deep Purple nos conduzir em uma viagem entre décadas de uma era inteira do Rock N’ Roll. Sendo assim, a banda finaliza ao som de palmas!
Parabéns para todos da banda, fizeram uma apresentação perfeita e mereceram cada segundo no palco que antecedeu uma lenda. Apesar do público restrito, a BLUE LABEL apresentou as primeiras músicas para o astro maior da nossa galáxia. Devido o horário de verão, o sol ainda estava no céu quando começaram, mas a troca foi justa. Assim que o astro-rei foi enviado para outro hemisfério, o público já “infestava” o auditório do “Araújo” para sentir o clima das musicas derradeiras nesta noite. E como tudo que é bom dura pouco, estava na hora de deixar o palco para assumir lugar entre os mortais. Deixando o mesmo para o Deep Purple nos conduzir em uma viagem entre décadas de uma era inteira do Rock N’ Roll. Sendo assim, a banda finaliza ao som de palmas!
Num Céu Roxo Profundo.
Os
lendários preparam o público, para uma entrada triunfal ao som de “Mars, the
Bringer of War” – musica instrumental com carga de tensão e adrenalina intensa,
compõe parte da suíte “PLANETAS” de Gustav Holst - Como se a adrenalina que os
fãs já estavam conduzindo pelo corpo, já não fosse o suficiente.
“♪Nobody gonna take my car;
I'm gonna race it to the ground♫…”
E
quem teria essa coragem Ian? E dessa maneira o Deep Purple brinda o início do
show.
Do
aclamado Machine Head a mão no
microfone chega ao som de “Highway Star” elevando a euforia para o top do
medidor desde o início. Em seguida o
Purple atira todos ao fogo com a “Into the Fire” do Deep Purple In Rock, Ian Gillan, desde 1968 no vocal entre
intervalos de saída, ainda preserva muito da vitalidade do velho rockeiro old
school e sabe muito bem como conduzir uma plateia.
Com
quarenta e seis anos de idade, somente de estrada, o Deep Purple que vimos na
noite do dia 15/11 é um dos responsáveis pelo muito do que conhecemos
que é feito no Rock pesado até hoje. Ao lado do Black Sabbath e do Led
Zeppelin, formam a “Santa Trindade do Metal e do Hard Rock”.
Pois
dessa maneira, quem esteve no Araújo Vianna, pode se considerar um abençoado! A noite segue com mais uma do mesmo disco,
desta vez a “Hard Lovin' Man”, mas uma nova explosão de energia eclode aos
primeiros riffs da “Strange Kind of Woman” do disco Fireball. Do trabalho mais recente, Now What? – álbum que impulsiona a turnê – vem a “Vincent Price”,
densa e pesada.
A
noite já havia tomando conta e o céu transitório roxo profundo tornara-se negro
em companhia das estrelas. Dentro do Araújo Vianna, cinco estrelas, Ian Gillan, Roger Glover, Ian Paice, Steve
Morse e Don Airey, iluminavam
uma plateia que apresentava idades com menos de uma década e outra parte
composta de fãs com muitas décadas. Todos conquistados com a simpatia do velho
Gillan, que sempre que podia interagia e trocava algumas palavras com o
público.
Essa
mesma simpatia também era compartilhada com os companheiros de banda. Sempre
que acontecia um solo, Gillan fazia questão de dar alguns passos mais para o
fundo do palco e deixar os holofotes iluminarem os solistas momentâneos. Penso
que ele estava na realidade curtindo ali no fundo, muitas vezes flagramos
ele cantarolando baixinho e arriscando uns passinhos acanhados chacoalhando a “Pandeirola”
na mão, entre um sorriso e outro.
Na
sequencia “Contact Lost”, “Uncommon Man” e “The Well-Dressed Guitar”, com essa
última mencionada Steve Morse deixou bem claro, no solo, que não precisa
abusar da velocidade para mostrar virtuosidade e despejou conhecimento,
precisão e musicalidade. Em seguida é
hora de falar de Lúcifer e seus amigos, sim “The Mule” e seu famoso riff gordo
e embalado da guitarra.
Momento
maior para os percussionistas de plantão, quando o Ian Paice, relembra a década de 70 no solo de bateria. Paice está
diferente em alguns aspectos, o cabelo recebeu a marca do tempo, existe uma
barriguinha que antes não existia e a velocidade talvez (veja que escrevi
“talvez”) não seja a mesma. O que permaneceu? A experiência, os óculos escuros e
a força com que Paice espanca as peles. Ao final do solo o baterista é saudado
com uma onda calorosa de aplausos e assovios (isto também não mudou desde os anos 70).
Um
show milimetricamente perfeito, que em seguida veio “Lazy” (mais uma de Machine Head) e “Hell To Pay” do novo álbum, que antecedeu um dos momentos
mais marcantes do show e da vida de quem vós escreve. As apresentações do
Purple sempre foram marcadas por diversos solos e improvisos, e este show não
fugiria a regra, então era hora do mestre Don
Airey dar seu show particular com seu Hammond.
O
que seria apenas mais um excelente solo acabou se transformando em algo
extremamente emocionante, inesperado e marcante para o resto da vida, pois ao
final de seu solo Don puxa de forma magistral o Hino rio-grandense, o que
fizeram muitos chorarem, ficarem de boca aberta e claro cantar com toda emoção
o Hino de nossa terra querida. Algo no mínimo inesquecível, e para deixar ainda
a emoção pulsante, Mr. Airey puxa a intro de um dos maiores clássicos do
Purple, sim ela, “Perfect Strangers” levando de vez o Araújo Vianna ao ápice da
adrenalina.
E
antes do final da primeira parte do show mais duas do clássico Machine Head – “Space Truckin’” e
certamente seu maior clássico comercial “Smoke on the Water” fazendo todos se
levantarem e tomarem a pequena grade que separava o público do palco.
Após
o tradicional “final fake” o Deep Purple retorna e os covers de “Green
Onions” e “Hush” entram em cena, com destaque total ao duelo entre Steve Morse
e Don Airey, que ao meio de tantos improvisos mostram uma virtuosidade e
entrosamento fora do comum.
Todos
sabiam que o final do show estava se aproximando, mas faltava o lendário Roger
Glover fazer seu solo e despejar todo seu conhecimento nas quatro cordas de seu
baixo, vendo-o tocar parece tudo tão fácil e simples, uma naturalidade abismal,
sem contar seu carisma com os presentes, que quando menos esperavam “Black
Night” estava moldada e dando a tona final ao espetáculo com todos cantando
junto, mostrando muita emoção e satisfação.
Não
há o que dizer, pois foi uma noite mágica, beirando a perfeição com fãs de
diversas idades curtindo, cantando e se emocionando. Chegamos a concepção
que sim, o Deep Purple tem muita lenha para queimar ainda, pois deram uma aula
do verdadeiro Rock N’ Roll.
Cobertura por: Uillian Vargas/Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson
Um comentário:
Eu realmente me senti assistindo ao show, com todo o entusiasmo do Uillian!
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