Resenha: Persevera - Genesis

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.0/10.0

Como forma de organizar sua discografia, facilitando assim a vida dos seus fãs, a banda PERSEVERA soltou no final do ano passado o seu debut "Genesis", que reúne absolutamente todos os seus Singles lançados, desde os primórdios da sua carreira. A banda apresenta, em todas elas, um Metal que tem uma mescla de modernidade com algo mais old school, sempre privilegiando o peso em detrimento da velocidade. De fato, espere algo na condução de nomes como Black Sabbath, Memento Mori, Candlemass e Solitude Aeturnus, por aqui!

O maior problema aqui é se as músicas não conversassem entre si, por serem de épocas distintas, mas felizmente não é isso que acontece! "Genesis" é bem fechadinho, muito bem conectado, com todas as canções meio que se complementando. Isso deve ter dado bastante dor de cabeça para os seus compositores, mas o mais importante é que funcionou demais e, por consequência acabou por ganhar a minha mais completa admiração! A arte de capa é simples, porém certeira e de muito bom gosto, já a produção não é um dos destaques, mas não compromete a qualidade das composições, as quais destaco "A Waste of Time” e “My Curse”. Aliás, aproveitando as citações, bem que ambas poderiam ganhar versões em videoclipes! Acredito que mereçam muito, porque facilmente estas se sobressaem com relação as demais.

"Genesis" foi lançado no país pela MS Metal Records, que vem desempenhando uma produção massiva deste conteúdo. Foi em virtude deste trabalho, que já havia conhecido a banda, mesmo antes deste disco chegar em minhas mãos. Que continuem neste ritmo, para que novos e maiores passos sejam dados na carreira da PERSEVERA! Primeiro capítulo escrito com louvor?! Check!

Resenha: Vesperaseth - Nebro

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.0/10.0

Bati o olho nesta arte e lembrei do gênio Carlos Fides! Fui pesquisar e estava completamente certo no meu achismo cru! Só por isso, esses caras da VESPERASETH já ganharam dois pontos comigo. Recebi o CD físico dos caras da MS e, a despeito de ser um CDr, gostei bastante do acabamento. Só acho, e apenas acho, que por tudo que este “Nebro” tem, merecia um CD prensado em fábrica, com uma durabilidade bem maior. Mas não se iluda, as críticas param por aqui, porque este álbum é um verdadeiro arregaço!

Difícil nomear o que esses caras fazem com a sua música, talvez Djent, talvez Progressivo ou talvez apenas Metal. Sem paradigmas, o trio avança por uma complexidade absurda para se apresentar no mercado. Tal personalidade pode afastar os caras do mainstream, contudo, a certeza que não devem nada a ninguém parece impulsioná-los! Falo isso porque o VESPERASETH não parece com nada, e isso pode ter o seu lado positivo e/ou negativo. Portanto, eu não vou cometer o erro de dar referências, até porque, eu realmente prefiro que o fã por si só tente entender a proposta, porque até pra mim, foi bem difícil.

A produção enaltece os graves, tornando tudo muito pesado, com um tom bem moderno, vanguarda! Para os mais puristas, acho que não conseguirão passar da faixa dois, mas para os de mente aberta, “Nebro” se torna um convite para o obscuro, algo que pode acrescentar e muito ao vocabulário de qualquer pessoa. 

Hastur” e “Azathoth” foram as que mais gostei e as que julgo mais inteligíveis, mas confesso que ainda estou digerindo as demais. Sim, o CD ainda não saiu do meu aparelho de som, e vou mantê-lo lá por muito tempo ainda!

A atual gravadora dos caras no Brasil nos garantiu que já estão trabalhando em novas canções, o que me deixou bem animado! Espero muito que o VESPERASETH seja reconhecido dentro e fora do país, pelo seu talento e pela ousadia de fugir do senso comum!

Ouça no Spotify 

Resenha: Payout - Tales from the Cactus Crypt

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 09.0/10.0

O EP “Tales from the Cactus Crypt” considero como um belo presente aos fãs do Heavy Metal oitentista, concedido por estes batalhadores da PAYOUT. Aqui tudo soa como uma celebração, algo que até emociona o mais rabugento dos bangers. Tudo transpira saudosismo, desde a arte gráfica, passando pela produção e tendo as músicas como a cereja do bolo!

Totalmente produzido no Brasil, “Tales from the Cactus Crypt” é um material bem direto, curto e assume o seu formato de EP da forma mais objetiva possível. São ao todo seis faixas em pouco mais de vinte minutos, mas que me abasteceram na medida certa. 

Sabe quando você vai em um restaurante, pede um prato, e ele te sacia sem deixar você empanturrado? Pois bem, mesmo com esta fraca analogia, foi assim que me senti ao final da minha experiência.

O material é orgânico, acredito que soe propositalmente assim, o que colabora para que o clima com cheiro de naftalina exale a todo momento. Particularmente eu pirei na “Mushroom Priests”, mas todo o conteúdo é muito bem acabado, bem meticuloso, até! 

Então, espere por um Speed Metal veloz, visceral, violenta e que clama por bateção de cabeça desenfreada. Impossível também, não se tornar alcoólatra depois de conhecer estes caras.

“Tales from the Cactus Crypt”está na minha coleção com todo carinho e respeito do mundo! Ótimo ver que existem bandas no nosso país, que conseguem manter a chama do verdadeiro Metal viva, atuante e transbordando vitalidade.

Ouça no Spotify 

Resenha: Phrenesy - Fears Apocalypse

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.0/10.0

E lá vamos nós falar de mais uma banda de Brasília, capital deste controverso país. Se no âmbito político estamos sempre de mal a pior, desde os tempos de Cabral, felizmente, não podemos falar a mesma coisa do cenário musical! Prova viva disso é a banda PHRENESY, que já está há muitos anos ativa e que agora lança o seu segundo petardo, “Fears Apocalypse”.

O material teve uma versão física lançada no exterior e, por estas terras, nos foi prometida a nossa através da Eternal Hatred Records, que já soltou no mercado nomes como o Headhunter D.C., Malefactor, Dark Tower, Lacerated and Carbonized e tantas outras. 

Ou seja, melhor suporte que este, impossível, não é mesmo?! Mas enquanto a nossa bolachinha não chega, estamos aqui avaliando a versão digital de “Fears Apocalypse”. Confesso que odeio arquivos digitais e essas merdas de plataformas de streaming, pois sou old school e Metal precisa ser escutado com um LP, CD ou Tape em mãos. Ainda assim ,posso dizer que o contato com esse material foi muito bom!

O som dos caras é aquele Thrash da antiga escola, vibrante, pulsante e que empolga! “The Truth is all There” e “My Hate is Gonna Speak for Me” são belos exemplos de como fazer um banger sair da linha e procurar um mosh pit. Eu fico aqui imaginando como deve ser um show da PHRENESY, mas não imagino nada menos do que a loucura que são as apresentações das congêneres Violator e Bywar. 

Cada nota aqui soou nervosa pra mim, algo como se os compositores precisassem por pra fora sentimentos que os consomem, o que torna a coisa toda aqui terapêutica, tanto pra quem escreveu quanto pra quem se predispõe a ouvir.

O PHRENESY é o típico exemplo que se o Metal não morreu, o Thrash Metal corre ainda menos risco de padecer! Excelente lançamento e mal vejo a hora para por as minhas mãos neste CD, que promete ter uma edição bem caprichada, com o padrão de qualidade já conhecido do pessoal da Eternal Hatred Records.

Ouça no Spotify