sexta-feira, 21 de abril de 2023

Entrevista: Federica "Sister" De Boni (White Skull)



Fundado em Vicenza, Itália, no final dos anos 80, o White Skull tem mais de três décadas dedicadas ao Heavy Metal, lançando onze álbuns de estúdio, sendo o mais recente "Metal Never Rusts" (2022), que foi composto durante o período em trabalhavam em sua biografia, "The Soul of the Skull", tendo suas canções inspiradas na história da banda e no amor ao Metal. (English Version)

Para falar um pouco sobre o livro, o novo álbum e a história do White Skull, conversamos com a vocalista Federica "Sister" De Boni, que apesar de ter ficado fora da banda por um período, esteve junto com o guitarrista e fundador Tony Fontò nos primeiros anos do grupo, gravando grandes discos como "Tales From the North" (99), lançado mundialmente pela Nuclear Blast.
confira abaixo e sinta a "alma da caveira"!



RtM: Olá Federica, obrigado pela gentileza em nos conceder esta entrevista para o Brasil. Vamos começar falando do novo disco, claro, "Metal Never Rusts", que acabou sendo composto durante a pandemia e inspirado no livro sobre a banda que estava sendo escrito. Quero dizer, depois de álbuns falando sobre os povos nórdicos, Roma, Egito, este fala sobre a banda e seu amor pelo Metal.
Federica Sister
: Como você já mencionou, o álbum é inspirado no livro “The Soul of the Skull”, que é a biografia da banda publicada recentemente. Como você pode imaginar, resumimos muitos anos de música e experiências pessoais em cerca de 400 páginas. 

Ao mesmo tempo, o novo álbum estava sendo preparado. Achei que seria perfeito colocar em letras nossa história para complementar o livro e expressar em música nossos sentimentos sobre o que se tornou o condutor de nossas vidas.

No momento, o livro está disponível apenas em italiano, portanto, o álbum permite que todos os nossos fãs conheçam o White Skull e nossa história da maneira que melhor contamos: na música.

Cada música tem vários temas encadeados nela. É assim que eu gosto de escrever minhas músicas. Podemos entrar em mais detalhes mais adiante nesta entrevista.



RtM: Bem, a faixa-título já mostra que o ouvinte terá um ótimo álbum de Heavy Metal para ouvir, e com as marcas do White Skull. Uma trilha épica! Metal nunca enferruja para quem vive o estilo com alma e coração, certo? Foi isso que senti quando ouvi a música. Conte-nos mais sobre a faixa-título.
FS: Metal Never Rusts é uma confissão de coração aberto e ao mesmo tempo a celebração de passar pela vida com a mentalidade de um Metalhead. Eu queria descrever como o Metal é a fonte de energia do dia a dia, o analgésico quando preciso e a pessoa que sou.


RtM: E sobre a arte da capa? Acredito que a guerreira da capa é você, já que o álbum é inspirado na história da banda e você é a vocalista, e quando se fala em White Skull a primeira pessoa que vem na cabeça da grande maioria é você.
FS: Sim, correto. Esta arte foi realmente montada no último minuto com o artista que a criou. Assim que concordamos que minha imagem de guerreira fosse colocada na capa, solicitei que fotos individuais dos membros da minha banda também fossem adicionados ao livreto


RtM: No álbum temos arranjos de voz muito bons, ótimos refrãos, acho que as vozes receberam um cuidado extra neste álbum. Eu acredito que você teve uma de suas melhores performances.
FS: Obrigado Carlos. Desta vez decidi ser direta e talvez menos melódica do que nos álbuns anteriores. Isso está de acordo com a música e o tema geral do álbum. Trouxemos de volta alguns dos grandes refrãos que usamos em "Tales from the North" e "Public Glory, Secret Agony" porém, desta vez a voz principal mantém sua identidade e definição.

Estou feliz com o resultado geral dos arranjos de voz, embora, quando ouço o álbum, sempre possa pensar em outra coisa que poderia ter gravado. Mas acho que isso é coisa de todo músico.


RtM: E sobre o livro? Já existem contatos para lançamentos em outros países?
FS: Neste momento estará disponível em inglês. Uma tradução profissional exigiria bastante orçamento e tempo que atualmente não temos.



RtM: Falando um pouco sobre as músicas, "Pay to Play" imagino que vocês já passaram e também conhecem bandas que passaram por situações onde oportunidades foram oferecidas, mas com um custo. A citação do tema principal do filme “O Poderoso Chefão” acho que mostra o que você pensa sobre essas situações.
FS: Como você notou, as letras são bem diretas e descrevem claramente qual seria a situação típica. A condenação também é muito clara. As bandas deveriam subir no palco por mérito, mas simplesmente não é assim que funciona o show business (antes conhecido como music business). Então bandas vamos apenas escrever músicas e tomar cuidado com os lobos lá fora.


RtM: "Skull on The Closet" é um Heavy Metal muito legal, rápido, com melodia e ótimos coros. Conte-nos um pouco mais sobre isso, e se às vezes é realmente melhor deixar os esqueletos no armário?
FS: "Skull in the Closet" tem vários tópicos relacionados à letra. A primeira é a CONFIANÇA. Nossa banda passou por vários desafios ao longo dos anos e a confiança desempenha um grande papel no relacionamento entre os membros. O segundo é SEGREDOS: quem não tem um? E deve ser conhecido e por quem? Novamente, às vezes os segredos devem ficar no armário!

Terceiro é CONSPIRAÇÃO por terceiros. Na verdade, esta é uma história que não incluímos no livro, mas me diverti escrevendo a história em vídeo com ela em mente. Eu também adicionei o conceito de ETERNIDADE. No vídeo, os membros da banda são roubados do mundo dos vivos para ficarem presos para sempre neste armário paranormal… para sempre!!!!


RtM: Temos um momento de mais calma com "Weathering The Storm", que pensei ser Chris Boltendahl como convidado no dueto vocal quando a ouvi pela primeira vez. Conte-nos sobre essa música e sobre o dueto.
FS: Na verdade, Chris está  cantando em dueto somente em "Scary Quiet". Em "Weathering the Storm", eu canto com Tony, Valentino e Jo. A música descreve o vínculo entre os membros da banda.



RtM: Uma das minhas favoritas é "Scary Quiet", com seu riff e refrão marcantes, incluindo coros grandiosos. Conte-nos mais sobre ela e o tema da letra.
FS: "Scary Quiet" é sobre a Pandemia e o "silêncio" que se seguiu. Enjaulados dentro das paredes de nossas casas, sentíamos falta de nossa música alta e poderosa.

Enquanto mixava o álbum Chris Boltendahl se ofereceu para participar de uma música e ele escolheu essa. Estamos muito gratos pela amizade de Chris e pela co-produção deste álbum.


RtM: Sobre a parceria com o Boltendahl, ela vem de longa data, com ele produzindo "Tales from The North", e também influenciou no fechamento do contrato com a gravadora ROAR! Conte-nos mais sobre essas parcerias, com a Boltendahl, e esta mais recente com a ROAR! que acredito ter sido muito positivo, com boa divulgação, produção de vídeos muito bacanas.
FS: Na verdade, Tony manteve um contato próximo com Chris ao longo dos anos. Ultimamente isso levou ao contrato com a gravadora ROAR. Procurávamos muito um selo com presença internacional e estamos muito satisfeitos por ver como continua a crescer e a recrutar excelentes bandas.


RtM: Conheci a banda através do álbum "Tales from The North", e ele e "Public Glory, Secret Agony" acredito que foram os trabalhos que levaram o White Skull a outro patamar e a um público maior. Conte-nos um pouco sobre a importância desses dois álbuns para você.
FS: "Tales from the North" (99) nos trouxe a Nuclear Blast. Naquela época, este era o Olimpo do Metal.
Com tamanha visibilidade nossa banda ficou conhecida em vários países. 

Logo depois lançamos "Public Glory Secret Agony" (00), mas dessa vez pelo selo do Udo Dirkschneider. Esses foram de fato os anos em que o White Skull atingiu o maior sucesso.


RtM: Acredito que esse período foi bastante marcante para você em termos de reconhecimento, oportunidades de shows e festivais. Conte-nos sobre esse período e quais fatos você considera mais marcantes.
FS: Estávamos constantemente ensaiando, tocando e escrevendo novas músicas. Fizemos turnês com o Grave Digger e participamos de grandes festivais. Não durou muito para mim, pois decidi sair logo após o lançamento do PGSA. Na verdade, a banda aproveitou o sucesso desses álbuns por um bom tempo. Bem, para dizer a verdade, acho que o White Skull ainda é reconhecido e comparado a esses álbuns até hoje.



RtM: Você teve que se separar do White Skull em 2000, deve ter sido difícil deixar a banda, numa época em que vinha de dois álbuns muito elogiados. A banda continuou, mas muitos fãs sentiram falta de sua voz e presença a frente do White Skull.
FS: Chegou a um ponto em que eu não conseguia acompanhar tudo. Trabalho, família e banda. Todas essas coisas me exigiam demais. Tínhamos dois ótimos álbuns, mas os resultados não corresponderam às minhas expectativas ou onde eu gostaria de ter chegado. 

Alguns desentendimentos com a banda criaram certa distância entre nós e ajudaram na minha decisão. Eu gostei da voz de Gus e do estilo dele cantar, mas eu entendo o sentimento de um fã.


RtM: Como foi a vida nos EUA, você morou na Geórgia, não é? Foi difícil se adaptar? Quais as coisas que você mais sentiu falta?
FS: Sim, morei na Geórgia, EUA, por quase sete anos. A vida era diferente, mas boa. Mas não há muita cena Heavy Metal! Eu morava no sul do país com muito espaço ao meu redor. Eu amava a natureza, mas a longo prazo eu realmente senti a solidão e sentia falta de escrever música.


RtM: Alguns anos depois você voltou para a Itália e para a banda. Conte-nos como foi essa retomada, e sobre a composição do álbum "Under This Flag". Acho que com a parceria de anos com Tony Fontò, deve ter fluido naturalmente o seu retorno às atividades com a Banda.
FS: Eu estava planejando meu retorno à Itália quando recebi um e-mail informando que o vocalista do White Skull os havia deixado. A banda estava procurando por um novo vocalista e levaria muitos meses até que eu realmente voltasse para a Itália.

Tony e eu conversamos e descobrimos uma maneira de trabalhar no novo álbum à distância. Então escrevemos as músicas e as letras de "Under this Flag". Ao retornar, estávamos prontos para gravar e eu estava de volta ao microfone.



RtM: Como foi o retorno aos palcos? Durante o período nos EUA, você conseguiu fazer algo relacionado à música?
FS: Enquanto estava nos Estados Unidos, não tive nenhum projeto musical. Depois de dez anos, pensei que seria difícil estar no palco, mas não foi tão ruim quanto pensei. Com certeza eu precisei praticar para ter minha voz de volta a forma. Esses gritos não são tão fáceis quanto parecem (risos).


RtM: E falando mais sobre suas preferências pessoais, conte-nos como foi seu início na música, quem foram suas principais influências e incentivadores. Como foi sua primeira experiência com uma banda e no palco?
FS: Comecei a tocar em uma banda quando tinha quinze anos. Tocávamos covers e escrevemos algumas músicas próprias. Meus primeiros ídolos foram Blackie Lawless, Alice Cooper, Ronnie James Dio e Dee Snider.

O palco é sempre assustador. Bem, pelo menos a primeira música é, até a adrenalina começar a bater. Fiz meu primeiro show na frente do pessoal da minha cidade. Muitos amigos lá e, na verdade, foi quando um membro do White Skull me viu e mais tarde me pediu para fazer um teste com eles.


RtM: Além do Metal, existe algum outro estilo musical que você goste de ouvir? Algumas músicas e artistas que podem surpreender-nos?
FS: Eu tenho um amplo espectro de preferências musicais. Vai do Black Metal ao Metal Industrial. De Michael Jackson a Andrea Bocelli. Mas no fundo eu aprecio grandes vozes e boas canções.
A música não deve ser objeto de preconceito
.



RtM: Federica, obrigado pela entrevista, mais uma vez parabéns pelo álbum, esperamos te ver na estrada!
FS: Obrigado a todos pela boa conversa e aproveitem nosso novo álbum "Metal never Rusts"!

Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: White Skull archives


White Skull is:
Federica "Sister" De Boni - Vocals
Tony "Mad" Fontò - Guitars

Valentino Francavilla – Lead Guitar

Alexandros Muscio – Keyboards

Jo Raddi – Bass

Alex Mantiero – Drums


White Skull Linktree





Interview: Federica "Sister" De Boni (White Skull)

 


Founded in Vicenza, Italy, in the late 80's, White Skull has more than three decades dedicated to Heavy Metal, releasing eleven studio albums, the most recent being "Metal Never Rusts" (2022), which was composed during the period in which they até writing their biography, "The Soul of the Skull", having their songs inspired by the band's history and the love of Metal.  (Versão em português)

To talk a little about the book, the new album and the history of White Skull, we spoke with The front-woman Federica "Sister" De Boni, who although was out of the band for a period (, was together with guitarist and founder Tony Fontò in the first years of the group, recording great albums like "Tales From the North" (99), released worldwide by Nuclear Blast.

Well, put the album to play, check the interview below and feel the Soul of The Skull!


RtM: Hello Federica, thank you for your kindness in granting us this interview for Brazil. Let's start talking about the new album, of course, "Metal Never Rusts", which ended up being composed during the pandemic and inspired by the book about the band that was being written. I mean, after albums talking about Nordic peoples, Rome, Egypt, this one talks about the band and Your love for Metal music.

Federica Sister: As you mentioned already the album is inspired by the book “The Soul of the Skull” which is the recently published band biography. As you can imagine we summarized many years of music and personal backgrounds in some 400 pages.


At the same time the new album was in the pipeline. I thought it would have been perfect to put in lyrics our story to complement the book and express in music our feelings about what has become the driver of our lives.


Right now the book is only available in Italian therefore the album allows all our fans to know about White Skull and our story the way we tell it best: in music.


Each song has several themes threaded in it. That´s how I like to write my songs. We might go into more details further down this interview.


RtM: Well, the title track already shows that the listener will have a great Heavy Metal album to listen, and with the White Skull trademarks. An epic track! Metal never rusts for those who live the style with soul and heart, right? That's what I felt when I heard the song. Tell us more about the title track.

FS: Metal Never Rusts is an open hearted confession and at the same time the celebration of going thru life with the mindset of a Metalhead. I wanted to describe how Metal music is the source of everyday energy, the painkiller when I need one and the person I am. 


RtM: And about the cover art, believe that the warrior on the cover is you, since the album is inspired by the band's history and you are the frontwoman, and when talking about White Skull the first person that comes to mind for the vast majority is you.

FS: Yes, correct. This art cover was really put together last minute with the cover artist.  Once we aggred my warrior image was being put on the front cover I requested individual portraits of my band members to be also added to the booklet.


RtM: There are Very good Voice arrangements, great choruses, i think The voices received an extra Care on this album. I believe you had One of Your best performances.

FS: Thank you Carlos. This time I decided to be direct and maybe less melodic than the previous albums. This in line with the music and the overall album theme. We brought back some of the big choruses we used in "Tales from the North" and Public glory, secret agony however, this time the main voice keeps its identity and definition. 


I am happy with the overall result of the voice arrangements even though, when I listen to the album I can always think of something else I could have recorded. But I guess that is the thing of every musician.


RtM: And about the book? Are there already contacts for launches in other countries?

FS: At this time it will be available in English language. A professional translation would require quite a budget and time we currently don´t have.


RtM: Speaking a little about the songs, "Pay to Play" I imagine that you have been through and also know bands that have gone through situations where opportunities were offered, but at a cost. The citation of the main theme of the movie "Godfather" I think it shows what you think about these situations.

FS: As you noticed the lyrics are pretty straight forward and clearly describing what the typical situation would be. The condemnation is also very clear. Bands should get on the stage for merit but that´s simply not the way this show business works (once known as music business). So bands let´s just write music and watch out for the wolves out there. 


RtM: "Skull on The Closet" is really cool, fast Heavy Metal with melody and great choirs. Tell us a little more about it, and if sometimes it's really better to leave the skulls on The Closet?

FS: "Skull in the Closet" has several topics threaded into the lyrics. First one is TRUST. Our band has gone thru several challenges throughout the years and trust plays a big role in the relationship between the members. Second is SECRETS: who doesn´t have one? And should it be known and by who? Again, sometimes secrets shall just stay in the closet!


Third is CONSPIRACY by a third party. This is actually a story we did not include in the book but I had fun writing the video story with this one in mind! I also added the concept of ETERNITY. In the video the band members are stolen from the world of the living to be forever trapped in this paranormal closet…forever!!!!


RtM: We have a moment of more calm with "Weathering The Storm", which i thought was Chris Boltendahl as a guest on the vocal duet when i have heard it for the first time. Tell us about this song and about the duet.

FS: Chris is actually only singing in duet in Scary Quiet. In Weathering the Storm, I sing with Tony, Valentino and Jo. The song describes the bond within the band members.


RtM: One of my favorites is "Scary Quiet", with its striking riff and chorus, including grandiose choirs. Tell me more about It and the lyrics.

FS: "Scary Quiet" is about the Pandemic and the “silence” that followed up. Caged up within the walls of our houses we missed our loud and powerful music. 

While mixing the album Chris Boltendahl offered to participate to a song and he picked this one. We are really grateful for Chris friendship and co-production of this album. 


RtM: About the partnership with Boltendahl, it has been going on for a long time, with him producing "Tales from The North", and also had an influence on the closing of the contract with the label ROAR! Tell us more about these partnerships, with Boltendahl, and this most recent one with ROAR! which I believe has been very positive, with good publicity, production of very cool videos.

FS: Indeed, Tony has maintained a close contact with Chris throughout the years. Lately this lead to the contract with the label ROAR. We were very much looking for a label with an international presence and are really pleased to see how it is still growing and recruiting excellent bands.


RtM: I got to know the band through the album "Tales from The North", and it and "Public Glory, Secret Agony" I believe were the works that took White Skull to another level and to a larger audience. Tell us a little about how important these two albums are to you.

FS: "Tales from the North" brought us to Nuclear Blast. Back then this was the Olympus of Metal.

With such visibility our band was known in many countries. Soon after we released "Public Glory Secret Agony", but this time under Udo Dirkschneider label.

Those were indeed the years when White Skull hit the highest success. 


RtM: I believe that this period was quite remarkable for you in terms of recognition, opportunities for concerts and festivals. Tell us about that period and what facts you consider most remarkable.

FS: We were constantly rehearsing, performing and writing new songs. We toured with Grave Digger and participated in big festivals. It didn't last long for me as I decided to leave no long after the release of PGSA. Actually the band enjoyed the success of those albums for quite a while. Well, to be true, I guess White Skull is still recognized and measured against those albums to these days. 


RtM: You had to part ways with White Skull in 2000, it must have been hard to leave the band, at a time coming off two highly praised albums. The band continued, but many fans missed Your voice and presence fronting White Skull.
FS: It came to a point where I could not keep up with everything. Work, family and the band. All very demanding. We had two great albums but the results were not up to my expectations or where I wished for a better say. Some disagreements with the band created some distance between us and helped my decision to go. I did like Gus' voice and singing style however I do understand the feeling of a fan.   



RtM: How was life in the USA, you lived in Georgia, didn't you? Was it difficult to adapt? What things did you miss the most?
FS: Yes, I lived in Georgia USA for almost seven years. Life was different but good. Not much metal scene though! I was living in the south of the country with lots of space around me. I loved the nature but in the long term I really felt the solitude and missed writing music. 


RtM: A few years later you returned to Italy and the band. Tell us how that resumption was, and about the composition of the "Under This Flag" album. I think that with the partnership of years with Tony Fontò, it must have flowed naturally Your Return to activities with The Band.
FS: I was making arrangements for my return to Italy when I received an email informing me that White Skull singer had left. The band was looking for a new singer and It would have taken many months before I actually would have returned to Italy.

Tony and me had some conversations and figured out a way to work on the new album from the distance. So we wrote the music and the lyrics of Under this Flag. Upon my return we were ready to record and I was back behind the microphone.  


RtM: How was the return to the stage? During the period in the USA, did you manage to do something related to music?
FS: While in the States I did not have any music project. After ten years I thought it would have been hard to be on stage but it wasn´t as bad as I thought. For sure I needed to practice to have my voice back in shape. These screams are not as easy as they sound.



RtM: And talking more about your personal preferences, tell us how your beginning in music was, who were your main influences and encouragers. How was your first experience with a band and on stage?
FS: I started to play in a band when I was fifteen. We were playing cover songs and writing some ourselves. My first idols were Blackie Lawless, Alice Cooper, Ronnie James Dio and Dee Snider. 
On stage it is always scary. Oh well at least the first song is until the adrenaline kicks in. I had my first gig in front of my town people. Lots of friends there and actually that was when one member of White Skull spotted me and later asked me to go for a trial with them.


RtM: Besides Metal, is there any other musical style that you like to listen to? Some songs and artists that might surprise us?
FS: I have a wide spectrum of music preferences. It goes from Black Metal to Industrial Metal. From Michael Jackson to Andrea Bocelli. But bottom line I appreciate great voices and good songs. 
Music shall not be subject of prejudice. 


RtM: Federica, thanks for The interview, once again congratulations for the album, we hope to see you on the road!
FS: Thank you all for the nice chat and enjoy our new album "Metal never Rusts"
!


Interview by: Carlos Garcia
Photos: White Skull archives

White Skull is:
Federica "Sister" De Boni - Vocals
Tony "Mad" Fontò - Guitars

Valentino Francavilla – Lead Guitar

Alexandros Muscio – Keyboards

Jo Raddi – Bass

Alex Mantiero – Drums


White Skull Linktree





terça-feira, 11 de abril de 2023

Cobertura de Show – Def Leppard, Mötley Crüe e Edu Falaschi – 07/03/2023 – Allianz Parque/SP

A vinda do Def Leppard e do Mötley Crüe pela américa latina e, claro, aqui no  Brasil, era projetada logo que eles finalizaram a The Stadium Tour, ano passado, junto com o Poison e a Joan Jett & The Blackhearts. Sem a presença dos dois últimos, Leppard e o Crüe presentearam o público latino depois de anos de espera seguindo praticamente com o mesmo formato da turnê passada, só que com outro nome, The World Tour, que teve o penúltimo giro pelo continente no último dia 7 (terça feira), no Allianz Parque, em São Paulo. Além deles, teve Edu Falaschi como convidado especial.

Vindo de uma bem-sucedida turnê do seu primeiro álbum solo, Vera Cruz, que foi encerrada no dia 21 de janeiro com show no Tokio Marine Hall ao lado da Orquestra Sinfônica Jovem de Artur Nogueira, Falaschi e sua banda teve uma ótima recepção de todos que conseguiram chegar a tempo para poder assisti-los, tendo até que bastante gente nos setores de pista, porém alguns só conseguiram pegar os momentos finais por conta do horário de pico e do trânsito caótico que a cidade enfrentou durante a hora do show.

Com um set curto, a banda, que ainda conta com o tecladista Fabio Laguna, guitarristas Roberto Barros e Diogo Mafra, baixista Raphael Dafras, baterista Jean Gardinalli e os vocais de apoio do Fabio Caldeira (Maestrik) e de Raissa Campos, subiu ao palco, às 18h15, para mandar logo dois clássicos da fase do Edu no Angra: Acid Rain e Heroes of Sand. Do Vera Cruz só deram espaço para a Speed Fire With Fire.  A balada Bleeding Heart teve destaque especial com o público iluminando o estádio com as luzes dos celulares a pedido do vocalista. O fim venho com Nova Era, outra do aclamado álbum Rebirth (2001).

Apesar de ser um estilo totalmente diferente das atrações principais, o público curtiu o que viu e agitou bastante, o que deixou Edu e os demais da banda felizes. Para Edu, que venho do berço do Hard Rock, teve um significado especial. Durante os primeiros momentos, ele falou ser muito fã das duas bandas, principalmente o Def Leppard, a qual cresceu e passou toda a adolescência ouvindo eles nos anos oitenta. Com certeza deve ter sido uma realização e tanto.

Sem brechas para se locomover, a pista – que foi reduzida para estender o palco mais a frente – estava tomada de gente com camisetas do Mötley. Após Requiem in D minor, K. 626, do Mozart, às 19h30, uma espécie de telejornal sobre o show, intitulado MCNN (alusão ao canal CNN), apresentado por Tom Frank, era exibido nos telões antes do Vince Neil, Nixx Sixx, Tommy Lee e John 5, junto das Nasty Habits, arrebatar todo mundo com a trinca de Wild Side, Shout at the Devil e Too Fast for Love com um ótimo som vindo dos PAs e dos timbres matadores dos músicos.

O repertorio, usando as palavras do Vince, abrangeu somente os clássicos – não foram incluídas às músicas do homônimo disco (com John Corabi nos vocais) Generation Swine e do fraco New Tatto. Falando do Vince, que anos atrás sofreu críticas a respeito da sua condição vocal, melhorou um pouco desde que a banda anunciou o retorno em 2019, mas ainda assim longe da sua condição ideal, dependendo ainda de bases pré-gravadas para que tudo saia ok.

Depois de ter dito algumas palavrinhas, Vince pegou o violão para dar andamento com a balada Don’t Go Away Mad (Just Go Away), do álbum do Dr. Feelgood (1989), seguida da pesada Saints Of Los Angeles – faixa título do último e pouco lembrado álbum de estúdio – e temas mais antigos como a rápida Live Wire e a agitada Look That Kill, que estão presentes nos dois primeiros discos, Too Fast for Love (1981) e Shout at the Devil (1982).

Também sobrou espaço para a nova The Dirt (Est. 1981), presente na trilha sonora do filme de mesmo nome, mas sob os artifícios de samplers e da voz pré-gravada de Machine Gun Kelly, que fez participação tanto na faixa quanto no filme interpretando Tommy Lee. Independente de tudo, a música ficou muito legal sendo executada ao vivo.

Carregando a bandeira do Brasil, Nikki, sempre muito simpático, foi até a ponta da passarela para dar a sua saudação. Em meio a esse momento de interação, o baixista chamou uma garota para subir ao palco, que acabou ganhando um bonequinho e uma selfie com o líder da banda. Após isso foi a vez de John 5 roubar a cena para mostrar suas habilidades na guitarra com direito a palinha de Eruption, do Van Halen. John, que durante essa turnê, vem mostrando ser a pessoal ideal para ocupar a ausência do icônico Mick Mars, que no final do ano passado anunciou a aposentadoria dos palcos por conta da espondilite anquilosante, doença que vem enfrentando durante anos. O engraçado foi ele ter pego uma peça intima que uma fã jogou no palco e colocou no pedestal que vinha do alto com crucifixos que se ascendiam e mudava de cor.

Medley de covers com Rock and Roll Part 2 (Gary Glitter), Smokin’ in the Boys Room (Brownsville Station), Helter Skelter (Beatles), Anarchy in the U.K. (Sex Pistols) e Blitzkrieg Bop (Ramones) foi o último momento de êxtase antes de executar Home Sweet Home. Introduzido por Tommy Lee, que também saudou o público enquanto a equipe ajeitava o piano no centro da passarela. Sem perder o bom humor, ele brincou com as garotas pedindo para que mostrassem as suas “titas”, ou melhor dizendo, tetas. E não é preciso detalhar o quanto foi emocionante ver essa balada – uma das melhores da história – sendo executada ao vivo do começo ao fim.

Dr. Feelgood e Same OI’ Situation (S.O.S.), outros dois grandes sucessos da carreira, fez com que a poeira levantasse novamente após o momento de calmaria. Girls, Girls, Girls contou com a presença de dois gigantes e infláveis mulheres robôs nas laterais do palco e da performance das cantoras e dançarinas Hannah Sutton e Ariana Rosado, que compõem o chamado Nasty Habits.

Primal Scream, com uma performance impecável de Sixx, e a energética Kickstart My Heart puseram ponto final na melhor (e inesquecível) apresentação que o Crüe fez em território brasileiro. A banda, que já teve duas passagens aqui no Brasil no extinto Credicard Hall (e hoje Vibra SP), em 2011, e no Rock In Rio, em 2015, tiveram, sem dúvida, a melhor experiência comparado aos shows que fizeram no passado. Que as atividades da banda perdurem por um longo tempo para que eles voltem novamente...

Nunca imaginei que algumas pessoas fossem embora após o show do Mötley Crüe, a confirmação disso foi percebida assim que senti uma certa liberdade na pista premium e de amigos que estiveram no show. Quem se ausentou perdeu um baita show dos ingleses do Def Leppard, outro grande ícone do Hard Rock que sabe como ninguém em fazer shows em grandes arenas e estádios.

Joe Elliot (vocal), Phil Collen e Vivian Campbell (guitarras), Rick Savage (baixo) e Rick Allen (bateria) logo aparecem no palco, às 21h20, assim que o relógio exibido no telão terminou a contagem de seis minutos com Take What You Want, faixa que abre o mais recente trabalho de estúdio, Diamond Star Halos (2022), que não empolgou muita gente. O ânimo só venho na música seguinte, Let’s Get Rocked, e das clássicas Animal, Foolin’ e Armageddon It, que até hoje são músicas que polui qualquer playlist e hard party’s no planeta.

Se Take What You Want não despertou muito impulso, Kick, outra do Diamond Star Halos, não foi diferente, que antes de executa-la, Elliot – que hoje está mais para sósia do Billy do Jogos Mortais – relembrou que as músicas do último disco foram compostas durante a fase de pandemia. Dependendo também de bases pré-gravadas, ele se saiu bem no show em São Paulo e nos anteriores depois do susto do último dia 24 de fevereiro (NT.: Elliot precisou ser internado um dia antes do show em Bogotá-COL).

Love Bites, que virou sucesso aqui no Brasil graças a releitura do Yahoo, atacou os casais apaixonados e solitários, como eu, de dar aquela cafungada de quem estava perto de uma gata. Promisses, do álbum Euphoria (1999), completou a primeira metade do set para que Elliot, Collen, Campbell e Savage pudessem ir à frente da passarela e instalar a calmaria com as acústicas This Guitar e When Love and Hate Collide.

A intensidade voltou de forma rápida com Rocket, mas a serenidade voltou novamente para dar seu penúltimo respiro com a balada Brigin’ On the Heartbreak. Phil Collen – que nunca deixa de mostrar sua forma física mesmo com graus abaixo de zero – e Vivian Campbell esbanjaram toda técnica que tem na guitarra com a instrumental Switch 625, seguida de um rápido solo do guerreiro Rick Allen.

Quem já teve oportunidade de ver o Leppard ao vivo sabe muito bem que boa parte do set só tem músicas do Hysteria (1987), disco que fez elevar o patamar da banda e alcançar o merecido sucesso mundial, e os minutos finais foram dedicados a três músicas desse álbum: a climática faixa título – com direito a ‘Oh, Oh, Oh’ no final –, a emblemática Pour Some Sugar on Me e Rock of Ages, encerrando com Photograph, outra que é indispensável do set da banda, do álbum Pyromania (1983).

O público nunca foi ingente nas poucas vezes que o Leppard e o Crüe estiveram aqui no Brasil, exceto quando tocaram no Rock In Rio. Mas isso tem explicação: ambas as bandas tiveram pouca divulgação em um país onde o Hard Rock é pouco valorizado, apesar ter dado uma crescida nos últimos tempos, mas ainda assim é pouco. Os que estiveram presentes, que pagaram caro o ingresso, e enfrentou o cansaço no dia atípico para shows, foram recompensados com dois espetáculos de dois grandes nomes do gênero.

Deixo meus parabéns para a Live Nation, responsável por ter trazido a turnê aqui para o Brasil apesar de todas as dificuldades, e pela organização do evento como um todo, que não teve nenhum imprevisto e atraso.

 

Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Leandro Almeida Renato Sanson

Edição/Revisão: Renato Sanson

 

Produção: Live Nation

Assessoria de Imprensa: Motisuki PR

 

Edu Falaschi

Acid Rain

Heroes of Sand

Fire With Fire

Bleeding Heart

Nova Era

 

Mötley Crüe

Wild Side

Shout at the Devil

Too Fast for Love

Don’t Go Away Mad (Just Go Away)

Saints of Los Angeles

Live Wire

Looks That Kill

The Dirt (Est. 1981)

Rock and Roll, Part 2 / Smokin’ in the Boys Room / Helter Skelter / Anarchy in the U.K. / Blitzkrieg Bop

Home Sweet Home

Dr. Feelgood

Same OI’ Situation (S.O.S.)

Girls, Girls, Girls

Primal Scream

Kickstart My Heart

 

Def Leppard

Take What You Want

Let’s Get Rocked

Animal

Foolin’

Armageddon It

Kick

Love Bites

Promises

This Guitar

When Love and Hate Collide

Rocket

Bringin’ On the Heartbreak

Switch 625

Hysteria

Pour Some Sugar on Me

Rock of Ages

Photograph