Em 1970, os Beatles comunicaram o encerramento da sua carreira. Cinquenta anos depois, a banda continua atraindo fãs em todo o mundo com suas músicas, que até hoje permanecem relevantes. É fascinante imaginar como seria um reencontro se John Lennon e George Harrison estivessem vivos, mas essa ideia ficará apenas na nossa imaginação.
Paul McCartney, um dos ex-membros sobreviventes ao lado do baterista Ringo Starr, continua exibindo uma energia notável ao reviver o legado da banda nos seus shows. No último mês de outubro, ele regressou ao Brasil para realizar dois espetáculos em São Paulo, onde o primeiro teve todos os ingressos esgotados. Em terra brasilis, ele também passou por Florianópolis e finalizou os três últimos shows da Got Back Tour pela América Latina na Argentina, Peru e Colômbia.
A atmosfera no Allianz Parque era bastante agradável, permitindo que os presentes esquecessem dos problemas provocados pela falta de eletricidade que afetou a cidade após uma tempestade na semana anterior. Ao entrar no estádio, por volta das 19hrs, já se via uma grande quantidade de pessoas de diversas idades, animadas ao som de remixes dos Beatles tocados pelo DJ Chris Holmes, que deixou o palco às 20hrs para dar início a um vídeo sobre a vida de Paul desde o seu nascimento até os dias atuais.
É fácil fazer previsões sobre o que esperar durante as quase três horas de show do Paul, resultantes de comentários desnecessários como “ah, pra que ir novamente se vai ser sempre a mesma coisa?”. No final das contas, aqueles dizem isso acabam indo de qualquer forma. Afinal, é sempre bom ter mais uma experiência para recordar. E para quem nunca teve a oportunidade de vê-lo ao vivo, é sempre preferível ver uma vez do que nunca, não é mesmo?
Vinte e duas das trinta e seis músicas do repertório pertenciam aos Beatles, óbvio. Logo nos primeiros minutos, Paul evocou os tempos gloriosos da Beatlemania com "Can’t Buy Me Love", "All My Loving" e "Got to Get You into My Life", embaladas com as excelentes "Juniors Farm" e "Letting Go" (ambas do Wings), que fizeram o público agitar e dançar nos espaços que tinham na pista.
Além da impressionante seleção musical, merece destaque o cuidado colocado na questão de produção, com telões interativos exibindo vídeos que harmonizavam com a atmosfera de cada música. Um exemplo claro disto foi durante "Let Me In", onde o ritmo marcial da música combinou perfeitamente com o vídeo dos guardas ingleses apresentado nos telões.
Outra coisa surpreendente é a tamanha disposição de Paul McCartney, que não demonstra sinais de cansaço e nem sequer parava para tomar água. E olha que estamos falando de um mero senhor no auge dos seus 82 anos. As pausas ocorreram apenas quando ele interagia com o público, na maioria das vezes em português, claro.
Entre as mais recentes destacou-se "Come On To Me", que foi muito apreciada pela plateia, que acompanhava ritmicamente com gestos corporais. “Let Me Roll It” teve uma breve conexão com "Foxy Lady", em tributo a Jimi Hendrix e com direito a um bom solo de guitarra vindo da Les Paul colorida de McCartney.
Umas das qualidades que Paul carrega na sua trajetória como musico é a sua habilidade como multi-instrumentista. No piano ele mandou a citada "Let Me In", "My Valentine", "Nineteen Hundred and Eighty-Five" e "Maybe I’m Amazed", esta última sendo seu primeiro sucesso a solo. Dedicada à sua esposa Nancy Shevell, que estava no meio da plateia, “My Valentine” trouxe um toque romântico à noite.
Paul e banda abaixaram um pouco os ânimos quando chegou a vez de “I've Just Seen a Face”, "In Spite of All the Danger” (a primeira canção gravada pelos Beatles, quando ainda se chamava The Quarrymen) e “Love Me Do”, trazendo um formato mais intimista e climático. Essa tranquilidade só refletiu na parte estética, pois as quase quarenta mil pessoas cantaram com fervor ambas e faziam aquele tradicional movimento com as mãos como se estivessem limpando janela, mas que na verdade foi para iluminar o ambiente escuro que foi instaurado nesse momento.
“Dance Tonight” é outra que é indispensável devido à famosa dancinha do Abe Laboriel Jr, que além de excelente baterista, também é um fantástico vocalista, assim como Rusty Anderson (guitarra), Paul Wickens (teclados, violão, gaita) e Brian Ray (guitarra e baixo), que vem dando o devido apoio ao Paul ao vivo há décadas. Além deles, também teve a presença do trio de metais Hot City Horns, que deram um brilho especial para algumas músicas.
Paul também não deixou de prestar a sua saudade pelos seus saudosos amigos durante "Blackbird", dedicada ao “parça” George Harrison, e "Here Today", dedicada ao “mano” John Lennon. Neste momento só ele ficou no palco para canta-las sobre uma plataforma elevada.
A única novidade foi “Now And Then”, guardada durante anos e que foi lançada esse ano. Se ela já ficou ótima em estúdio, ao vivo ficou mais ainda. Durante ela, o telão central mostrou Paul e Ringo ao lado do John e do George novamente graças a inteligência artificial, que com certeza deve ter deixado muita gente emocionado.
“Lady Madonna”, “Being for the Benefit of Mr. Kite!”, “Something” (calmamente iniciada com acordes de Ukulele) e “Ob-La-Di Ob-La-Da”, unidas a “Jet” e “Band On The Run” (maior hit da carreira do solo do Paul com os Wings), preparou em grande estilo o momento Greatest Hits da noite com “Get Back”, “Let It Be”, “Live And Let Die” e “Hey Jude”. Estas composições fazem parte da vida de muitas pessoas e, certamente, muitos deve ter tido contato com elas através do pai, mãe, tio ou avô. O destaque deste bloco ficará sempre para “Live And Let Die” por conta dos seus impressionantes efeitos pirotécnicos. “Hey Jude”, por si só, possui um poder imenso capaz de tocar qualquer coração peludo. Nesse momento houve uma bela união entre os “manos” e “minas” cantando juntos o famoso “na-na”.
Antes de começar o bis, Paul e os outros músicos desfilaram no palco segurando bandeiras do Brasil, Reino Unido e da LGBTQI+ (aceitem ou não). Em português, Paul disse que era “hora de ir embora”, mas o público respondeu “não” em coro. Contudo, antes do encerramento houve mais clássicos, começando com“ I’ve Got A Feeling”, que trouxe um dueto especial entre John (com voz isolada mostrando-o no último show dos Beatles no terraço da Apple Corps) e Paul.
"Day Tripper" e "Helter Skelter" falam por si mesmas, pois certamente encantaram os fãs da guitarra com os seus riffs memoráveis. "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e "The End", trinca que encerra o aclamado “Abbey Road” (último disco gravado pelos Beatles), como também encerrou o incrível show.
É sempre um privilégio assistir a um show do Paul McCartney, seja uma, duas, três ou mil vezes, pois estamos diante de uma lenda viva que moldou aquilo que conhecemos hoje como Rock e influenciou inúmeras bandas e músicos dentro deste género. Este show foi particularmente especial para este vos escreve, pois foi a primeira oportunidade de vê-lo ao vivo, testemunhando uma celebração “foda”, como ele mesmo definiu.
Para aqueles menos interessados em vê-lo ao vivo alegando ser sempre a mesma coisa, lembrem-se que o “pai tá on” e mandou um “até à próxima” antes de sair do palco.
Pioneirismo e honestidade são palavras que resumem o Made in Brazil, a mais antiga banda de Rock and Roll brasileira, fundada em 1967 no bairro Pompeia em São Paulo, e ainda em atividade, sob o comando dos fundadores, os irmãos Oswaldo e Celso Vecchione.
O Made virou filme, na forma de documentário, "Uma Banda Made in Brazil", realizado pelo diretor, videomaker e fotógrafo paranaense Egler Cordeiro. O documentário vinha sendo produzido desde 2011, e a história do Made é contada exclusivamente através de depoimentos.
Formação atual do Made
Há registros inéditos de membros, ex-membros, e outras pessoas relacionadas à banda. Em especial, de Oswaldo Vecchione, o único presente em todas as formações, e seu irmão Celso.
A maioria dos depoentes são famosos dentro desse nicho, e alguns provavelmente desconhecidos do grande público, mas é um time considerável de músicos, inclusive de gerações diferentes, entre eles Roberto Frejat (Barão Vermelho), Paulo Miklos (Titãs), Pepeu Gomes, Clemente (Inocentes), Serguei, Rolando Castello Jr, Renato Teixeira e integrantes e ex-integrantes, como Tony Babalu, Juba (Blitz), Caio Flávio e Percy Weiss (que gravou o segundo disco, "Jack o Estripador" (76), e faleceu em 2015 vítima de acidente automobilístico).
O Made nos anos 70
Oswaldo Vecchione destaca que o grupo foi pioneiro em tocar música pesada, ter uma postura rock and roll e um visual diferenciado. De acordo com o músico, eles foram os primeiros a usar maquiagem nas apresentações. Como as imagens mostram, pode-se afirmar que eles foram precursores do glam rock. E realmente, em 1969 o Made já usava maquiagem e figurino diferenciado no palco, bem antes de um Secos e Molhados, por exemplo.
Depois de um início fazendo covers, logo partiram para composições próprias, conseguindo depois um contrato com a gravadora RCA Victor, que fez um bom investimento na banda, que teve como produtor Ezequiel Neves, que logo depois trabalharia com o Barão Vermelho. Em 1974 saia o debut do Made, o popular "disco da banana", que trazia músicas que viraram clássicos do Rock brasileiro, como " Uma Banda Made in Brazil", "Anjo da Guarda" e a versão para "Aquarela do Brasil".
O Made é recordista do guiness como a banda que teve mais trocas de integrantes
Logo após o lançamento, o vocalista original, Cornélius Lúcifer (um dos mais talentosos vocalistas do Rock brasileiro), saiu da banda por problemas de relacionamento. Cornélius faleceu em 2013, e não chegou a gravar depoimento para o documentário, infelizmente.
Uma carreira tão longa, naturalmente teve seus altos e baixos, muitas trocas de integrantes (inclusive o Made está no guiness como o grupo que teve mais formações), fato que em muitos momentos chegou a prejudicar a banda, a falta de maior apoio e reconhecimento da grande mídia, possivelmente porque a banda jamais abriu mão de sua integridade.
Teve até disco, "Massacre", que teve lançamento e shows vetados pela ditadura em 77, entre outras muitas "tretas", inclusive acidente automobilistico com Celso, onde uma amiga dele faleceu.
Por algum tempo Celso chegou a se afastar, participando pouco dos trabalhos, e Oswaldo seguiu levando a banda adiante, inclusive o disco "Minha Vida é Rock and Roll" (81), cuja faixa título é para muitos o maior clássico do Made, foi quase um álbum solo dele.
Mas o fato mais triste na longa história do Made certamente foi o suicídio de Debora Vecchione, vocalista e esposa de Oswaldo, e é um dos momentos mais emocionantes do documentário, onde o vocalista e baixista narra o acontecimento que marca sua vida até hoje.
Rock and Roll, Blues, Hard beirando o Heavy Metal, trabalhos acústicos, incontáveis shows, integridade e um enorme respeito de todas as vertentes e gerações, e isso é o que Oswaldo diz ser pra ele o significado de sucesso.
Ano passado Oswaldo sofreu um AVC, mas vem se recuperando, inclusive já participando de eventos on-line com a banda. Os velhos rockers Oswaldo e Celso seguem firmes e dispostos a tocar, até onde for possível, até partirem deste plano.
Um documentário que é uma justa homenagem a estas verdadeiras lendas do Rock brasileiro. Uma banda Made in Brazil que sempre fez "Rock de verdade", como eles dizem com orgulho.
Texto: Carlos Garcia
Até o dia 01/07 o filme pode ser conferido na íntegra no site da In-Edit TV. ConfiraAQUI
Ficha Técnica
Título Uma banda Made in Brazil Idioma original Português Diretores Egler Cordeiro Roteiro Egler Cordeiro Editor Egler Cordeiro Intervenções Made In Brazil Câmera Egler Cordeiro
A Arde Rock já é uma das mais tradicionais e queridas bandas de Hard e Rock & Roll do interior do RS, e completa em dezembro deste ano 13 anos de estrada, em 2012 a banda lançou seu primeiro álbum intitulado “Velho Rock” e o segundo, intitulado “Algo a Zelar”, foi lançado em 2017
A banda foi angariando seguidores por todo o Brasil e alguns países como França, Itália, EUA, Portugal, Argentina, Paraguai e Uruguai os quais mantém contato e interagem no chat ao vivo das Lives da Arde Rock.
O trio, formado por Killermano (guitarra e vocal), Simone (baixo e vocal) e Thomás (bateria), já se apresentou presencialmente para diferentes públicos dos três estados do Sul (RS/SC/PR) em eventos como feiras, bares, pubs, encontro de motogrupos, colecionadores de carros antigos e onde for requisitada a levar seu Hard e Rock & Roll cheio de energia, apresentando as músicas de seus álbuns e covers de clássicos do Rock, além de versões Hard Rock para temas Pop e de trilhas de filmes dos anos 80.
Quem já presenciou um show da Arde Rock sabe da pura diversão e interação total entre banda e público que são as apresentações.
Neste mais de um ano sem poder cair na estrada, devido a pandemia, a Arde Rock buscou saídas, e se aproximou ainda mais de seus seguidores através de 4 projetos financiados pelo Pró-Cultura RS LIC (Lei de incentivo à Cultura) que levam o show da banda aos telespectadores em formato de Live em ambiente virtual.
As Lives acontecem todas as terças-feiras a partir das 20:00h no canal da banda no YouTube, a música "Recomeçar" é ainda o tema do atual projeto realizado pela Arde Rock e que vai até fim de agosto desse ano.
Nesse momento difícil que estamos passando, a banda entende que uma mensagem de superação e recomeço faz muito bem para a mente, para a alma e para o coração e é exatamente isso que a Arde Rock deseja proporcionar aos seus seguidores. Como diz o refrão da música "Recomeçar" : "Tudo é possível, me dê a mão, venceremos tudo com união. E se for preciso Recomeçar, novamente unidos".
O vídeo da música foi lançado dia 11 no canal da banda no youtube, confira nos links no final da matéria.
Sobre a música e o vídeo o guitarrista/vocalista Killermano conta algumas curiosidades:
"A música Recomeçar foi lançada em 2012 no álbum "Velho Rock", foi composta na época para ilustrar uma superação de dificuldades enfrentadas por mim (Killermano) e por minha esposa Simone. Com o advento da Pandemia e de todas as dificuldades que ela nos trouxe, a música novamente se mostra atual em seu propósito.
Aliado a tudo isso veio a ideia de fazer um clipe ilustrando a nova realidade da banda, que vem se mantendo exclusivamente com Lives por não ser possível fazer shows presenciais.
No clipe, além da banda tocando a música, também aparecem imagens que denotam a importância dos cuidados referentes à prevenção ao corona vírus e o seu desfecho se dá com a chegada da tão esperada vacina."
É o bom e velho Rock & Roll sempre procurando um jeito de seguir na luta, buscando alternativas para manter as atividades e levar a música e energia aos fãs do estilo, nem a pandemia consegue parar! Rock & Roll never dies!
Matéria: Carlos Garcia (incluindo informações do release oficial e news enviados pela banda)
Após 45 anos de carreira, o KISS vai se aposentar dos palcos
do mundo e da maquiagem e botas plataforma. A maior banda de rock de todos os
tempos está na estrada com a End Of The Road Tour, que começou em Vancouver, no
Canadá, dia 31 de janeiro, e já passou pelos Estados Unidos, México, Alemanha,
Áustria, Rússia, Polônia, Ucrânia, França, Itália, Escócia, Inglaterra, entre
outros países.
E em maio de 2020, a End Of The Road Tour chega ao Brasil
para seis apresentações. Os shows acontecerão no dia 12 de maio, no Anfiteatro
Arena do Grêmio, em Porto Alegre, no dia 14 de maio, na Pedreira Paulo Leminky,
em Curitiba, no dia 16 de maio, no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 17 de
maio, na Arena Eurobike, em Ribeirão Preto, no dia 19 de maio, no Estádio
Parque do Sabiá, em Uberlândia, e no dia 21 de maio, no Estádio Nilson Nelson,
em Brasília.
A Opus Promoções e a Mercury Concerts assinam a realização
do show nas cidades de Porto Alegre, Curitiba e Brasília. A pré-venda exclusiva
online para os fãs clubes Kiss Army e Kiss Cruise inicia dia 20 de novembro, a
partir das 20h, e acontece até o dia 21 de novembro, também às 20h. A partir
das 20h do dia 21 de novembro, a venda abre para o público geral, sempre
através do site uhuu.com. A venda física inicia dia 22 de novembro, a partir
das 10h, nas bilheterias oficiais do evento. Mais informações sobre preços e
bilheterias podem ser encontradas ao final do texto.
Formada em Nova York, em 1973, por Paul Stanley e Gene
Simons o KISS criou alguns dos maiores clássicos do rock, como “Rock And Roll
All Nite”, “Detroit Rock City”, “I Love It Loud”, “Love Gun”, “Shout It Out
Loud”, entre outros. Em mais de quatro décadas, a banda vendeu milhões de
álbuns e seus shows repletos de efeitos especiais e pirotecnia lotaram arenas
de todo o mundo criando uma legião de fãs conhecida como Kiss Army.
A primeira passagem
da banda pelo Brasil foi em junho de 1983, durante a The Creatures of the Night
Tour para shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O grupo voltaria
em agosto de 1994 para uma única apresentação na primeira edição do festival
Monster of Rock, em São Paulo. Em 1999, durante a Psycho Circus Tour, o KISS
fez shows em São Paulo e Porto Alegre. Somente 10 anos mais tarde a banda
voltaria ao país com a turnê comemorativa de 35 anos de carreira para
apresentações em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2012, a banda fez shows em São
Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre como parte da turnê do álbum Monster. E em
2015, além de se apresentar em mais uma edição do Monters of Rock, a banda
passou por Florianópolis e Belo Horizonte.
A formação atual conta com Paul Stanley - The Starchild –
nos vocais, Gene Simons - The Demon –no baixo, Tommy Thayer - The Spaceman –
nas guitarrae Eric Singer – Catman – na
bateria.
SOBRE O KISS
Vencedor do Gold Record Award como o #1 da América de todos
os tempos, e em todas as categorias, o KISS é considerada uma das bandas mais
influentes do rock. Eleita para o Rock n´Roll Hall of Fame, o grupo já lançou
44 álbuns e vendeu mais de 100 milhões de cópias em todo o mundo. Em 2015,
recebeu o prestigiado prêmio da ASCAP Founders Award. A banda quebrou recordes
com suas turnês mundiais e, uma vez por ano, o Kiss Army se transform no Kiss
Navy, com fãs de todo o mundo embarcando no Kiss Kruise, que á está na sexta
edição.
O KISS fez apresentações especiais no Super Bowl, nas
Olimpíadas de Inverno, no show Rockin´ The Corps e em vários episódios da série
Family Guy, do canal FOX, além de se apresentar como convidado especial em duas
finais do American Idol. A banda também foi destaque em grandes campanhas de
publicidade, como John Varvatos, Google Play, Hello Kitty e, como parte da
divulgação da turnê Hottest Show On Earth, apareceu em uma campanha do Dr.
Pepper. A banda apoia diversas organizações de veteranos, incluindo: The
Wounded Warriors Project, The USO, o programa “Hire A Hero” da Câmara de
Comércio dos Estados Unidos, The Legacy Organization da Australia, Help For
Heroes da Inglaterra e o The Dr. Pepper Snapple Groups Wounded Warriors Support
Foundations.
O legado do KISS cresce geração após geração, transcendendo
idade, raça ou credo. A inigualável devoção e lealdade do KISS Army para com a
"Banda Mais Quente do Mundo" é um testemunho impressionante do
vínculo inquebrável entre a banda e seus fãs.
SERVIÇO TURNÊ KISS
PORTO ALEGRE (RS)
Data do Show: Dia
12 de maio de 2020, Terça-feira
Abertura dos portões:
18h
Horário do Show:
21h
Pré Venda Fã Clube:
20/11/2019 – às 20h
Venda Online Público
Geral: 21/11/2019 – às 20h
Venda PDV’s:
22/11/2019 – às 10h
Local: Anfiteatro
Arena do Grêmio (Av. Padre Leopoldo Brentano, 110 - Humaitá, Porto Alegre)
CLASSIFICAÇÃO
0 a 11 anos – não entra
12 a 15 anos – entra acompanhado dos pais ou responsável
Acima de 16 anos – entra sozinho
INGRESSOS: *Ingresso
Solidário (40% de desconto): válido para todos os setores e disponível para
todo o público para compras realizadas na bilheteria e no ponto físico. Para
validação do desconto, é necessário a entrega de 1kg de alimento não perecível
na entrada do evento.
CADEIRA SUPERIOR
1º Lote - Meia-entrada: R$ 170,00 l Ingresso Solidário:
R$204,00
2º Lote - Meia-entrada: R$ 195,00 l Ingresso Solidário:
R$234,00
3º Lote - Meia-entrada: R$ 220,00 l Ingresso Solidário:
R$264,00
CADEIRA GOLD
1º Lote - Meia-entrada: R$ 240,00 l Ingresso Solidário:
R$288,00
2º Lote - Meia-entrada: R$ 265,00 l Ingresso Solidário:
R$318,00
CADEIRA GRAMADO
1º Lote - Meia-entrada: R$ 310,00 l Ingresso Solidário:
R$372,00
2º Lote - Meia-entrada: R$ 350,00 l Ingresso Solidário:
R$420,00
3º Lote - Meia-entrada: R$ 390,00 l Ingresso Solidário:
R$468,00
PISTA PREMIUM
1º Lote - Meia-entrada:
R$ 360,00 l Ingresso Solidário: R$432,00
2º Lote - Meia-entrada: R$ 400,00 l Ingresso Solidário:
R$480,00
3º Lote - Meia-entrada: R$ 440,00 l Ingresso Solidário:
R$528,00
4º Lote - Meia-entrada: R$ 480,00 l Ingresso Solidário:
R$576,00
- 50% de desconto na pré-venda dos fã clubes Kiss Army e
Kiss Cruise
- Clientes Porto Seguro: 60% de desconto na pré-venda do fã
clube. Válido para titular e um acompanhante. Vendas na internet via código de
validação.
- Clube do Assinante ZH: 50% de desconto. Válido para sócios
do Clube do Assinante RBS. Limitado a 200 ingressos. Vendas na bilheteria e
pela internet.
- Clientes Porto Seguro: 50% de desconto. Válido para
titular e um acompanhante. Vendas na bilheteria mediante apresentação da
carteirinha e na internet via código de validação.
- Clube do Assinante ZH: 40% de desconto. Válido para sócios
do Clube do Assinante RBS para os demais ingressos. Vendas na bilheteria e pela
internet.
- Ingresso Solidário: 40% de desconto. Válido para todos os
setores e disponível para todo o público para compras realizadas na bilheteria
e no ponto físico. Para validação do desconto, é necessário a entrega de 1kg de
alimento não perecível na entrada do evento.
- Cartões Zaffari e Bourbon Card: 40% de desconto. Válido
para titular e um acompanhante. Vendas na bilheteria e pela internet.
- Clientes Panvel: 40% de desconto. Válido para titular e um
acompanhante. Vendas na bilheteria e pela internet.
*Descontos não cumulativos a demais promoções e/ ou
descontos;
** Pontos de vendas sujeito à taxa de conveniência;
*** Política de venda de ingressos com desconto: as compras
poderão ser realizadas nos canais de vendas oficiais físicos, mediante
apresentação de documentos que comprovem a condição de beneficiário. Nas
compras realizadas pelo site e/ou call center, a comprovação deverá ser feita
no ato da retirada do ingresso na bilheteria e no acesso ao auditório;
**** A lei da meia-entrada mudou: agora o benefício é
destinado a 40% dos ingressos disponíveis para venda por apresentação. Veja
abaixo quem têm direito a meia-entrada e os tipos de comprovações oficiais no
Rio Grande do Sul:
- IDOSOS (com idade igual ou superior a 60 anos) mediante
apresentação de documento de identidade oficial com foto.
- ESTUDANTES mediante apresentação da Carteira de
Identificação Estudantil (CIE) nacionalmente padronizada, em modelo único,
emitida pela ANPG, UNE, UBES, entidades estaduais e municipais, Diretórios
Centrais dos Estudantes, Centros e Diretórios Acadêmicos. Mais informações: www.documentodoestudante.com.br
- PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E ACOMPANHANTES mediante
apresentação do cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência
Social da Pessoa com Deficiência ou de documento emitido pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), que ateste a aposentadoria de acordo com os
critérios estabelecidos na Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013. No
momento de apresentação, esses documentos deverão estar acompanhados de
documento de identidade oficial com foto.
- JOVENS PERTENCENTES A FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA (com idades
entre 15 e 29 anos) mediante apresentação da Carteira de Identidade Jovem que
será emitida pela Secretaria Nacional de Juventude a partir de 31 de março de
2016, acompanhada de documento de identidade oficial com foto.
- JOVENS COM ATÉ 15 ANOS mediante apresentação de documento
de identidade oficial com foto.
- APOSENTADOS E/OU PENSIONISTAS DO INSS (que recebem até
três salários mínimos) mediante apresentação de documento fornecido pela
Federação dos Aposentados e Pensionistas do RS ou outras Associações de Classe
devidamente registradas ou filiadas. Válido somente para espetáculos no Teatro
do Bourbon Country e Auditório Araújo Vianna.
- DOADORES REGULARES DE SANGUE mediante apresentação de
documento oficial válido, expedido pelos hemocentros e bancos de sangue. São
considerados doadores regulares a mulher que se submete à coleta pelo menos
duas vezes ao ano, e o homem que se submete à coleta três vezes ao ano.
*****Caso os documentos necessários não sejam apresentados
ou não comprovem a condição do beneficiário no momento da compra e retirada dos
ingressos ou acesso ao teatro, será exigido o pagamento do complemento do valor
do ingresso.
CANAIS DE VENDAS
OFICIAIS (sujeito à taxa de serviço):
Bilheteria do Teatro do Bourbon Country: Av. Túlio de Rose,
nº 80 / 2º andar (de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo e feriado, das
14h às 20h)
CANAIS DE VENDAS
OFICIAIS (sem taxa de serviço): Hits Store: Shopping Praia de Belas – 2°
andar - Porto Alegre / RS. Horário de funcionamento: de Segunda a Sábado, das
10 às 22h/Domingo das 14h às 20h
Após mais de 50 anos de carreira,
e sofrendo uma baixa como a de um dos fundadores, o guitarrista e vocalista
Rick Parfitt, falecido no final de 2016, a lenda inglesa Status Quo decidiu
seguir em frente realizando vários shows e registrando apresentações especiais
em áudio e vídeo, dando a oportunidade de muitos fãs ainda poderem ver a banda.
Um dos mais recentes lançamentos são “Down Down & Dignified” e “Down Down
& Dirty”. Um gravado acústico, no Albert Hall em Londres, enquanto o set do
festival Wacken na Alemanha, os encontra com todo gás e no show tradicional
plugado, tendo à frente de cerca de 70.000 pessoas.
Vamos falar aqui de “Down Down
& Dignified”, que saiu em DVD/Blu-Ray e também em CD duplo ou simples, capturando
o show do Albert Hall em julho de 2017. Nos últimos anos, o Status Quo vinha já
aperfeiçoando seu set acústico, e esta é uma apresentação muito bem arranjada e
ensaiada. Iniciando com “And It's Better Now”, percebe-se de imediato a captura
perfeita do som, em um álbum muito bem mixado.
O show traz um algo de nostalgia às vezes, mas é cheio de energia e espontaneidade, e o grupo desfila seu rock & roll e rock clássico em canções de diversas fases de sua carreira.
O guitarrista Rhino Edwards, na
banda desde 85, consegue suprir com competência a ausência de Rick ao lado do
único membro remanescente, Francis Rossi, mantendo aquela característica
marcante do Quo, com os duetos vocais e de guitarra, aqui também contando com
as harmonias fornecidas pelas cantoras de apoio, dando um brilho extra nos
arranjos de voz.
O uso da orquestração, piano e
acordeão também preenchem de forma exuberante o trabalho das cordas, que contam
com quatro violões e um baixo. Os destaques incluem canções clássicas do Quo,
como “Paper Plane”, “Hold You Back”, “Rock N Roll”, “Reason For Living”, e
claro, a sempre esperada “Whatever You Want”, mas todo o set é de muita qualidade.
O álbum está disponível em edição
simples com 21 faixas, lançado pelo selo paulista Shinigami Records. Um ótimo álbum, registro de uma noite fantástica no Albert Hall e é uma adição valiosa à qualquer fã ou colecionador da discografia dos ingleses. E claro, excelente diversão, com muita energia positiva e Rock & Roll!
Uma das bandas mais eletrizantes e acessíveis do Brasil
acaba de retornar, após 12 anos de inatividade e de incertezas, com um disco
novo de inéditas, até então, apenas o segundo disco da discografia. Com certeza
você já deve ter visto essa banda em algum programa de TV, rádio e nas casas
mais populares do underground de São Paulo nos anos 80, e que também teve seu
reconhecimento no exterior. Se você pensou no Toyshop, a resposta está certa!
É sobre o novo disco e a volta que fomos procurar o líder
da banda, o baterista Guilherme Martin, para falar de tudo o que está
acontecendo nessa nova fase.
RtM: Como
sou um pouquinho leigo sobre o Toyshop, já que a minha praia sempre foi mais o Heavy
Metal e suas vertentes, e , até onde eu sei, foi a sua principal banda. Gostaria
que você comentasse, resumidamente, sobre a trajetória com a banda? GM: Na
verdade, ela não é minha principal banda. Todas as bandas que eu toco, dou o
mesmo gás, não importa que seja o Viper ou Toyshop. Estou
trabalhando em bandas diferentes, mas é o mesmo amor e faço com o maior tesão
em qualquer uma das duas bandas. RtM: O
inicio foi meio que paralelo com suas atividades no Viper, certo?
GM: O
inicio do Toyshop tem tudo a ver com a história do Viper, vamos dizer assim. Eu
me juntei com o Val Santos, que na época estava trabalhando de roadie do Viper.
E eu já tinha sido o baterista do Viper na época do “Theatre Of Fate”,
seguindo, mais ou menos, até a época do inicio do “Evolution”. E o Val tinha
umas músicas muito legais! E ele vinha tocando com o Gabriel, que também era
roadie do Viper nessa época, fazendo as músicas meio que na estrada. Ai eles me
chamaram pra fazer um som com eles. E eu achava que tinha tudo a ver, porque
tinha a pegada meio Ramones e um pouco mais Punk, que tinha tudo a ver com que
estava escutando na época. E a gente não tinha vocalista. E queríamos
colocar um vocal feminino, e eu acabei conhecendo a Natacha e comecei a
namorá-la. E por acaso, nessas brincadeiras de churrasco, o Val não parava de
tocar violão e de tocar pra tudo quanto é lado. E ela começou acompanhar, mostrando
uma voz perfeita. E ela era a pessoa que se encaixava, porque ela é bonita e
tinha tudo a ver com o que a gente queria.
"O inicio do Toyshop tem tudo a ver com a história do Viper, vamos dizer assim. Eu me juntei com o Val Santos, que na época estava trabalhando de roadie para a banda."
RtM: E foi
ai que surgiu o Party Up!, que permaneceu com esse nome até lançar o primeiro
disco, assinando logo com uma gravadora importante, que foi a Banguela.
GM: Isso!
A banda começou a se chamar Party Up!, fazendo uma demo já com ela cantando. E
foi uma demo que tomou uma proporção muito grande na época, por causa dessa
demo conseguimos contrato com a gravadora independente Banguela, que pra quem não sabe, é a
gravadora que lançou o Raimundos e que tinha os Titãs como donos. Eles tinham
um sub-selo da Warner que se chamava Banguela Records, e contrataram a gente.
Em princípio, o primeiro produto que eles lançaram da gente foi uma demo tape,
que era legal e cultuado na época. E a gente tocava muito aqui em São Paulo
nessa época dos anos 80, porque tinha muito lugar pra tocar: tinha muita casa
underground, tinha bandas e muita coisa acontecendo. Valia muito a pena! RtM: As
coisas que vocês estavam fazendo era um som enérgico e contagiante, agradando a muitas pessoas de gostos distintos, uma música i se tornando acessível pra todos.
GM: E foi
ai que a gente se revelou como uma banda de Punk Rock, Bublegum, com uma mina
cantando e alguma coisa assim. Seguimos com a Banguela por um tempo e, logo
em seguida, fomos gravar um disco. Esse disco também tem uma história curiosa,
porque nos tivemos vários produtores que queriam trabalhar com a Party Up! na
época. E um dos que topou fazer o trabalho foi o Igor Cavalera, que na época
estava entre o Chaos A.D e começando o Roots. E nós fomos pra Phoenix pra
gravar no estúdio que ele estava podendo fazer a produção e muito mais. Então,
de dia, gravávamos o Party Up!, com a produção do Igor. E a noite ele ia fazer
o Roots, que, às vezes, nos íamos ver as gravações de estúdio, que era algo
monstruoso, sendo uma coisa que a gente nunca tinha visto. Foi um negócio bem
histórico! RtM: Graças
a ele, o disco do Toyshop saiu pela Roadrunner, gravadora do Sepultura na
época. Mas, na verdade, o disco ia ser lançado pela Banguela, certo?
GM: Esse
disco, era pra sair com a Banguela quando chegamos aqui, a gravadora estava no seu finzinho e não indo muito bem na época. Então o que aconteceu: pegamos a
master e levamos ela, e ficou engavetada por um tempo. E o Igor tinha levado,
por acaso, a master desse disco pra Roadrunner, que era a gravadora do
Sepultura. Ficou na gaveta, até que um dia o dono da gravadora pegou a fita pra
escutar, e gostou demais dela, contratando a Party Up! pra fazer parte da
Roadrunner, ou seja, nos mudamos pros Estados Unidos outra vez. Tivemos
que regravar praticamente tudo do disco, porque eles queriam com uma roupagem
nova e mais moderna, pois já tinha se passado um tempo da gravação original.
" O primeiro disco tem uma história curiosa, porque nos tivemos vários produtores que queriam trabalhar com a banda na época. E um dos que topou fazer o trabalho foi o Igor Cavalera."
RtM: Em 1998, o primeiro disco, o "Party Up!". E uma coisa gratificante também foram vocês terem assinado com uma gravadora super cultuada, como foi a sensação de ter assinado com a Roadrunner? GM: Às vezes, a gente se perdia, porque a coisa aconteceu de um jeito meio estranho, até porque éramos uma banda underground e, de repente, estava lá no ‘main-stream,’ com a gravadora do Sepultura. E a gente tinha um suporte legal pra gente fazer nosso trabalho lá, sabe? Foi um negócio meio surreal, de um dia a gente morar lá, assinar com uma gravadora... Eu sei o trabalho que a gravadora faz, porque eu fiz tudo sozinho nesse novo disco. E é um puta trabalho, que poderia ser mais simples a relação entre o artista e a gravadora, mas eu não sei se optaria, hoje em dia, por assinar com uma, a não ser que eles me dessem um suporte bem legal, uma distribuição legal e uma divulgação legal, pra isso funcionar bem. Agora, a manufatura do CD em si, dá pra fazer sozinho. RtM: Vocês também conseguiram reconhecimento na Europa com a música ‘Daydream’, que ficou
bastante tempo em primeiro lugar nas paradas na Europa, chegando superar muito
artista que estava bombando na época.
GM: E a
gente conseguiu fazer o primeiro disco, "Party Up!", e mudamos de
nome para Toyshop. É um disco de Bublegum e Punk Rock, que foi produzido pela
Silvia Mazzi, produtora super cultuada nos Estados Unidos. Ela já tinha feito
Red Hot Chili Peppers, Prince, Tool e algumas bandas dessas assim. Ela é super
top nos Estados Unidos. E a gente nem sabia o que estava fazendo, e o local
onde fomos gravar esse disco foi nada menos que no Soul City, em Los Angeles.
E a gente nem sabia que o estúdio ia virar isso que virou hoje, uma lenda.
Fizemos todo o trabalho lá, lançamos um single de uma
música chamada “Daydream”, uma balada. E a gente conseguiu
chegar nas paradas da Europa e da Holanda. E era curioso, porque andávamos na
rua e víamos o clip passando nas televisões de Amsterdã, falando: ‘Caramba... O
que está acontecendo?’ Chegou a atingir, nas paradas, um lugar legal, tipo
segundo e primeiro lugar, tipo... Britney Spears e Toyshop. Mudamos de volta
pro Estados Unidos, continuamos fazendo turnês e fizemos uma turnê grande pela Califórnia. E nessa época, achamos melhor voltar pro Brasil pra mostrar nosso
som. Tocamos muito, na época, nas rádios grandes daqui do Brasil (não vou citar
nomes).
"Gravamos pela Roadrunner em Los Angeles, lançamos um single de uma música chamada “Daydream”, uma balada. E a gente conseguiu chegar nas paradas da Europa e da Holanda."
RtM: E o
rompimento da banda ocorreu em 2001, com cada um fazendo as suas coisas e
seguindo outros caminhos. GM: Sim.
Chegou uma hora que cada um foi seguindo outro caminho. A Natacha,
vocalista, foi ser veterinária. Ela já tinha desistido uma vez pra ser
vocalista da banda. Apoiei ela, que ela deveria terminar o curso
de veterinária, que era uma coisa que ela queria muito. O Gabriel teve um
estúdio, saiu pra estrada com o Sepultura, ficou uns 15 anos trabalhando com o
Igor Cavalera e com outras bandas. O Val compondo... Entrou um baixista novo,
que é o Nando Machado, irmão do Felipe Machado, do Viper. E a gente seguiu
fazendo mais alguns shows e algumas coisas, mas cada um foi cuidar da sua vida.
Nunca deixei de desistir da banda, eu e o Val sempre sentávamos em estúdio e
fazíamos músicas. O Val é um compositor de mão cheia! Eu sento com ele e boto a
minha influência, que é um pouco mais Punk, nas músicas dele. E sempre sai
coisa boa! Eu sou fã assumido das músicas do Val. RtM: E
depois de muito tempo, após 12 anos de espera, vocês pegaram todos de surpresa
com a volta banda, anunciando um novo disco de inéditas, que foi lançado há
pouco tempo. GM: Resolvemos
voltar pra, pelo menos, fazer um novo CD e alguns shows, não deixar morrer com apenas um trabalho algo tão legal que a gente fez lá atrás. Então eu resolvi pegar
firme até o CD ficar pronto. E o CD, “Candy”, ficou pronto depois de uns 3 anos
de trabalho, tudo bem produzido e gravado pelo Mauricio Cersosimo. Ele
já produziu desde Emicida, Titãs e Lobão aqui no Brasil, morou lá fora e
trabalhou com a Avril Lavigne. Então é um cara bem update com tudo o que está
acontecendo. E ele é perfeito, porque ele é meu irmão mais novo e sabe tudo do
que eu gosto de som. Ele foi um dos grandes parceiros e uma das pessoas que fez
esse disco acontecer também.
RtM: A arte
do disco também esté muito legal, está bem caprichada! GM: Hoje
em dia, ninguém liga muito pra fazer uma boa arte no CD, mas eu fiz questão de
ter uma arte legal, retratando as coisas que eu gosto, que é Punk Rock. Eu
queria que fizesse uma coisa que flertasse ao Punk Rock e a New Wave, que é a
tendência meio Rock N’ Roll, Punk Rock e Bublegum. Eu queria bastante cor, tendo a estrela da banda que, no caso, não é a Natacha, e sim a Matilda.
Como a Natacha é veterinária, ela quis expor a cachorrinha dela pra ser a
grande estrela da banda.
RtM: O
estilo do Toyshop é basicamente essa junção do Punk Rock com o Bublegum,
adicionando algumas coisas melódicas. E por você já ter passado por diversas
bandas, como o Viper mais pro lado do Heavy Metal, tendo passagem também pelo
Luxúria, em 2007, como é que você concilia o estilo do Viper ao lado do Toyshop
diante do seu ambiente musical? GM: Se
minha cabeça fechar, eu consigo separar os dois muito bem. Hoje em dia, eu
também faço o projeto solo do Felipe Machado, que também é outro estilo, com
alguma coisa de melódico e pesado, que gosto muito de fazer. E são desafios
como músico, por exemplo, a configuração da batera do Viper que eu uso é
totalmente diferente da que eu uso no Toyshop ou no FM Solo, onde uso uma coisa mais
simples. A música pede menos esse tipo de configuração, mas pra mim é normal. Como
música e como músico, o que vier dá pra separar. O legal é que eu me considero
um batera que tem um estilo meio próprio, então eu imprimo o meu estilo nessas bandas todas que citei. RtM: Quando
você está tocando, você sente mais confortável com qual estilo?
GM: Eu sou
meio esporrento na bateria, gosto de sentar o braço! RtM: E
percebemos isso, porque você é um baterista que prioriza ritmos fortes.
GM: Sim.
E tem barulho de tudo quanto é lado vindo ali, então eu sempre consigo do bumbo
e a caixa estar perfeitos, porque dai a música vai e os guitarristas e o vocal
podem viajar e harmonizar. Se eu ficar ali que nem uma máquina, sempre vai sair
bom. RtM: O
Toyshop ficou bastante tempo parado, como eu falei, aproximadamente 12 anos de
inatividade. Quando vocês voltaram, fazendo os primeiros ensaios e tudo mais,
deu pra sentir alguma mudança ou a mesma coisa de sempre?
GM: O
Toyshop nunca chegou a acabar. Continuamos amigos, mas só que a banda deu um
tempo, porque todo mundo só fez isso na vida. Então cada um deu um tempo pra
cuidar da sua história, mas quando a gente voltou, a fórmula da banda estava
pronta, só demos uma aperfeiçoada sonora. A gente queria muito que soasse como se fosse uma evolução do primeiro disco. As músicas estão até
mais enxutas hoje em dia, mais para um Punk Rock simples estruturalmente.
RtM: Vocês
tiveram um inicio dentro do underground, como todas as bandas passam no começo.
E logo de cara, quando lançaram a primeira demo, a banda chamou a atenção de
várias TVs, rádios e exterior. Essa rápida ascensão do underground pro
‘main-stream’ te assustaram de alguma forma? GM: Essa é
uma pergunta legal que você fez. O Toyshop sempre esteve nesse limbo, entre o
underground e o ‘main-stream’, fazíamos alguns programas
bem ‘main-stream’ e, às vezes, underground, como na MTV, por exemplo. RtM: Até na
TV Globo vocês apareceram também, certo?
GM: Sim.
De repente, em seguida, estávamos na TV Globo. Depois fomos fazer Carla Perez,
tudo porque a nossa música estava tocando nas rádios, que era uma música mais
acessível pra todos os estilos, funcionando pro Rock e para o pessoal mais
eclético de música. Eu não acho isso ruim. Se você consegue por a sua música no
estilo que você faz pra todo mundo ouvir, isso é um grande desafio, você não
concorda? RtM: Claro!
E outra coisa que vocês conquistaram, o que até então era só o Sepultura que havia tido a oportunidade, se eu não me engano, foram de terem se mudado pra fora do país.
Essa acessibilidade, de estarem num país diferente, que é os Estados Unidos,
acrescentou mais experiência?
GM: A
gente aprendeu bastante coisa, a banda nunca tinha ficado bastante tempo na
estrada até então. A gente sempre fazia os shows underground aqui em São Paulo
e, de repente, quando mudamos pra lá, tivemos que se adequar como realmente
funcionava o negocio, assim como todas as bandas funcionam: a gente entrava numa
van, a gente dirigia, íamos como toda aparelhagem atrás, chegava no lugar,
entrava, montava, tocava e já ia pra outro lugar. Fizemos isso várias vezes na Califórnia
toda, abrindo pra uma banda chamada Zebrahead, que era bem renomada na época,
nessas de Punk Rock. E a gente ia tocando, fomos pra San Francisco, San Diego e
rodamos a Califórnia inteira. Tocávamos em Los Angeles, que era onde a gente
morava. E depois disso, por acaso, entramos numa trilha sonora de uma
propaganda de cosméticos lá na Itália. RtM: Teve música de vocês em alguns filmes americanos, que não vou
lembrar o nome agora.
GM: Em
dois filmes. Um filme estrangeiro, que era das irmãs Olsen (Olsen Twins). Entraram três
músicas nossas nessa trilha sonora (o filme era Holiday In The Sun/Férias Ao
Sol, traduzido pro português), que eram super bombadas na época, sendo o filme
mais teenager da época. Com esse disco atual, estamos com sorte em trilha
sonora. A música “Running Out” entrou no filme do Mauricio Eça, "Apneia", que é
um filme com artistas globais e tudo. É demais esse filme, bem pesadão. E uma
coisa curiosa agora é que a gente entrou numa trilha sonora do carro Hyunday –
HB20, com um cara que pula de paraquedas, passa debaixo do cristo redentor,
aterrissa e entra dentro do HB20. A música do Toyshop funciona pra essas
coisas, por isso que eu falo que é uma música acessível. Não é que nem o Heavy
Metal, que é segmentado pra aquelas pessoas que gostam do estilo. Talvez, com o
Toyshop, estamos provando que a gente tem um leque de oportunidades legais
fazendo esse tipo de som, apesar de cantar em inglês também.
"Entrávamos numa van, nós mesmos dirigíamos, íamos com toda aparelhagem atrás, chegávamos no local, era montar, tocar e já íamos pra outro lugar. Fizemos isso várias vezes na Califórnia."
RtM: Ainda
fazendo esse link da passagem de vocês pelos Estados Unidos, como você compara
o público estrangeiro (americano) com o daqui do Brasil? GM: Nesse
patamar que a gente estava, principalmente, a gente era banda de abertura que
estava bombada. Então, toda a noite, a gente tinha que sair ganhando a galera.
E a gente conseguia. Nas primeiras músicas, era meio morno, ia esquentando,
daqui a pouco a galera estava dançando, pulando e, às vezes, não sabiam nem a
letra e estava cantando junto com a gente. O resultado sempre era esse, não
importava onde a gente tivesse fazendo, pois saíamos do palco sempre satisfeitos.
Era sempre um desafio. RtM: E como
ocorreu a transição do nome Party Up! para Toyshop?
GM: O
Party Up! era um termo velho que não se usava mais, era como se tivessem convidando você pra uma festa de arromba. ‘Ah meu... Vamos lá que vai ter uma
festa de arromba’. Era meio que convidar pra uma balada, falando: ‘Puta... Vai ter uma
balada do caralho! Vai ser uma festa de arromba’. Mas a gente não sabia, achávamos
que funcionava. Digamos que era meio fora de moda, fizemos até um quadro lá no
estúdio que gravamos, fazendo um brainstorm com várias coisas escritas no
quadro, com metade de nome e coisa que fomos descobrindo. E durante as
gravações, alguém tinha uma ideia e ia juntando as palavras, e Toyshop foi a que agradou todo mundo, combinava com a cor da música. Basicamente isso. RtM: Sobre
essa questão de selos, em sua opinião, você acha importante, pra uma banda que
está começando, lançar um trabalho independente ou mesmo optar por um auxilio
de gravadora?
GM: É uma
pergunta difícil... Depende do que estão te oferecendo. Hoje em dia, tudo mudou
muito, até o enfoque de como você vai divulgar seu trabalho é diferente. Apesar
da maioria da divulgação ser tudo por meio da plataforma digital e rede social,
precisa da parte física, de pegar o seu CD e levar num programa pra apresentar.
Você precisa estar presente! Eu sou dessa opinião, mas eu também já estou há um
tempo nisso dai, tendo que aprender bastante coisa ainda.
RtM: E como
está sendo esse recomeço do Toyshop, um novo trabalho já rodando? GM: Está
todo mundo animado e a fim de trabalhar. Vamos tocar bastante! O Toyshop é uma
banda boa de palco, animada e tem uma pegada legal. Às vezes, a gente vai a
alguns shows e vê umas bandas muito ruins e fala: ‘Puta... Que negócio
fraquinho’. Dai entra uma banda que dá um susto em todo mundo, toca uma
porradaria e vai embora, deu conta do recado. Uma banda que me impressionou ultimamente,
e que a gente até tocou junto, foi o Far From Alaska, que é muito boa, com uma mulher
cantando em inglês também. É uma pegada totalmente diferente do Toyshop, claro,
mas é uma puta banda boa. Eles merecem aqui a minha aprovação. RtM: E os planos pra divulgar o disco?
GM: os planos do Toyshop agora são fazer turnê, rolar bastante esse CD por aqui e mostrar no nosso som, que é totalmente diferente do trabalho que eu faço com o Viper ou com o Heavy Metal. É uma música um pouco mais Pop, cantado em inglês também, mas que é um ritmo mais acessível. Tem balada também nesse disco, queria que vocês escutassem, se tiverem a oportunidade, de baixar no Spotify pra poder ilustrar o que nos estamos falando e saber como soa o novo disco do Toyshop. É mais ou menos isso... Os planos agora são divulgar e tocar o máximo possível, fazendo com que esse CD seja bastante conhecido, seja aqui no Brasil ou lá fora, porque pode atingir o exterior por ser cantado em inglês também. É basicamente essa mensagem que eu quero passar. RtM: Voltando
no passado novamente, você chegou a ser roadie do Igor Cavalera na época que
ele estava no Sepultura, que em paralelo, produziu o primeiro disco do Toyshop.
Como foi esse período de convivência com ele?
GM: O Igor
foi o seguinte: ele topou fazer, nesse tempo entre a final da turnê do “Chaos
A.D” e do “Roots”, o Toyshop. E foi um monte de moleque pra lá. E rolou uma
amizade que existe até hoje. Ele é um dos meus melhores amigos e conversamos
todo dia, apesar dele não estar morando aqui no Brasil. Eu parei um pouco de
trabalhar como técnico, mas ainda faço se for pra ele. Tenho orgulho de
trabalhar pra ele e de tudo que eu fiz com o Sepultura. A primeira vez que eu
vi o Igor tocando batera foi uma coisa que mudou totalmente na minha cabeça,
porque eu tocava batera de um jeito e, quando vi ele tocando, eu falei:
‘Puta... Mas se dá pra tocar daquele jeito, por que eu toco do jeito que toco?’
Mudou tudo na minha cabeça! O jeito de tocar e a energia que coloco na bateria
tem tudo a ver com o Igor tocando. Eu considero ele o meu grande professor de
bateria até hoje. RtM: Chegando
ao final da entrevista, muitas bandas brasileiras hoje estão optando por cantar
em português e ter destaque aqui. E como o Toyshop é uma banda que canta em
inglês, o tão desejado reconhecimento mundial ainda perdura para muitas bandas.
Ainda ajuda, mesmo com o advento da internet, a conseguir destaque cantando na
língua universal?
GM: Eu
acho que ajuda. Eu não sei por que existe essa barreira... Pra você entrar no ‘main-stream’
do Brasil, você tem que cantar Rock em português. Eu não acho nenhum problema
nisso, mas também não acho que cantar Rock em inglês é um problema. O problema
é se alguém cantasse MPB em inglês, coisa que não tem a ver, porque é a Música
Popular Brasileira, mas o Rock foi criado em inglês. É música, de qualquer
jeito que soe, soa legal, mas as bandas que cantam em inglês e uns sons mais
alternativos tem que expandir trabalho e sair daqui, seja aqui no Brasil ou
fora daqui, onde da oportunidade fazer isso daí. RtM: Dá pra
notar que você é um cara que ouve praticamente bandas na pegada Punk Rock. Mas
fora esse gênero, o que tem te agradado ultimamente que você destacaria?
GM: Eu sou
um cara não muito eclético. Eu gosto muito de Punk Rock e de tudo o que é Punk. Só
escuto Punk Rock hoje em dia. Sou fã do Ramones, inclusive, tenho a banda na
minha pele. Eu gosto de The Misfits pra caralho! Tenho escutado muito essa
trinca do The Clash, The Jam e Cock Sparrer. A maioria, que eu escuto, são
bandas de Punk, como Circle Jerks e Black Flag, que gosto pra caramba e que
mostram atitude. Eu gosto de Heavy Metal pra caramba! Fui curtido no Heavy
Metal, mas eu sou forte nos medalhões. Eu gosto dos primeiros discos do Iron
Maiden e do AC/DC. Eu gosto de Black Sabbath pra caramba, que talvez, seja uma
das minhas bandas preferidas de todos os tempos também. E o Spotify me ajuda a
conhecer bandas parecidas com as que eu gosto, porque gosto de procurar coisas
que tem a ver e tal. E tem sido um ótimo exercício procurar coisas novas.
RtM: Pra
finalizar, onde você acredita que o Toyshop pode chegar com esse novo trabalho,
já com uma formação consolidada, sendo que a única novidade é o Nando Machado
no baixo, e o que as pessoas podem esperar dessa nova fase da banda? GM: Shows
com energia! Foi um trabalho que demorou pra ficar pronto, mas a gente colocou
muita energia. Quem gosta desse estilo, vai agradar quem gosta de Heavy Metal.
Quem gosta de Viper, vai gostar de Toyshop. Quem gosta de Ramones, vai gostar
de Toyshop. Vai agradar bastante coisa, tendo música pra todos os gostos de
Rock. RtM: Muito
obrigado pela disponibilidade Guilherme. Fica o espaço para deixar a mensagem
final aos leitores.
GM: Quero
deixar aqui um agradecimento a você, Gabriel, e a quem está acessando o Road To
Metal. Gostaria que vocês seguissem e soubessem como soa o Toyshop. É uma coisa
diferente pra quem está acostumado a ouvir somente Heavy Metal, mas tenho certeza que
vai agradar muito. Lembrando também que tem os lançamentos do Viper, que é o
DVD/CD da reunião da banda, que continua sendo muito legal. Isso é um breve resumo da
minha carreira, tenho outros trabalhos menores aqui, mas o recado é um
agradecimento. E vamos continuar apoiando! Quem está fazendo um trabalho como
esse do Toyshop, por exemplo, vamos dar chance e botar as bandas legais e
originais do Brasil tocando. Se não dá de um jeito, vamos atrás de outro que
vamos chegar lá.
Entrevista:
Gabriel
Arruda Edição/Revisão:
Carlos
Garcia Fotos:
Divulgação/Cedidas pela banda