segunda-feira, 6 de maio de 2024

Cobertura de Show: Mark Farner's American Band - 20/04/2024 - Carioca Club/SP


O Grand Funk Railroad foi uma das maiores potências do Rock americano em todos os tempos. Chegaram num momento em que a Inglaterra estava transbordando de bandas boas, enquanto os Estados Unidos estavam perdendo Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison. Por isso são chamados de a banda americana.

Suas apresentações ao vivo eram memoráveis e um dos principais responsáveis por essa energia no palco era seu vocalista e guitarrista Mark Farner, que veio pela quarta vez ao Brasil com sua American Band, sendo a segunda vez no Carioca Club em São Paulo, casa pequena, mas bem organizada e localizada.

No alto dos seus 75 anos de idade, tem uma energia de adolescente. Com o show começando pontualmente, já arrebentando com a tradicional "Are You Ready?", levantando o bom público do local. Na sequência mandou "Rock n´Roll Soul" do álbum Phoenix, álbum muitas vezes criticado devido a mudança de sonoridade da banda, mas que possui músicas muito boas.

Sem parada para respirar, já embalou "Footstompin´Music", clássico absoluto do E Pluribus Funk, o famoso "álbum da moeda". Nesse som, Farner sempre vai para os teclados e dá um show à parte, fazendo dupla com o competente tecladista Bernie Palo. A energia que Farner entrega no palco é impressionante.

Logo após vem "Paranoid", do Red Álbum, uma das músicas mais pesadas do Grand Funk, que veio com mais peso ainda nesse show, um deleite. Nesse momento Farner pede um pouco de ajuste no som, inclusive fez isso algumas vezes durante a apresentação, e logo embala "We´re An American Band", clássico do disco homônimo, que no Grand Funk era cantado por Don Brewer, aqui cantado pelo baterista Hubert "H-Bomb" Crawford.

Na sequência, veio de "Bad Time", balada bem popular da banda e que esteve, inclusive, na trilha sonora da série "Supernatural". "Aimless Lady" não teve erro, galera toda cantou junto. 

Parada para tomar uma água, Mark, sempre muito carismático, interagiu com o público antes de manda mais uma pedrada, "Sin´s Good Man´s Brother", a deixando ainda mais pesada nesta noite, emendando com a belíssima "I Can Feel Him In TheMorning", outro clássico do álbum "Survival". Grand Funk, nos primeiros 5 álbuns, pode colocar para tocar sem erro, é só clássico do Hard Rock! É é incrível como a banda que acompanha Mark é coesa.

Após brincar mais uma vez com o público e arrancar umas risadas, um pequeno suspense com a guitarra, e tocou a música "Ohio", cover da banda "Crosby, Stills, Nash & Young", uma das melhores bandas que já passaram por este planeta. Depois foi a vez de "The Railroad", outra música do álbum "We´re An American Band", de 1973.

Então começou um verdadeiro colosso musical para encerrar a noite. Começando a espetacular "Heartbreaker", um dos primeiros hits do Grand funk, acompanhado em coro pela plateia. Então depois a tradicional "Some Kind Of Wonderful", um dos maiores sucessos do grupo, com o apoio vocal do baixista Paul Rudolph, com certeza o ponto alto da noite.

Depois vieram com "The Loco-Motion", cover da música gravada originalmente por Little Eva, em 1962. Com Grand Funk foi sucesso novamente em 1974. Com essa não tem como ficar parado e o público foi junto. A noite fechou, como sempre, tradicionalmente, com "I´m Your Captain/Closer To Home". Memorável.

A banda se despede e sai do palco. Todos na expectativa de um bis, mas as cortinas se fecham e a noite está encerrada. Alguns ficaram um pouco chateados, mas de longe nada que estragasse a noite que presenciamos.

Mark Farner mostra que está em grande forma, voz impecável e saúde em dia. Fez um show enérgico mais uma vez, trazendo para os dias de hoje toda aquela vibe dos anos 70 que nem todos que estavam no Carioca Club puderam viver. Mais uma noite inesquecível e esperamos que volte em breve. 


Texto: Rubens Braga

Fotos: Amanda Vasconcelos 

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Estética Torta

Mídia Press: Lex Metalis Assessoria 


Mark Farner's American Band

Are You Ready

Rock 'n Roll Soul

Footstompin' Music

Paranoid

We're an American Band

Bad Time

Aimless Lady

Sin's a Good Man's Brother

I Can Feel Him in the Morning

Ohio (Crosby, Stills, Nash & Young cover)

The Railroad

Heartbreaker

Some Kind of Wonderful

The Loco-Motion (Carole King cover)

I'm Your Captain (Closer to Home)

domingo, 5 de maio de 2024

Cobertura de Show: Summer Breeze Brasil - 26/04/24 - Memorial da América Latina/SP

Por: Renato Sanson/Carlos Garcia


Nos dias 26, 27 e 28 de abril aconteceu a 2º edição do Summer Breeze Brasil no Memorial da América Latina em São Paulo. Nós do Road to Metal estivemos lá em caráter oficial e iremos trazer a vocês a cobertura destes três dias insanos de muito Heavy Metal!

Começando então pelo dia 26, onde tivemos ao todo vinte bandas e dessas três headliners. Chegamos ao Memorial por volta das 10h da manhã e os portões já estavam abertos e um clima muito descontraído entre os headbangers, que se misturava com ansiedade para sabermos como seria esta nova edição.

A entrada para pegar o credenciamento foi através do portão 8 e foi muito tranquila e profissional, onde ganhamos um crachá estilizado válido para os três dias atrelado ao documento de RG de cada jornalista, justamente para evitar fraudes.

Como vocês notaram, são muitas bandas e um único profissional cobrindo é relativamente impossível mensurar todas, mas fizemos o nosso melhor e nos desdobramos entre os quatro palcos com auxílio extra-oficial do Caco Garcia.

Falando primeiramente da estrutura, o Memorial se demonstra um lugar bem assertivo para a proposta, já que temos quatro palcos com bandas tocando simultaneamente e trazendo a experiência do Festival europeu de forma fidedigna.

Lojas por todos os lados, stand da Expo Horror, pontos para recarregar sua garrafinha de água, foods trucks variados, espaço kids e SIGNING SESSIONS, onde você poderia ter a oportunidade de pegar autógrafos e a aquela bela foto com seus ídolos. Realmente algo diferenciado e mantendo o padrão da primeira edição.

Os banheiros melhoraram bastante, principalmente os destinados aos PCD’s. A área destinada no palco Sun e Wave para pessoas com deficiência eram muito boas, diferente da edição anterior. Uma grande melhora. Já a área dos palcos principais Hot e Ice era extremamente longe, melhoraram a questão de não colocar o local atrás do bar, mas ficou muito longe do palco, pois, quem estava ali assistia os músicos como miniaturas, algo para ser revisto para a próxima edição.

O calor era insuportável e lembro que no ano passado até de casaco em certos momentos fiquei, mas nosso clima anda desregulado e o sol rachava na cabeça dos bangers e músicos.

O dia se iniciou as 11h da manhã no palco ICE com os suecos do Nestor e seu Hard Rock com influências de AOR levantou a galera que já estava em bom número no local. 

Presença de palco, roupas coloridas e brilhantes, solos melodiosos e refrões grudentos, levando os fãs de Hard à loucura com canções como "On The Run", "1989" e "Perfect Ten". 

Uma apresentação bem consistente que me impressionou. Certamente eles também se surpreenderam com a receptividade. 

Por volta do meio dia era hora dos americanos do Flotsam & Jetsam e seu Thrash Metal único. Confesso que aí a emoção tomou conta, pois são anos esperando essa vinda deles ao Brasil e eu estava ali, contemplando bem de perto em um show arrebatador e era visível a empolgação da banda, já que os presentes conheciam cada música e demonstraram o quanto esperavam por esse show!

Esse é um outro diferencial do Summer Breeze Brasil,  oportunizando presenciarmos bandas que nunca pisaram em nosso solo,  dando ao público momentos únicos.

No palco SUN STAGE tivemos o Cultura Três do baixista Paulo Xisto (Sepultura) entregando um show enérgico. Assim como na sequência o Dr. Sin e todo o seu requinte sonoro, com a plateia em mãos e com a pista praticamente lotada.

Uma outra grata surpresa foi o show dos ingleses do Tygers of Pan Tang, aquela sonoridade mais NWOBHM os veteranos entregaram tudo em cima do palco, de fato, mandaram muito bem e ganharam mais um fã (no caso eu) os “tiozinhos” mostraram que tem muita lenha para queimar. 

E para o redator Caco Garcia foi um sonho realizado, inclusive colocando o Tygers dentre os melhores shows do Summer. De bônus, ainda falamos  com o fundador Robb Weir e o presenteamos com uma camiseta do Road.

É surreal pensar que em um único festival assistimos bandas desse calibre tão importante para a história do som pesado e que nunca estiveram aqui, por essas e outras que temos que valorizar o Summer Breeze Brasil.

O palco Wave Stages (diferente da primeira edição, que estava disponível apenas para quem adquiria o ingresso Lounge) ficou destinado as bandas nacionais. 

Destaco o show dos paulistas do Alchemia e seu Horror Metal e a já clássica e destruidora Zumbis do Espaço, comandados por Tor Tauil (vocais) e Guilherme Martins (bateria, também Viper),  e mesmo castigados pelo sol, entregou um show cheio de energia e botou a galera pra pogar com clássicos como "Mato por Prazer" e "Nos Braços da Vampira" 

Mais um ponto positivo para o Summer, ter essa iniciativa e dar esse espaço ao Heavy Metal nacional em um grande evento, em um belo palco e uma ótima exposição.

Ao meio da tarde tivemos o rolo compressor do Thrash americano, o gigante Exodus no palco ICE e não é preciso dizer a brutalidade que foi, mesmo sentindo o Exodus com um pouquinho do pé no freio, mas isso se justifica, pois, Zetro Souza não estava bem de saúde, mesmo assim entregaram uma violência sonora que só o Exodus sabe fazer. 

Mosh pit,  circle pit e tudo que um show de Thrash precisa. Inclusive, no wall death do Exodus tinha um cadeirante bem ao meio, uma cena incrível e mostrando que sim, o Heavy Metal é para todos. Um dos melhores shows do festival.

Partindo para o palco HOT tivemos o “Tião” o emblemático Sebastian Bach com um show especial em volta do clássico “Slave to the Grind” do Skid Row. E teve até espaço para homenagens, como alguns trechinhos de clássicos como "I Love It Loud", "Children of The Damned" e "Tom Sawyer". É verdade que a voz já não é mais a mesma, mas a presença de palco e carisma são únicas levando os presentes a loucura e finalizando o show com ele gritando no microfone o apelido que recebeu por aqui: “Tião, Tião, Tião”. Hilário!

As 18h30min tivemos no palco ICE Mr. Big e no SUN The 69 Eyes. Um certo conflito, mas é aí que entra a resiliência do redator (risos) a questão é se dividir e tentar absorver o melhor dos dois mundos.

O Mr. Big dispensa comentários e entregou um show cheio de classe e repleto de clássicos, com o Memorial já completamente lotado. Eric Martin é um showman e tem a plateia sob total domínio. Técnicamente então, falar do Mr. Big é chover no molhado. Seus músicos são extraterrestres. Destaque para o tradicional solo com a maqueta, com Billy e Gilbert levantando a galera.

Indo ao palco SUN foi possível pegar um pouco da atmosfera obscura do The 69 Eyes e seu Gothic Rock com toques de Hard, denso e cativante. Com uma grande base de fãs, o palco SUN também já não tinha mais espaços.

Voltando aos palcos principais era hora do mascarado Gene Simmons entrar em cena no palco ICE, ainda que eu tenha torcido o nariz para esta apresentação é inegável que Gene entregou um bom show. Repleto de clássicos do Kiss (mais que óbvio né?!) em uma abordagem mais pesada que a banda original e mostrando a força dos fãs do Kiss e Gene. Que estavam em peso no palco principal.

Ainda as 20h30min o Biohazard encerrava a noite no palco SUN da forma mais brutal e violenta possível. Seu Thrashcore com influencias de Rap é extremamente pesado e agressivo e também empolgante. Mosh até mesmo dos músicos, sem contar a enorme circle pit que se formou.

Encerrando a primeira noite de Summer Breeze Brasil de forma arrebatadora.

 

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Entrevista – Juliana Novo: “Conforme a escolha do Tuomas, a nova cantora foi algo bem distante do estilo da Tarja, então eu realmente não me encaixaria”

 Por: Renato Sanson

Juliana, impossível não começar esta entrevista sem te perguntar sobre sua saída da Crucifixion BR. O porquê da decisão?

Devido ao acidente com o Maxx Guterres em novembro de 2022, eu decidi não ficar parada e começar uma banda do zero, ao invés de seguir com o Crucifixion sem ele, pois não seria justo com ele. Então foi uma ótima ocasião pra criar uma nova banda, e o Michel Turim, que também estava no dia do acidente, pois ele também tocava com o Crucifixion BR, topou na hora.

Ao meio disso, surgiu a Adverse. Com uma sonoridade até mesmo mais moderna. Se distanciando do Black Metal. Foi intencional?

Acredito que tem um pouco de sonoridade Black sim, por alguns riffs puxados para o Blackened Death Metal, porém a base do som é o Death Metal, com elementos progressivos, acredito que as cordas soem diferente pela afinação que o Michel usa que é praticamente Mi standard, ele faz drop de Ré na de 6 cordas, e drop de Lá na de 7 cordas. Vou te dizer que é a primeira vez que eu toco numa banda de Death Metal em que a afinação não é no mínimo um tom abaixo em todas as cordas.

Michel: Na verdade não houve o distanciamento do Black Metal, pois, o gênero está presente em quase todas as nossas músicas, o que mudou foi que, as músicas estão mais Death Metal com alguns trechos e elementos do progressivo.

Já faz mais de uma década que você se mudou para São Paulo. Como você enxerga ambas as cenas? Já que vivenciou e vivencia os dois lados.

Acredito que a cena em São Paulo continua viva, com suas dificuldades de sempre, e ainda é democrática, tem vários eventos para todos os estilos e gostos. Além de shows com as bandas grandes de fora, que alguns produtores têm misturado com bandas underground, acho isso muito válido. Já a cena do RS me parece estar bem mais fraca, pelo que vejo de longe, e por relatos de amigos. 

Fora que na cena gaúcha, Porto Alegre sempre houve muita concorrência e menos abertura para bandas vindas do interior. Já em São Paulo eu percebo que existe uma abertura maior, um acolhimento melhor das bandas de fora. Existe um sentimento maior de irmandade.

A Adverse tem previsão de lançamento do Debut?

Por enquanto estamos trabalhando na composição e estrutura das músicas restantes, então a meta é terminar de compor o álbum em breve, e começar as gravações ainda em 2024, para poder lançar o álbum em 2025. 


Referente a shows, a demanda por aí aumentou? Isso se referindo também ao seu tempo de Crucifixion BR.

Sim, a demanda aumentou no tempo em que estive tocando com o Crucifixion BR aqui na região sudeste, nos últimos anos estivemos com a LBN nos assessorando no booking. Já o Adverse ainda está começando, acredito que quando tivermos o primeiro álbum lançado à demanda aumentará.

Além de baterista, você também é vocalista. Teremos alguma novidade nesta área?

Bom eu acabei de remontar uma banda cover de Nightwish aqui em São Paulo, sob o nome de Wishmaster. Haverá músicas de praticamente todas as fases, principalmente as clássicas com a Tarja, incluindo músicas do “Oceanborn”. Aqui na volta s demanda de bandas covers é grande, e como muita gente não me conhece como cantora, pretendo me divertir cantando, enquanto divulgo meu trabalho. 

Temos uma ideia a longo prazo de fazer uma tour tocando o “Oceanborn” na íntegra, o que acredito que seria uma experiência inesquecível para muitos fãs. É engraçado, pois a última vez que cantei em uma banda cover de Nightwish foi em 2005, pouco antes da Tarja sair.

Até conheci o empresário deles e cantei pra ele na frente do Live’n Louder; semanas depois a Tarja saiu e eu entrei em contato com ele, daí me pediram um mp3 cantando e uma foto, eu enviei e foi isso. Conforme a escolha do Tuomas, a nova cantora foi algo bem distante do estilo da Tarja, então eu realmente não me encaixaria. 

Então refazer essa banda é uma oportunidade de mostrar como teria sido se eu realmente tivesse sido escolhida. Quanto à Noctis Notus, eu lancei um EP digitalmente com duas músicas gravadas, e outras três em versão demo, para deixar registrado. Talvez, quem sabe um dia, eu volte com essa banda, ou quem sabe um dia eu ainda faça algo novo autoral cantando. Mas por enquanto vamos de cover.

Gostaria de agradecer pela disponibilidade e antes de encerrar, gostaria que comentasse as suas cinco principais influencias na bateria e as cinco principais como vocalista.

Minhas influências principais na bateria atualmente são: Inferno, George Kollias, Max Kolesne, e os mestres veteranos Pete Sandoval e Gene Hoglan.

Já nos vocais, minhas influências principais são: Tarja Turunen, Floor Jansen, e de homens, Ian Gillan, Warrel Dane e Bruce Dickinson.

Te agradeço imensamente o convite para a entrevista, e também agradeço a todos que me apoiam tanto como baterista quanto como vocalista, e espero cada vez atingir mais pessoas positivamente com meu trabalho musical.



 


segunda-feira, 29 de abril de 2024

Cobertura de Show: Jeff Scott Soto, Sinistra e Jelusick – 19/04/2024 – Bar Opinião/RS

Por: Renato Sanson

Menos de uma semana de seu show acústico com o Angra, era hora de reencontrar o talentosíssimo Jeff Scott Soto novamente. Mas desta vez com sua banda completa e muito bem acompanhada da banda brasileira Sinistra e do vocalista croata Dino Jelusick.

Uma verdadeira celebração ao Hard/Heavy que contou com uma plateia reduzida para uma sexta-feira de bom tempo na capital gaúcha.

As 18h o evento iniciou e tivemos o Dream Team do Heavy Metal nacional sob a tutela de Sinistra, banda esta composta por Nando Fernandes (vocal), Edu Ardanuy (guitarra), Luis Mariutti (baixo) e Rafael Rosa (bateria). Time esse que dispensa comentários.

O Sinistra vem divulgando seu Debut autointitulado e nos presenteou com um Heavy Metal denso, pesado e obscuro nos melhores moldes da fase Sabbath com Dio (porque será?! Pegaram a referência?).

O diferencial do Sinistra são as letras em português e fica muito clara mensagem, que é de fácil assimilação e identificação como em “Mente Vazia”, “Umbral” e a pra mim a já clássica “Inquisição”.

O som estava perfeitamente limpo e cristalino, de alto nível o que foi possível observar e extrair o melhor de cada músico, entregando uma apresentação sólida e empolgante.

Ao final tivemos um ser (que não há nem como nomear) gritando para a banda tocar saidera o que gerou descontentamento dos presentes e um clima desagradável, Nando com toda a sua classe e educação pergunta ao cidadão (não sei se podemos chamar um ser desses de “cidadão”) se ele queria aparecer e questiona: “você é músico?” Mediante a resposta negativa Nando pergunta aos demais se gostariam que continuasse a resposta é claro foi positiva.

Finalizando o show com a excelente “Amanhã” e ao final os gritos de “mais um” ecoaram no Bar Opinião, mas Nando explicou que devido ao tempo para cada banda não seria possível, mas que retornarão ao Sul para um show completo.

Uma pequena pausa e não demora muito para a banda do vocalista Dino Jelusick entrar em cena e destilarem o seu Heavy Metal regado a Hard Rock de forma pesada e intensa. Podemos dizer que Dino é mais do que uma grata revelação do gênero, mas sim uma realidade e sendo um dos melhores vocalistas da atualidade.

Energia, presença de palco e uma voz incrível, apresentando o seu novo álbum “Follow The Blind” lançado em 2023, desta vez, sob a tutela de Jelusick e não de Animal Drive.

A atmosfera mais pesada e até mesmo progressiva mostra um lado mais moderno das composições atuais e que em nada faz perder sua característica e força vocal, assim como os excelentes músicos que o acompanham e desfilam técnica e presença de palco absurdas, encantando e hipnotizando os presentes.

Composições como “Acid Rain” e “Fly High Again” fizeram muitos cantarem juntos e deixar Dino surpreso e feliz com a ótima recepção. Esperamos rever o croata em breve.

Era hora do gringo mais brasileiro que conheço, a atração principal, o lendário Jeff Scott Soto e sua banda que é formada por músicos brasileiros, que os acompanham há quase duas décadas.

Sendo eles: Leo Mancini (guitarra), BJ (vocais de apoio/teclado /guitarra), Henrique Canale (baixo) e Edu Cominatto (bateria).

Os fãs tiveram uma noite repleta de clássicos de todas as fases de Jeff, começando por “Now Your Ships Are Burned” do debut do guitarrista sueco Malmsteen, onde revelava ao mundo uma das maiores vozes do Heavy Metal.

Também tivemos Livin The Life” (trilha sonora d filme Rockstar), “Warrior” do Axel Rudi Pell e “Eyes Of Love” do seu debut “Prism” de 2002. Em minha opinião uma das musicas mais belas da carreira de Soto.

Com um inicio assim tão vibrante a noite prometia e não foi diferente. Soto esbanja simpatia e sempre muito performático, mesmo tendo machucado o joelho dias antes no Brasil, o vocalista não se poupou e entregou uma performance digna de seu nome.

Os Medleys fazem parte da trajetória de Soto e seu amor por Queen também. O medley de Queen deu uma esfriada nos ânimos, mas não de forma negativa, mas sim um momento diferente onde o vocalista se encontrava sozinho em palco cantando em cima das faixas pré-gravadas, para em seguida Mancini retornar ao palco e tocarem um dos maiores clássicos do Queen e uma das baladas mais lindas da história da música, estou falando de “Love Of My Life” que contou com o dueto Soto e Jelusick, sendo que Dino estava no segundo andar do Opinião, algo inusitado e marcante em um dueto fantástico, de arrepiar.

Um dos momentos mais descontraídos da noite é a sua paixão por caipiroska e o clássico “vira, vira, vira” e Jeff não decepcionou e atendeu ao pedido dos fãs onde todos vibravam e entornavam os copos de cerveja juntos.

Tivemos ainda mais uma do Queen “Stone Cold Crazy” e mais duas do clássico “March Out” do Malmsteen I´m a Viking“ e “I`ll See The Light Tonight”. Tendo ao final, Leo Mancini fazendo gestos que suas mãos tinham quebrado (risos).

O Medley de Talisman não poderia faltar e foi belíssimo e emocionante, pois é impossível falar de Jeff Scott Soto e não lembrar de Talisman e seus clássicos atemporais. E seria uma heresia se o Medley não tivesse os covers de “Frozen” (Madonna) e “Crazy” (Seal) gravados pelo Talisman, fazendo muito marmanjo suar pelos olhos.

“Stand Up And Shout” (também do filme Rockstar) veio para enlouquecer a galera, ainda mais que Jeff chamou Nando e Dino para participarem e antes que fossem embora Jeff os chamou novamente para a clássica “I'll Be Waiting” com Jeff, Dino, Nando e BJ dividindo os vocais. Ainda com o pedido de Soto para Nando cantar o refrão em português, mais um momento descontraído e marcante da noite.

Ainda com os três vocalistas em palco mais um Medley pra conta, mas desta vez de Disco Music e diversos clássicos da época de ouro da Disco foram tocados (inclusive mais uma do Queen por ali rsrsrs) em uma celebração fantástica em solo gaúcho.

Realmente quem não foi, acabou perdendo um espetáculo em tanto, de três grandes bandas e de dois vocalistas que já estão eternizados na história do som pesado (calma fãs, o Dino pode chegar lá em algum momento) com músicos de altíssimo nível.

Vale destacar a qualidade sonora de todos os shows que estavam impecáveis. Parabéns a Ablaze pela excelente produção.

P/S: por motivos que desconhecemos a banda Clash Buldog's acabou não realizando seu show.

 

 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Cobertura de Show: Jethro Tull – 13/04/2024 – Vibra/SP

Jethro Tull celebra lançamentos em sete décadas e capricha no audiovisual em apresentação marcada pela restrição a celulares

O Jethro Tull, banda britânica de Rock Progressivo, Folk Rock e Blues Rock, finalizou a turnê “Seven Decades Tour” – ou “RökFlote Tour”, como também foi divulgada em alguns veículos e no ingresso – em São Paulo, no último sábado (13), no VIBRA São Paulo, localizado na Zona Sul da Capital Paulista, após passagens por Porto Alegre e Curitiba. 

O show, organizado pela MCA Concerts, contou com um setlist de 17 músicas, divididas em dois atos e um bis, que trouxe o repertório da maior parte dos álbuns lançados pela banda – ao menos um a cada década desde os anos 60.  Além disso, a configuração num espectro teatral e a proibição de gravações e fotos com celulares – e até a exigência da banda por não ter fotógrafos para cobrir o show – foram destaques além da apresentação.


Pré-show

Chegar ao VIBRA não é um problema, pensando que há linhas de ônibus que passam em frente ao local e, também, há a Estação João Dias a pouco mais de um quilômetro do local. E foi da primeira forma que cheguei, já observando a organização para os estacionamentos dentro e fora do terreno da casa de eventos.

Muitas pessoas deixaram para comprar os ingressos de última hora, na bilheteria do local. Isso foi um fator que atrapalhou a retirada do ingresso, mas que não impactou no horário para o show. Ainda assim, cheguei num horário em que não deu para observar qual banda, aparentemente vinculada a alguma ação da rádio Kiss FM, tocava no Hall do VIBRA, fora o fato de ter chegado no final da apresentação. Ficou a curiosidade, devido ao bom som ouvido do lado de fora – a área, inclusive, seguia com muitas pessoas a circular pelas entradas.

Membros da imprensa subiram em uma entrada diferente e que direcionou para as cadeiras superiores. Ao subir as escadas rolantes, percebi que havia um comunicado da banda, a respeito da proibição de celulares para fotos ou vídeos, algo reforçado pela agente que fez a leitura dos ingressos na porta da entrada. Este mesmo comunicado apareceu, em diversos momentos, nos telões laterais do palco: 

“A pedido do Ian Anderson e da banda Jethro Tull, é proibido tirar fotos ou fazer vídeos com smartphones ou câmeras durante toda a apresentação.

Ao adentrar a casa, certifique-se de que seu telefone está desligado ou em modo avião. 

As luzes dos aparelhos e dispositivos podem atrapalhar o artista e banda. Caso seja necessário, a equipe de segurança solicitará o desligamento dos mesmos.

Agradecemos a atenção e a colaboração de todos. Desejamos um bom show”.

Outro ponto a destacar envolve a posição onde os repórteres ficaram nas cadeiras superiores: na última fileira, no topo do local. Não foi ruim, exceto por um pequeno ponto cego em que a viga superior (e horizontal) de iluminação atrapalhava a visão do telão esquerdo, na visão do telespectador, algo que também deve ter atrapalhado os espectadores da posição inversa a região do topo. Fora isso, foi algo inédito, pois sempre estive em shows de pista, em pé e próximo ao palco. O conforto de ver o show sentado, na poltrona, foi o ponto mais positivo de todo este contexto.

Aparentemente, os setores abaixo de onde eu estava lotaram. Na superior, as cadeiras mais próximas às paredes tinham lugares vazios e, apesar de pensar que o espaço não lotaria consideravelmente, houve uma ocupação bem considerável, com pessoas que chegaram mais tarde, em cima do horário previsto, e até dentro do tempo de atraso, muito provavelmente por ainda comprarem os ingressos. 

E foi justamente este montante de pessoas que teria causado o atraso de cerca de 20 minutos para o início do show. Dentro desse tempo, a publicidade interna ocupou os telões laterais, enquanto o principal tinha a animação de um rio, com a logo em texto da banda da noite.

Às 21h15, o comunicado exposto nos telões foi narrado duas vezes, como forma de reforçar o aviso em relação ao uso de celulares. Três minutos depois, todas as luzes se apagaram para o início do show.


Jethro Tull e um show ilustrado, lírico e performático

É importante salientar três elementos do evento que, juntos da configuração das cadeiras em todos os setores, deram sentidos reflexivos à performance e tornaram mais entendível a proposta de uma espécie de concerto musical. O primeiro envolve a configuração em que os postos instrumentais estavam: na visão dos espectadores, os teclados ficaram à esquerda, a bateria à direita e, no meio, um amplo espaço para que guitarrista, baixista e vocalista ficassem, junto a um espaço de circulação amplo para o frontman Ian Anderson – uma vez que os instrumentistas de corda pouco saíram de seus postos durante o show. O segundo é o telão central, que mostrou vídeos elaborados para cada uma das faixas e que combinavam perfeitamente com cada passagem de cada música. Por fim, as danças do líder da banda, fossem ao centro do palco ou nas regiões frontais mais vazias, tentaram trazer algo teatral em meio às partes musicais. Com isso em mente, a descrição dos acontecimentos do show pode fazer mais sentido.

O início da apresentação veio com o primeiro grande vídeo da noite: uma transição do logo do Jethro Tull para uma mão que, fora da água, segurava uma baqueta. Os membros logo chegaram ao palco, um por um: John O’Hara (teclado e backing vocal), Scott Hammond (bateria), David Goodler (baixo), Jack Clark (guitarra) e Ian Anderson (vocal e flauta). O novo guitarrista, inclusive, substituiu Joe Parrish, que deixou o grupo em janeiro deste ano.

Logo de cara, a banda tocou “My Sunday Feeling”, faixa que abre o disco de estreia, “This Was” (1968). Goodler fez o forte riff da faixa e Ian, ao entrar, veio com sua icônica flauta. Ao fundo, o telão mostrava televisões de tubo da década de 1960 que transmitiam imagens de membros mais antigos da banda – incluindo Ian – performando em outros shows. O frontman, inclusive, aparentava uma pequena dificuldade para puxar vozes mais longas, levantando a cabeça para o alto não somente nesta, como em outras faixas do show. Apesar disso, o tom da voz do vocalista condizia a como a banda tocava a faixa e, junto a isso, o solo de Jack Clark trouxe a tonalidade Blues Rock necessária.

Após os aplausos, o grupo tocou “We Used to Know”, música que representou o disco “Stand Up” (1969). Mais imagens antigas da banda em performances, somadas a ambientações urbanas da Inglaterra, apareciam no telão central, enquanto Ian Anderson se entregou ainda mais com a flauta e Jack Clark, pouco tempo depois, fez um dos grandes solos da noite.

O Jethro Tull pulou para o final dos anos 1970 com a faixa “Heavy Horses”, que leva o mesmo nome do álbum, lançado em 1978. As imagens de cavalos e tratores nos campos ingleses ilustravam uma faixa que, apesar do início mais lento, passou para um ritmo mais rápido. Ian também fez a primeira interação com os companheiros de banda no palco, ao reverenciar Clark em um novo solo de guitarra.

Em “Weathercock”, um cata-vento de fazendas, com a representação de um galo, e imagens da rosa dos ventos, eram o destaque ilustrativo. No palco, as luzes amarelas davam um novo tom visual dentro da faixa, enquanto a banda tocava um folk rock mais calmo. Nessa faixa, era visível a circulação de alguns seguranças na área superior que, muito provavelmente, tentaram conter possíveis tentativas de gravação dos fãs. 

Na sequência, foi a vez de “Roots to Branches” e, levando ao pé da letra, a imagem era de uma raiz que, aos poucos, formaram galhos de árvores. Cada membro teve um momento de destaque, mas Anderson e Clark tiveram tempo maior de execução por conta da faixa. Depois, o Jethro Tull tocou “Holly Herald”, do álbum de Natal da banda, lançado em 2003 e com um teor Folk muito evidente. Foi nesta faixa que Ian se soltou mais no palco e se aproximou pela primeira vez nas extremidades laterais, de modo a ficar mais perto do público por um momento.

“Wolf Unchained” foi a primeira faixa do mais recente álbum da banda, “RökFlote” (2023), a ser tocada na apresentação. O vulto de um lobo deu entrada para a faixa, seguido de um forte uivado e da introdução com guitarra e teclado. A figura facial de um outro lobo apareceu e logo sumiu e, enquanto isso, Ian Anderson voltava à ponta do palco para tocar sua icônica flauta enquanto estava ajoelhado. Em outro momento da faixa, ele e Jack Clark se juntaram para uma nova interação, tocando juntos a parte de solo da música.

A reta final do primeiro ato da noite veio com as faixas “Mine Is The Mountain”, destacada pela interação de Ian com o baixista David Goodier, e pelas imagens alternadas de montanhas e representações de Deus, no telão; e “Bourrée in E minor”, um cover do compositor barroco Johann Sebastian Bach, em que todos os instrumentos encaixaram bem com a sonoridade e tom da composição em questão. Ian Anderson esbanjou sua performance diferenciada, ao tocar de diversas formas: com pernas cruzadas, uma perna para o ar, próximo do público e evidenciando sua voz junto à flauta, no final. 

Fortes aplausos vieram de todos os setores ao fim do ato e os 15 minutos foram suficientes para quem foi ao banheiro ou precisou comprar algum lanche.

As luzes se apagaram às 22h26, para o segundo ato. O uso de celulares seguia proibido e houve reforço no telão, com a imagem de Ian Anderson com um binóculo e, em cada lente, um indicativo de que fotos e vídeos eram proibidos. Os membros do Jethro Tull retornaram e um fã chegou a gritar “Toca Raul” nesse momento. 

A música que abriu o segundo ato foi “Farm on the Freeway”, única representante do álbum “Crest of a Knave” (1987). Nela, as características de Rock Progressivo ficaram mais evidentes e a dupla Anderson-Clark se destacou novamente no início da faixa, enquanto imagens de fazendas e cidades rodavam no telão central. Nesta faixa, Ian foi ao menos três vezes para perto do andar do teclado, onde um dispositivo muito provavelmente regulava a altura da flauta; e David Goodier fez o backing vocal pela primeira vez na noite.

Em “The Navigators”, segunda faixa da era “RökFlote” e baseada na história do deus nórdico Njord, os elementos de rock progressivo voltaram à tona, enquanto o videoclipe da faixa passava ao fundo. Na sequência, a música “Warm Sporran” começou com as luzes acesas e Ian Anderson fora do palco. No entanto, ele apareceu sorrateiramente segundos após o início do som. Foi nesta faixa, inclusive, que uma pessoa atrapalhou a visão de outros espectadores ao ficar de pé na escadaria de uma das áreas das cadeiras superiores, causando uma pequena maré de reclamações destes e dos seguranças.

Em “Mrs Tibbets”, uma faixa que conta uma história crítica baseada em acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, imagens de aviões de guerra, uma bomba atômica com o gorro de Natal e explosões e dos resultados após os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, ilustraram a faixa enquanto a banda tocava. Clark recebeu outro momento de destaque com seu solo, que tocou no mesmo momento em que o fogo das explosões aparecia no telão principal.

O Jethro Tull continuou com “Dark Ages”, introduzida pelo teclado de John O'Hara no tom de um órgão, sons de chocalho e imagens ficcionais da Terra antes e depois de explosões nucleares – como Ian explicou antes, é uma faixa sobre o fim dos tempos. Outras cenas em vídeo tornaram este o momento mais reflexivo da noite, como contrastes que envolveram amontoados de pessoas na Black Friday e moradores de rua, além de imagens rios e mares poluídos, geleiras em processo de derretimento, brigas políticas, confrontos que faziam alusão a protestos e guerras civis, dentre outros vídeos que impactaram o público durante a faixa. A sonoridade, claro, não deixou a desejar, desde a condução geral até o solo de guitarra de Gary Clark, passando pela finalização orquestrada de bateria, teclado e flauta.

Na reta final, o grupo tocou “Aquadiddley”, faixa instrumental que serviu de introdução para a clássica “Aqualung”. Foi nesta faixa que Ian Anderson teve mais afinco na forma de cantar e seguiu assim do início ao fim desta música, finalizada de forma apoteótica com as batidas de bateria em sincronia com as linhas de piano, além dos pulos dos outros instrumentistas.

O bis foi o momento mais comemorado pelo público - sem contar os aplausos e ovações do final de parte das faixas tocadas na noite -, pois logo apareceu uma animação de Ian Anderson permitindo a gravação com celulares e câmeras a partir daquele momento. Grande parte dos presentes – inclusive eu – sacou seus aparelhos para gravar “Locomotive Breath”, também pertencente ao álbum “Aqualung” (1971), como forma de ter um pequeno registro musical da noite. Cada membro teve seu momento de apresentar um pouco do potencial musical e, claro, a finalização é digna de um show de pluralidades mais que interessantes para uma apresentação ao vivo.

Por fim, o telão mostrou imagens divertidas de cada membro, enquanto estes iam até a frente do palco para se apresentar e agradecer por uma última vez. Ian arrancou mais risadas por conta de sua imagem e, claro, os aplausos foram calorosos, com o público de pé por minutos apenas para isso.

A saída do público foi ao som de “What a Wonderful World”, icônica canção de Louis Armstrong, sendo uma forma de fechar uma noite interessante e curiosa em termos de música, performance e num modelo de experiência de concerto diferenciado além de, principalmente, ver novamente, uma banda solicitar o não uso de aparelhos em um show e o público, em sua maioria, respeitar, mesmo que sob o medo de receber um sermão da equipe de segurança. 


Texto: Tiago Pereira
Edição/Revisão: Gabriel Arruda

Realização: MCA Concerts
Mídia Press: Midiorama


Jethro Tull

Set 1
My Sunday Feeling
We Used to Know
Heavy Horses
Weathercock
Roots to Branches
Holly Herald
Wolf Unchained
Mine Is the Mountain
Bourrée in E minor (Johann Sebastian Bach cover)

Set 2
Farm on the Freeway
The Navigators
Warm Sporran
Mrs Tibbets
Dark Ages
Aquadiddley
Aqualung
***Encore***
Locomotive Breath

OBS: Devido a pedido do Ian Anderson, junto com os demais músicos do Jethro Tull, não foi permitida a entrada de fotógrafos profissionais e nem registro de vídeos e fotos de celular. Portanto, não há ilustrações e conteúdo audiovisual nesta matéria por conta das normas citadas. Agradecemos a compreensão dos que leram.


segunda-feira, 22 de abril de 2024

Cobertura de Show: Leather Leone – 12/04/2024 – Jai Club/SP

Leather agita a noite em São Paulo com muito carisma e Heavy Metal!


Sabe aquela sexta-feira perfeita para curtir um show? Nem muito calor, nem muito frio... assim estava a sexta-feira do dia 12 de abril, na Jai Club, com três shows agendados para a noite: os guarulhenses do Hell On Wheels, os paulistas do Selvageria e a nova-iorquina Leather Leone, atração principal da noite e acompanhada de uma banda composta por grandes músicos do metal nacional.

Hell On Wheels

Cheguei na casa de shows com o som da banda Hell On Wheels, que estava programado para 18h45. O grupo presta um tributo à banda belga Acid e é composto por Andressa Castelhano (vocal), Reinaldo Padua (guitarra), Emanuel Ueverton (guitarra), Glauco Silva (bateria) e o baixista Amilcar Risk que, por conta de dengue, não esteve presente.

Dito isso, a banda performou muito bem sem um baixista, num setlist de oito músicas e com muita energia, além de um som de qualidade rolando. Tudo era em cima do palco até a participação diferenciada do guitarrista Reinaldo Padua, descendo do palco e indo tocar no meio do público ali presente. Pode-se dizer facilmente que a banda toca muito bem ao vivo, com a vocalista Andressa Castelhano sendo bem carismática deixando assim um gostinho de quero mais.

Selvageria

Minutos depois de uma pausa de transição de equipamentos, o Selvageria entrou no palco em sequência, banda essa que é uma velha conhecida por metaleiros old school.

Formada em 2005, o Selvageria passou por uma brusca mudança, com a saída do antigo vocalista. Quem assumiu os vocais foi o baterista da banda, Danilo Toloza. Mas então, o que se esperar de uma banda que o batera também é o vocal? Eu te digo: TUDO! O Danilo manda muito bem tanto no instrumental quanto no vocal. Estou reforçando esse detalhe porque se já é um desafio para os guitarristas/baixistas tocarem e ainda apoiar no vocal, imagina como deve ser para o baterista fazer isso?

A banda entrou no palco às 19h40 tocando a música “Metal Invasor”, do seu segundo álbum, também chamado “Selvageria”. Não precisou de muito tempo para ver que a banda formada por Danilo Toloza (bateria e vocal), Cesar Capi (guitarra) e Tomas (baixo) vieram para fazer em seu setlist também composto por oito músicas. Que sonzeira! Importante ressaltar o impacto que o guitarrista Capi tem para a banda também, atuando também no backing vocal e fazendo solos de arrepiar a espinha.

Leather

A Jai Club ficou mais lotada a partir dos preparos para a última atração. Poucos minutos antes do horário do show, quem estava próximo ao palco já conseguia ver Leather Leone se preparando para uma noite de metal ao lado do palco. Pontualmente, às 20h45 do último dia 12, Leather subiu ao palco do Jai Club, na Zona Sul de São Paulo, tocando o clássico “Ruler of the Wasteland” deixando todos ali presentes extasiados com sua energia.

A banda que acompanhou Leather naquela noite foi formada por Marcus Dotta (bateria), Fabio Carito (baixo), Vinnie Tex (guitarra) e Kiko Shred (guitarra). E que verdade seja dita, que grandes músicos são estes! Com um som extremamente limpo e bem executado, fizeram jus aos clássicos tocados na noite daquela sexta-feira. Os solos tocados por Vinnie Tex e Kiko Shred fazem qualquer headbanger se emocionar.

Na sequência, veio a música “Black Knight” do aclamado álbum “Mistery of Illusion” de sua antiga banda, Chastain. Os punhos serrados da plateia subiram com a introdução da faixa “Mistery of Illusion”, do álbum de mesmo nome. Em uma performance de cair o queixo, Leather continua cantando muito bem, fazendo um controle impecável de sua voz, com bastante potência e tons melódicos muito bem executados.

A banda seguiu tocando “I’ve Seen Tomorrow”. Um ponto importante de se comentar é que, apesar de seus 65 anos, Leather Leone não parava um minuto, do minuto inicial do show até o final ela continuava pulando, sorrindo, vibrando com a plateia deixando então aquela sensação nostálgica do que é um show de metal bem executado.

Esbanjando simpatia, Leather se arriscou até na língua portuguesa durante o show, após algumas músicas, com termos como “Foda para caralho” que, segundo a própria, foi uma definição para a reação do público ali presente.

Vale ressaltar novamente que Leather Leone não sabe o significado de cansaço. A noite contou com 15 músicas no setlist relembrando desde o primeiro álbum do Chastain até músicas dos trabalhos solo da cantora. Sem muitos intervalos, a banda fez um show impecável para quem curte um bom metal.

Outro grande momento da noite foi na faixa “We are the Chosen”, não somente por ser uma das mais populares e levar o nome do álbum mais recente da cantora, lançado em 2022, como por ter sido uma das faixas mais cantadas pelo público na apresentação.

Leather continua facilmente ocupando o status de “rainha do metal”. Com sua energia contagiante e sua voz sem igual, com toda certeza, quem esteve presente no Jai Club nessa noite, irá demorar para esquecê-la.


Texto: Marcos Lopes, After do Chaos

Fotos: Paula Cavalcante

Edição/Revisão: Gabriel Arruda

 

Realização: Caveira Velha Produções

Mídia Press: Isabele Miranda Press

 

Hell on Wheels

America

Lucifera

Bottoms Up

Ghostriders

Lost in Hell

Hell on Wheels

Max Overload

Black Car

 

Selvageria

Metal invasor

Selvageria

Na lâmina da foice

Cinzas da inquisição

Águias assassinas

Trovão de aço

Cavaleiro da morte

Hino do mal

 

Leather

Ruler of the Wasteland

Black Knight

Mystery of Illusion

I´ve Seen Tomorrow

Shockwaves

We Take Back Control

Angel of Mercy

Live Hard

The 7th of Never

Who Rules the World

For Those Who Dare

We Are the Chosen

Voice of the Cult

The Battle of Nevermore

The Battlefield of Life