segunda-feira, 12 de maio de 2025

Cobertura de Show: Bangers Open Air – 03/05/2025 – Memorial da América Latina/SP

Após um bom aquecimento, o sábado prometia atrações imperdíveis. Dessa forma, o segundo dia do festival teve um foco maior nas bandas de metal, ao contrário do dia anterior, que priorizou o Hard Rock. Para os admiradores de power metal, foi um dia e tanto, já que a maioria das bandas pertencia a esse subgênero.

Os outros dois palcos, o Sun Stage e o Waves Stage – este último retornando ao espaço interno do Memorial e dedicado às bandas nacionais – também foram abertos. 

Começando pelas primeiras atrações no Sun Stage, conferi os brasileiros do Viper, que este ano celebram 40 anos de carreira. Mesmo após a perda de um de seus fundadores, Pit Passarell, a banda segue firme a sua trajetória, entregando ótimas performances com seus clássicos e faixas do mais recente álbum Timeless, e foi justamente com a faixa-título que Leandro Caçoilo (vocais), Felipe Machado e Kiko Shred (guitarras), Daniel Matos (baixo e irmão do saudoso Andre Matos) e Guilherme Martin (bateria) agitaram o público logo cedo. Como de costume, não faltaram homenagens aos eternos Andre Matos e o citado Pit Passarell, especialmente em “The Spreading Soul” e “Rebel Maniac”, respectivamente.

Ao mesmo tempo em que o Viper se apresentava no Sun Stage, as suíças do Burning Witches incendiavam o Ice Stage com seu Heavy Metal tradicional. Com uma formação consolidada e tendo a vocalista Laura Guldemond como centro das atenções – uma das melhores da atualidade em se tratando de front-woman do gênero –, a banda fez todos os presentes baterem cabeça nas faixas “Wings of Steel”, “Hexenhammer” e “The Dark Tower”, além de “The Spell of the Skill”, a única faixa inédita do set, que deve integrar o próximo álbum.

Burning Witches – setlist:

Unleash the Beast

Dance With the Devil

Maiden of Steel

Nine Worlds

Wings of Steel

Hexenhammer

The Spell of the Skull

The Dark Tower

Lucid Nightmare

Burning Witches





Como eu disse no início, o dia acabou sendo mais voltado ao Metal, mas o H.E.A.T foi a exceção. Considerada por muitos a melhor banda de Hard Rock da atualidade, os suecos já haviam deixado sua marca na primeira edição do festival, quando foram apontados como um dos melhores shows daquele ano. Considerada por muitos a melhor banda de hard rock da atualidade, os suecos do H.E.A.T já haviam deixado sua marca na primeira edição do festival.

Recentemente, a banda lançou seu novo álbum, Welcome to the Future, e foi com a faixa de abertura desse trabalho, “Disaster”, que o show começou com força total. Mas, claro, sem deixar de lado os clássicos da carreira, como “Dangerous Ground”, “Hollywood” e “Back to the Rhythm”.

Apesar da recepção calorosa, da banda tinindo no palco e de um repertório impecável, alguns sinais de preocupação surgiram durante "Rise" e "Beg Beg Beg". O guitarrista Dave Dalone precisou se ausentar do palco por conta da temperatura alta que fazia a tarde na capital, mas isso não comprometeu o nível da apresentação, que foi explosiva e superando a primeira em que fizeram em solo brasileiro. Kenny Leckremo, que a cada dia se mostra um vocalista ainda mais impressionante, não parou de agitar por um segundo sequer.

H.E.A.T – setlist:

Disaster

Emergency

Dangerous Ground

Hollywood

Rise

Beg Beg Beg

Back to the Rhythm

Bad Time for Love

1000 Miles

One by One

Living on the Run





Uma das coisas mais legais em um festival é poder escolher quais bandas assistir. O Municipal Waste é uma excelente banda de Thrash Metal, com músicas bem legais e divertidas. No entanto, como tenho uma paixão pelas bandas suecas, fui atraído a ver o pessoal do Dynazty. E olha, que show. Eles me impressionaram da primeira à última música.

A banda mudou bastante nos últimos anos; os dois primeiros discos têm uma pegada mais voltada ao Hard Rock, enquanto ao vivo, eles entregaram uma performance avassaladora! O vocalista Nils Molin tem uma presença de palco absurda, e a dupla de guitarristas - Rob Love Magnusson e Mike Lavér – foi fantástica, com riffs e solos certeiros. Ou seja, não tenho do que reclamar. Foi uma grande surpresa e considero esse um dos melhores shows do festival.

Dynazty – setlist: 

In the Arms of a Devil

Game of Faces

Natural Born Killer

The Grey

Waterfall

Yours

Call of the Night

Presence of Mind

The Human Paradox

Heartless Madness





Depois disso, resolvi andar pelo festival, observando as feiras, o merchandising e vendo se cruzava com algum artista. Enquanto fazia isso, o Sonata Arctica se apresentava no Hot Stage. Optei por não assistir ao Sonata Arctica por não ter tanta familiaridade com seu trabalho. Ainda assim, reconheço o valor deles dentro do Power Metal. Acabei vendo mais o final do show e percebi que havia muita gente os recepcionando, o que só comprova a admiração dos brasileiros pelos finlandeses, que com certeza fizeram uma ótima apresentação, como das outras vezes em que vieram ao Brasil.

Sonata Arctica – setlist: 

First in Line

Dark Empath

I Have a Right

San Sebastian

Replica

My Land

FullMoon

Wolf & Raven

Don't Say a Word

Vodka





Outra banda que me atraiu foi o Kamelot. Há um bom tempo eles vivem uma nova fase da carreira com o vocalista Tommy Karevik, que está na banda desde 2012 e interpretou com maestria clássicos como “Rule the World”, “When the Lights Are Down” e “Forever”, sem deixar nada a dever ao lendário Roy Khan.

O repertório também contou com faixas mais recentes, como “Veil of Elysium”, que abriu o show de forma arrebatadora, e “New Babylon”, ambas com a participação marcante da cantora Melissa Bonny. Outro ponto alto da apresentação foi o solo de bateria, que incluiu um trecho de “Tom Sawyer”, do Rush.

Kamelot – setlist: 

Veil of Elysium

Rule the World

Insomnia

When the Lights Are Down

New Babylon

Karma

March of Mephisto

Forever

One More Flag in the Ground

Liar Liar (Wasteland Monarchy)





Faltando poucos minutos para o fim do show do Kamelot, já havia muita gente apostas no palco vizinho aguardando a chegada do Saxon. Lenda da N.W.O.B.H.M, o Saxon é uma daquelas bandas que nunca faz um show ruim. Ao lado do Iron Maiden e do Judas Priest, eles formam a trinca de ferro do Heavy Metal britânico. E, quanto mais velhos ficam, menos incansáveis parecem.

Do Hell, Fire and Damnation, disco mais recente da banda, apenas duas músicas foram executadas: a faixa-título e Madame Guillotine. Mas, em todos os shows - mesmo quando estão promovendo um novo lançamento – eles nunca deixam de tocar os clássicos. E não tinha uma pessoa sequer que não cantasse, levantasse os punhos ou batesse cabeça com obras-primas como “Power and the Glory”, “Motorcycle Man”, “Heavy Metal Thunder”, “Strong Arm of the Law” e tantas outras. 

Saxon – setlist:

Hell, Fire and Damnation

Power and the Glory

Motorcycle Man

Madame Guillotine

Heavy Metal Thunder

Strong Arm of the Law

1066

And the Bands Played On

Denim and Leather

747 (Strangers in the Night)

Wheels of Steel

Crusader

Princess of the Night




Outra apresentação muito aguardada do dia foi a do Dark Angel, uma das principais bandas de Thrash Metal da história. Mesmo que não tenha a mesma visibilidade das bandas do chamado Big 4 americano, o grupo ainda continua tendo fãs que acompanham. Um de seus integrantes mais notáveis é o baterista Gene Hoglan, que dispensa apresentações e é uma verdadeira referência no estilo.

Apesar do desfalque do guitarrista Eric Meyer, a banda incendiou o público com rodas e moshes ao som de músicas como “Never to Rise Again”, “Darkness Descends”, “The Burning of Sodom” e “Extinction Level Event”, esta última dedicada a Jim Durkin.

Antes tarde do que nunca, deu tempo de conferir a apresentação do Powerwolf, uma banda que vem se destacando bastante no cenário atual do Power Metal. Apesar de já ter rodado o mundo a fora, muita gente ainda considera o grupo como "novo". Por um lado, isso é bom, pois acaba despertando a curiosidade de quem ainda não conhece muito bem, como foi o meu caso.

Pelo pouco que eu assisti deles ao vivo, já deu pra ver que não é uma banda qualquer. Claro, apesar de ser classificada como uma banda de Power Metal, eles fogem bastante dos estereótipos do gênero. O som é bem mais pesado, e a abordagem das letras também é diferente do que a gente costuma ver nas bandas clássicas. Eles apostam em temas mais religiosos e coisas semelhantes, o que dá um diferencial.

A produção do palco é outro ponto que me surpreendeu, sendo a melhor cenografia desta edição. Só de olhar, já dá pra entender todo o contexto lírico da banda. E o visual também chama atenção, com todos os integrantes com o rosto pintado. Aliás, falando nisso, desde cedo já dava pra ver gente caracterizada igual aos membros da banda, o que já mostra o impacto deles no público. O show foi um verdadeiro sucesso.

Powerwolf – setlist:

Bless ’em With the Blade

Incense & Iron

Army of the Night

Sinners of the Seven Seas

Amen & Attack

Dancing With the Dead

Armata Strigoi

Sainted by the Storm

Heretic Hunters

Fire and Forgive

Werewolves of Armenia

Demons Are a Girl's Best Friend

Blood for Blood (Faoladh)

Sanctified With Dynamite

We Drink Your Blood





Por fim, os suecos do Sabaton encerraram o segundo dia de festival de forma apoteótica. Muitos chegaram a comparar a banda com a atração anterior, contudo, não é bem o caso. O Sabaton aposta numa sonoridade mais tradicional dentro do Heavy Metal, com riffs marcantes e refrões feitos para o público cantar junto, e foi exatamente isso que aconteceu desde o início com "Ghost Division", música que abriu a apresentação da banda sueca e conhecida por abordar temas sobre guerra nas suas letras.

Nos shows em seu país natal, eles costumam apresentar uma grande estrutura de palco, mas aqui no Brasil essa montagem completa não foi possível. Apesar disso, mesmo com uma produção mais enxuta, a banda investiu em diversos efeitos especiais, como pirotecnia, explosões, fumaça e outros elementos visuais. O repertório passou praticamente por toda a trajetória da banda, que está na ativa desde 1999.

Entre as músicas mais aguardadas estavam “The Last Stand”, “Carolus Rex” (cantada em sueco) e “Smoking Snakes”, que homenageia três soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Um dos momentos mais engraçados da noite foi antes de tocarem “Resist and Bite”, quando o vocalista Joakim Brodén apareceu no palco com uma guitarra da Hello Kitty, tocando o riff de “Master of Puppets”, do Metallica.






Sinceramente, estava bem cético em relação ao segundo dia do festival, já que não tinha muitas atrações dentro do meu perfil musical, que é mais voltado para o Heavy Metal tradicional, Thrash Metal e o Hard Rock. Mas acabei me surpreendendo e despertando a curiosidade de conhecer bandas que eu não costumava ouvir tanto. No fim, foi um dia bastante agradável e enriquecedor para o meu background. Um sábado realmente proveitoso, sem sombra de dúvida!


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Edu Lawless

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Consulado do Rock

Press: Agência Taga


Sabaton – setlist:

Ghost Division

The Last Stand

The Red Baron

Bismarck

Stormtroopers

Carolus Rex

Night Witches

The Attack of the Dead Men

Fields of Verdun

The Art of War

Resist and Bite

Soldier of Heaven

Christmas Truce

Smoking Snakes

Primo Victoria

Swedish Pagans

To Hell and Back

domingo, 11 de maio de 2025

Cobertura de Show: Bangers Open Air – 02/05/2025 – Memorial da América Latina/SP

Após o feriado do Dia do Trabalhador, o Memorial da América Latina foi palco de mais uma edição do festival de música pesada mais importante do Brasil e da América Latina. Se você pensou no Summer Breeze, é compreensível. No entanto, devido ao fim da parceria com os organizadores alemães, o festival agora atende por outro nome: Bangers Open Air. Apesar da mudança, a proposta continua a mesma: quatro palcos, mais de 50 atrações e uma variedade de atividades que abrangem desde gastronomia, tatuagem, cultura geek, entre outras coisas. Tudo isso ao longo de três dias intensos, não deixando nada a desejar em comparação aos grandes eventos europeus.

Para não dizer que não houve mudanças em relação às edições passadas, as únicas que pude notar foram na entrada do lounge, agora controlada por QR Code e reconhecimento facial por meio de catracas, a fim de evitar a entrada de penetras e fraudes. Outra novidade, que achei a mais legal, foi a liberação gratuita para crianças de até 10 anos. Em todos os dias, vi várias curtindo as diversas atrações ao lado dos pais, tios e avós, sob um calor escaldante, assim como no ano passado. Apesar dessas pequenas mudanças, o padrão geral do festival permaneceu o mesmo, com algumas melhorias pontuais aqui e ali.

Com os palcos Sun e Waves desativados, o primeiro dia contou shows apenas nos palcos Ice e Hot Stage, um contraste em relação ao ano passado, que teve uma programação mais extensa, mas com público reduzido por ser um dia útil. Neste ano, a organização manteve uma escala menor, provavelmente ciente de que muitos headbangers ainda estariam cumprindo seus compromissos profissionais. Mesmo com a primeira apresentação marcada para as 15h10, o público começou a chegar em peso após o fim do expediente. Quem teve a sorte e a proeza de comparecer ao chamado "Warm-Up", uma espécie de aquecimento para os outros dois dias de festival, pôde assistir a shows acima da média.

Infelizmente, não consegui ver o Kissin' Dynamite, banda pela qual eu estava ansioso para ver. Segundo comentários e relatos de amigos que assistiram, os alemães entregaram um ótimo show, como já era de se esperar tratando-se de uma das melhores bandas de Hard Rock da atualidade. Fica aqui o pedido para que voltem em uma futura edição, desta vez com tempo suficiente para poder vê-lo.

Kissin' Dynamite – setlist: 

Back With a Bang

DNA

No One Dies a Virgin

I've Got the Fire

My Monster

The Devil Is a Woman

Not the End of the Road

You're Not Alone

Raise Your Glass



Logo em seguida, foi a vez das meninas da Dogma, banda que rapidamente caiu nas graças dos brasileiros, subirem ao palco. Como muitos já sabem, as integrantes mantêm suas identidades em segredo, apostando em um visual enigmático: todas vestidas como freiras, com um toque sensual, que certamente provoca reações intensas, inclusive de católicos e até mesmo evangélicos mais conservadores.

Assim como no ano passado, a banda entregou um show sensacional, mostrando que sua performance cresce ainda mais em um palco amplo e bem produzido. Embora alguns tenham reclamado da qualidade do som, muitos ficaram encantados com o hard n’ heavy praticado pelo grupo e com as faixas do, até agora, único disco lançado em 2023, como “Bare to the Bones”, “Make Us Proud”, a pesada “Pleasure From Pain” e a já clássica “Father I Haven Sinned”. As novidades ficaram por conta do cover de “Like a Prayer”, da rainha do pop Madonna, e da nova faixa “Banned”.

Dogma – setlist:

Forbidden Zone

My First Peak

Made Her Mine

Banned

Like a Prayer (Madonna cover)

Bare to the Bones

Make Us Proud

Pleasure From Pain

Father I Have Sinned

The Dark Messiah



Depois, no palco vizinho, era a vez de conferir os veteranos do Armored Saint, uma das bandas mais subestimadas da história do Heavy Metal e que merecia muito mais reconhecimento. Diferente do show anterior, a banda teve uma recepção mais discreta, com o público sendo em sua maioria composto pelos fãs fiéis. Outro detalhe importante é que o Armored Saint não tem o hábito de visitar o Brasil com frequência. Inclusive, esse foi o primeiro de apenas dois shows que a banda realizou neste ano, já que eles vão focar na gravação do novo álbum. Isso foi o que o baterista Gonzo Sandoval explicou em uma entrevista que nos concedeu.

Quem estava ansioso para vê-los acabou se decepcionando um pouco não pela performance – por sinal, muito boa –, e sim pela qualidade do som, que não melhorou em nenhum momento. Independentemente desse problema técnico, John Bush (vocal), os irmãos Gonzo e Phil Sandoval (bateria e guitarra, respectivamente), Joey Vera (baixo) e Jeff Duncan (guitarra) entregaram o melhor de si em pérolas como “March Of The Saint”, “Last Train Home”, “Can U Believer” – com John descendo do palco e cantando perto da galera – e “Reign Of Fire”, que fizeram a alegria dos fãs.

Armored Saint – setlist: 

March of the Saint

End of the Attention Span

Raising Fear

Long Before I Die

The Pillar

Last Train Home

Left Hook From Right Field

Standing on the Shoulders of Giants

Win Hands Down

Can U Deliver

Reign of Fire



Após a Signing Session com as meninas do Dogma, corri para conferir os dinamarqueses do Pretty Maids, que finalmente fizeram sua estreia no Brasil após 40 anos. 

Durante toda a apresentação, dava para perceber a alegria de Ronnie Atkins (vocal), Ken Hammer (guitarra), Rene Shades (baixo), Allan Tschicaja (bateria) e Chris Laney (teclado/guitarra) por finalmente tocarem no país. Ronnie, em especial, chamava a atenção. Mesmo após anos enfrentando um tratamento contra o câncer, o vocalista continua com uma potência vocal impressionante, além de demonstrar muita interação entre as músicas.

Infelizmente, não consegui ver as três primeiras músicas, mas cheguei a tempo de ver e ouvir “Red, Hot and Heavy”, uma das faixas mais conhecidas da banda, a qual resume bem sua proposta musical, que é um hard n’ heavy contagiante. Me surpreendeu positivamente a sequência de músicas do álbum Pandemonium com “I.N.V.U.” – com Ronnie brincando com o público fazendo os “ô ô ô” e “yeah, yeah” –, “Little Drops of Heaven” e a própria “Pandemonium”, que agitaram a noite de forma impactante.

A trinca final ficou por conta da balada “Please Don't Leave Me”, originalmente composta pelo saudoso John Sykes e que trouxe um momento de respiro antes das indispensáveis “Future World” e “Love Games”, que colocaram o ponto final nessa estreia memorável, com o público vibrando a cada verso e riff. Torcemos para que essa visita não tenha sido única, pois ficou claro o quanto os brasileiros gostam da banda e ansiavam por essa vinda.

Pretty Maids – setlist: 

Mother of All Lies

Kingmaker

Rodeo

Back to Back

Red, Hot and Heavy

Pandemonium

I.N.V.U.

Little Drops of Heaven

Please Don't Leave Me

Future World

Love Games



O penúltimo show do primeiro dia ficou por conta de ninguém menos que Doro Pesch. Com uma carreira que ultrapassa quatro décadas, a vocalista alemã continua mantendo uma presença firme e uma dedicação incondicional ao Heavy Metal. Ao subir ao palco com “Rule the Ruins” e “Earthshaker Rock” – sucessos de sua época de Warlock –, Doro prova que a coroa de Rainha do Metal não lhe foi dada por acaso. Ao lado de sua banda, ela ainda empolgou o público com faixas de sua fase solo, como “Time for Justice” e “Raise Your Fist in the Air”.

Os pontos altos da apresentação ficaram por conta de “Für Immer”, momento em que Doro se cobriu com a bandeira do Brasil, e de “Fire in the Sky”, onde o guitarrista brasileiro Bill Hudson saudou seus compatriotas antes de iniciar a música, composta por ele especialmente para Doro.

No encerramento, a cantora prestou uma homenagem ao Judas Priest com “Breaking the Law”, que começou de uma maneira mais melódica, mas logo retomou seu formato clássico, fazendo com que rodas se formassem próximas ao palco. “All We Are”, considerada um verdadeiro hino pelos fãs e por todo headbanger que se preze, encerrou a participação da majestade do metal em clima de celebração, resultando, sem dúvidas, no melhor show do dia.

Doro – setlist:

I Rule the Ruins

Earthshaker Rock

Burning the Witches

Hellbound

Fight for Rock

Time for Justice

Raise Your Fist in the Air

Metal Racer

Für immer

Fire in the Sky

Breaking the Law (Judas Priest cover)

All We Are



Para encerrar este maravilhoso dia de aquecimento, o Hot Stage recebeu Glenn Hughes, uma lenda do rock que dispensa apresentações. Seus trabalhos icônicos ao longo da carreira falam por si. O vocalista, considerado por muitos como “the voice of rock”, tem um carinho especial pelo Brasil, tendo se apresentado aqui diversas vezes, embora poucas em festivais. Sua estreia em festivais brasileiros ocorreu no Monsters of Rock de 1998. E agora, após tantos anos, ele retorna a um festival de mesma magnitude no Brasil.

Apesar dos 73 anos e dos desafios que enfrentou no passado com drogas e álcool, o músico inglês continua com a voz em excelente forma. É perceptível alguma mudança de tom em certos momentos, mas um artista de sua idade ainda interpretar canções da fase em que integrou o Deep Purple ao lado de David Coverdale é impressionante.

O repertório da noite focou nas fases MK III e MK IV do Deep Purple, com apenas oito músicas, provavelmente devido ao tempo de encerramento do festival. Clássicos como "Stormbringer", "Mistreated", "Sail Away" e "You Fool No One" incendiaram o público, com solos de guitarra, bateria e improvisos que remetiam à atmosfera do lendário California Jam, realizado em 6 de abril de 1974. As músicas mais aguardadas ficaram para o final: a envolvente “You Keep On Moving” e a radiofônica “Burn”, encerrando esse belo dia de aquecimento e pronto para encarar a vasta maratona do dia de seguinte. 




Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Edu Lawless

Edição/Revisão: Gabriel Arruda  


Realização: Consulado do Rock

Press: Agência Taga 


Glenn Hughes – setlist:

Stormbringer

Might Just Take Your Life

Sail Away

You Fool No One 

Mistreated

Gettin' Tighter

You Keep On Moving

Burn