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quinta-feira, 27 de junho de 2024

Cobertura de Show: Kool Metal Fest – 09/06/2024 – Vip Station/SP

Foi o grande encontro nacional do Death Metal! Todo mundo estava lá: bandas, público de vários lugares do Brasil se encontraram no Vip Station numa tarde de domingo para celebrar esse dia histórico do Kool Metal Fest, no qual o Possessed foi a atração da noite e abarrotou o lugar.

Do lado de fora, para desespero dos evangélicos, uma multidão já estava calibrando na cerveja para poder curtir e encontrar uma cena poucas vezes vistas em Santo Amaro com a rua tomada de camiseta com cruzes invertidas, dava para sentir que lá dentro seria uma noite memorável. Ao entrar, o momento de conseguir andar e pegar uma gelada foram nas primeiras bandas. Ver amigos e cumprimentá-los era tudo no começo do evento e depois era desencontrar para não se ver mais. Estava insano o lugar!

O Facada (Fortaleza-CE), desceu o mapa até São Paulo e fez uma boa apresentação trazendo as influências do grind desde 2003. O vocal de James e bateria tocada por Vicente estavam soando muito bem, porém o som das cordas que chegava na pista estava muito embolado, faltou dar uma calibrada para ouvir uma melhor definição dos riffs do guitarrista Danyel. Deram início aos circle pits, rodas e foi uma apresentação curta, mas muito honesta e agressiva representando nosso underground do Nordeste.

Na sequência, Cemitério entrou com casa quase cheia comemorando 10 anos do primeiro disco. Hugo Golon assume o baixo e vocal com uma postura bem coesa, direta e sem perder tempo no repertório, tem um entrosamento sem igual e está bem consolidada na cena, entretanto, com Hugo assumindo duas funções, deixa o show ausente de mais vibração como Cemitério fazia antes quando era quarteto. Aquela referência do vocalista frente de palco se perdeu e precisava voltar porque era o diferencial da banda, já que as letras estão na boca do público e tudo isso deixa o show mais movimentado. A bateria e vocais estavam excelentes, mas assim como o Facada, o som das cordas só começou a melhorar nas últimas músicas - já se percebia que o problema vinha da regulagem da mesa. Cemitério tem muito crédito no underground e possivelmente terá novo álbum chegando até o fim do ano. Destaque para versão muito boa em português de “Infernal Death” (“Morte Infernal), do Death.

A terceira da noite foi o Velho representando o Rio de Janeiro balançou as extremidades. Visual marcante, bateria trigada, duas guitarras, tudo soando muito bem. O público dominava todas as letras e os cariocas fizeram um Black Metal nos moldes mais tradicionais, cru e direto, sem saturar ou perder a consistência do show. Foi uma apresentação curta, mas até o momento, na entrega do show e perfeita audição de todos os instrumentos se destacaram muito bem.

A partir daqui, não se encontrava mais ninguém que havia cumprimentado onde entra o Vulcano, que fez o show com a casa carregada, som bem alto, mas a banda executando muito bem (tirando um “over com microfonia” que não conseguiram tirar da mesa que ficou quase apresentação inteira). No entanto, entregaram uma apresentação irrefutável e clássicos que para citar aqui é chover no molhado, Total Destruição e Guerreiros de Satã fecharam a noite. O vocalista Angel estava lá, participou só no começo e Luiz Carlos Louzada segue grandemente com Vulcano, se consagrando mais uma vez com nosso clássico do underground dos primórdios da cena santista e paulista!

Necrodemon, do Chile, havia cancelado o show, enfim chega a vez do Venom Inc. deixar seu registro na noite. Infelizmente o Mantas não estava lá por conta de um infarto sofrido este ano, foi substituído por Curran Murphy (ex-Annihilator e Nevermore) e mandou muito bem. O vocal/baixista Tony “Demolition Man” Dolan colocou a casa inteira abaixo com aquele público aclamado no Vip Sation, subiu o pedestal a lá Cronos e mandou ver nas 15 músicas do repertório sem deixar faltar os clássicos. Mesmo não sendo o vocalista original, fez o melhor show da noite, tudo equilibrado, som e iluminação encaixando perfeitamente.

Por fim, o criador do estilo Death Metal esmagou o pouco espaço que havia até então. O Possessed e seu lendário vocalista Jeff Becerra na cadeira de rodas (paraplégico após um assalto em 1989) vibrava junto ao público a cada som tocado de forma impecável pela banda toda, uma excelência na execução de todas as músicas e não deixou os hinos da criação do estilo para trás, com direito a sinalizadores no circle pit em The Exorcist e os clássicos de Seven Churches, que completa-rá 40 anos em 2025. Tocaram também seis músicas do disco de 2019, “Revelations of Oblivion”, que trouxe a banda novamente para cena, um regaço descomunal despejado no palco extremamente fiel a gravação do disco. Muitos ao saírem do show, reclamaram do som muito baixo, que parecia vir somente do palco e não tinha retorno para o público. Nas redes sociais um dia após o show, Jeff publicou um vídeo agradecendo aos fãs, mas tossia muito e aparentava não estar muito bem de saúde, o que comprometeu a voz durante algumas músicas. O Possessed estava em turnê na América do Sul e provavelmente encararam uma mudança de tempo que afetou a voz ao chegar no Brasil, mesmo assim, conseguiram cumprir o papel e o show foi espetacular.

Pontos Negativos? Temos! Alguns já foram citados, mas vale lembrar que a logística dos banheiros não favorece nenhum evento desse porte. Outro ponto negativo foram as músicas nos intervalos das bandas... no flyer mostrava que haveria uma discotecagem de Metal, porém, acho que convidaram o DJ Alok, porque colocaram música eletrônica até o Venom Inc.. Só foram rolar um Pestilence antes do Possessed.

No final, deu tudo certo! Bandas de abertura trouxeram outras bandas da região e de outros Estados, arrastaram público que viajou para assisti-los, promoveu encontro de amigos, fotos, merchandising e material em massa para atender o dia histórico de 2024 para o Death Metal brasileiro e internacional.

 

Texto: Roberto “Bertz” (Fanzine Pandemia)

Fotos: Leandro Cherutti (Metal no Papel)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda

 

Realização: Agencia Sob Controle

Mídia Press: Tedesco Comunicação & Mídia

 

Facada

Tu Vai Cair

Socorro

O Joio

Playing With Souls

Descendo Sangue

9mm de Redenção

Tudo me Faltará

Feliz Ano Novo

Nadir

Emptier

Apocalipse Agora

Cidade Morta

Falta Excesso

Podem Vir

Truculence

Instagrinder

Sarcófago

O Cobrador

Amanhã Vai Ser Pior

Chovendo Baratas

Guarda Esse Mantra pra Ti

 

Cemitério

A Volta dos Mortos Vivos

A Vingança de Cropsy

Quadrilha de Sádicos

Massacre no Texas

Tara Diabólica

Oãxiac Odèz

O Dia de Satã

A Sentinela dos Malditos

Sexta-Feira 13

Holocausto Canibal

Natal Sangrento

Morte Infernal (Death cover)

 

Velho

Mais um Ano Esfria

Senhor de Tudo

Cadáveres e Arte

Coma Induzido

A Mesma Velha História

Perto dos Portais da Loucura

Satã, Apareça!

O Único Caminho

 

Vulcano

Holocaust

Dominios of Death

Spirits of Evil

Witches'Sabbath

Ready to Explode

Death Metal

Incubus

Total Destruição

Guerreiros de Satã

Legiões Satânicas

 

Venom Inc.

Witching Hour

Bloodlust

Come to Me

War

Welcome to Hell

Inferno

Live Like an Angel (Die Like a Devil)

Blackened Are the Priests

Carnivorous

In Nomine Satanas

There's Only Black

Black Metal

In League With Satan

Countess Bathory

Sons of Satan

 

Possessed

No More Room in Hell

Damned

Pentagram

Seance

The Word

Storm in My Mind

Dominion

The Eyes of Horror

Tribulation

Graven

The Exorcist

Demon

Fallen Angel

Death Metal

Burning in Hell

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Velho: Abrindo os Portais da Loucura!


Esqueça tudo que você tinha em mente quando pensava em Black Metal, pois de Duque de Caxias/RJ vem uma banda que tem ganhado muitos créditos no underground. Com nome Velho e formada em 2008 dá jus ao nome, pois a primeira impressão que o som do grupo te passa é que realmente soa “velho”. No mais novo lançamento “Senhor de tudo/Vida longa ao Primitivo” (2013) a banda nos leva de volta aos anos 80, lembrando aquela explosão de raiva que Venom e outros grupos do gêneros causaram na época.

O álbum, que é dividido em duas partes, uma gravada em 2012 produzido por Rafael Lopes e a outra parte gravada em 2009 produzido por Luiz Henrique Queiroz, trazem temáticas arrepiantes com letras que te levam para um outro patamar, falando de mortos-vivos, misantropia, histórias macabras cantadas em português, todas escritas pelo guitarrista Thiago Caronte exceto a musica “Coma Induzido” escrita por Valéria Teneba, guitarrista na primeira fase da banda onde foi gravado "Vida longa ao Primitivo".


Lado A: “O Senhor de Tudo!” (Gravado durante o segundo semestre de 2012)

O CD já começa com riffs impressionantes, na música “Uma trilha sem pegadas” mostra realmente o que eu já tinha citado sobre as letras, uma história macabra que envolve mortos-vivos, sacrifícios e toda a crueza do som que faz essa música digna de abrir um disco. A rapidez entra em ação na segunda faixa intitulada “O poder é real”, o interessante que ela é rápida, os pratos do baterista Thiago Splatter não param quietos em nenhum instante, e mesmo com a gravação soando “velha” a letra é inteiramente audível, realmente é uma composição espetacular pra quem aprecia velocidade.

Bom, “Perto dos portais da loucura” é um petardo, uma das melhores que já ouvi nos últimos tempos, mostra toda a influência Punk que a banda tem, os riffs são geniais, a condução é muito levada a sério na bateria, colocada nos momentos exatos, sem exagero, sua letra é de longe a menor e melhor que já vi, na hora do refrão eles compuseram um riff que fica na sua cabeça, só existe uma palavra para descrever: GENIAL!

Aquele estilo “gélido” das bandas europeias de Black Metal do fim dos anos 80 inicio dos 90 é encaixado com muita sabedoria na faixa “Senhor de Tudo”, é uma composição não muito longa, mas bem executada tem uma consistência forte, sem quebradas chatas.


Lado B: “Vida longa ao Primitivo” (Gravado em outubro de 2009)

Nessa segunda parte do álbum, o som é diferente do primeiro, ainda soando aquele lance bem misantropo, mas de uma forma variada, na faixa “O Único Caminho” a banda conseguiu mesclar aquela rapidez com partes mais lentas, sua letra de total desprezo com a humanidade conseguiu começar esse “Lado B” do CD muito bem.

As letras de insanidade são postas com bastante força nessa segunda parte, isso se nota em “Newton misantropo”, que fala de um homem louco, insano a ponto de se suicidar, “-mas é um amigo meu” diz Thiago Caronte, guitarrista e vocalista do Velho. A música é bem rápida com viradas sensacionais na bateria e destacando o baixo que é bem audível nessa faixa.

“A Mesma Velha História” é uma bela mostra do que eu acho sobre bandas que fogem dos clichês típicos do gênero, quem ouve esse som sabe que ela é extrema, mas extrema de uma forma muito diferente, é um extremo “anos 80”, não tem como ouvir esses riffs sem passar um momento “retro” em sua mente.


“Mais um ano esfria” é uma das mais interessantes da segunda parte do álbum é de uma agressividade “monstra” no vocal, cantada com muita raiva, os pedais duplos não param, é realmente sensacional, tem uma levada bem suave na guitarra, mas a mistura colocada deixa ela muito forte e agressiva.

“Coma induzido” é a única composição que não é escrita pelo guitarrista Thiago Caronte, e sim pela guitarrista Valéria Tenebra que fez parte da primeira formação da banda, essa música começa com um ritmo bem cadenciado, com bastante quebras de ritmos, oras é cadenciado, oras extrema e isso a deixou muito interessante, sem ficar maçante e enjoada.

Para quem pensa que terminou é só deixar o CD rolando que logo começa uma “faixa escondida”, um baita cover da conceituada banda de Black Metal Norueguesa Darkthrone, a música é muito conhecida dentro dos fãs do estilo, em grande classe o Velho fecha o CD com “Under a Funeral Moon”.


Para quem não conhecia agora não tem desculpas para não ouvir, sua sonoridade pode não agradar todo mundo, mas o mundo do underground agradece por mais esse petardo.


Revisão/edição: Renato Sanson
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Velho
Álbum: Senhor de Tudo/Vida Longa ao Primitivo
Ano: 2013/2009 Respectivamente
País: Brasil
Tipo: Black Metal
Selo: Cianeto


Formação do “Senhor de Tudo” e atual:
Thiago Splatter (Bateria)
Rafael Lopes (Baixo/Vocal)
Thiago Caronte (Guitarra/Vocal)

Formação de “Vida longa ao Primitivo”:
Thiago Splatter (Bateria)
Valéria Tenebra (Guitarra)
Thiago Caronte (Guitarra/Vocal)
Raphael Fonseca (Chaos) (Baixo)

Tracklist
01 Uma trilha sem Pegadas
02 O poder é Real
03 Perto dos Portais da Loucura
04 Senhor de Tudo
05 O Único Caminho
06 Newton Misantropo
07 A mesma Velha História
08 Mais um Ano Esfria
09 Coma Induzido
(Bônus Track – Under a Funeral Moon/Darkthrone - cover)

Acesse e conheça mais a banda

Ouça "Vida longa ao Primitivo" aqui.