segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Resenha: Dymon's - Lendas Urbanas

 


Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.5/10.0

Fico aqui me perguntando porque bandas como a DYMON'S ainda não estão bem firmadas neste país! Ahhh entendo, é porque estamos em um lugar que nossos artistas sempre ficam em segundo plano, para darmos holofotes pros gringos! Sim, a realidade aqui neste país é uma verdadeira bosta, mas na contramão disso tudo, bandas como essa estão na batalha, lançando obras de peso e relevância como este "Lendas Urbanas".

"Lendas Urbanas" é um típico álbum de Metal, com influências Thrash e até um pouco de atitude extraída do Punk! Boa parte deste lado visceral da DYMON'S atente pelo nome de Éder, vocalista e provável líder do projeto. Incrível a personalidade com a qual este cara imprime a sua voz, tornando músicas como “Vodu”, “Salve o Rei” e “Fúria” fundamentais para a funcionalidade deste material. Não sei se a banda já está excursionando, espero que sim, e se já estiver eu acredito que esta trinca que citei neste parágrafo é o carro chefe do set list. Uma porrada certeira atrás da outra, que chega a nos deixar tontos! Muito bom mesmo!!!!

Gostei muito da qualidade de produção, apenas algumas ressalvas quanto ao som do bumbo da bateria, mas nada que signifique grande coisa! A parte gráfica, assinada pelo brasileiro Rômulo Dias é outro ponto alto, pelo seu requinte e por detalhes caprichados. Amei a paleta de cores, quase monocromática, o que veio a me transmitir um ar rude, agressivo e, até mesmo, assustador!

"Lendas Urbanas" me agradou em cheio, mas ele não traz nada de novo pro cenário! O disco diverte, cumpre o seu papel de maneira direta e é o suficiente. A DYMON'S passou o seu recado e acredito que irão colher ótimos frutos com este produto! Vale a pena...

https://open.spotify.com/intl-pt/album/688V5Xjnoy6HEtUkmsotLG?si=3iqX9izlR5CpCdeXI-gybw

sábado, 27 de janeiro de 2024

Rising Nymph: Ópera Rock Revolucionária Inova com Tecnologia e Arte Ambiental

 


Gravataí, RS - Uma nova era na interseção entre arte, consciência ambiental e tecnologia emerge com o lançamento da inovadora ópera rock "RISING NYMPH". Concebida para abordar a urgência das mudanças climáticas, essa obra pioneira oferece uma jornada emocionante através da história de Yanisse, uma figura alegórica que se transforma em uma guardiã da natureza, unindo poderes sobrenaturais à sua existência.

Desenvolvida como o primeiro projeto de ópera rock no mundo totalmente gerado em inteligência artificial, "RISING NYMPH" apresenta 12 videoclipes, cada um contando uma parte crucial da narrativa, retratando a crua realidade das adversidades ambientais. 

A parceria entre o renomado compositor Alex Voorhees (Imago Mortis) e a emotiva performance de Julia Crystal cria uma simbiose visceral entre música e imagens, fundindo elementos reais e CGI para oferecer uma experiência audiovisual imersiva e inesquecível.

O projeto, além de entreter, busca educar e catalisar mudanças positivas na relação da sociedade com o meio ambiente. Com uma equipe técnica especializada, liderada por Julia Crystal e Alex Voorhees, "Rising Nymph" redefine os padrões de projetos narrativos e estéticos em vídeo, alinhando influências brasileiras com um apelo global.

Esta obra destaca o patrimônio artístico e cultural brasileiro ao incorporar elementos da cultura mundial e brasileira, incluindo influências das religiões de matriz africana e entidades folclóricas globais. A convergência entre inovação tecnológica e patrimônio cultural promove um diálogo transformador, estimulando reflexões sobre a sustentabilidade ambiental.

Ao utilizar técnicas avançadas como animação CGI e inteligência artificial, o projeto coloca o Brasil na vanguarda da produção multimídia global, reforçando sua posição como berço de inovação. 

Essa junção entre arte, ciência e tecnologia é um testemunho da criatividade e competência técnica do país, projetando-a como uma potência criativa emergente no mercado internacional.

"RISING NYMPH" transcende fronteiras culturais ao adaptar uma gama diversificada de influências artísticas em uma experiência universalmente ressonante. 

Esta ópera rock promete elevar a arte brasileira em um contexto contemporâneo de questões ambientais e diálogos transculturais, tornando-se uma referência na exposição e discussão de tópicos críticos através de uma experiência estética globalmente relevante.

Os autores convidam "Junte-se a nós nessa jornada única! Seja parte desse movimento que une música, arte e conscientização ambiental para um mundo mais sustentável."

Alex Voorhees também adianta alguns detalhes, e não esconde sua empolgação: "Tem tudo a ver com aquecimento global, sustentabilidade, conscientização ambiental, empoderamento das mulheres e povos originários. Os espíritos da natureza brasileira e de outras culturas que são ligados a natureza estão nessa história. É algo gigantesco, venho trabalhando em 'Rising  Nymph' desde 2020, aguardem, as músicas estão maravilhosas."

Para mais informações e contatos, entre em contato com Alex Voorhees via email (alexvoorhees@gmail.com) ou WhatsApp (+555198546508). Acesse também os perfis nas redes sociais de Julia Crystal e Alex Voorhees para atualizações e novidades sobre "RISING NYMPH".

Em breve mais detalhes nas páginas do Road to Metal.

Julia Crystal Instagram

Alex Voorhees Instagram


Confira os teasers:





sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Lucifer: Quinto Opus Tem Potencial de Elevar o Status da Banda

 


Está aí uma banda que desde seu primeiro álbum vem tendo uma aceitação bem positiva, com canções cativantes, e até de fácil assimilação, mas que fogem do óbvio muitas vezes, com seu conceito girando em torno de ocultismo, experiências espirituais e pessoais, utilizando muitas metáforas e doses de humor,  e sonoridade voltadas ao Occult Rock,  Hard 70’s e Doom. 


Fundada em 2014 pela vocalista e compositora Johanna Sadonis, o Lucifer chega ao seu quinto álbum, intitulado “V”, o primeiro pela gravadora Nuclear Blast. Com uma formação estabilizada, e Johanna tendo como parceiro, e agora marido, Nicke Andersson nas guitarras, o grupo vem crescendo em popularidade e fazendo cada vez mais shows, inclusive passando aqui pela América do Sul em 2022 pela primeira vez.



No release a expectativa gerada é grande, pregando que a banda entregou seu melhor álbum até agora, e traz todos os elementos vistos em seus trabalhos anteriores.


Cedo ainda para dizer se é o melhor trabalho, mas que as canções já me cativaram de imediato, isso é fato! 


“Fallen Angel” inicia o disco, com seu riff rasgado, que me lembrou um pouco o de “Schools Out”. Hardão explosivo e cativante, com trechos de riffs pesados e bem Doom, traduzindo bem essa mistura de inspirações da sonoridade da banda.



"At The Mortuary” inicia com riffs que trazem o peso do Doom para em seguida entrar com licks e bases Hard, destacando as cativantes melodias do refrão, e como uma das qualidades do  Lucifer é não se óbvio, temos mais uma mudança de clima, com um trecho mais tétrico antes do solo e refrão final.


Riding Reaper” traz riffs e backing vocals cativantes e melodiosa daqueles que grudam de imediato e aquele ar Occult Rock; "Slow Dance in a Crypt" é como uma valsa tétrica, com o piano trazendo esse clima soturno, e toques de blues num hipnotizante balanço.



"A Coffin Has no Silver Lining” traz essa mistura deliciosa de Hard Rock e Occult Rock, e é impossível já não sair cantarolando. Destaque para as melodias do refrão e backing vocals, e claro, o lirismo com as doses de humor negro.


"Maculate Heart” inicia com dedilhados, parecendo que vem uma baladona por aí, mas a bateria logo intervém e temos um Hard de riffs marcantes e com Groove; 


“Strange Sister” é um Rock and Roll/ Hard 70’s de refrão cativante, e com trechos que trazem aquele ar de filmes de horror; "The Dead Don't Speak", vem mais cadenciada, com licks cativantes e o peso do Doom, mas sem deixar de lado os refrãos cativantes.



O Blues pesado e soturno de “Nothing Left To Lose But My Life” fecha o álbum e deixa aquele gosto de quero mais.


Um disco que facilmente se ouve todas as músicas sem pular, algo que tem ficado cada dia mais raro. É o melhor álbum do Lucifer? Bem possível. Mas o que posso afirmar de certeza é que vai agradar e muito quem já curte, vai angariar novos fãs e contribuirá para o contínuo crescimento da banda em passos mais largos.


Texto: Carlos Garcia
Fotos: divulgação
Banda: Lucifer
Álbum: "V"
Selo: Nuclear Blast
O álbum também está disponível no Brasil via Shinigami Records 

Lucifer Merch

Site

Instagram

Tracklist:

1. Fallen Angel 3:09

2. At The Mortuary 6:07

3. Riding Reaper 4:11

4. Slow Dance In A Crypt 4:28

5. A Coffin Has No Silver Lining 4:25

6. Maculate Heart 4:09

7. The Dead Don't Speak 3:58

8. Strange Sister 4:20

9. Nothing Left To Lose But My Life 4:50




domingo, 21 de janeiro de 2024

Cobertura de Show: ShamAngra – 14/01/2024 – Audio/SP

Luis Mariutti, lenda do baixo nacional e conhecido pelos seus trabalhos no Angra, Shaman e entre outros projetos que participou ao longo de suas quatro décadas de carreira, fortificou seu nome nos últimos anos depois que criou o seu canal no Youtube. 

Anualmente, junto com sua esposa, Fernanda Mariutti, (cérebro do Mariutti Team) promovem a “Festa da Firma”, que tem como intuito de premiar os melhores do ano de cada categoria com rápidos shows dos novos nomes do Metal nacional.

Diferente dos últimos anos, o evento dessa vez foi abrigado em uma das casas de mais movimentadas de São Paulo, a Audio, que recepcionou um grande público num domingo bastante quente e reuniu os membros do Shaman e do Angra para o ShamAngra, ideia já antiga e que, finalmente, se tornou realidade no último dia 14 de janeiro. 

Mas antes desse grande momento acontecer, o dono da festa, pontualmente às 18hrs, aproveitou o dia para tocar (na integra) o “Unholy”, álbum que é voltado apenas para o som de baixo, bateria e com um pouquinho de guitarra. Ao lado do excelente baterista Rodrigo Oliveira (Korzus, Oitão), Luis - com toda sua empatia - agitou os poucos presentes com sua performance e as músicas altamente caprichadas.

Seguindo a mesma roupagem do disco, o show contou com a participação do vocalista - e um dos componentes do ShamAngra - Thiago Bianchi em “The Eye Of Evil” e “Addicted”, essa última o ‘front-man’ fez questão de se despedir saudando o Luís de joelhos. Outra participação foi a do vocalista Alessandro Bernard, da Kill For Nothing, em “God Of War”, que encerrou o show de forma agressiva com os seus berros.

A noite contou com três bandas de abertura, duas delas vindo da região norte e nordeste. Os baianos do Auro Control foram os primeiros a entrar em cena. Com forte influência do Power Metal dos anos 90, o quinteto, na ocasião, promoveu o primeiro show da carreira diante de um público volumoso, que se empolgaram com as músicas que estarão no primeiro álbum, a ser lançado em breve. O grande destaque ficou para o guitarrista Lucas Barnery, que destilou muito bem suas habilidades no instrumento com perfeição.

Diretamente de Tocantins, a Vocifer também ganhou muitos votos pela ótima presença de palco, um dos pontos que mais chamou atenção da maioria. Com dois álbuns lançados - “Boiuna”, “Jurupary” - que abordam os contos folclóricos do Brasil, a banda também se escora no Power Metal, só que puxando mais a linha oitentista e não tão melódico quanto a atração anterior. E eles também saíram com um saldo positivo, rendendo até gritos de “mais um”.

Encerrando a trinca de aberturas, o FireWing, fundado durante a pandemia pelo guitarrista Caio Keyayan, não recebeu tantos holofotes quanto as outras bandas. 

Por mais que sejam ótimos músicos, o show acabou pecando muito pela qualidade do som, deixando as guitarras, voz e orquestrações (pré-gravadas) com pouca nitidez. De especial teve a presença do Bill Hudson, atual guitarrista da Rainha do Metal, Doro Pesch, em “Obscure Minds”, faixa do único álbum,“Ressurection”.

De forma rápida para não atrasar o último ato da noite, Terry Painkiller, (vocalista do Facing Fear), ao lado da Maná Mendonça, comandaram a premiação dos “Melhores do Ano” de 2023. O Black Pantera, banda que vem ganhando cada vez mais credibilidade na cena, foi a que saiu de mãos cheias com três troféus, sendo o de melhor baixista, single e melhor álbum.

Enfim, às 21h50, o ShamAngra apareceu no palco já com a Audio completamente cheia. Os irmãos Hugo e, claro, Luis Mariutti, dividiram, pela primeira vez, o palco com o grande Aquiles Priester. 

Mais que isso, também foi a primeira vez que o baterista, que é uma verdadeira máquina, tocou as músicas do Shaman ao vivo. A sua pegada encaixou puramente nas linhas criadas pelo Ricardo Confessori com uma dose a mais de técnica, velocidade e brutalidade, logo sentido de começo com “Here I Am” e “Time Will Come”, do álbum “Ritual” (2002).

Do Angra só teve músicas do “Angels Cry” (1993), “Holy Land” (1996) e do “Fireworks” (1998), álbuns que o Luis gravou na época que integrava a banda. “The Shaman”, “Carolina IV”, “Never Understand” e “Streets Of Tommorow” - músicas que não tem status de hit, mas que tem um valor absurdo - foram as mais aclamadas da noite. 

É muito interessante ver o Hugo, que vem de uma escola totalmente diferente, tocando elas no mesmo nível que está no disco. Fora a ótima performance, ele interagia com todos de forma animada, diferente da novata guitarrista Helena Nagagata, que esteve concentrada até o último minuto.

Para as vozes contou com a experiência do Thiago Bianchi e da talentosa Hanna Paulino, onde os dois optaram em cantar as músicas em dueto, sendo uma e outra de forma solo. Com um visual estilo Rob Halford, Thiago, que fez parte da segunda formação do Shaman e atualmente na Noturnall, provou que está na sua melhor forma vocal e cantando muito bem.

Já a cantora amapaense segurou muito bem a bronca em interpretar as obras do saudoso Andre Matos, principalmente na dificílima “Wuthering Heights”, onde muitos (e muitas) não têm a audácia de cantá-la.

O restante do show foi marcado por alguns convidados especiais, que são a nova geração de vocalistas que surgiram antes e depois da pandemia. A primeira a puxar o carrossel foi a Juliana Rossi, que emprestou sua voz em “Make Believe”; Kaka Campolongo (de praxe) fez “Speed”; Vanessa Lockhart (a dona do shopping, segundo a Hanna) em “Mystery Machine”; Victor Emeka (Hibria) em “Pride” e Mayara Puertas (Torture Squad) em “Over Your Head”.

Antes da “Carry On”, Thiago e Hanna apresentaram os integrantes. Aquiles, como de costume, roubou a cena com suas palavras. Além dos elogios direcionados a Fernanda, definindo-a como um verdadeiro “tanque a serviço do Metal”, ele relembrou da conversa que teve com o Luis e com o Hugo a respeito da opinião que ele tinha do “Ritual”, que não deve ter sido das boas. “Eu confessei para eles dois, dentro do ensaio: ‘Cara, o “Ritual” é um puta disco! Me desculpa eu ter falado merda no passado”, falou.

O bis proporcionou emoção e adrenalina. A emoção não poderia ser de outra forma a não ser com “Fairy Tale”, que o Aquiles nunca imaginava em tocar. As lágrimas eram vistas nos rostos da maioria, até mesmo do Thiago e da Hanna. E foi muito bonito ver todos gritando “Andre, Andre” no final; a adrenalina veio com “Angels Cry”.

Alguns que dependem de transporte público, infelizmente, tiveram que ir embora antes do encerramento para conseguirem voltar para as suas casas. O show terminou faltando 10/5 minutos para meia noite, o que não é normal para um show de domingo à noite, mas no final valeu a pena!

Realmente a ideia deu liga, sendo a melhor saída para manter vivo o legado do Shaman, que encerrou as atividades no começo do ano passado, com a adição dos clássicos da primeira fase do Angra. Que as demais capitais possam ter a experiência de vê-los futuramente, pois como o Thiago disse, “será o primeiro de muitos”.

 

Texto: Gabrie Arruda 

Fotos: Belmilson Santos (@bel.santosfotografia)

 

Produção/Realização: Mariutti Team

Assessoria de Imprensa: Hell Yeah Music Company

 

ShamAngra

Ancient Wings / Here I Am

Time Will Come

The Shaman

Carolina IV

Never Understand

Wuthering Heights

Streets Of Tommorow

For Tomorrow

Make Believe

Speed

Mystery Machine

Pride

Over Your Head

Carry On

***Encore***

Fairy Tale

Angels Cry

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Ocultan: Não Concordamos com a Forma que a Maioria dos Templos são Conduzidos. O Culto está Totalmente Banalizado

Por Renato Sanson

2024 começa maligno e triunfante! Tivemos a oportunidade conversar com o líder e vocalista de uma das bandas mais respeitadas do Black Metal nacional, o Ocultan. Nas palavras de C. Imperium trazendo toda a temática e originalidade que envolve a banda.

P/S: a entrevista foi realizada ao meio da gravação do novo álbum, “Trevas”, que você confere aqui:



O Ocultan é de longe uma das bandas mais originais do estilo. Principalmente pela sua temática, envolvendo a religião afro-brasileira e trazendo à tona os Deuses da Terra. Queria que comentassem a respeito desta escolha. 

C.Imperium – Nós optamos por introduzir a Quimbanda em nossas letras porque queríamos ser diferentes das demais bandas do estilo. Quando fundamos  o Ocultan 1994, eu já era envolvido com a Quimbanda. Por esse motivo resolvemos abordar esse tema. Para nós não fazia sentido abordar outra temática a não ser a Quimbanda, que era o que realmente estávamos envolvidos.


A banda em si é de religião africana? Frequentam algum terreiro?

C.imperium – A Quimbanda não é um culto 100% afro. É uma das tradições que faz parte do caminho da mão esquerda. Além das influencias afro, a Quimbanda também possuí fortes influencias indígenas e ocidentais. Existem varias entidades que são cultuadas na Quimbanda que são de origem europeia. Sem contar a forte ligação da Quimbanda com o Luciferianismo.

Possuímos nosso próprio templo. Não concordamos com a forma que a maioria dos templos são conduzidos. O culto está totalmente banalizado, acessível para qualquer um. Sem contar que a maioria desses templos parecem igrejas evangélicas. São verdadeiras máquinas de arrecadar dinheiro!


As mudanças de formação em uma banda acabam infelizmente sendo “normal”, pois sabemos a dificuldade de manter músicos focados com a proposta. Com o Ocultan não foi diferente. O quanto essas mudanças influenciaram na sonoridade?

C.imperium – Aqui no Ocultan as mudanças de formação não influenciaram na sonoridade da banda. Mesmo com as mudanças, a base ideológica e Instrumental não chegou a ser afetada. Eu e a Lady of Blood sempre estivemos a frente . Se ao longo dos anos a banda teve algumas mudanças na parte sonora foram por escolhas nossas.


Você passou de baterista para baterista/vocalista lá em 2010 e atualmente só vocais. Como foi essa transição?

C.imperium – No Ocultan eu já passei por todos os instrumentos! Nas demos toquei baixo e fiz os vocais. No debut toquei as guitarras e fiz os vocais. A partir do “Lembranças do Mal...” passei a ser baterista. De todos os instrumentos que toquei a bateria sem dúvidas foi o mais difícil. Foi o Instrumento que mais demorei a me adaptar.

Quando já estávamos gravando o “Atombe Unkuluntu”, perdemos o vocalista. Não tínhamos tempo para procurar outro . Não queríamos interromper as gravações. Por esse motivo resolvi gravar os vocais. Após o lançamento do “Shadows From Beyond”, resolvi assumir apenas os vocais. 

Tocando bateria e fazendo os vocais ao mesmo tempo eu não estava conseguindo ter um bom desempenho como vocalista. Após deixar a bateria para me dedicar apenas aos vocais é notório que tive uma grande evolução. Por esse motivo pretendo continuar somente nos vocais.


O último trabalho de estúdio – “Quintessence” (18) – mostra um Ocultan diferente, mas com suas raízes. Mais técnico e diversificado, mas não menos agressivo e instigante. Como você avalia essa maturação?

C.Imperium – Essa evolução aconteceu naturalmente. No “Quintessence” conseguimos chegar aonde queríamos. As composições são bem variadas. E se alternam entre momentos técnicos, rápidos, lentos e ríspidos.


“Rites of the Sitra Ahra” é o mais novo lançamento. Um álbum ao vivo que comtempla toda a carreira gloriosa do Ocultan. Gravado no Necropole Hall em São Paulo. Casa essa que tem se tornado o abrigo do Black Metal. Como foi essa gravação e os preparos para o mesmo?

C.imperium – Recebemos um convite para nos apresentarmos na Necropole Hall, que é administrada pelos mesmos donos da Hammer of Damnation e Black Metal Store. Foi então que recebemos a proposta para gravar o show. 

Confesso que fomos pegos de surpresa (risos). Não estava em nossos planos gravar um material ao vivo. Estamos começando a trabalhar nas composições do novo álbum. Mas não pensamos duas vezes, foi uma proposta irrecusável! Demos uma pousa nas composições e começamos a se preparar para esse show.

Intensificamos os ensaios, e ao mesmo tempo começamos a planejar como seria a parte de palco. Queríamos trazer toda aquela essência presente nos primórdios da banda. Foi então que resolvemos montar o altar com as estatuas!

A qualidade sonora de “Rites of the Sitra Ahra” é impecável e para quem ainda não conhece a banda se torna um belo cartão de visitas, certo?

C.Imperium – Por ser um álbum gravado ao vivo o ouvinte consegue captar toda energia e atmosfera de nossa música! Além do lançamento em CD, a Hammer of Damnation disponibilizou o show completo com as imagens, que pode ser assistido através do canal Satan’s Command.


Outro ponto interessante na carreira da banda é a parte visual. Impacta logo de cara e ao vivo se torna magistral. Desde o cenário montado ao altar em frente ao palco. Que chama bastante a atenção. Quais as influencias por trás dessas ideias?

C.imperium – Todas as nossas influencias vem da Quimbanda e Caminho da mão esquerda! Tanto o altar quanto as estatuas são de nossa propriedade!


Em termos de shows, como está a agenda? Teremos um dia à oportunidade de ter o Ocultan em solo gaúcho?

C.imperium – No momento não temos nenhum show agendado. Mas seria um grande prazer poder se apresentar por essas terras.

Queria que nos falasse a respeito das letras e suas criações. A mensagem ali exposta é bem diferente das demais bandas do estilo que pregam o velho e batido satanismo.

C.Imperium – Eu não tenho nada contra bandas que abordam o satanismo tradicional em suas letras. Sendo algo verdadeiro é válido! Sou totalmente contra bandas que abordam qualquer tema relacionado ao caminho da mão esquerda somente por fachada. Não adiantar você tentar ser diferente, e abordar um tema que nada tem haver com a sua filosofia de vida. Infelizmente existe várias bandas dentro do Black Metal que abordam temas que nada tem a ver com a sua realidade. 

O Cara ta ali, cuspindo fogo e bancando o trevoso somente para chamar a atenção. Só que durante seu dia a dia, é todo humanitário (risos). Só é Satanista, Paganista ou sei lá o que, quando se refere suas bandas e atividades musicais. Em minha opinião, o Satanismo e caminho da mão esquerda é uma filosofia de vida. 

É algo que deve estar presente  em nosso dia a dia. E não apenas quando abordamos assuntos relacionados a música. Como disse anteriormente. Abordamos em nossas letras temas que tem a ver como a nossa filosofia de vida!


Deixo meu agradecimento pela oportunidade e tempo cedido. O espaço final é todo seu e que o Black Metal siga triunfante e indomável.

C.Imperium – Nós que agrademos pelo apoio a nosso trabalho! Hail Chaos!

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