A banda escocesa Nazareth
completa este ano 50 anos de carreira e vai lançar seu 24º álbum de estúdio, e não obstante os altos e baixos, tem
uma contribuição valiosa com discos e canções marcantes.
O quarteto, cujo embrião foi o
Shadettes (banda criada por Pete Agnew), reuniu os 4 integrantes originais, Dan, Manny
Charlton (guitarra), Pete Agnew (baixo) e Darrel Sweet (bateria), e ao final de 1970 já havia sido rebatizada para Nazareth. O grupo teve seu auge
nos anos 70, período em que lançou seus maiores clássicos.
Após os dois primeiros, "Nazareth" e "Exercises", onde a banda ainda procurava sua identidade, foi com o
terceiro álbum, “Razamanaz” (1973, produzido por Roger Glover, do Deep Purple, que também produziu os 2 seguintes, "Loud n' Proud" e "Rampant", que teve Jon Lord, tecladista do Purple, em duas faixas), que adotou uma sonoridade mais Hard Rock, algo que já aflorava em seus shows, e também figurou no top 10 das paradas
britânicas.
Em 1975 lançam “Hair of the Dog”, produzido por Manny, definitivamente levou os
escoceses a status de banda reconhecida internacionalmente.
Músicas como a
faixa título e a versão para “Love Hurts”, dos Everly Brothers, impulsionaram o
disco e a carreira da banda, que chegou a vender mais de um milhão de cópias só
nos EUA. "Love Hurts" é daquela canções fadadas ao sucesso, pois para o tradicional single que a banda costumava lançar antes dos álbuns, havia sido escolhida a faixa "Guilty", mas um executivo da gravadora ouviu a versão do grupo para a canção dos Everly Brothers e praticamente exigiu que ela fosse o single, dizendo que era um hit! E acertou.
O grupo tem uma carreira marcada
por períodos bem irregulares, pois tem álbuns realmente excelentes, como “Hair
of the Dog” , “Razamanaz” e “Close Enough for Rock N’ Roll”, e forjou hits
inesquecíveis e importantes na história do Classic Rock, além de capas com
artes lindas, como a do citado “Hair of the Dog”, “No Mean City” e “Expect no
Mercy” (desenhada por Frank Frazetta), por exemplo. Mas, em contrapartida, também foi capaz de fazer músicas e
álbuns muitos fracos, assim como capas e títulos horríveis (“Boogaloo” e
“Cinema”, por exemplo, fracos em todos esses quesitos).
Eu acredito que essa
irregularidade da banda, que até mesmo em álbuns bons conseguia ter músicas
muito boas e algumas realmente péssimas, muito se deve a falta de melhores
managers e produtores ,lembrando que o manager da banda, Bill Fehilly, era o mesmo do Lynyrd Skynyrd, e faleceu naquela fatídico acidente aéreo, onde faleceram também o vocalista Johnny Van Zant e o guitarrista Steve Gaines, além de outros membros da equipe.
A partir daí, muitas mudanças de direção ocorreram, além de que podemos perceber uma certa pressão externa
para que entregassem algumas canções mais comerciais. Os anos 70 foram bem
produtivos, com ótimos álbuns, e o início dos anos 80 também foram bem
interessantes, apesar de ser o período em que a música da banda começou a
sofrer mais com a irregularidade.
Desse período, temos como exemplo o álbum “2XS” (1982), que possui boas canções e de potencial
comercial, como “Love Leeds to Madness” e “Dream On”, que acabou tendo
excelente repercussão em países como a Alemanha, mas também tem músicas bem
descartáveis, além de algumas que funcionaram melhor ao vivo.
Ainda sobre o final dos anos 70, o grupo seguiu
com bons álbuns como “No Mean City” e “Malice in Wonderland”, e nesses dois
contaram com um segundo guitarrista, Zal Cleminson (Alex Harvey Band), além de
também adicionarem mais teclados ao seu som, chegando a formar um
sexteto, e contando com Billy Rankin ao lado de Manny nas guitarras e John Locke e Ronnie Leahy ficaram a cargo das teclas, entre os anos 80 e final dos 90.
Nesse fim dos anos 70 e anos 80 a banda direcionou sua sonoridade mais ao AOR. O álbum "Snakes 'n' Ladders", de 89, foi um disco controverso, e ficou mais lembrado por ser o marco da separação, pela primeira vez, dos membros originais, com Manny deixando o grupo, além de terem rompido com a sua então gravadora, a Vertigo.
Retornam com o disco “No Jive” (1991), como
quarteto e com Billy Rankin na guitarra voltando a se juntar ao grupo. Um disco interessante, mas não o suficiente para dar
uma alavancada. Billy novamente deixa a banda, que começa a buscar um substituto. Jimmy Murrison, indicado pelo filho de Pete Agnew, Lee, que havia tocado com Jimmy e se impressionou com seu trabalho. Jimmy trouxe novo fôlego, além de mostrar qualidade como compositor. "Move Me", de 94, vem com uma tour extensa, passando por Europa, EUA, Canadá e Brasil entre outros.
Em 1998, lançam
“Boogaloo”, que alcançou números interessantes, mas seguidamente figura entre os piores álbuns do grupo na opinião dos fãs e crítica, ao lado de "Cinema" e "Snakes 'n' Ladders". Durante a tour desse passam por uma grande perda, com a morte do
baterista Darrel Sweet, aos 51 anos, por causas cardíacas. O filho do baixista
Pete Agnew, Lee, assume a bateria, e após uma nova parada de quase uma década,
o Nazareth resiste e retorna com seu 21º álbum, “The Newz” (2008),
coincidindo com seu aniversário de 40 anos, trazendo bons momentos e tendo boa aceitação
Em 2011 e 2014 lançam “Big Dogz” e
“Rock and Roll Telephone”, sendo que este último marca a despedida do vocalista
Dan McCafferty. Dan teve de deixar a banda devido a complicações de saúde (doença crônica pulmonar), que inclusive lhe causaram colapsos durante apresentações ao vivo. Frente às dúvidas de que a banda continuaria sem a voz
original, que marcou os maiores êxitos da banda, eles seguem resistindo, e com
as bênçãos do próprio Dan, recrutam para os vocais o seu conterrâneo Linton
Osborne. Porém, devido a complicações causadas por um vírus que contraiu,
causando uma infecção na garganta e obrigando a banda a adiar alguns shows,
somado a isso um consenso entre o cantor e a banda de que as coisas não estavam
funcionando de acordo com o esperado entre eles, e no começo de 2015 anunciam
sua saída.
No mesmo ano, em fevereiro anunciam o excelente e experiente Carl
Sentance (Persian Risk, Geezer Butler Band, Dario Mollo’s Crossbones), com o
qual lançarão em outubro deste ano, comemorando 50 anos de banda, o álbum
“Tattooed on My Brain”, pela gravadora italiana Frontiers Records, o primeiro
sem McCafferty, sendo que agra resta somente Pete Agnew de membro original.
A
Frontiers, especializada em Classic Rock, juntamente com o novo vocal, com
certeza dará fôlego renovado ao grupo, apoiados por pessoas capacitadas. Uma
pena que a banda não tenha caído nas mãos deles antes, com certeza traria bons
resultados. Sempre há o porém,como a certa
apreensão dos fãs mais conservadores, pois sempre é delicada a troca de um
vocalista, ainda mais aqueles que são considerados uma marca registrada de uma
banda.
São poucas linhas para contar todas as histórias e comentar um pouco mais a fundo a discografia, mas o principal aqui é prestar uma homenagem aos 50 anos desta banda, que apesar dos altos e baixos, possui uma bela contribuição, sendo até um pouco injustiçada. Mas o grupo tem uma legião de fãs fiéis, e é respeitada por muitas bandas de gerações recentes, como o Guns and Roses, que homenageou o Nazareth em seu álbum de versões "The Spaghetti Incident", e também chegou a levar a banda como convidada, abrindo shows do Guns. Pete Agnew lembra que os integrantes do Guns vieram um a um cumprimentá-los e dizer que eram seus fãs, e que o Nazareth e Aerosmith eram para eles o que os Beatles e os Rolling Stones significavam para o grupo escocês.
Em meio às mudanças do cenário musical e de sua própria formação, como a mais recente e mais profunda, com a saída de Dan McCafferty, o Nazareth seguiu resistindo aos modismos, sendo uma daquelas que passou pelas ondas do Punk Rock, Disco Music, Grunge e etc, e está aí, mesmo que somente com um membro original, fazendo Rock and Roll, enquanto muita gente já ficou pelo caminho, e parece que vão provar que ainda tem o que contribuir. Méritos à eles.
Aguardemos os próximos capítulos da história deste dinossauro do
Hard/Classic Rock.
Lenda do Rock Clássico lança um dos melhores discos do gênero no ano
Um dos grupos de maior história no Rock Clássico de todos os tempos, Nazareth, está dando o que falar desde que lançou seu novo trabalho este ano, o incrível “Big Dogz” (2011).
Em plena segunda década deste milênio, os escoceses conseguiram manter a sonoridade setentista (assim como o Uriah Heep, mas é papo para outra hora), salvo as devidas proporções, claro, mas sobretudo por apresentar composições simples, executadas com alma e, o melhor, ao vivo em estúdio. Isso mesmo, todos gravaram juntos, numa mesma sala, como os bons conseguem fazer.
Vocalista Dan McCafferty cantando (quase) como sempre!
Como um quarteto há muitos anos, os integrantes Dan McCafferty (vocal), Pete Agnew (baixo), Lee Agnew (bateria) e Jimmy Murrison (guitarra) conseguiram, em seu 32º disco e com 43 anos de existência, passar aquele clima todo que faz do Rock Clássico algo sem igual, um estilo de música que une a “safadeza” do Rock & Roll e o romantismo básico, porém marcante dos anos 70/80.
Alto e baixos marcaram a carreira do Nazareth. Se os anos 70 foram seu auge, a década seguinte quase acabou com a banda, tendo lançado nos anos 90 bons discos. Nos anos 2000, a banda esteve relativamente “ausente”, sendo que apenas com “The Newz” (2008) o grupo começou a ter um pouco daquele reconhecimento de volta.
Agora, com “Big Dogz”, tem recebido ótimas críticas (e outras nem tanto), colocando o grupo de volta em evidência.
Mas vamos ao álbum. Lá encontramos vários elementos marcantes, desde as Rock & Roll “The Toast” e “Big Dog's Gonna Howl”, às baladas como “Time And Tide” e “Butterfly”, esta última entre as mais belas composições de toda a história da banda e, para muitos, o grande destaque do disco.
Há composições que nos arrepiam pela simplicidade, te levando a pensar “como alguém ainda consegue gravar algo assim?!”. Falo, sobretudo, de “Time and Tide” e “Radio”, músicas que destaco acima das demais. Não soa exagerado afirmar que são duas das melhores canções da banda e que, pelo menos a mim, me levam numa viagem emocional sem tamanho. “Radio” lembra “Radio Ga Ga” (Queen), não em sonoridade, mas pelo clima e por tratar da música via rádio com carinho.
O ponto fraco fica pela arte da capa, que poderia ser melhor. Mas o que é mais gratificante ainda é saber que a banda retorna ao Brasil para vários shows em novembro, incluindo cidades do interior dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, à exemplo de 2008 e 2009, quando tocaram em cidades menores no estado catarinense.
Então, a região sul vai poder conferir algumas músicas desse novo trabalho e se você leu essa resenha e irá ao show, poderá comentar aqui se “Big Dogz” é, ou não, um disco sensacional, ainda mais ao vivo. Estaremos conferindo uma das apresentações dessa lenda viva do Classic Rock. Confira aqui mais informações em breve.
Stay on the Road
Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Nazareth
Álbum: Big Dogz
Ano: 2011
País: Escócia
Tipo: Classic Rock
Formação
Dan McCafferty (Vocal)
Pete Agnew (Baixo)
Lee Agnew (Bateria)
Jimmy Murrison (Guitarra)
Tracklist
1 Big dog's gonna howl 2 Claimed 3 When jesus comes to save the world again 4 Radio 5 No mean monster 6 Time and tide 7 Lifeboat 8 The toast 9 Watch your back 10 Butterfly 11 Sleeptalker
Cris Bowes e seu bando lançam o terceiro ataque, "Back Trhough Time", trazendo aquela fórmula dos trabalhos anteriores, do seu já conhecido " True Scottish Pirate Metal", com um lançamento recheado de edições especiais, aproveitando o sucesso alcançado pela Banda, que recebeu atenção especial pela Napalm Records.
Além da edição normal do CD, também tem as versões limitadas formato Booklet, com miniatura do personagem Capitão Morgan(sendo que essa edição com a miniatura é limitada a 500 cópias numeradas a mão), faixas Bônus, edição em vinil, produtos que fazem a alegria dos fãs e trazem um atrativo a mais.
Nada de grandes inovações na fórmula, Power/Folk Metal, repleto de canções para berrar junto com uma garrafa de rum nas mãos, refrões e melodias "ganchudas"(Bowes se mostra um verdadeiro "Capitão Gancho", hehehehe), temperadas com instrumentos como violino e acordeão.
Formada em 2006, depois de chamar atenção na cena local Escocesa, foram contratados pela Napalm Records, por onde lançaram todos seus trabalhos, "Captain Morgan's Revenge", em 2008, e "Black Sails At Midnight", de 2009. A partir daí, a proposta da Banda foi angariando mais e mais seguidores, seguindo sua missão, como eles mesmo pronunciam, de : "...Matar Posers, beber cerveja e ser a melhor maldita Banda que já navegou pelos sete mares!"
Como dissemos antes, nada de grandes inovações com relação aos trabalhos anteriores, mas os caras são bons no que fazem, e se a fórmula também não pode ser chamada de original, afinal o tema Pirataria já foi abordado pelo Running Wild, por exemplo, e a mistura de Folk com Power é algo até comum no velho mundo. A Banda inclusive cita Turisas, Korpiklaani e Bal-Sagoth como influências, mas tem o mérito de trazer novos ares e dando um certo toque pessoal a sua sonoridade.
Back Through Time, a faixa título, abre o cd e já mostra de cara a proposta da Banda, já deixando os fãs com um sorriso na cara, e apresenta ao novo ouvinte o que lhe espera. Folk/Power veloz, com melodias pegajosas, além de momentos em que a massa sonora do Alestorm arrebata tudo, como a fúria dos sete mares, e aí você já imagina como é estar no show desses bucaneiros.
A jornada prossegue, trazendo temas característicos do "True Scottish Pirate Metal" da Banda, como na óbvia "Rum" (já não era sem tempo de ter uma música com esse título, nada mais óbvio, heheheh) e "Midget Saw", que convidam a seguir bangeando pelo convés!
A já conhecida "Shipwrecked", que foi a faixa de trabalho, divulgada antes do lançamento também merece destaque, e ganhou um divertido vídeo(confira no fim da matéria). "The Sunk'n Norwegian", que começa com aquele típico ritmo folk, aliada ao riff de guitarra, já pega de imediato e é uma das mais legais do álbum.
As faixas bônus também são muito divertidas, sendo a "I Am a Cider Drinker" um cover de uma banda inglesa chamada The Wurzels, e segundo a Banda, parece que foi um hit nos anos 70, e ensinava as crianças as alegrias do abuso do álcool, hehehehehee! e a "You're a Pirate" é uma adaptação de uma canção infantil, com algumas mudanças líricas!
Vale destacar a épica "Death Throes the Terrosquid", que traz algumas mudanças com relação as outras faixas, tendo um clima mais soturno.
Diversão garantida!
Fica o desafio para a Banda, que, como outras que acabam se prendendo a uma fórmula, ou recebendo certo rótulo, correm o risco de ter um desgaste.Veja o Rhapsody of Fire, por exemplo, em minha opinião os 3 primeiro discos foram muito legais, mas depois cansou e se tornaram repetitivos.Por outro lado, podemos colocar o AC/DC, que faz o mesmo som há anos, mas está aí, passou no teste do tempo.Ou seja, é preciso, além de competência, feeling , identidade e honestidade.Que o Alestorm tenha sucesso e longevidade.