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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Cobertura de Show: Sepultura – 08/09/2024 – Espaço Unimed/SP

Celebrating Life Through Death, que em tradução livre significa Celebrando a Vida Diante da Morte, marca o final da trajetória da maior banda de Heavy Metal do Brasil de todos os tempos, o Sepultura. Anunciada no final do ano passado e iniciada em março deste ano, a turnê vai além uma mera celebração à vida, como sugere o nome, mas também uma homenagem a um legado de quatro décadas. Para selar o sucesso dessa primeira fase, prevista para terminar em 2025, a banda atraiu milhares de fãs em uma sequência de shows realizados nos dias 6, 7 e 8 de setembro no Espaço Unimed, localizado no bairro da Barra Funda, em São Paulo, com os ingressos esgotados.

A Road To Metal marcou presença no domingo, 08 de setembro. O tempo ensolarado, mas nada quente, motivou algumas pessoas a deixarem suas casas mais cedo e aguardarem em uma fila reduzida até a abertura dos portões, abertas meia hora antes do programado. O ressinto começou a ficar cheio próximo do início do show do Sepultura, mas já havia um público expressivo para o show do Black Pantera, iniciado pontualmente às 18h30, antes de seus compatriotas subirem ao palco.

Formado pelos irmãos Charles (guitarra e vocal) e Chaene Gama (baixo e vocal), juntamente com o baterista Rodrigo “Pancho” Augusto e há dez anos na estrada, a banda vem ganhando forte notoriedade e ascensão dentro da cena. Conhecido pela mistura de Punk, Metal, Hardcore e letras que abordam temas como racismo e descriminação social, o trio tratou de esquentar bem os motores com um show visceral. O set trouxe os principais momentos do seu novo álbum Perpétuo, lançado em maio desse ano, com "Provérbios", "Mahoraga" e "Sem Anistia". 

A melódica “Tradução”, interpretada por Chaene, foi um dos principais destaques, onde a maioria ascendeu as luzes dos celulares a pedido do baixista, que diferente do seu irmão, apresenta uma voz mais sublime de cantar. Antes de apresentá-la, ele comentou que escreveu essa canção em homenagem à sua mãe, dona Guiomar, que enfrentou muitas dificuldades devido ao racismo e que, aos 60 anos, ainda não se aposentou.

Quem já teve a oportunidade de ver a banda ao vivo, sabe muito bem o quanto os três são recíprocos com os fãs. Charles, e os outros dois membros, sempre interagia agradecendo, incentivando abrir (sem dó) os tradicionais circles pits e relembrando os tempos que faziam covers do Sepultura, demonstrando felicidade de estarem fazendo abertura para uma das “maiores bandas do mundo”. Cada pedido era prontamente atendido, exemplo disso foi na hora de “Fogo nos Racistas”, onde ‘front-man’ Charles solicitou que todos se agachassem e que levantassem somente na hora refrão. A música se tornou um clássico da atual década, que até quem não sabia direito a letra, cantou junto com a banda. 

Do álbum Ascensão (2022), a qual rendeu participações em festivais como Rock In Rio, Lollapalooza, Knotfest e shows no exterior, extraíram a apelativa “Padrão é o Caralho”, “Mosha” e “Revolução é Caos”, antecedida pelo solo de baixo de “Anesthesia”, composto e imortalizado pelo saudoso Cliff Burton do Metallica. “Boto pra Fuder”, como o próprio nome diz, encerrou o incrível show dos mineiros de Uberaba botando pra fuder.  

Igual os dois dias anteriores, o show de domingo também teve um pequeno atraso, mas que logo foi perdoado quando “War Pigs”, do Black Sabbath, e “Policia”, dos Titãs, surgiram no sistema de PA do Espaço Unimed por volta das 20h10. Derrick Green (vocal), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Xisto Jr. (baixo) e Greyson Nekrutman (bateria) iniciaram o show de forma arrasadora com “Refuse/Resist”, “Territory” e “Slave New World”, sequência inicial do álbum Chaos A.D. (1994). Desde a primeira música, o Espaço Unimed se transformou em um magnifico caos, com a maioria dos fãs erguendo os punhos e cantando o refrão em uníssono, onde Derrick permitia que as oito mil pessoas cantassem Resist depois do seu Refuse. Em “Territory”, os olhares se voltaram para o jovem Greyson, que conquistou rapidamente os fãs da banda ao executar uma das viradas mais icônicas da história do Metal mundial em perfeita intensidade.

A groovada "Phantom Self" trouxe a lembrança do Machine Messiah (2017) antes de sermos transportados para o ano de 1996. Após as amáveis palavras de agradecimento de Derrick, com seu jeito peculiar de falar português, a banda relembrou os principais momentos do Roots, álbum revolucionário que traz toda influência de música de brasileira, começando pela pouco lembrada "Dusted", que não era executada ao vivo há bastante tempo. "Attitude" proporcionou uma envolvência impressionante com a iluminação toda vermelha durante as linhas capoeiristicas e a imagem de um indígena nos telões de LED. "Breed Apart", grande surpresa do setlist e substituída por "Cut-Throat", que havia sido tocada na noite anterior, extremeceu o bairro da Barra Funda com o peso das guitarras do Andreas, que comparado as outras que eu o vi ao vivo, estava absurdamente alta.

Após esse breve momento de nostalgia, que voltaria mais para o final, foi a hora de fazer um grande passeio pela fase Derrick. “Kairos”, do álbum homônimo e uma das mais icônicas dos seus 40 anos de carreira, é sempre presença garantida no setlist, bradada com muitos aplausos e coros, especialmente durante o refrão. Antes de “Means to an End”, que foi dedicada aos fãs, Andreas deu as suas primeiras palavras na noite, agradecendo todos os fãs, as bandas de abertura e a toda a equipe envolvida na turnê, ressaltando que a cena do Heavy Metal é a mais “verdadeira do planeta”.

Mantida também na apresentação de domingo, “Sepulnation” elevou o nível da galera, que vibrou intensamente até a vez da envolvente “Guardians Of Earth”, presente no último disco “Quadra” (2020). “Mind War”, “False” e “Choke” finalizaram essa maratona de forma ligeira. Foi muito legal ver o entusiasmo de todos nessas três últimas, o que prova que há muita coisa boa pós fase Max Cavalera. O que desagradou durante esse momento foi alguns sem noção ascendendo cigarros de maconha, mas a equipe de segurança se mostrou rápida e imediatamente solicitou que apagassem para não causar nenhum tipo de transtorno.

“Escape to the Void”, resgatada do álbum Schizophrenia (1987), presentou os fãs mais ‘old school’ e preparou terreno para muitas “veiarias”, como destacou Andreas. Foi também a introdução a um dos momentos mais marcantes da noite e de toda a turnê com “Kaiowas”, onde a banda permite que alguns fãs, escolhidos pelo Antonio “Novato” Marques, da página Lado Direito do Palco, participem tocando percussão. Na ocasião desse show, e dos outros dois anteriores, músicos conhecidos da cena comandaram os batuques. O pessoal do Black Pantera, Desalmado, crew e a vocalista Karina Menasce, do Allen Key, foram os que fizeram participação no show de domingo. 

“Dead Embryonic Cells” e “Biotech Is Godzila” trouxe mais agressividade para o restante da apresentação, reativando os circles e mosh pits após épica “Agony of Defeat”. “Orgasmatron” (cover do Motörhead), “Troops Of Doom”, “Inner Self “e “Arise” também contribuíram para tal intensidade antes de partir para o bis com as manjadas “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots”, que encerraram o quase final de domingo de forma matadora. Mesmo sendo muito popular, é impossível não se empolgar com “Root Of Bloody Roots” ao vivo, criando uma atmosfera única que nos faz pular após o famoso anúncio “Sepultura do Brasil! 1, 2, 3 VAI”.


Aqueles que tiveram a chance de assistir ao Sepultura ao vivo, mesmo que apenas uma vez, sabe que a banda sempre entrega performances incríveis, e os shows dessa turnê não são exceção. A cada música, a banda era ovacionada, evidenciando a conexão entre os fãs antigos e os mais novos. É difícil aceitar que talvez essa seja a última vez que estaremos vendo a maior de Metal do Brasil de todos os tempos ao vivo pela última vez, mas prefiro encarar isso como um indicativo de grandes novidades para o futuro (muitos vão entender o que eu quero dizer). Se realmente estamos diante do desfecho dessa jornada de 40 anos, só nos resta agradecer por tudo que essa banda proporcionou não apenas ao Brasil, mas ao mundo todo.


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Roberto Sant'Anna

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: 30ebr

Mídia Press: Trovoa Comunicação


Black Pantera

Provérbios

Padrão é o Caralho

Mahoraga

Sem Anistia

Perpétuo

Fogo nos Racistas

Tradução

Mosha

Revolução é o Caos

Boto pra Fuder


Sepultura

Refuse/Resist

Territory

Slave New World

Phantom Self

Dusted

Attitude

Breed Apart

Kairos

Means to an End

Sepulnation

Guardians of Earth

Mind War

False

Choke

Escape to the Void

Kaiowas

Dead Embryonic Cells

Biotech Is Godzilla

Agony of Defeat

Orgasmatron (Motörhead cover) 

Troops of Doom

Inner Self

Arise

***Encore***

Ratamahatta

Roots Bloody Roots

domingo, 23 de setembro de 2018

Cobertura de Show: Sepultura e Project46 - Porto Alegre RS (09/09/2018)



Feriado de Independência, finalizado com um domingo de sol e grenal para acirrar ânimos, no bar opinião, a noite prometia mais uma grande apresentação do Sepultura.
Desta vez, desembarcam em terras gaúchas acompanhados pela banda Project46, grupo paulistano que está na estrada desde 2008.



Project46 Mostra Seu Poder de Fogo

Às 20h em ponto, o baile tem início no palco do Opinião. A casa já com um bom público para prestigiar o Project46 que abre seu show de forma enérgica e furiosa, com letras sobre o cenário político brasileiro e cotidiano.


Riffs pesados embalaram o público de forma primorosa, músicas como "Erro + 55", "Violência Gratuita", "Acorda para a Vida" e "Foda-Se (se depender de nós)", foram cantadas por boa parte dos espectadores.


Finalizam o show deixando uma ótima impressão, e ainda colocaram o público em 220 volts para o que viria a seguir.


É Hora de Mais uma Destruição do Sepultura do Brasil!



A ansiedade e expectativa pela espera explodem quando o Sepultura já manda a pesada "I Am The Enemy" de cara. Logo a seguir, "Phanton Self " e "Kairos" mantêm a energia em alta culminando em "Territory", a qual fez o Opinião tremer.


O set list segue envolvente com "Inner Self" e "Sworn Oath". Andreas fala que estava completando 20 anos de Derrick Green a frente do Sepultura, então, "Against", faixa do primeiro disco com Derrick é executada, seguidas de "Choke" e "Boycott" do mesmo álbum.


O espetáculo segue com as músicas novas, dentre elas "Machine Messiah" e "Iceberg Dances". Com a química entre público e banda alcançada de forma homogênea, desde o primeiro acorde, as estruturas do Opinião foram testadas, pois, sem piedade "Desperate Cry", "Refuse/Resist", "Arise" e "Dead Embryonic Cells" são executadas, garantindo torcicolos para semana toda.


Finalizando com o bis que mais parecia um gancho no queixo, "Slave New World", "Resistant Parasites", "Ratamahatta" e "Roots Bloody Roots" encerram mais uma grande apresentação do Sepultura em terras gaúchas, sendo considerada daquelas, como diria Toninho Sepultura: “falar de Sepultura é como falar do Pelé e da Amazônia, é uma bandeira brasileira!”
Sepultura do Brasil!


Produtoras : Pisca Produtora e Opinião Produtora
Resenha e fotos : Diogo Nunes Saratt
Edição e Revisão: Carlos Garcia

Acesse os sites oficiais:  





terça-feira, 22 de agosto de 2017

Cobertura de Show – Sepultura: Três Noites de ‘Sold-Out’ (29/07/2017 – Sesc Belenzinho – SP)

 


Eu me considero uma pessoa de boa sorte, por ter visto grandes bandas tocando ao vivo, nas quais, algumas, já até perdi as contas de quantas vezes eu presenciei o show.  Era a vez de conferir o Sepultura, que há três décadas vem levando o Heavy Metal do Brasil para o mundo, e move sua originalidade nos discos na mais pura genuinidade, e quem já presenciou um show deles, sabe que eficiência e disposição é o que não falta. Tive a oportunidade de apreciar isso, pela primeira vez, mais precisamente no dia 29 de julho (sábado), em São Paulo.  

Vindo de uma rápida passagem pelos principais festivais europeus, a banda programou três apresentações no projeto Música Extrema no Sesc Belenzinho, que foi do dia 27 até o dia 29 de julho. Ambos os dias teve lotação máxima de público, esgotando os ingressos em menos de dois dias de venda, ocasionando um surpreendente ‘sold-out’. Na minha ocasião, estive presente no último dia, e o lugar já era tomado de pessoas a espera do show do quarteto. 


O circuito reproduziu uma primorosa qualidade de som, que graças ao curto espaço, o publico teve a chance de se aproximar cada vez mais do palco para ver a banda atuando ao vivo. E apesar de terem feitos dois shows seguidos, a banda não mostrava, de maneira alguma, ar de cansaço. Dado a largada com a fúnebre introdução, às 21h30, começando já com duas do bombástico “Machine Messiah”: “I Am The Enemy” e “Phantom Self”. Regressando dois álbuns, procedido pelos de clamores de ‘Sepultura, Sepultura’, “Kairos”, do CD de mesmo nome, evidenciou a boa performance de Derrick Green e Andreas Kisser, que mostram-se simpáticos e autênticos ao vivo. 


O primeiro clássico da noite apareceu em “Desperate Cry”, do emblemático “Arise” (1991), onde a galera soltou a voz com fervor, arrancando brilho e vigor de todos. E Eloy Casagrande vem provando o motivo de estar na banda, parecendo um ser de outro planeta martelando todas as peças de sua bateria e tocando que nem louco. Perguntando se todos estavam bem, Derrick rapidamente fez seus agradecimentos, pedindo gritaria pra fazer mais uma do mais recente disco: “Sworn Oath”, que arrancou interação do público no refrão harmonioso, ratificando que o “Machine Messiah” continua recebendo boa aceitação. 


Era a vez de Andreas Kisser desejar boa noite, gratificando a grande presença de todos nas três noites de ‘sold-out’. Além de estarem tocando músicas do último álbum, Andreas afirmou que também tem espaço pra coisa velha, tirando uma com o Paulo Jr. por ser a pessoa mais velha da banda. E com esse gancho que retornaram pra 1989 e executaram “Inner Self”, presente no “Beneath The Remains”. A hora de reverenciar a técnica dos músicos foi vista em “Iceberg Dances”, que apesar de ser instrumental, puxou a ação e aplausos do público. 

Lembrando os primórdios da fase Derrick, “Choke”, do “Against” (1998), pôs a casa abaixo, e arrebatou um fã alucinado, com a ajuda dos que estavam ali na roda, foi até o palco pra dar um ‘mosh’, repetindo o feito na cadenciada “Dialog”. “Resistant Parasites” encerrou o ciclo do “Machine Messiah”, com Derrick pronunciando que estava sendo muito especial em poder tocar naquela noite. 


As próximas músicas seriam uma revisita aos álbuns “Chaos A.D” e “Arise”, instaurando, dali em diante, o caos com “Biotech Is Godzilla”, junto a frenética “Polícia”, esquentando os tamborins para “Territory” e “Refuse/Resist”, emendando com a marcante “Arise”. 

Antes de partir para os momentos finais, Andreas convidou todos a estarem no próximo show na Zona Leste de São Paulo, a ser realizado no dia 11 de novembro, no Clube Juventus da Mooca, ao lado de outro ícone do Metal brasileiro: o Krisiun. As tatuagens foram expostas com a pujante “Under My Skin”, concluindo o terceiro dia de apresentação com as tradicionais “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots”. 



Doa a quem doer, mas esta fase está sendo a melhor da história do Sepultura, estão no auge. Essa turnê deve ser obrigatoriamente registrada em DVD. 

Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Leandro Almeida
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Set-List
1. I Am The Enemy
2. Phantom Self
3. Kairos
4. Desperate Cry
5. Sworn Oath
6. Inner Self
7. Iceberg Dances
8. Choke
9. Dialog
10. Resistant Parasites
11. Biotech Is Godzilla/Policia
12. Territory
13. Refuse/Resist
14. Arise
15. Under My Skin
16. Ratamahata
17. Roots Bloody Roots

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Entrevista – Sepultura: 33 Anos e Em Grande Fase



Vivendo um grande momento e completando 33 anos de atividade, o Sepultura, enfim, lançou o tão aguardado documentário “Sepultura Endurance”, onde nós, do Road To Metal, tivemos a honra de conferir, em primeira mão, detalhes deste importante registro exclusivamente para os jornalistas no dia 30/05. Anterior a isso, a banda lançou “Machine Messiah”, que ainda vem obtendo criticas positivas.  (English Version)

Depois que foi encerrada a coletiva de imprensa, tivemos a oportunidade de conversar com a banda, onde o guitarrista Andreas Kisser tomou a frente, e, entre outras coisas, nos contou sobre a repercussão do novo trabalho e da alegria ao ver a história do Sepultura ser exibida em salas de cinema.


RtM: O Sepultura vem vivendo uma fase gratificante na carreira, culminada por um disco novo e pelo lançamento do tão esperando documentário, mostrando a banda na estrada nos últimos anos e retratando o que passou durante esses 30 anos. Encarar isso é como estivessem voltando no tempo, só que ainda melhor?
AK: Com certeza! Quando a gente vai relembrar o passado, mexendo nas fotos, montes de arquivos e acaba encontrando coisas que nem lembrava. Isso aconteceu durante o documentário, que celebra os 30 anos da banda,  uma marca importante. Fizemos uma turnê especial, lançamos o single “Under My Skin”, celebrando essa marca, e viajamos o mundo tocando muita coisa antiga. E isso preparou a gente pra fazer o “Machine Messiah”. Enquanto isso, paralelamente, o projeto do filme estava rolando, não tinha planos e nem uma data especifica pra sair. De repente, o Otávio chegou num ponto e falou: ‘Estou com o filme bem direcionado e pronto’. Faltavam algumas coisinhas aqui e ali, tanto é que, no Lollapaloza, e foi colocada a entrevista com o Lars Ulrich. Foi a ultima entrevista e a última coisa que foi adicionada no material.

RtM: A partir daí, vocês entenderam que o material para o filme estava realmente pronto? E o legal é que coincidiu com o lançamento do álbum , completando essas comemorações de 30 anos.
AK: O Otávio sentiu que o filme estava completo, a O2 Play entrou pra fazer os planos de distribuição, fizemos a pré-estreia em Los Angeles e as coisas começaram a acontecer. Então o lance dos 30 anos de carreira, do novo disco e do filme, na verdade, não foi planejada essa correlação. Lógico que o Otávio estava acompanhando todo esse processo: mudanças de bateristas, gravadoras... Enfim, acompanhando tudo isso! 

Então culminou com essa coincidência! O “Machine Messiah” saiu, foi muito bem recebido pela critica em geral e pelos fãs; fizemos duas turnês: uma pela Europa e outra pela América do Norte. Agora vamos voltar pra Europa pra fazer alguns festivais, Rock In Rio e enfim... E o filme saiu num momento oportuno, um pouco depois do lançamento do álbum, porque se saísse junto ia conflitar. E está saindo na hora certa! Dia 14 de junho é o dia Sepultura, onde a galera poderá assistir o filme. Além do filme, conferir as duas músicas mixadas em 4K, do show de 30 anos em São Paulo. 


 "É meio inacreditável colocar isso em salas de cinema, pois eu via filmes do AC/DC e Led Zeppelin nos cinemas."
RtM: Qual o sentimento de viver esse momento e ver esse filme pronto?
AK: É meio inacreditável colocar isso em salas de cinema, pois eu via filmes do AC/DC e Led Zeppelin nos cinemas. E ter essa possibilidade de colocar um filme do Sepultura no cinema, principalmente pra essa geração que nunca viu a banda, é mais uma linguagem que a gente pode chegar a pessoas que nunca iriam nos ouvir, mas que se interessam pelo formato do documentário, pela história e, quem sabe, se interessar pela música e da carreira do Sepultura.

RtM: E “Machine Messiah” vem crescendo, com várias criticas positivas, encarado por muitos como um potencial novo clássico. Você acha também que o sucesso dele se deve a expectativa, e ao que os fãs esperavam de um álbum da banda?
AK: O que o fã espera, com todo respeito, não importa! Se a gente for pensar em todo mundo, não vamos sair do lugar, porque são tantas opiniões e expectativas. E a gente foca entre a gente! O que a gente definir, vamos estar juntos! E é isso que é por bem ou por mal, tanto é que a gente arriscou. A gente sempre arrisca desde o “Chaos A.D”, “Roots”, “Tambours DuBronx”, “Machine Messiah”... Colocamos uns violinos e alguns negócios, mas a gente faz com dedicação e naturalidade, porque ficar fazendo o mesmo é muito chato também. Então a gente tenta trazer todas essas influências que vai assimilando nessas viagens pelo mundo: 76 países, 33 anos, todo ano um lugar diferente... Pode até visitar o mesmo país, mas está tocando numa cidade diferente. E tudo isso traz influência! Então eu não sei... 

RtM: Outra coisa que gostaria de comentar, é que percebi que desde o “Kairos” (2011), vocês vêm colocando mais a energia da banda ao vivo dentro do estúdio, com riffs pesados e adicionando coisas novas e até inusitadas, não deixando a identidade do Sepultura de lado também.
AK: Acho que não é desde o “Kairos”. No “Kairos” conseguimos, com o Roy-Z, transcrever essa coisa do ao vivo pro estúdio, mas a gente sempre teve essa preocupação de ter essa coisa mais orgânica, não depender muito do computador e das edições, mas realmente tocar. E o “Machine Messiah” é isso, ela tem essa coisa da performance mesmo. Acho que nem teve edição da batera, foi uma ou duas coisas que deixou a coisa fluir realmente. Muitas partes sem ‘click’, coisas que são mais da gente mesmo, procurando aquele pulso. E é isso que acontece ao vivo, pois ao vivo é sempre uma surpresa, e isso que é interessante.



RtM: Já de começo, o álbum apresenta novidades, sendo que a faixa-título (abertura do álbum), é marcada por melodias limpas e atmosféricas, algo que não é comum nos discos da banda. E faixa após faixa, percebemos nuances diferentes, indo de elementos de música brasileira e até mesmo orquestrações. A ousadia foi algo determinante pra tornar “Machine Messiah” um disco importante?
AK: Sem dúvida! Abrir o disco com uma música como “Machine Messiah” foi realmente uma coisa nova, apesar que, desde que o Derrick entrou na banda, ele usa melodia na voz. Se você lembrar direito, no disco “Against”, temos a “Common Bonds”, que é uma música que tem bastante melodia. No “Nation” temos a “One Man Army”, “The Ways Of Faith”, “Water”... “Grief”, do “The Mediator Between Head and Hands Must Be The Heart”. Tem um monte de coisa que o Derrick experimentou com a voz dele, mas nunca abrimos um disco com uma música melódica como essa. E a intenção foi fazer uma intro como uma abertura de uma ópera, uma ‘overture’, onde você vai criar uma expectativa do que vem depois disso. 

RtM: Acredito que vocês conseguiram realizar esse intento.
AK: Eu acho que a gente conseguiu criar essa expectativa, porque a galera escuta essa música e fala: “Caralho... O que vem depois?’ E essa era a intenção, realmente, de criar essa expectativa, porque é um álbum que você tem que escutar do começo ao fim. E depois que você escuta o disco inteiro, você volta pra “Machine Messiah” e sente o sentido da música dentro do contexto do disco.

RtM: Além das inovações, é importante destacar a sua versatilidade Derrick, há 20 anos na banda já, e com os  vocais limpos que você adicionou em várias partes do álbum, algo que foi muito observado pelos fãs e críticos, cairam super bem nas músicas que exigem esse lado. 
Derrick: Desde quando eu entrei na banda, os caras sempre queriam fazer coisas diferentes. Quando tem músicas com vibe e agressividade, é legal experimentar com voz suave e diferente. Comigo é sempre importante usar minha voz, dependendo em qual estilo de música. Sempre gostei de experimentar voz mais limpa, mas depende da música e da vibe. E com certeza é sempre interessante.



"Não tem como suprir as expectativas de todo mundo. Eu gosto de falar que o fã de Sepultura espera o inesperado."
RtM: Cada música possui sua personalidade, como “Phantom Self” e “Iceberg Dances”, que nos colocam em experiência novas. Mas “Silent Violence” e “Vandals Nest” são músicas do tipo que os fãs mais esperam, sendo ótimas pra executar ao vivo. Seguir direções diferentes, mas também sem esquecer elementos tradicionais é um dos fatores importantes para que o fã não perca o interesse?
AK: Como eu disse a gente não pensa no que o fã está pensando, com todo respeito. Não é uma coisa de negligenciar, mas é uma coisa que não tem como suprir as expectativas de todo mundo. Eu gosto de falar que o fã de Sepultura espera o inesperado da gente, porque nem mesmo sabemos o que vamos fazer no próximo, por exemplo. Estamos muito focados no que a gente está fazendo agora, vai coletar mais informações e tudo... E a gente sempre tem criticas, nunca é uma unanimidade e nem espero que seja, porque a critica tanto positiva quanto negativa é sempre muito bem vinda. E é isso que faz a gente mudar e crescer.

RtM: A sonoridade é outro fator a ser citado, pois quem cuidou da parte de produção foi o nada menos que o sueco Jens Bogren, que também trabalhou no ultimo disco do Kreator, possuindo um currículo impecável, retribuindo as suas ideias em bandas como Soilwork, Paradise Lost, Opeth, ArchEnemy e, até mesmo, o Angra. O papel dele no disco foi determinante, reforçando ainda mais o que estava preparado por vocês antes de entrar em estúdio?
AK: Perfeito! Sem dúvida nenhuma! A gente preparou uma demo e fomos pra Suécia, Estocolmo, e lá a gente começou a preparar as ideias junto com o Jens antes de gravar cada música de bateria. Foi ele que sugeriu os violinos, da orquestra da Tunísia, que abriu novas possibilidades, principalmente pra solos de guitarra, com aquelas conversas entre os violinos. O Jens é um produtor muito técnico!

Ele mixou e masterizou tudo! Eu acho que a gente teve uma escolha muito feliz de ter ido pra Suécia e ter trabalhado com ele. E abre novas oportunidades do futuro. Quem sabe a gente não continue esse processo... Mas como eu disse, estamos muito focados no que a gente fez e muito satisfeitos com o resultado de tudo. E é um disco que é legal de escutar, porque o Jens realmente conseguiu colocar guitarra, baixo e todos os instrumentos de uma forma fantástica!

O contexto por trás do álbum é sobre a evolução da tecnologia e de quão ela é significativa nos dias de hoje, mas que nos dá um sinal de alerta também, pois ela pode virar uma arma nas mãos de alguns, e de que também não podemos depender de tudo através dela. Trabalhar num contexto, avistado no cotidiano e na vivencia da humanidade, foi fácil?
AK: Foi fácil, porque a gente é humano, falando da humanidade... (risos) A gente teve essa possibilidade e privilegio de viajar ao mundo. Ao mesmo tempo que a gente toca num país como a Armênia ou Cuba, que não tem muita tecnologia, e vai num Estados Unidos, Alemanha ou Japão, você vê a diferença da influência tecnológica. Mas acho que o “Machine Messiah” quer mostrar ou discutir um certo ponto de equilíbrio, não ficar tão máquina e perder essa sensibilidade humana de conversar, trocar uma ideia, usar o cérebro e de desenvolver o intelecto. Não que a gente seja contra os robôs, mas que seja uma coisa de equilíbrio e disciplina.



RtM: Posterior a tudo isso, o inicio da turnê de divulgação do disco, que começou pela Europa ao lado Kreator, que também lançou disco novo no mesmo mês. E a maioria dos shows foram ‘sold-out’, ou seja, os fãs realmente seguem abraçando a banda. A tour seguiu também para os Estados Unidos, onde vocês tocaram ao lado do Testament. Conte pra gente um pouco de como foram esses shows.
AK: As turnês foram fantásticas, tocamos muitas músicas novas! Num set de uma hora, tocamos cinco músicas novas, que é uma coisa que a gente não fazia desde o “Chaos A.D” praticamente. E é muito bom que a galera tem respondido, escutado o disco e conhece as músicas. Foram duas turnês muito importantes pra gente, porque tocamos para um público ‘old-school’, pois muita gente da ‘old-school’, por causa de muitas coisas que houveram, meio que tinha esquecido do Sepultura. Então foi interessante tocar pra essa galera, tanto com o Kreator, na Europa, e com o Testament nos Estados Unidos. E foi tudo muito positivo! Voltamos muito motivados e prontos pra seguir! A gente volta pra Europa no verão Europeu.

Entrevista: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia


Sepultura Official Site
Sepultura Facebook


   


   

Interview - Sepultura: 33 Years and Living a Great Moment



Living a great moment and completing 33 years of activity, Sepultura will finally release the much anticipated documentary "Sepultura Endurance", where we, from Road To Metal, have had the honor of checking at first hand details of this important record, in an event exclusively for journalists, on May 30th. Prior to this, the band released "Machine Messiah", what is still getting positive reviews. (Versão em Português)

After the closing of the press conference, we had the opportunity to talk with the band, where guitarist Andreas Kisser took the lead, and, among other things, told us about the repercussion of the new work and the joy of seeing the history of Sepultura be shown in movie theaters. Check it:


RtM: Sepultura has been enjoying a rewarding career, culminating in a new album and the release of the long awaited documentary, showing the band on the road in recent years and portraying what happened during those 30 years. To face this is like a travel back in time, but only better?
AK: Absolutely! When we go to remember the past, moving the pictures, heaps of files and ends up finding things that we did not remember. This happened during the documentary, which celebrates the band's 30 years, an important brand. We did a special tour, we released the single "Under My Skin" celebrating that brand, and we traveled the world playing a lot of old stuff. And that set us up to do the "Machine Messiah". Meanwhile, in parallel, the film project was rolling, had no plans and no specific date to release it. Suddenly, Otávio (Juliano, director of the movie) arrived at one point and said, 'I have the film right and ready'. There were a few things missing here and there, so much so that in the Lollapaloza, and the interview with Lars Ulrich was placed. It was the last interview and the last thing that was added in the material.

RtM: From there, did you understand that the material for the film was really ready? And so nice coincided with the release of the album, is a great way to celebrate so many years of carrer.
AK: Otavio felt the film was complete, O2 Play came in to make the distribution plans, we made the preview in Los Angeles and things started to happen. So the 30-year career, the new album and the film, in fact, was not planned for this correlation. Of course, Otávio was following the whole process: changes of drummers, record companies ... Anyway, following all this! Then it culminated in this coincidence! The "Machine Messiah" came out, was very well received by critics in general and by the fans; We did two tours: one for Europe and one for North America. 

Now let's go back to Europe to do some festivals, Rock In Rio and finally ... And the film came out at an opportune moment, shortly after the release of the album, because if it came together it would conflict. And it is coming on time! June 14 is the Sepultura day (the date of the official release happened), where the crew can watch the movie. In addition to the film, they will watch two mixed songs in 4K, from the show of 30 years in São Paulo.

 "It's kind of unbelievable to put our documentary in movie theaters, because I watched AC/DC and Led Zeppelin movies in theaters."
RtM: What is the feeling of living this moment and seeing this movie ready?
AK: It's kind of unbelievable to put our documentary in movie theaters, because I watched AC/DC and Led Zeppelin movies in theaters. And having this possibility of putting a Sepultura movie in the cinema, especially for this generation that has never seen the band, is another language that we can reach people who would never listen to us, but who are interested in the format of the documentary, history and, who knows, interested in the music and career of Sepultura.

RtM: And "Machine Messiah" has been growing, with several positive reviews, regarded by many as a potential new classic. Do you also think that its success is due to expectation, and what fans expected from an album of the band ?
AK: What the fan expects, with all respect, doesn't matter! If we think about everybody, we will not leave from the same place, because there are so many opinions and expectations. And we are among the people! Whatever we set, let's be together! And this is what is for good or bad, so much so that we risked. We always risk from "Chaos AD", "Roots", "Tambours DuBronx", "Machine Messiah" ... We put violins and some business, but we do it with dedication and naturalness, because doing the same is a lot boring too. So we try to bring all these influences that are assimilated in these trips around the world: 76 countries, 33 years, every year a different place ... You can even visit the same country, but you are playing in a different city. And all this brings influence! So I do not know ...

RtM: Another thing I would like to comment on is that I realized that since "Kairos" (2011), you have been putting more that "live" energy to inside the studio, with heavy riffs and adding new and even unusual things, Sepultura's identity aside as well.
AK: I guess it's not since "Kairos". In "Kairos" we managed to transcribe this thing from live to studio from Roy-Z, but we've always been worried about having this more organic stuff, not relying heavily on the computer and the issues, but actually playing. And "Machine Messiah" is that, it has this same performance thing. I do not think there was any editing on the battery, it was one or two things that really let the thing flow. Many parts without 'click', things that are more of the same people, looking for that pulse. And that's what happens live, because live is always a surprise, and that's interesting.


RtM: Already at the beginning, the album presents novelties, being that the title track (opening of the album), is marked by clean and atmospheric melodies, something that is not common in the disks of the band. And track after track, we perceive different nuances, going from elements of brazilian music and even orchestrations. Has daring been a determining factor in making "Machine Messiah" an important record?
AK: Without a doubt! Opening the disc with a song like "Machine Messiah" was really a new thing, though, since Derrick joined the band, he uses melody in his voice. If you remember right, on the disc "Against", we have "Common Bonds", which is a song that has enough melody. In "Nation" we have "One Man Army", "The Ways Of Faith", "Water" ... "Grief" from "The Mediator Between Head and Hands Must Be The Heart". There's a lot of stuff Derrick experimented on with his voice, but we never opened a record with melodic music like that. And the intention was to make an intro as an opening of an opera, an 'overture', where you will create an expectation of what comes after that.

RtM: I think you got it your try!
AK: I think we created that expectation, because the listeners listen to this song and says, "Fuck ... What's next?" And that was the intention, really, to create that expectation, because it's an album that you you have to listen from beginning to end. And after you listen to the entire disc, you go back to "Machine Messiah" and feel the sense of the song within the context of the disc.

RtM: In addition to the innovations, it's important to highlight your  versatility, Derrick, 20 years already in the band, and with the clean vocals that you added in several parts of the album, something that was much noticed by the fans and critics, fell super well in the songs which require this side.
Derrick: Since when I joined the band, guys always wanted to do different things. When you have songs with vibe and aggressiveness, it's cool to experiment with a soft and different voice. With me it is always important to use my voice, depending on what style of music. I've always enjoyed a cleaner voice, but it depends on the music and the vibe. And it sure is always interesting.

"Something that we can not do, is to supply everyone's expectations. I like to say that the Sepultura fan expects the unexpected from us."
RtM: Every song has its personality, like "Phantom Self" and "Iceberg Dances", that put us in new experiences. But "Silent Violence" and "Vandals Nest" are songs the kind of fans most expect, being great to perform live. Following different directions, but also without forgetting traditional elements is one of the important factors so that the fan does not lose interest?
AK: Like I said we do not think about what the fan is thinking, with all respect. It's not a neglecting thing, but it's something that we can not do, is to supply everyone's expectations. I like to say that the Sepultura fan expects the unexpected from us, because we do not even know what we're going to do next, for example. We are very focused on what we are doing now, will collect more information and everything ... And we always have criticism, it is never unanimity and I do not expect it to be, because the criticism both positive and negative is always welcome. And that's what makes us change and grow.

RtM: The sound is another factor to be mentioned, because the one who took care of the production part was nothing less than the swedish Jens Bogren, who also worked on the recent album of Kreator, having an impeccable resume, repaying his ideas in bands like Soilwork , Paradise Lost, Opeth, Arch Enemy and even Angra. Was his role on the record a determining factor, further reinforcing what was prepared for you before entering the studio?
AK: Perfect! No doubt! We prepared a demo and went to Sweden, Stockholm, and there we started to prepare the ideas together with Jens before recording each drum song. It was he who suggested the violins, from the Tunisian orchestra, which opened up new possibilities, especially for guitar solos, with those conversations between the violins. Jens is a very technical producer!

 He mixed and mastered everything! I think we had a very happy choice to have gone to Sweden and worked with him. And it opens up new opportunities for the future. Maybe we will not continue this process ... But as I said, we are very focused on what we did and very satisfied with the outcome of everything. And a record that's cool to listen to, because Jens really got to put guitar, bass and all the instruments in a fantastic way!

RtM: The context behind the album is about the evolution of technology and how significant it is these days, but it gives us a warning signal as well, because it can turn a weapon into some hands, and we can not either depend on everything through it. Was it easy to work in a context, seen in everyday life and in the experience of humanity?
AK: It was easy, because we are human, speaking of humanity ... (laughs) We had this possibility and privilege of traveling to the world. At the same time that we play in a country like Armenia or Cuba, which does not have much technology, and goes in the United States, Germany or Japan, you see the difference of technological influence. But I think "Machine Messiah" wants to show or discuss a certain balance, not get so machine and lose that human sensibility of talking, exchanging an idea, using the brain and developing the intellect. Not that we are against robots, but that it is a thing of balance and discipline.


RtM: After all this, the beginning of the tour of dissemination of the disc, which began in Europe alongside Kreator, who also released new album in the same month. And most of the shows were sold-out, meaning the fans really keep hugging the band. The tour also went to the United States, where you played alongside the Testament. Tell us a little about how these shows were.
AK: The tours were fantastic, we played a lot of new songs! In a set of one hour, we played five new songs, which is something that we have not did since "Chaos A.D" practically. And it's very good that the crew has answered, listened to the record and knows the songs. It was two very important tours for us, because we played for an old-school crowd, because a lot of old-school people, because of a lot of things they had, kind of forgot about Sepultura. So it was interesting to play for this crowd, both with Kreator in Europe and with the Testament in the United States. And it was all very positive! We came back very motivated and ready to go! We're going back to Europe in the European summer.

Interview: Gabriel Arruda
Editing/Revision: Carlos Garcia





   


   

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Cobertura – Premiere Documentário "Sepultura Endurance": Valendo a Espera



Vindo da turnê do elogiável “Machine Messiah”, lançado em janeiro, eis que, finalmente, chega o tão esperado documentário da banda que levou o Brasil para o mundo: o Sepultura. Nomeado de “Endurance”, o registro cinematográfico, que levou 8 anos de espera, irá ser visto pelos brasileiros durante o mês de junho, com pré-estreia no dia 14 e oficialmente em cartaz no dia seguinte em vários cinemas do Brasil, sendo que a première mundial aconteceu no último dia 21 de maio na Califórnia, Los Angeles. Mas antes de chegar essa data, nós, do Road To Metal, tivemos o privilégio, junto a outros jornalistas, conferir este marcante registro na manhã do dia 29/05, no Cinelopis JK, através da parceria com o Adoro Cinema!



Dirigido por Otávio Juliano, “Sepultura Endurance” absorve a rotina da banda em turnês por vários cantos do mundo, mas resgatando toda a trajetória desta instituição desde os seus primórdios, apanhando cada etapa da carreira até chegar ao momento que estão hoje em menos de duas horas, contando com depoimentos ilustres de David Ellefson (Megadeth), Corey Taylor (Slipknot, Stone Sour), Phill Anselmo (ex-Pantera, Down), Lars Ulrich (Metallica), Scott Ian (Anthrax), o antigo empresário Todd Singerman, o produtor Ross Robinson e o apresentador/jornalista Serginho Groisman, enquadrando também nomes nacionais como Jairo Guedz (antecessor guitarrista da banda), João Gordo (Ratos de Porão), Vladimir Korg (Chakal) e Silvio “Bibika” Gomes (ex-roadie e empresário).

Os momentos especiais, de início, ficam por conta da cena rara da banda gravando na tribo Xavantes (MT), na aldeia Pimentel Barbosa, para o álbum “Roots” (1996), a convivência da banda na estrada (distanciando-se de suas famílias, causando saudade); bastidores de estúdio; a casa de Paulo Jr., local onde a banda ensaiava em BH, que hoje está totalmente reformada, citando, no meio disso, a importância da Cogumelo Records, pra anos mais tarde assinar com a conceituada Roadrunner Records, ganhando o reconhecimento mundial com o “Arise” (1991) e “Chaos A.D” (1993), influenciando o Slipknot com os elementos percussivos e chocando Scott Ian com Refuse/Resist.


Entre outras coisas, não podia deixar de lado a fase mais complicada da banda, deixando explicito a perda da gravadora, a saída do Max Cavalera e dos bateristas Iggor Cavalera e Jean Dolabella, evidenciando toda a pressão do vocalista Derrick Green, que foi alvo de criticas após substituir Max, mas que deu a volta por cima com sua performance, ganhando elogios do lendário vocalista/baixista do Motörhead, Lemmy Kilmister, além de exibir fotos/vídeos perdidos e cenas do show comemorativo de 30 anos, que foi realizado em 2015, na Audio Club.

Poderiam ser mais de duas horas de duração, mas “Sepultura Endurance” alinha caminhos bem diretos, informando detalhe por detalhe dos principais fatos, que só assistindo pra entender, claramente, o que realmente aconteceu pelas palavras de cada membro, finalizando, trazendo o clima ao vivo da banda, com “Under My Skin” (música dedicada aos fãs do Sepultura) e da obrigatória “Roots Bloody Roots”, creditados pela instrumental “Iceberg Dances”, presente no mais recente disco.

Após o encerramento da sessão, fomos transferidos a Arena Webedia para a coletiva de imprensa, antecedido por um coquetel organizado pela equipe do Adoro Cinema! para, logo em seguida, Derrick Green, Andres Kisser, Paulo Xisto Jr. e Eloy Casagrande responder as perguntas dos jornalistas. Infelizmente, por conta de atraso com o vôo, o diretor Otávio Juliano e a produtora Luciana Ferraz, não estiveram presentes na coletiva. Quem acabou representando os dois, de ultima hora, foi Igor Kupstas, da O2 Play, distribuidora do filme. “Não é fácil levar um documentário de música pros cinemas, todo mundo sabe das dificuldades do mercado. E está sendo muito legal a aceitação dos seguidores por ser um trabalho diferente!”, declarou Igor.

“É meio inacreditável colocar isso em salas de cinema, porque desde moleque via filmes do AC/DC e Led Zeppelin." (Andreas)
Depois de rápidas perguntas e respostas, Andreas Kisser respondeu, ao Road To Metal, durante a entrevista que irá ao ar em breve, sobre a conquista de o documentário estar presente nos cinemas: “É meio inacreditável colocar isso em salas de cinema, porque desde moleque via filmes do AC/DC e Led Zeppelin. E ter essa possibilidade de colocar o filme do Sepultura nos cinemas, principalmente pra essa geração que nunca viu a banda, é mais uma linguagem que pode chegar em pessoas que nunca poderiam escutar, por exemplo, o Sepultura”, refutou Andreas.

Bom, não vou estender mais e ficar dando "spoilers". Se quiser saber mais, garanta o seu ingresso para o dia 14 e 15 de junho aqui no link: https://www.cinetks.com.br/sepultura

Cobertura/Fotos: Gabriel Arruda

Edição/Revisão: Carlos Garcia