Não é difícil encontrar boas bandas e bons álbuns quando se fala em New Wave of British Heavy Metal, mas essa é com certeza uma das mais importantes bandas do gênero, seu nome é Battleaxe, formada no inicio dos anos 80 sob o nome de Warrior, mas foi na cidade de Newcastle que logo mudaram seu nome para o atual.
Após alguns shows pela cidade, gravaram uma demo nomeada "Burn This Town", chamando muita a atenção da Roadrunner Records, cujo resultado foi um dos maiores e mais espetaculares álbuns de Heavy Metal da história. "Burn This Town" foi lançado em 1983, com riffs pegajosos, baterias desconcertantes e vocais marcantes, isso fazia o Battleaxe despontar como a maior banda oitentista de todos os tempos, destaque para os clássicos "Burn This Town", "Ready To Deliver", "Dirty Rocker" e "Running Out Of Time".
O sucesso não pararia por aí, em 1984 é lançado um dos maiores petardos da história da NWOBHM, o excelente "Power From The Universe", um álbum perfeito, tudo em sintonia e se encaixando perfeitamente, sem nenhuma parte negativa. "Power From The Universe" acompanharia a melhor música deles até hoje, "Chopper Attack".
As coisas só podiam melhorar, e em 1984 foram a banda de apoio do Saxon para o show no Hammersmith Odeon e em todo Reino Unido na turnê do álbum "Crusaders", também tocaram ao lado de Twisted Sister e Anvil em uma Turnê nos EUA. Alguns grandes empresários de uma gravadora chamada Atlantic Records se interessaram no trabalho do Battleaxe, e após o show no Hammersmith eles queriam que a banda se apresentasse para eles, então uma bomba cai em meio a essa que seria a maior grupo de Heavy Metal britânico: o guitarrista Steve Hardy, por motivos desconhecidos, saiu do Battleaxe e perdeu aquela que seria o topo mais alto conquistado até o momento. O Battleaxe se desestabilizou e só voltou a ter uma formação com o espírito da antiga dois anos depois.
Brian e Dave, ainda da formação original, estabilizaram as coisas entre 1985 e 1987, quando o guitarrista Mick Percy e o baterista Paul AT Kinson se juntaram a eles, ainda conseguiram gravar uma compilação chamada "Welcome To The Metal Zone - Chopper Attack". Já no fim dos anos 80 e inicio dos anos 90 a banda fez muitos shows locais, e até gravaram algumas músicas novas, mas com a infestação Grunge o clima do Rock local tinha mudado, e as coisas ficaram difíceis para o Battleaxe no Reino Unido.
O guitarrista Mick seguiu a cena do Rock local, o baterista Paul se juntou aos integrantes da banda de Folk Skyclad, Dave e Brian tinham seu próprios projetos pessoais que duraria para os próximos 10 anos. Então, em 2007, Dave e Paul se juntaram e começaram a discutir aquilo que seria o futuro do Battleaxe, fazendo assim com que ela voltasse à ativa, por incrível que pareça, Paul e Brian estavam trabalhando em relançamentos de sucessos do fim dos anos 80.
Passado meses árduo de trabalho, Dave e Paul conseguiram convencer os ex-integrantes Brian e Mick a voltarem a gravar, então a banda se reuniu para registrar o vídeo de "Chopper Attack" do álbum "Power From The Universe", lançado em 1983. A resposta desse vídeo não pudera ser outra, público do mundo inteiro começou a entrar em contato, e o Battleaxe voltava ao underground novamente, começando do zero.
Então em dezembro de 2007 o Battleaxe pensa em fazer um vídeo com uma canção intitulada de "The Self Destruction Machine", que novamente da errado devido as condições financeiras, a ideia então foi tentar a gravação de um novo álbum que seria intitulado de "Heavy Metal Sanctuary", mas antes da gravação o grupo foi convidado a tocar no festival Headbangers Open Air na Alemanha, que incontestavelmente foi um dos seus melhores shows, encorajando-os a gravarem o novo disco.
Em 2011 deram inicio as gravações de "Heavy Metal Sanctuary", e depois de muitos desentendimentos e atraso de um ano a banda entrou no estúdio para finalizar e mixar. O tempo começaria a apertar e o dinheiro diminuir novamente, mas o álbum seria finalizado no final de 2012 com ajuda do produtor Fred.
Então "Heavy Metal Sanctuary" é lançado, e como de costume um ótimo álbum novamente, sem deixar as veias oitentistas que ficam na cabeça facilmente, e certamente a música de mais respaldo foi a própria que intitulou o álbum, mas a banda continuaria no underground mesmo com um bom lançamento. O Battleaxe não despontaria no sucesso novamente.
Em 2013 as coisas melhorariam, um bate-papo entre Dave King e uma grande gravadora, a SPV Steamhammer Records, fez com que em julho de 2013 Dave assinasse um contrato de distribuição de dois álbuns, o "Heavy Metal Sanctuary" e um quarto disco que está marcado para 2014.
Battleaxe: Tempos de Glória
Apesar de pouco conhecida, o Battleaxe é uma das bandas mais importantes da história do New Wave of British Heavy Metal, por começar no fim dos anos 70 e início dos anos 80, além de abrirem espaço para outras bandas despontassem na cena local.
O álbum que já começa destruidor, com riffs marcantes e solos desconcertantes, consolida o Battleaxe como uma das principais bandas da NWOBHM, com a sonoridade crua de "Burn This Town" mostram o melhor do gênero lançado em 1980, esse álbum está entre os 10 melhores do Heavy Metal britânico.
A sua primeira faixa, "Ready to Deliver", mostra tudo que este clássico tem a oferecer, música impecável onde tudo se encaixou perfeitamente; já "Her Mama Told Her" mostra a cara da NWOBHM.
Essa mereceria um texto só para ela, a terceira faixa e um dos melhores singles do grupo, "Burn This Town" é um petardo, uma composição que foge de todos os padrões questionáveis, um dos maiores clássicos até hoje do Heavy Metal mundial, ousaria dizer que é um dos hinos da New Wave Of British Heavy Metal, linha vocal única, com linhas de baixo extremamente audíveis e solos que lembram muito aqueles anos 70 maravilhosos, que foram levados para a década seguinte.
O Rock’n Roll anos 70 não é esquecida na faixa "Dirty Rocker", uma aula de bom e velho Heavy Metal, que na sequência traz uma ótima demonstração de Heavy Metal tradicional com a faixa "Overdrive", tudo muito bem executado.
As veias do Hard Rock são muito bem demonstradas logo em seguida, com a "Running of Out Time" lembrando muito os clássicos de Kiss e AC/DC; e quando todos pensam que a energia acabou depois de tantos infartos, o Battleaxe volta com todo seu Speed com a música que intitula o nome da banda "Battleaxe", a condução da bateria parece que nunca vai acabar, alem com riffs poderosíssimos, sendo considerada por muitos um clássico do Speed Metal.
"Star Maker" faz você parar para ouvir e ver de onde muitas bandas famosas de Heavy Metal do anos 80 tiraram suas inspirações, as guitarras têm um lance atmosférico, o baixo não para um segundo, vocais sem muita frescura e puxando um resquício mesmo que pouco do Punk.
"Thor – Thunder Angel": seu nome já diz tudo "Thor – O Anjo do Trovão", sua letra seria algo épico, com um tema forte, esta faixa traz toda a personalidade da banda, e seu conhecimento mitológico; e pra fechar com chave de ouro "Hands Off", a minha preferida, Heavy Metal de extrema categoria, com um final surpreendente.
Nossa! Finalmente chegando "nos finalmente", uma banda pouco conhecida, mas que com certeza foi um dos maiores pilares para que novos grupos dessa "onda" pudessem chegar e desempenhar seu papel.
Escrever biografias deve exigir muito trabalho e dedicação, mesmo para quem está acostumado a desenvolver tal modalidade de escrita.
É o caso de Paul Stenning, autor de “Metallica: All That Matters (A História Definitiva)”, obra que saiu este ano no Brasil pela editora Benvirá.
Já conhecido pelos trabalhos como biografo de outros grandes nomes do Rock, como Iron Maiden e AC/DC, Paul traz um retrato intimista da banda de James Hetfield e Lars Ulrich, desde a infância dos mesmos, com especial destaque dessa dupla, até a chegada da banda ao Rock and Roll Hall of Fame, em 2009.
Os 4 jovens tomando o mundo com seu som rápido e pesado
Quase 400 páginas foram o bastante para que, após a leitura, pudéssemos sair sabendo de coisas muito importantes vivenciadas pelo grupo da Bay Area, definitivamente nos mostrando que o sucesso não vem sem muito suor e trabalho.
Percebe-se que Stenning tem uma notória admiração por James, retratando-o como uma pessoa de grande personalidade, que enfrentou uma infância repressiva (seus pais seguiam a chamada Ciência Cristã), passando pelo seu abuso de álcool (dando a entender que realmente a banda mais bebia do que propriamente fosse usuária pesada de drogas ilícitas), tanto é que a edição brasileira traz James na capa.
Cliff Burton, morto em 1986
A tradução para a língua portuguesa deixa o texto de fácil entendimento, não causando aquela impressão presente em alguns trabalhos de que você não entendeu o que acabou de ler, embora seja identificado alguns erros gramaticais, mas nada que comprometa a obra, em absoluto.
Interessante também o livro nos localizar no contexto sócio histórico dos anos 70 e 80, época crucial para o surgimento do Thrash Metal, ainda classificado como Speed Metal pelos norte-americanos.
Das beberragens e mudanças de formação (e, sim, fala-se de Dave Mustaine, atual Megadeth, sendo perceptível que Paul não gosta dele), à primeira turnê europeia (graças aos contatos do jovem dinamarquês Lars), da onde veio o roubo do equipamento e o frio e a fome, superados para seguir-se aos lançamentos, cada vez mais maduros, de “Ride the Lightning” e “Master of Puppets”.
Mas, definitivamente, um dos pontos marcantes dessa história, foi a morte do baixista Cliff Burton. É de emocionar os depoimentos da banda, amigos e pais de Cliff, além do relato fiel do que aconteceu naquele dia trágico durante a turnê pela Suécia, quando o ônibus da banda tomba, jogando o querido e talentoso baixista na pista, esmagando-o e matando-o:
Relato do acidente que matou Burton é um dos pontos mais emocionantes da obra
“No quarto de hotel, Hetfield demonstrou sua raiva e dor da única forma que conhecia – com violência. Berrando o mais alto que conseguia, estilhaçou duas janelas do quarto. Assim que chegaram, todos foram beber – apesar de ainda ser cedo, de manhã – em uma tentativa desesperada de bloquear a dor e o choque.
James Hetfield, que se sentia o mais próximo de Cliff, lidou com a perda como se fosse uma mãe chorando a perda de um filho. Saiu às ruas de Copenhague, na região do hotel, e, inebriado pela bebida, começou a gritar pelo amigo morto. Mais tarde, Kirk contou: ‘Quando ouvi aquilo, comecei a chorar’”.
Paul aproveitou para tecer comentários a cada lançamento, como se escrevesse resenhas dos discos, mas tudo dissolvido dentro do texto claro e coerente, fazendo a leitura fluir com rapidez e interesse.
Paul considera positiva a fase "Load" e "Reload" da banda, na 2º metade da década de 90
A chegada de Jason Newsted, o tratamento desleal que a banda lhe dava, relatado pelos próprios músicos remanescentes, mostram uma faceta tranquila e talentosa do baixista, que deixou a banda, por não aguentar o fato de não poder colaborar nas composições, culminando com a entrevista polêmica para a Playboy norte-americana e a luta de Lars contra a Napster.
Interessante também é acompanhar um pouco do que aconteceu para o nascimento perturbador de "St. Anger" (2003), verdadeira bizarrice na história da banda, até sua recuperação com "Death Magnetic" (2008) e sua coroação no Rock and Roll Hall of Fame.
Em 2009, Jason se reúne com o Metallica para entrar para a história reconhecida do R&R
Minha intenção não é oferecer um resumo da obra, mas indica-la obrigatoriamente aos fãs da banda e também àqueles que desejam saber um pouco mais sobre esse movimento (com foco na banda, claro) que foi o Thrash Metal norte-americano tomando o mundo aos acordes da banda.
Não é novidade de que Ozzy Osbourne, juntamente com Chris Ayres, escreveu sua autobiografia “Eu Sou Ozzy”, que até filme vai virar.
Mas apenas passados dois anos desde seu lançamento que fui ler a obra. Devo dizer que passei da fase de pensar que Ozzy é um dos grandes vocalistas, de colocá-lo acima de tudo. Há muito aprecio Black Sabbath de todas as fases e teço críticas negativas a coisas da primeira fase da banda e a discos solo fracos do vocalista.
Porém, uma coisa é verdade: ler o que essa real entidade do Rock & Roll tem para dizer, mudou um pouco meu parecer sobre essa figura que completou 63 anos hoje, dia 03 de dezembro (o bebê John Michael Osbourne nasceu em 1948, na Inglaterra).
Se Ozzy usava todos os tipos de drogas e que os discos mais clássicos (e para muitos, clássicos da música mundial) do Black Sabbath foram compostos e gravados a base de drogas pesadas, se ele realmente mostrava-se como era em casa na série Os Osbournes, se ele realmente pensou em desistir da música e se o Black Sabbath realmente era envolvido em ocultismo, tudo isso e mais centenas de curiosidades, são esclarecidas (ou não, dependendo do ponto de vista) no livro que, na edição nacional da Benvirá, possui quase 400 páginas de muitas história engraçadas e fotos.
Mas não é só de loucuras que viveu Ozzy. Aqui fica claro o quão marcante seu guitarrista Randy Rhoads foi para sua vida pessoal e profissional, já que dedica o livro também a ele: “E sem esquecer um cara muito especial que significou muito para mim, o Sr. Randy Rhoads, que descanse em paz. Nunca vou esquecê-lo e espero que nos encontremos novamente, em algum lugar, de alguma forma”.
Da sua vida em família, a conturbada adolescência como ladrão de insignificâncias, John (como ainda era chamado) vai contando o quão duro sua família dava para sobreviver, as palavras de seu pai (“Ou você vai fazer algo muito especial, ou vai acabar na cadeia”), e o quão odiava ter que aceitar que seu destino era o de ser um funcionário de fábrica em Aston, destino de todo e qualquer jovem e morador da cidade que não possuía talentos especiais.
E o talento para o Rock veio cedo, embora Ozzy jure nunca ter imaginado chegar aonde chegou, ainda mesmo com o Black Sabbath nos anos 70. A verdade é que uma coisa foi levando a outra, e seu reencontro com Tony Iommi aconteceu para nascer a banda cujo trabalho lançaria ao mundo um novo estilo de ser fazer e gostar de música: o Heavy Metal.
Falo em reencontro com Iommi, pois, como conta Ozzy, já se conheciam da escola. Talvez uma das partes mais interessantes seja justamente essa: o encontro dos dois, Iommi sabendo das “burradas” de Ozzy como ladrão e o idiota da escola, e Ozzy sabendo da já fama entre as garotas do jovem Iommi.
Impossível não sentir um arrepio na espinha e ficar com um sorriso no rosto quando, a banda na maior dificuldade, Iommi havia deixado o Sabbath para tocar com o Jethro Tull, mas retorna dizendo “quero ter minha própria banda. Não quero ser empregado de ninguém. [...] Não, ele é legal [Ian Anderson, líder do Tull). Ele simplesmente... A gente não ria, sabe? Não era o mesmo que isso aqui”.
O primeiro contrato, o primeiro disco, os shows diários e um sonho se realizando. Mas junto a tudo isso, o começo dos “exageros” do público em relação ao som da banda: "Não acreditei quando descobri que as pessoas realmente 'praticavam ocultismo'. Esses loucos com maquiagem branca e túnicas negras apareciam depois de nossos shows e nos convidavam para missas negras no cemitério de Highgate. Eu dizia para eles: 'Olha, cara, os únicos espíritos do mal em que estou interessado se chamam uísque, vodca e gim'".
Relatando como surgiu alguns dos maiores clássicos da banda, como “Paranoid” (realmente uma música feita em poucos minutos), até o abuso de drogas e o fim dessa história, com a saída de Ozzy pelos seus excessos, e seu desinteresse pelo caminho que a banda estava tomando, com capa horríveis e com muito jazz no que antes era um som pesado. Revelador saber que, de acordo com Ozzy, a mudança de sonoridade e temática da banda partiu do próprio Geezer Butler (baixo), aquele mesmo que começou a fazer as letras “macabras” da banda.
“Meus camaradas do Black Sabbath, eu e, bem..., uma galinha de borracha. Em Londres, todos de roupa nova, porque havíamos acabado de assinar nosso primeiro contrato de gravação”
Sua carreira solo e seu casamento fracassado com a primeira esposa (e a famosa história do massacre das galinhas). Como conheceu e se apaixonou por Sharon (sua manager até hoje), como chegou ao baixinho e magrinho Randy Rhoads, e como foi ao acidente de avião e ver partes das roupas de Rhoads espalhadas com sangue...
Numa escrita bem organizada por Ayres, o livro segue num relato ora muito interessante, como os contatos com lendas ainda em inicio de carreira, como Robert Plant (Led zeppelin), ora com excessos como seu amor por Sharon, que ocupa muitas páginas e trechos, na tentativa clara de Ozzy mostrar aos fãs (que na sua maioria odeiam a mesma) o quão importante ela foi. Aqui a coisa fica maçante e dispensável, em contraponto com quase todo o restante do livro, que te deixa querendo saber mais e mais a cada página (quantas noites fui dormir muito tarde por querer saber mais).
Ozzy e seu primeiro guitarrista Randy Rhoads: trechos emocionantes
Ozzy cutuca várias celebridades, desde da política e do altoe scalãonorte-americano, a bandas consagradas, como neste trecho: "É assim que discos deviam ser feitos, na minha opinião. Não me importo se você está fazendo o próximo Bridge Over Troubled Water - demorar cinco, dez ou quinze anos, como o Guns N' Roses, é algo simplesmente ridículo, fim de história. Durante esse tempo, sua carreira morreu, ressuscitou e morreu de novo".
Ozzy esclarece muitas outras histórias, conta muitas (muitas mesmo!) de suas bebedeiras. É de se perder as contas quantas merdas (literalmente!) ele fez devido ao excesso de álcool ao longo dos seus mais de 40 anos de carreira.
Embora na maioria das vezes sejam relatos bastante vazios, deslocados, noutras Ozzy os utiliza (aliado ao uso de drogas como a cocaína) como forma de advertir seus fãs do uso nocivo disso e de como tem sorte de ainda estar vivo (e funcional).
Falando em fã, tenso é a parte em que conta sobre a famosa história do jovem que se suicidou ouvindo “Speak of the Devil” (disco solo ao vivo com músicas do Black Sabbath), vale conferir.
Ah, não falta, claro, as famosas histórias de “comedor de animais”, como quando arrancou a cabeça de uma pomba numa reunião e quando mordeu o morcego mais famoso da história (não é o Batman) do Rock ao vivo, pensando se tratar de alguma borracha (e das consequências para sua saúde).
Já me estendi muito aqui. Tenham certeza que a obra não é maçante quanto este texto, mas impossível depois de tantas horas de diversão, deixar passar um relato sobre “Eu Sou Ozzy”, especialmente no dia de seu aniversário. E que esta volta da formação original do Black Sabbath renda novas histórias, mais amenas no que tange às drogas, mas não menos engraçadas.
Então, fica aí a dica de um presente de natal: dê a autobiografia de um dos responsáveis pela criação do Heavy Metal (mesmo que ele não aceite esse termo) que, com certeza, deve ser melhor que seu outro livro de conselhos “médicos” (?!), que foi lançado depois.
Drowned é uma banda natural de Belo Horizonte/MG, formada em 1994 que executa um Thrash/Death Metal moderno e de muita qualidade, mas só após um hiato de quatro anos conseguiram lançar sua primeira demo intitulada de “Where Dark And Light Divine...”. Nesta época a banda contava com Fernando Lima (vocal), Thiago Rodrigues e Marcos Amorim (guitarras), Rodrigo Nunes (baixo) e Beto Loureiro (bateria). Este primeiro registro obteve excelente repercussão, levando o Drowned a participar de diversas coletâneas brasileiras.
Mas foi no ano de 2000 que eles conseguiram contrato com seu primeiro selo, o selo mineiro Cogumelo Records, uma parceria que levaria o Drowned a ser uma das bandas mais conhecidas do Metal nacional. Neste mesmo ano antes da gravação de seu primeiro álbum, Thiago Rodrigues deixa a banda e dá lugar a Rafael Porto. Após está pequena mudança, o Drowned lança no mercado seu primeiro álbum, “Bonegrinder”, com uma proposta de som não muito comum no Brasil, fazendo uma mescla de agressividade com muitas melodias e até mesmo incluindo algumas partes vocais limpas em seu som, não se prendendo a estilos, mas sendo original e criativo, ganhando muito status com a critica especializada.
Após o lançamento de “Bonegrinder” o Drowned parte para sua primeira excursão nacional passando por diversas partes do Brasil, mas está turnê acabou sendo interrompida devido o grave acidente de automóvel sofrido pelo guitarrista Marcos Amorim, sendo assim o Drowned só retomou suas atividades no ano de 2002.
Com a volta de Marcos, a banda lança um mini álbum chamado “Back From Hell”, onde contém algumas regravações e alguns covers, dando continuidade a turnê de divulgação do álbum “Bonegrinder”.
Eis que os anos de 2003, 2004 e 2005 seriam mais do que especiais para os mineiros, que entrariam numa seqüência matadora de lançamentos, começando pelo seu segundo álbum completo “Butchery Age”, com uma produção de alto nível e contando com o total apoio da Cogumelo Records, levando o Drowned a se tornar uma das primeiras bandas do país do gênero a ter um circuito de shows programado e controlado, que resultou em um total de 27 shows em todo o Brasil. Após esse estardalhaço na cena é lançado seu terceiro disco, “By The Grace Of Evil” onde é apresentado o novo guitarrista da banda, com a saída de Rafael Porto (após a turnê de divulgação de “Butchery Age”) dando lugar a Kerley Ribeiro, este novo petardo ainda mais agressivo e melódico consegue inovar e adicionar novos elementos em seu som, mas sem perder suas características agradando cada vez mais seus fãs.
No ano de 2005 ainda divulgando seu terceiro trabalho o Drowned fez uma apresentação histórica no festival Porão do Rock, tocando para cerca de 30 mil pessoas e logo em seguida participou do show comemorativo de 25 anos da Cogumelo Records em Belo Horizonte, tendo um diferencial este show foi gravado pela Rede Minas e foi ao ar em horário especial dedicado ao evento, além de render para o Drowned o EP ao vivo “By The Evil Alive”.
Após mais uma mudança de formação com a saída do baixista Rodrigo Nunes sendo substituído por Wesley Ribeiro, o Drowned lança mais um grande álbum “Bio Violence” em 2006, um álbum que dividiria seus fãs, pois o Drowned sempre inovou a cada disco e nesse não seria diferente, sempre mantendo a agressividade característica do grupo, mas ainda mais melódico com grande variação rítmica e grande complexidade nos arranjos, levando os mineiros a um grande crescimento musical.
Este novo lançamento levaria o grupo a uma turnê fora do país para tocar em cinco países europeus entre março e abril de 2008 (Alemanha, Bélgica, República Tcheca, Áustria e Suíça).
Neste mesmo ano de 2008 o Drowned completava 10 anos de existência e para comemorar esta data tão importante, foram disponibilizados vários materiais raros em seu site para download gratuito.
Em 2009 a banda lança pela Cogumelo Records o álbum “Box Of Bones” onde contem gravações de diversas épocas e ainda contendo um DVD bônus, com vários registros ao vivo coletado durante as ultimas turnês.
No ano 2010 o Drowned em parceria com a banda Necroskinner lança em Portugal pelo selo Metal Soldiers o split – “Bone’s Out”, onde contem sete músicas inéditas da banda.
Neste ano de 2011 o Drowned sofre mais uma mudança de formação: o baixista Wesley Ribeiro deixa a banda e quem retorna é o ex-guitarrista Rafael Porto, mas agora assumindo o posto de baixista. Em março deste ano, os mineiros retornaram ao estúdio para lançar mais um grande álbum no mercado que já tem o nome de “Belligerent”, que tem previsão para sair em outubro deste ano.
Bom, você que não conhecia esta grande banda, fica ai um pouco da história destes guerreiros do Metal nacional que passaram por grandes dificuldades, mas nunca abandonaram seus sonhos se mantendo forte na cena e se tornando uma das bandas brasileiras mais respeitadas fora do país.
Banda é um dos maiores nomes do Thrash brasileiro
Estes guerreiros estão disponibilizando em seu site uma incrível promoção de seu merchandising oficial, com um preço que realmente vai espantar até o headbanger mais otimista, o Drowned disponibilizou sua discografia completa a venda por menos de 15 reais cada álbum e ainda uma super promoção contendo todos os discos mais as camisetas oficiais por um preço super acessível, e ainda são disponibilizados para download gratuito os dois álbuns ao vivo da banda.
Então você, headbanger que gosta de ter coleções completas, corra atrás da sua, pois sai mais barato comprar os álbuns originais do Drowned do que fazer o download. Corra a trás da sua, pois eu já garanti a minha!
A banda lutando no underground pelo Black Metal em português
Imagine o Cradle Of Filth com muito menos pompa e muito mais peso, atacando com letras em português. Pois bem, essa é uma descrição básica da Horda Luxúria de Lillith.
Formada no ano de 1998 em Goiânia por Drakkar (um verdadeiro batalhador da cena) com o objetivo de realizar um Black Metal obscuro com temas que envolvesse satanismo, ocultismo e algumas doses de erotismo, sendo que essas características podem ser observadas no próprio nome da banda.
A banda como um trio
Lillith, de acordo com a mitologia hebraica, foi a primeira mulher de Adão, sendo que ela se negou a obedecer as ordens de Deus e foi expulsa do paraíso, tendo logo após relacionamentos de luxúria com vários demônios.
Desde a sua formação, essa é uma das hordas mais polêmicas, tanto pelas suas letras ou visual em palco e para aumentar esse mistério a horda atualmente não possui atualizações no Myspace ou site oficial, sendo que é muito raro encontrar informações sobre os caras. As trocas de membros é uma coisa muito comum na banda, sempre alegando divergências musicais, sendo que atualmente só Drakkar permanece na banda desde sua formação.
Seus primeiros registros foram “Rehearsal” de 1999, onde é possível encontrar a música que dá nome a banda, onde já era apresentado as letras em português característica que acompanham a banda até hoje. Veio na sequência “Delicias Devassas Orgias” de 2000 e o “Inicio das Tentações” de 2001. Mesmo sendo demos, eles já apresentam grandes talentos da banda, mas é nos seus próximos lançamentos que a evolução é mais aparente.
Com lançamentos de “Noite das Profanações”, onde a horda mostra seu verdadeiro Black Metal ao vivo, seguiu-se logo depois é “A Volúpia Infernal”, seu primeiro CD com grandes hinos como: “Profanos Beijos de Sangue” e “Sarau dos Vampiros” e a participação da bela baixista Larakna.
Em 2009, mais um grande lançamento da horda: “Sucumbidos Pela Carne” é simplesmente um dos grandes lançamentos de 2009, onde todas as músicas possuem um diferencial, mas ainda valendo destacar “A Testemunha do Mal”, “Templo de Satã” e “Beijo de Mircalla”.
Capa do último trabalho da banda, de 2009
Últimas atualizações afirmam que a horda estaria trabalhando em um novo álbum, seu terceiro full lenght, sendo que ao mesmo tempo haveria negociação para gravações de clipes. Mas, como foi dito no começo do texto, não existem muitas informações atualizadas, então o jeito é ficar na torcida para o próximo petardo dessa brilhante horda brasileira.
Texto: Harley
Revisão: EddieHead
Formação:
Drakkar (Vocal e Bateria)
Larakna (Guitarra e Vocais de Fundo) Megaira (Baixo e Vocais de Fundo)