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quarta-feira, 14 de maio de 2025

Cobertura de Show: Bangers Open Air – 04/05/2025 – Memorial da América Latina/SP

O último dia de festival chegou com um sentimento ambíguo: alegria e tristeza. Alegria porque muitas das bandas escaladas para este dia eram consideradas verdadeiras lendas, e a ansiedade para ver nomes como W.A.S.P, Blind Guardian, Kerry King (Slayer), Avantasia e Destruction era palpável. Por outro lado, a melancolia do último dia já pairava no ar, antecipando a saudade e a expectativa pela próxima edição, confirmada para os dias 25 e 26 de abril do ano que vem.

Assim como na jornada anterior, iniciei o dia no Sun Stage, acompanhando a apresentação do Black Pantera. A banda vem solidificando sua crescente base de fãs no Brasil com uma poderosa fusão de Hardcore, Punk e Heavy Metal. Esse crossover explosivo, aliado a letras que abordam conflitos sociais e a luta antirracista, cria uma experiência única. A oportunidade de tocar no Bangers Open Air representou mais um marco na trajetória de mais de uma década do Black Pantera.

O trio – formado pelos irmãos Charles Gama (guitarra/baixo) e Chaene da Gama (vocal), e Rodrigo “Pancho” Augusto (bateria) – incendiou o público com faixas como “Perpétuo”, “Fogo nos Racistas” e “Sem Anistia”, esta última agraciada com o mosh das minas Outro momento emocionante foi a “Tradução”, composta em homenagem à mãe dos irmãos Gama e já indispensável em qualquer apresentação da banda.

Black Pantera – setlist:

Candeia

Provérbios

Padrão é o Caralho

Seleção Natural

Ratatatá

Mosha

Perpétuo

Fogo nos Racistas

Sem Anistia

Tradução

Revolução é o Caos

Boto pra Fuder




No Hot Stage, a primeira banda que consegui prestigiar foi a alemã Lord of the Lost, seguida pela apresentação do Beyond the Black, que despertou grande curiosidade, especialmente por conta da carismática vocalista Jennifer Haben.

Sobre o Lord of the Lost, a banda já havia marcado presença na primeira edição do festival, ainda sob o nome Summer Breeze. Conhecidos por sua versatilidade sonora, que mescla elementos do industrial e do gótico e pelo visual impactante, os alemães entregaram uma performance cativante, contrastando a energia da música com a estética sombria de seus integrantes.

Lord of the Lost – setlist:

The Curtain Falls

The Future of a Past Life

Loreley

Destruction Manual

For They Know Not What They Do

Raining Stars

Six Feet Underground

Born With a Broken Heart

Live Today

Die Tomorrow

Drag Me to Hell

We're All Created Evil

Blood & Glitter



Mesmo sob o calor intenso do início da tarde, similar ao dia anterior, o som denso e melancólico dos americanos do Paradise Lost ecoou pelo festival. Considerada uma das pioneiras do Doom Metal e dona de três álbuns que considero clássicos do gênero – Draconian Times, One Second e Symbol of Life – a banda presenteou os fãs com as memoráveis "Enchantment", a faixa-título "One Second", o cover de "Small Town Boy" (Bronski Beat) e "The Last Time", apesar de eventuais problemas de equalização que fizeram o som soar estourado em alguns momentos.

Certamente, foi uma apresentação que gerou muitos comentários e elogios, especialmente por marcar o retorno da banda ao Brasil após cerca de sete anos, o que explica a calorosa recepção.

Paradise Lost – setlist:

Enchantment

Forsaken

Pity the Sadness

Faith Divides Us - Death Unites Us

Eternal

One Second

The Enemy

As I Die

Smalltown Boy (Bronski Beat cover)

The Last Time

No Hope in Sight

Say Just Words


Mais uma vez no Sun Stage, palco onde aconteceram os shows mais intensos do dia, o Vader, uma das maiores forças do Death Metal europeu, deixou os fãs completamente empolgados. 

Durante a apresentação, houve rodas de pogo e moshes bem animados a cada música do repertório, incluindo "Wings", "Triumph of Death" e "Unbending". No mesmo palco, o lendário Nile também fez uma apresentação inesquecível, embora eu tenha perdido por causa de um conflito de horários. Antes deles, também teve uma banda nacional importante tocando no mesmo palco: o Dorsal Atlântica.






O Kamelot voltou, dessa vez no Hot Stage, ao palco para substituir o I Prevail, que cancelou sua participação no festival com apenas duas semanas de antecedência. Dessa vez, eles não fizeram o mesmo show do dia anterior, trazendo algumas mudanças no setlist, como a inclusão de músicas como "Opus of the Night (Ghost Requiem)", "The Human Stain" e a clássica "Center Of The Universe". 

A abertura foi com "Phantom Divine (Shadow Empire)", que contou com a participação de Adrienne Cowan, que mais tarde cantou com o Avantasia.

Kamelot – setlist:

Phantom Divine (Shadow Empire)

Rule the World

Opus of the Night (Ghost Requiem)

Insomnia

Sacrimony (Angel of Afterlife)

The Human Stain

Center of the Universe

New Babylon

Forever

March of Mephisto






Uma grande expectativa pairava sobre o Ice Stage, onde o público aguardava ansiosamente por Kerry King e sua nova banda, um dos shows mais aguardados do dia e de todo o festival.

Apesar do hiato do Slayer, o icônico guitarrista não permaneceu inativo e formou um novo grupo com nomes de peso do Thrash Metal, como o vocalista Mark Osegueda (do Death Angel), o baixista Kyle Sanders (do Hellyeah), o guitarrista Phil Demmel (ex-Machine Head) e seu ex-companheiro de Slayer, Paul Bostaph, na bateria. Foi com essa formação estelar que Kerry lançou o álbum From Hell I Rise.

O álbum, que considero superior aos últimos trabalhos do Slayer, foi executado quase integralmente. As músicas levaram um breve tempo para engajar completamente o público, mas, no geral, a apreciação em vê-las ao vivo foi notável. Os clássicos do Slayer vieram em seguida: "Disciple", seguida por "Killers" do Iron Maiden em homenagem ao saudoso Paul Di'Anno, elevaram ainda mais a energia do show. Outros hinos como "Raining Blood" e "Black Magic” proporcionaram o ápice do caos na apresentação. Insano, em resumo.

Kerry King – setlist:

Where I Reign

Rage

Trophies of the Tyrant

Residue

Two Fists

Idle Hands

Disciple (Slayer)

Killers (Iron Maiden cover)

Shrapnel

Raining Blood (Slayer)

Black Magic (Slayer 

From Hell I Rise






Mal houve tempo para respirar e a multidão se dirigiu em massa para o Hot Stage, onde o Blind Guardian se preparava para subir ao palco. A banda alemã integrou a programação juntamente com seus compatriotas do Destruction, após o cancelamento do Knocked Loose e do We Came as Romans. Essa mudança inesperada se revelou uma ótima surpresa, sem desmerecer as bandas que tiveram imprevistos em suas agendas, naturalmente.

A recepção não poderia ter sido mais efusiva, demonstrando o profundo apreço do público brasileiro pelo grupo. O vocalista Hansi Kürsch exibiu sua habitual gentileza, enquanto o restante da banda demonstrou uma sintonia impecável e uma entrega impressionante. O show também reservou um momento especial, com o público cantando parabéns para o guitarrista André Olbrich, que celebrou mais um ano de vida no dia anterior.

Comparado à primeira edição, o setlist passou por alterações significativas. Naquela ocasião, o grupo executou o álbum Somewhere Far Beyond na íntegra. Desta vez, apenas a icônica “The Bard's Song - In the Forest” foi mantida, e cantada em uníssono pela plateia. Além dela, foram resgatadas “Mordred's Song” e “Tanelorn (Into the Void)”, ausentes dos shows da banda por quase uma década, além das indispensáveis “Imaginations from the Other Side” – que frequentemente abre suas apresentações –, “Valhalla” e “Mirror, Mirror”, músicas que reafirmam o status do Blind Guardian como uma das bandas mais importantes do gênero.

Blind Guardian – setlist:

Imaginations From the Other Side

Blood of the Elves

Mordred's Song

Violent Shadows

Into the Storm

Tanelorn (Into the Void)

Bright Eyes

Time Stands Still (At the Iron Hill)

And the Story Ends

The Bard's Song - In the Forest

Mirror Mirror

Valhalla





Após seis longos anos de espera, finalmente uma das maiores bandas de Hard Rock da história, o W.A.S.P., estava de volta ao Brasil.

Apesar dos comentários sobre a performance vocal de Blackie Lawless – em parte justificáveis, dado o uso ocasional de playback em algumas músicas –, isso não diminuiu a intensidade da apresentação, que, sem dúvida, foi o ponto alto não apenas do dia, mas de todo o festival. E o motivo? A banda entregou tudo, absolutamente tudo o que os fãs ansiavam. O primeiro álbum, um dos pilares do Hard Rock, foi executado quase integralmente com maestria. De "I Wanna Be Somebody" a “The Torture Never Stops”, não houve um sequer espectador que não cantasse junto e demonstrasse reações de incredulidade, o que resume a magnitude do momento.

A formação atual conta com os talentosos Doug Blair (guitarra), Mike Duda (baixo) e o baterista brasileiro Aquiles Priester (bateria). A convite de Blackie, Aquiles foi ao centro do palco para um breve bate-papo com o público em vez de fazer um tradicional drum solo. Foram poucos minutos, mas suficientes para testemunhar sua felicidade em tocar em seu país natal com uma das bandas mais lendárias da história.

Após a execução quase completa do álbum de estreia, a banda presenteou o público com mais alguns clássicos, como "Forever Free", “The Headless Children", "Wild Child" e "Blind in Texas", adicionando ainda mais emoção a um show pelo qual todos esperavam há anos.

W.A.S.P – setlist:

I Wanna Be Somebody

L.O.V.E. Machine

The Flame

B.A.D.

School Daze

Hellion

Sleeping (in the Fire)

On Your Knees

Tormentor

The Torture Never Stops

The Real Me

Forever Free / The Headless Children

Wild Child

Blind in Texas






As duas últimas atrações do dia vieram diretamente da Alemanha. O caos retornou ao Sun Stage com o Destruction, banda seminal do Thrash Metal alemão, ao lado de outros gigantes do "Big 4" teutônico como Kreator, Sodom e Tankard. Ainda fresco na memória dos fãs brasileiros, já que se apresentaram aqui há menos de um ano, o Destruction preparou uma apresentação especial no Bangers, executando na íntegra seu álbum de estreia, Infernal Overkill, além de sucessos como “Nailed to the Cross”, “Mad Butcher” e “Thrash ‘Til Death”. Não há palavras para descrever a energia que Schmier (vocal, baixo e único membro original) – acompanhado por Damir Eskic e Martin Furia (guitarras) e Randy Black (bateria) – emanou, contagiando a todos.

Para não deixar passar a oportunidade, assisti a uma parte da apresentação do Avantasia, a ópera metal idealizada pelo vocalista do Edguy, Tobias Sammet. A banda cresceu significativamente nos últimos anos, tanto musical quanto visualmente. Seus shows costumam apresentar cenários elaborados, que reforçam a narrativa lírica de cada tema abordado nos álbuns – sendo o mais recente Here Be Dragons, lançado neste ano.

Além disso, o grupo é acompanhado por músicos e cantores de excelência, incluindo participações de artistas que já haviam se apresentado no festival, como Tommy Karevik (do Kamelot), que cantou “The Witch”; Ronnie Atkins (do Pretty Maids), que emprestou sua voz a “Twisted Mind”, “The Scarecrow” e “Let the Storm Descend Upon You”, e Eric Martin (do Mr. Big) em “Dying for an Angel”. A novidade ficou por conta da presença de Jeff Scott Soto, que substituiu Kenny Leckremo, ausente devido a compromissos com o H.E.A.T na América Latina.

O setlist incluiu ainda a inédita “Creepshow”, “The Toy Master”, a belíssima “Farewell” e “Death Is Just a Feeling”, preparando o terreno para o bis com as icônicas “Lost in Space”, “Sign of the Cross” e “The Seven Angels”, com todos os vocalistas reunidos no palco em um momento apoteótico.

Enfim, mais uma edição inesquecível chega ao fim. Assim como nas anteriores, os elogios e a satisfação, tanto pelo line-up, organização e todos os demais aspectos envolvidos foram evidentes, o que nos deixa ainda mais animados e ansiosos pela quarta edição no ano que vem. Que 2026 nos reserve mais uma experiência incrível, repleta de emoção, pois o Bangers Open Air não é apenas um festival, é a válvula de escape para os verdadeiros amantes da música pesada.






Texto: Gabriel Arruda 

Fotos: Edu Lawless

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Consulado do Rock

Press: Agência Taga


Avantasia – setlist:

Creepshow

Reach Out for the Light (com Adrienne Cowan)

The Witch (com Tommy Karevik)

Devil in the Belfry (com Herbie Langhans)

Dying for an Angel (com Eric Martin)

Twisted Mind (com Ronnie Atkins e Eric Martin)

Avalon (com Adrienne Cowan)

The Scarecrow (com Ronnie Atkins)

The Toy Master

Shelter from the Rain (com Jeff Scott Soto)

Farewell (com Chiara Tricarico)

Let the Storm Descend Upon You (com Ronnie Atkins e Herbie Langhans)

Death Is Just a Feeling

Bis

Lost in Space

Sign of the Cross / The Seven Angels

sábado, 12 de outubro de 2024

Cobertura de Show: Destruction – 06/10/2024 – Carioca Club/SP

No dia 6 de outubro, a capital paulista recebeu a tão aguardada apresentação da lendária banda alemã de Thrash Metal Destruction, em uma noite que celebrou seus 40 anos de carreira. A expectativa era alta, especialmente com a presença do Sextrash, um ícone da cena nacional, que infelizmente não pôde se apresentar nem em São Paulo e nem em Belo Horizonte.

A coincidência das eleições no domingo trouxe um clima caótico à cidade, e a proximidade do show da banda Lucifer acabou dividindo a atenção dos fãs de Heavy Metal. No entanto, em uma reviravolta de última hora, os paulistanos do Válvera assumiram a abertura do evento, oferecendo um set curto, mas energético, que levantou o público e preparou o terreno para o espetáculo principal, com direito a moshes tímidos e uma atmosfera de grande expectativa.

Formada por Glauber Barreto (vocal e guitarra), Rodrigo Torres (guitarra), Gabriel Prado (baixo) e Leandro Peixoto (bateria), a banda - que mistura vários gêneros do metal - soube escolher perfeitamente as músicas do setlist, com canções dos álbuns “Cycle of Disaster” (2020) e “Back to Hell” (2017), e trazendo ainda uma música nova que fará parte de seu próximo álbum. Com toda a certeza o Válvera saiu dali com novos fãs.


Válvera - Setlist

The Skies Are Falling

Bringer of Evil

The Damn Colony

Reckoning Has Begun

Nothing Left to Burn

Demons of War


Previsto para subir ao palco às 20h15 (antes de sabermos da apresentação do Válvera), o Destruction iniciou sua performance às 20h35. Embora a casa não estivesse lotada, estava quase cheia, e a atmosfera prometia uma noite memorável. Ao som de “Curse the Gods”, a energia no ar era palpável, como se o local pudesse desabar a qualquer momento. Um mosh pit se formou bem no meio da pista - e permaneceu ali até o fim do show -, enquanto os fãs se uniam em gritos de ‘hey, hey’, sinalizando que aquela seria uma apresentação inesquecível.

“Invincible Force” deu sequência ao set, e em “Nailed to the Cross” o som do público parecia ser até mais alto do que a própria banda.

A seguir, o vocalista e baixista Schmier saudou o público, compartilhando seu amor pelo Brasil.  Revelando a conexão especial que a banda tem com São Paulo, ele anunciou que na noite estava sendo gravado o próximo clipe da banda, o que foi outra decisão em cima da hora. Schmier também comentou que a próxima música, "Mad Butcher", tinha um significado especial para ele, pois foi o primeiro riff que escreveu. Esse anúncio fez com que a roda de mosh se intensificasse ainda mais, refletindo a empolgação do público e a importância daquela noite na trajetória da banda.

“Life Without Sense” e “Release from Agony” mantiveram a energia. A banda puxou um coro de “We’re Destruction! We’re Destruction”, que o público prontamente atendeu e, Schmier, avisou que a próxima música será o videoclipe, a ótima “Armageddonizer”, do álbum Day of Reckoning de 2011.

“Total Desaster” e um solo de guitarra, que iniciou com Damir Eskic, mas que teve a participação de Martín Fúria também, foram bem recebidas, assim como “Eternal Ban” que veio na sequência.

O último single da banda, “No Kings No Masters”, foi anunciado por Schmier com os dois dedos do meio levantados e como uma dedicatória a todos os políticos.

Antes do encerramento da primeira parte do set, a banda “voltou no tempo” - como disse o vocalista -, com “Antichrist” e “Death Trap”, ambas do álbum Infernal Overkill de 1985.

Com uma breve pausa, a banda voltou com “Diabolical”, faixa do álbum de mesmo nome de 2022. A faixa instrumental “Thrash Attack” foi bem recebida pelos fãs, que apesar de não terem o que cantar, não deixaram de agitar, ou de tornar a roda ainda maior.

Schmier mencionou que faltava uma música muito conhecida e, foi subitamente interrompido por um fã que subiu no palco. Em uma interação de poucos segundos, ele contou ao gigante alemão que um grande fã da banda conhecido como “Big Hands” faleceu algum tempo antes. Schmier, apesar de parecer levemente nervoso, dedicou a fantástica “Bestial Invasion” a ele.

O hino “Thrash ‘Til Death” encerrou essa noite, que foi energia pura e realmente uma grande celebração dos 40 anos de carreira do Destruction. Com dezenas de passagens no Brasil ao longo dos anos, a recepção calorosa do público com certeza fará com que tenhamos muitos e muitos shows da banda por aqui.


Texto: Jessica Valentim 

Fotos: Gabriel Gonçalves (Sonoridade Underground)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Estética Torta 

Mídia Press: Lex Metalis Assessoria 


Destruction - Setlist

Curse the Gods

Invincible Force

Nailed to the Cross

Mad Butcher

Life Without Sense

Release From Agony

Armageddonizer

Total Desaster

Solo de guitarra

Eternal Ban

No Kings, No Masters

Antichrist

Death Trap

Bis

Diabolical

Thrash Attack

Bestial Invasion

Thrash ‘Til Death

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Pänzer: Tanque de Metal 80's



O The German Pänzer retorna com seu segundo álbum, "Fatal Command", e estreando as mudanças nas fileiras, o outrora trio agora conta com duas guitarras, o já rodado e excelente guitarrista suéco Pontus Norgren (atual Hammerfall, e que já passou por grupos como Talisman, Humanimal, Jeff Scott Soto, The Poodles. Quando vi que o cara entrou na banda, já esperei mais melodia e técnica) e o suíço V.O. "Otti" Pulver (Gurd, Poltergeist, e que também co-produziu "Thrash Anthems II" do Destruction), substituindo Herman Frank (Victory, Ex-Accept), completam a formação os membros remanescentes, Schmier (Vocais e baixo, Destruction) e Stefan Schwarzmann (ex-Accept), lembrando que a banda foi formada naquele período em que Herman e Stefan acabaram demitidos do Accept, e logo em seguida o então trio lançou "Send Them All to Hell" (2014). trazendo um Metal de raízes oitentistas, mas com sonoridade atual,  e com um pé no Thrash, sendo muito bem recebido.

No segundo ataque o grupo já traz reflexos da mudança de line-up, e o que logo podemos notar é que o lado Thrash Metal está mais contido, e trazem uma sonoridade mais limpa e melódica, principalmente nos riffs, solos e melodias de guitarra, o que deixou as músicas mais cativantes, bem mais na veia do Heavy Metal anos 80, e acredito que o Accept clássico é uma das grandes referências, e claro, nomes como Saxon, Judas Priest e Iron Maiden.


Essa pegada mais cativante e melódica já se apresentam na abertura, com a excelente e vibrante "Satan's Hollow", com seus riffs marcantes, licks cativantes e um refrão grudento; de pegada veloz a faixa título "The Fatal Command" traz mudanças de andamento e riffs bem na veia 80's, assim como na faixa anterior (o clima NWOBHM pode ser sentido nas duas), destacando o trabalho da dupla de guitarristas, e há de se destacar que funcionou muito bem a adição de duas guitarras, abrindo mais o leque para a banda, aproximando-a ainda mais das raízes oitentistas.

em "We Can Not Be Silenced" Schmier busca nuances diferentes em seus vocais, em linhas mais melodiosas, o que funcionou muito bem, principalmente no refrão. As guitarras novamente se destacam, alternando peso e melodias cativantes, sempre apoiadas pela cozinha firme e consistente de Schmier e Stefan; o quarto petardo, "I'll Bring You the Night", que inicia com uma grande melodia e tradicionais e maravilhosas guitarras gêmeas,  só corrobora as primeiras impressões, de que é um álbum bem mais puxado pro Heavy Metal tradicional, e também com sonoridade mais cativante e melódica. Impossível não lembrar Accept aqui, principalmente nos coros do refrão e os trechos com riffs cavalgados.


"Scorn and Hate" tem uma intro bem melódica, em seguida os riffs principais e andamento remetem ao Iron Maiden clássico. Vibrante e melodiosa, destacando novamente o excelente trabalho das guitarras; Que álbum empolgante de ouvir! Possui uma vibração que te deixa pra cima! Confesso que ouvi 3 vezes uma trás da outra. "Afflicted" começa, e mais um riff que imediatamente remete aos áureos anos 80. Com variações de andamento alternando partes cadenciadas e trechos com bateria estilo "locomotiva", o destaque segue sendo os grande trabalho das guitarras, onde salta aos ouvidos a técnica de Pontus, e tenho certeza de que quem já conhecia o trabalho dele, já esperava que traria mais melodia e técnica ao som do grupo. "Sullbreaker" vem com um andamento mais arrastado e nervoso, enquanto que "Bleeding Allies" vem agressiva e nervosa.

"The Decline (...and the Downfall)" traz ares de Judas Priest no riff principal, lembrando o andamento da "Metal Gods". As nuances oitentistas e as mais atuais estão bem casadas, alternando trechos bem tradicionais com outros mais agressivos; "Mistaken" inicia com a cozinha ditando o peso. Andamento moderado e pesado, riffs em palm mute e Schmier novamente mostrando linhas diferentes do que apresenta tradicionalmente no Destruction; Junto ao quarteto inicial, "Promised Land" é mais um dos destaques de um álbum de um nível muito bom. O andamento veloz e empolgante é recheado de riffs e solos certeiros, além do refrão e coros "grudentos": "oh oh oh oh! the promised land!"; Fechando esta edição nacional lançada aqui pela Shinigami Records, como bônus a versão para "Wheels of Steel" do Saxon, reverência a um dos grandes nomes do Heavy Metal 80's, em uma execução um pouco mais acelerada e "thrashy".


Abrace sem medo, Heavy Metal de primeira, com aquela raiz "oitentista", porém soando atual!Feito com gosto, sem invenções, com grandes riffs e melodias cativantes. Talvez alguns sintam um pouco de falta de mais elementos do Thrash, mais presentes no debut, mas confesso que essa sonoridade mais cativante e com duas guitarras me agradou muito mais. Absolutamente prazeroso de ouvir e bater cabeça!

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Pänzer
Álbum: "Fatal Command" 2017
Estilo: Heavy Metal
País: Alemanha
Produção: Schmier e V.O. Pulver
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

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Line-up:
Schmier: Baixo e Vocais
Stefan Schwarzmann: Bateria
Pontus Norgren: Guitarras
V.O. Pulver: Guitarras

Tracklist
Satan's Hollow
Fatal Command
We Can Not Be Silenced
I'll Bring You the Night
Scorn and Hate
Afflicted
Skullbreaker
Bleeding Allies
The Decline (...And the Downfall)
Mistaken

Promised Land