Mostrando postagens com marcador Alemanha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alemanha. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Cobertura de Show: Wacken Open Air – 30/07/2025 – Schleswig-Holten/GE

Cheguei ao Holy Ground com o céu carregado, botas já se afundando na lama e a chuva castigando o terreno, vale ressaltar que , além de tudo o check-in foi feito em uma nova área bem distante, ao menos para imprensa . A cada passo era como lutar contra o próprio solo, mas a energia da multidão fazia esquecer qualquer desconforto. Estava ali, no lugar certo, na hora certa: pronto para mergulhar no primeiro dia de Wacken.

A primeira banda que acompanhamos no dia foi a provocativa e ousada Dogma. Vestidas como freiras sedutoras e ao mesmo tempo sombrias, as integrantes deram início à programação com uma performance marcada por intensidade e teatralidade, injetando energia no público apesar do mau tempo. Já conhecidas pela equipe após nossa fotógrafa registrar o show da banda anteriormente esse ano no Brasil, a expectativa era alta, e o grupo não decepcionou.

Nayara Sabino

Mesmo enfrentando alguns problemas técnicos durante a execução inicial de “Forbidden Zone”, a Dogma demonstrou profissionalismo e rapidamente conquistou a plateia com sua presença de palco arrebatadora.

Na sequência, “Carnal Liberation” e “Free Yourself” destacaram o lado mais grooveado da banda, mostrando versatilidade e domínio de dinâmica. O momento mais surpreendente, entretanto, foi a ousada releitura de “Like a Prayer”, clássico da Madonna. Transformada em um hino pesado, a faixa ganhou guitarras distorcidas e uma interpretação visceral, arrancando aplausos calorosos do público.

Nayara Sabino

A segunda metade do show manteve a energia em alta. “Bare to the Bones” e “Make Us Proud” reforçaram a identidade do grupo, preparando o terreno para um dos ápices da apresentação: “The Tribute”, medley que percorreu a obra de lendas do metal, incluindo Black Sabbath, Pantera, Metallica e o eterno príncipe das trevas, Ozzy Osbourne. Recebido com entusiasmo, o número transformou-se em um verdadeiro momento de celebração coletiva.

Nayara Sabino

No fim, a Dogma provou ser mais do que apenas provocação estética. Sua apresentação equilibrou força, ousadia artística e respeito à tradição do metal, resultando em um show coeso, repleto de momentos memoráveis, e que certamente ficará marcado na memória dos presentes. 

Nayara Sabino

A lama não perdoava: cada deslocamento entre palcos era uma pequena batalha, gente escorregando, outros ajudando a levantar, e todos rindo juntos. Era cansativo, mas o lema de Wacken se provava verdadeiro a cada segundo: Rain or Shine, o show não para. 

Do folk ao caos: o Warbringer chegou com thrashdevastador. O mosh pit virou um campo enlameado, mas ninguém arredava o pé. “Firepower Kills”, “Hunter-Seeker”, “Remain Violent” e “Living Weapon” incitavam rodas furiosas, e cada queda na lama era seguida de gargalhadas e braços que levantavam o próximo guerreiro. Brutal, catártico, inesquecível.

*Wacken Press

A lendária Lita Ford provou que o hard rock também tem seu espaço sagrado. Com décadas de estrada e status de pioneira, a guitarrista e vocalista entregou um show eletrizante, recheado de clássicos de sua carreira solo e homenagens a ícones que ajudaram a moldar a história do rock.

A abertura com “Gotta Let Go” e “Larger Than Life” foi o gatilho para uma plateia que já se mostrava ansiosa. Carregadas de riffs marcantes e refrões grudentos, essas faixas estabeleceram a energia contagiante que guiaria toda a apresentação. “Relentless” reforçou esse espírito, trazendo a agressividade característica da artista.

Nayara Sabino

Em seguida, Lita surpreendeu com uma versão incendiária de “The Bitch Is Back”, clássico de Elton John, adaptado ao peso e à pegada roqueira que só ela poderia imprimir. O show seguiu em alta rotação com “Playin’ With Fire” e “Can’t Catch Me”, que contou com um solo de bateria estendido, arrancando aplausos de admiração da multidão.

Nayara Sabino

A nostalgia tomou conta quando Lita revisitava suas raízes com “Cherry Bomb”, imortalizada nos tempos de The Runaways, levantando coros uníssonos de milhares de fãs. O momento seguiu com a visceral “Black Leather” (cover do Sex Pistols) e a emocionante releitura de “Only Women Bleed”, balada de Alice Cooper, interpretada com emoção e respeito.

O ápice emocional veio com “Close My Eyes Forever”, dedicada ao eterno parceiro Ozzy Osbourne. A canção ecoou pelo campo de Wacken como um hino, com a plateia cantando cada verso em uníssono, em um dos momentos mais marcantes do festival.

Nayara Sabino

Para encerrar, “Kiss Me Deadly” coroou a apresentação em clima de celebração, reafirmando o status de Lita Ford como uma das grandes damas do rock.

Aí veio a festa com Wind Rose. Ver todo aquele público enlameado gritar junto refrões de músicas como “Of Ice and Blood”, “Fellows of the Hammer”, “DrunkenDwarves” e o meme eterno “Diggy Diggy Hole” foi surreal. Era impossível não sorrir, mesmo atolado até o tornozelo. O clima era de celebração, como se a lama fosse só mais um adereço da fantasia épica que eles criaram no palco.

*Wacken Press

Na sequência, o orgulho tomou conta quando o Torture Squad subiu ao palco. O peso dos riffs e a fúria dos vocais foram um soco no peito. A banda incendiou o público com “Hell Is Coming”, “Flukeman”, “Buried Alive”, “Warrior”, e fechou com a clássica “The Unholy Spell”. O cover de “Killing Yourself to Live” do Black Sabbath trouxe sorrisos cúmplices, e a participação de PrikaAmaral em “Horror and Torture” foi a cereja no bolo. Ver o nome do Brasil sendo celebrado em meio ao barro alemão foi arrebatador.

Nayara Sabino

Nayara Sabino

Nayara Sabino

Apocalyptica trouxe outro clima. Os violoncelos ecoavam pesados, criando uma atmosfera quase ritualística, e quando tocaram “Ride the Lightning” e “Enter Sandman”, parecia que cada arco rasgava junto com os trovões que rondavam o céu. Outro ponto alto do show foi quando tocaram “Master of Puppets” do Metallica onde arrancaram um coro da plateia que cantavam a letra inteira. 

Nayara Sabino

Nayara Sabino

Nayara Sabino

Outra grande recompensa do dia foi com o show da Tarja Turunen e Marco Hietala juntos, revivendo a magia do Nightwish. Quando os primeiros acordes de “Wishmaster” ecoaram, o público inteiro cantou como um só coro, e eu senti a pele arrepiar apesar da água escorrendo no rosto. Entre a chuva e as poças, Tarja ainda trouxe faixas como “I Walk Alone” e “Until My Last Breath”, e parecia que até o temporal deu uma trégua em respeito àquela voz. Foi um momento que misturou nostalgia e força, daqueles que ficam cravados na memória.

Nayara Sabino

Nayara Sabino

Nayara Sabino

E então veio o gran finale: Saltatio Mortis. Abriram com “Finsterwacht”, mergulhando o público em um clima medieval sombrio, antes de incendiar a noite com seus hinos poderosos. O público inteiro cantava junto, como se estivéssemos todos participando de um ritual coletivo. A energia foi tão intensa que parecia anunciar o que estava por vir — e, de fato, assim foi. Logo após o último acorde, raios começaram a cortar o céu, e a tempestade desabou com força.

*Wacken Press

*Wacken Press

A irreverência de Mambo Kurt foi um alívio. Seus covers e piadas cortaram o cinza do céu, transformando a lama em palco de risadas coletivas. Era o contraste perfeito no meio da tempestade.

*Wacken Press

O Holy Ground precisou ser esvaziado às pressas por segurança, e o público foi conduzido para fora enquanto os trovões iluminavam o campo enlameado. Saí dali encharcado, exausto, mas com a sensação de ter vivido um daqueles dias que definem porque Wacken é único: não importa chuva, lama ou tempestade, a música sempre vence.


Texto: Lukka Leite e Nayara Sabino

Fotos: Nayara Sabino (*exceto onde indicado)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Dogma – setlist:

Forbidden Zone

My First Peak

Made Her Mine

Carnal Liberation

Free Yourself

Like a Prayer (Madonna cover)

Bare to the Bones

Make Us Proud

The Tribute (Ozzy Osbourne, Black Sabbath, Pantera, Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Slayer, Lamb of God.)

Pleasure From Pain

Father I Have Sinned

The Dark Messiah


Warbringer – setlist:

Firepower Kills

Hunter-Seeker

Neuromancer

Woe to the Vanquished

The Sword and the Cross

Living Weapon

Remain Violent

Total War


Lita Ford – setlist:

Gotta Let Go

Larger Than Life

Relentless

The Bitch Is Back (Elton John cover)

Playin' With Fire

Can't Catch Me

Cherry Bomb (The Runaways cover)

Black Leather (Sex Pistols cover)

Only Women Bleed (Alice Cooper cover)

Close My Eyes Forever (dedicada a Ozzy Osbourne)

Kiss Me Deadly


Wind Rose – setlist:

Dance of the Axes

Fellows of the Hammer

Drunken Dwarves

Gates of Ekrund

Mine Mine Mine!

Rock and Stone

Together We Rise

Diggy Diggy Hole (The Yogscast cover, com pariticpação de Jörg Roth)

I Am the Mountain


Apocalyptica – setlist:

Ride the Lightning

Enter Sandman

Creeping Death

For Whom the Bell Tolls

St. Anger

The Four Horsemen

Blackened

Master of Puppets

Nothing Else Matters

Seek & Destroy (com particição de Tina Guo)

One


Tarja – setlist:

Eye of the Storm

Demons in You

Tears in Rain

Dark Star

Undertaker

I Walk Alone

Victim of Ritual

Silent Masquerade (com Marko Hietala)

Wishmaster (com Marko Hietala)

Dead Promises (com Marko Hietala)

The Phantom of the Opera

Wish I Had an Angel (com Marko Hietala)

Until My Last Breath


Saltatio Mortis – setlist:

Finsterwacht

Wo sind die Clowns

Loki

Schwarzer Strand

Feuer & Erz (participação especial de Tina Guo)

Heimdall (participação especial de Tabernis)

Odins Raben

My Mother Told Me / Valhalla Calling (participação de Miracle of Sound)

We Might Be Giants

Der Himmel muss warten

Mittelalter

Rattenfänger

Prometheus

Satans Fall

Gardyloo

Große Träume

Hypa Hypa (Electric Callboy cover)

Vogelfrei

Keine Regeln (FiNCH cover)

Für immer jung (participação especial de Deine Cousine)

Spielmannsschwur

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Guia do Wacken 2025: Guns N’ Roses, Gojira, Papa Roach e mais

Nos dias 30 e 31 de julho e de 1º a 2 de agosto, acontece mais uma edição do Wacken Open Air, um dos festivais mais importantes de heavy metal do mundo, realizado anualmente na Alemanha. Serão mais de 200 bandas divididas em oito palcos, com destaque para os principais: Faster, Harder e Louder, que recebem os shows mais aguardados.

Além dos shows, o Wacken Open Air oferece uma experiência imersiva única para os fãs de metal. A lendária área de camping, que acomoda milhares de pessoas, é tomada por headbangers do mundo inteiro e conta com uma infraestrutura completa com zonas temáticas, pontos de alimentação, mercados e áreas com banheiros e chuveiros disponíveis durante os quatro dias de festival.

Mas a experiência vai muito além da música. O festival também oferece uma ampla variedade de atrações, como workshops, sessões de autógrafos, espaço para cosplay e performances medievais – uma verdadeira celebração da cultura alternativa e do universo metal.

Nesta matéria, vamos destacar os headliners desta edição, que incluem nomes como Guns N' Roses, Gojira, Papa Roach, Machine Head, entre outros.


Guns N' Roses

Liderado pelo vocalista Axl Rose, o Guns N' Roses continua conquistando novos fãs ao redor do mundo com clássicos como "Welcome to the Jungle", "Paradise City" e "Sweet Child O' Mine". Originária de Los Angeles, a banda possui seis álbuns de estúdio. Appetite for Destruction (1987), um dos álbuns de estreia mais vendidos da história, é até hoje o mais bem-sucedido da carreira. Com quase 40 anos de estrada, Axl, ao lado do guitarrista Slash e do baixista Duff McKagan – que retornaram ao grupo em 2016 –, segue lotando arenas e festivais pelo mundo.

Gojira

O Gojira vem se consolidando como uma das melhores bandas de heavy metal da atualidade. Sua mistura de death metal com elementos progressivos, aliada a letras que abordam questões ambientais, chamou a atenção do mundo todo. Com quase três décadas de existência e sete álbuns lançados em sua discografia, a banda vive seus melhores momentos nos últimos anos – o maior deles sendo a participação na abertura das Olimpíadas de 2024, em seu país natal, a França. Liderada pelos irmãos Joe (vocal/guitarra) e Mario Duplantier (bateria), a banda é conhecida por seus shows impressionantes, marcados por intensidade, emoção e uma performance técnica única.

Papa Roach

O Papa Roach é uma das bandas que marcaram época, especialmente para os apreciadores do nu metal. O grupo se consolidou mundialmente com o álbum Infest (2000), que contém o maior clássico dos californianos, "Last Resort", que se tornou um hino do estilo e é indispensável em seus shows. Liderada pelo vocalista Jacoby Shaddix, a banda expandiu seus horizontes musicais ao longo dos anos, incorporando elementos que vão do punk à música eletrônica, sem perder a originalidade que os consagrou como uma das principais bandas dos anos 2000.

Machine Head 

Liderado pelo vocalista e guitarrista Robb Flynn – único membro original –, o Machine Head renovou a maneira de se fazer thrash metal nos anos 1990 com os álbuns Burn My Eyes (1994) e The More Things Change (1997). Ao longo dos anos, a banda americana se consolidou como uma das principais e mais pesadas representantes do metal moderno. As performances ao vivo são explosivas, rendendo mosh pits e muita energia por parte dos fãs. Mesmo com diversas mudanças na formação, o grupo nunca perdeu a força, mantendo a agressividade como marca registrada.

SERVIÇO

Wacken Open Air 2025 (ALE)

Dias: 30 de julho a 2 de agosto de 2025

Horário: Das 7h às 0h (horário local)

Local: Wacken, Alemanha

Ingressos: Esgotados 

sábado, 5 de julho de 2025

Wacken Open Air 2025 Promete Ser Uma Das Edições Mais Memoráveis Da História Do Festival


Por Gabriel Arruda 

O Wacken Open Air, considerado o maior e mais importante festival de Heavy Metal do mundo, chega à sua 34ª edição prometendo ser uma das mais inesquecíveis de sua história – como, aliás, todas as anteriores.

Programado para acontecer no próximo dia 30 de julho até o dia 2 de agosto e com ingressos já completamente esgotados, o festival transformará a pequena vila de Wacken, no estado de Schleswig-Holstein, na Alemanha, em um verdadeiro ponto de encontro para headbangers do mundo inteiro.

O festvial reúne uma gama diversificada de bandas dentro do universo do Heavy Metal, abrangendo subgêneros como Thrash Metal, Black Metal, Power Metal, entre muitos outros. Mais de 200 atrações se apresentarão em 10 palcos. Entre os principais nomes desta edição estão Guns N' Roses, Machine Head, Papa Roach, Gojira, Dimmu Borgir, King Diamond, entre outros grandes nomes do gênero.

Muito além da música, o público também poderá conferir workshops, batalhas medievais, feiras temáticas e até uma igreja dedicada ao metal. Para acomodar tudo isso, o local conta com uma estrutura impressionante de milhares metros quadrados, destinado para abrigar áreas de camping, alimentação, lojas e postos médicos – tudo para receber os headbangers da forma mais completa possível.

O Wacken Open Air não é apenas um festival de música, e sim um verdadeiro encontro de tribos, onde fãs de diferentes nacionalidades e idades se reúnem para celebrar a paixão pelo metal. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Cobertura de Show: Dirkschneider – 11/11/2024 – Carioca Club/SP

Udo Dirkschneider Celebra 40 Anos de “Balls to the Wall” com Show Histórico em São Paulo

No último dia 11 de novembro, o lendário Udo Dirkschneider, ex-vocalista do Accept, trouxe ao palco do Carioca Club Pinheiros uma apresentação histórica, comemorando o 40° aniversário de “Balls to the Wall”. Mesmo em uma segunda-feira, a casa estava repleta de fãs devotos do ícone do heavy metal alemão, ansiosos para prestigiar o álbum que marcou uma geração sendo tocado na íntegra.

A abertura do show ficou por conta da clássica “Fast as a Shark”, do álbum Restless and Wild (1982). Antes mesmo de a música começar, a plateia já entoava a emblemática introdução “Heidi, heido, heida” em uníssono, aquecendo o público para a explosiva entrada dos guitarristas Andrey Smirnov e Dee Dammers, do baixista Peter Baltes, e de Sven Dirkschneider, filho de Udo, arrebentando na bateria. Apesar de o icônico grito inicial da música não soar como o esperado, ele entregou uma performance memorável. 

Já na sexta música, “Princess of the Dawn”, os músicos pararam para que a plateia, extasiada, participasse cantando a cappella, momento em que até o próprio Udo demonstrou estar emocionado. 

Após uma sequência de faixas marcantes de outros álbuns essenciais, como “Metal Heart “(1985), “Restless and Wild” (1982) e “Breaker” (1981), a nona música da noite trouxe o aguardado início de “Balls to the Wall”. O momento foi acompanhado de um discurso marcante de Udo, levando os fãs ao êxtase ao ouvir canções que há muito não eram tocadas ao vivo, sendo executadas com perfeição. 

Assim como em “Fast as a Shark”, a faixa “Fight It Back” também não teve o tradicional grito inicial, mas a performance intensa e a energia inigualável de Dirkschneider, mesmo com o passar dos anos, impressionaram a todos. A última faixa do álbum é Winterdreams, porém, não foi com ela que a banda se despediu do palco e presenteou os fãs com Burning (Breaker - 1981) deixando uma vontade enorme de ficar naquela noite para sempre. 

Foi uma noite inesquecível para os fãs de Udo, um show incrível que trouxe a força do heavy metal tradicional e o poder de uma lenda viva.




Fotos: Carlos Pupo (Headbangers News)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Overload


Dirkschneider – setlist:

Fast as a Shark

Up to the Limit

Midnight Mover

Breaker

Living for Tonight

Princess of the Dawn

Flash Rockin’ Man

Metal Heart

Balls to the Wall

London Leatherboys

Fight It Back

Head Over Heels

Losing More Than You’ve Ever Had

Love Child

Turn Me On

Losers and Winners

Guardian of the Night

Winterdreams

Burning

sábado, 12 de outubro de 2024

Cobertura de Show: Destruction – 06/10/2024 – Carioca Club/SP

No dia 6 de outubro, a capital paulista recebeu a tão aguardada apresentação da lendária banda alemã de Thrash Metal Destruction, em uma noite que celebrou seus 40 anos de carreira. A expectativa era alta, especialmente com a presença do Sextrash, um ícone da cena nacional, que infelizmente não pôde se apresentar nem em São Paulo e nem em Belo Horizonte.

A coincidência das eleições no domingo trouxe um clima caótico à cidade, e a proximidade do show da banda Lucifer acabou dividindo a atenção dos fãs de Heavy Metal. No entanto, em uma reviravolta de última hora, os paulistanos do Válvera assumiram a abertura do evento, oferecendo um set curto, mas energético, que levantou o público e preparou o terreno para o espetáculo principal, com direito a moshes tímidos e uma atmosfera de grande expectativa.

Formada por Glauber Barreto (vocal e guitarra), Rodrigo Torres (guitarra), Gabriel Prado (baixo) e Leandro Peixoto (bateria), a banda - que mistura vários gêneros do metal - soube escolher perfeitamente as músicas do setlist, com canções dos álbuns “Cycle of Disaster” (2020) e “Back to Hell” (2017), e trazendo ainda uma música nova que fará parte de seu próximo álbum. Com toda a certeza o Válvera saiu dali com novos fãs.


Válvera - Setlist

The Skies Are Falling

Bringer of Evil

The Damn Colony

Reckoning Has Begun

Nothing Left to Burn

Demons of War


Previsto para subir ao palco às 20h15 (antes de sabermos da apresentação do Válvera), o Destruction iniciou sua performance às 20h35. Embora a casa não estivesse lotada, estava quase cheia, e a atmosfera prometia uma noite memorável. Ao som de “Curse the Gods”, a energia no ar era palpável, como se o local pudesse desabar a qualquer momento. Um mosh pit se formou bem no meio da pista - e permaneceu ali até o fim do show -, enquanto os fãs se uniam em gritos de ‘hey, hey’, sinalizando que aquela seria uma apresentação inesquecível.

“Invincible Force” deu sequência ao set, e em “Nailed to the Cross” o som do público parecia ser até mais alto do que a própria banda.

A seguir, o vocalista e baixista Schmier saudou o público, compartilhando seu amor pelo Brasil.  Revelando a conexão especial que a banda tem com São Paulo, ele anunciou que na noite estava sendo gravado o próximo clipe da banda, o que foi outra decisão em cima da hora. Schmier também comentou que a próxima música, "Mad Butcher", tinha um significado especial para ele, pois foi o primeiro riff que escreveu. Esse anúncio fez com que a roda de mosh se intensificasse ainda mais, refletindo a empolgação do público e a importância daquela noite na trajetória da banda.

“Life Without Sense” e “Release from Agony” mantiveram a energia. A banda puxou um coro de “We’re Destruction! We’re Destruction”, que o público prontamente atendeu e, Schmier, avisou que a próxima música será o videoclipe, a ótima “Armageddonizer”, do álbum Day of Reckoning de 2011.

“Total Desaster” e um solo de guitarra, que iniciou com Damir Eskic, mas que teve a participação de Martín Fúria também, foram bem recebidas, assim como “Eternal Ban” que veio na sequência.

O último single da banda, “No Kings No Masters”, foi anunciado por Schmier com os dois dedos do meio levantados e como uma dedicatória a todos os políticos.

Antes do encerramento da primeira parte do set, a banda “voltou no tempo” - como disse o vocalista -, com “Antichrist” e “Death Trap”, ambas do álbum Infernal Overkill de 1985.

Com uma breve pausa, a banda voltou com “Diabolical”, faixa do álbum de mesmo nome de 2022. A faixa instrumental “Thrash Attack” foi bem recebida pelos fãs, que apesar de não terem o que cantar, não deixaram de agitar, ou de tornar a roda ainda maior.

Schmier mencionou que faltava uma música muito conhecida e, foi subitamente interrompido por um fã que subiu no palco. Em uma interação de poucos segundos, ele contou ao gigante alemão que um grande fã da banda conhecido como “Big Hands” faleceu algum tempo antes. Schmier, apesar de parecer levemente nervoso, dedicou a fantástica “Bestial Invasion” a ele.

O hino “Thrash ‘Til Death” encerrou essa noite, que foi energia pura e realmente uma grande celebração dos 40 anos de carreira do Destruction. Com dezenas de passagens no Brasil ao longo dos anos, a recepção calorosa do público com certeza fará com que tenhamos muitos e muitos shows da banda por aqui.


Texto: Jessica Valentim 

Fotos: Gabriel Gonçalves (Sonoridade Underground)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Estética Torta 

Mídia Press: Lex Metalis Assessoria 


Destruction - Setlist

Curse the Gods

Invincible Force

Nailed to the Cross

Mad Butcher

Life Without Sense

Release From Agony

Armageddonizer

Total Desaster

Solo de guitarra

Eternal Ban

No Kings, No Masters

Antichrist

Death Trap

Bis

Diabolical

Thrash Attack

Bestial Invasion

Thrash ‘Til Death

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Cobertura de Show: Accept – 19/05/2024 – Santo Rock Bar/ABC

Apesar do Accept presentear o ABC Paulista com show arrebatador e quase intimista pela proximidade de contato visual e sonoro bem de perto, perdemos mais uma chance de elevar o patamar da turnê de uma grande banda na região com a presença do underground. 

Era para ser um evento reunindo um monte de bandas de São Paulo e do ABC, começar as 14h00 e adentrar a noite com o Accept celebrando 45 anos de vida no lançamento do mais recente disco Humanoid. Passou batido e vida que segue.

Sobrou para o Skalyface, de Osasco (SP) e formado em 2020, a tarefa de abrirem o evento. Fizeram uma apresentação pontual, direta, com repertório curto para ir aquecendo o lugar, que realmente começou a ficar quente e abafado com ar condicionado sem funcionar. Tocaram na íntegra o EP “Dark Angel”, um cover de The Evil That Men Do (Iron Maiden), que teve a participação do vocalista Raphael Dantas, mas tudo sem muita expressão. 

Não deram aquela sacudida que uma banda de abertura precisa, por isso, ao meu ver, o feedback teria sido maior tendo mais bandas antecedendo o show, pois haveria um equilíbrio no conjunto do evento preparado para o Accept, e de fato, há sempre uma grande expectativa na abertura de um show quando se tem um clássico fechando a noite.

O Accept cumpriu seu papel, fez tudo que faltou e mais um pouco... emocionaram o público! Quem teve o privilégio de assisti-los no Santo Rock Bar com som e iluminação em perfeitas condições, sentiu um momento único de bangear, cantar as letras e não tirar os olhos do palco. 

O lugar proporcionou com muita qualidade a performance dos caras ao vivo, independentemente de onde a pessoa estava, foi muito positivo pois a banda interagiu a todo momento. O trio com Wolf Hoffmann (clássico e carismático guitarrista da formação original) junto a Joel Hoekstra e Uwe Lulis que não saturaram as guitarras, ouvia-se tudo perfeitamente bem. 

O baixo de Martin Motnik e a bateria de Christopher Williams deram o peso que toda aquela estrutura merecia.

Quem dispensa apresentações é o vocalista Mark Tornillo, que fará 70 anos em junho próximo, chega ao seu 6º disco desde 2009 à frente do Accept. 

Realmente, assisti-lo pela primeira vez deixa a sensação de como um vocalista vem para ficar, cuida da sua força e saúde vocal, da afinação, postura de palco, põe a galera para cantar, além de dar continuidade na história em que o Accept começou no Heavy, Speed e Power Metal. Um show impecável! Ele e Wolf Hoffmann foram personalidades marcantes na noite.

Do repertório, apresentaram algumas músicas do disco novo, destaque para The Reckoning e Humanoid, intercalaram com os clássicos da discografia antes e pós-UDO, claro, sem deixar de fora músicas que gastaram meus discos de adolescente: Midnight Mover, Metal Heart, Fast As A Shark e Balls To The Wall.

No geral, casa cheia, boa estrutura, pontualidade, horário excelente para voltar para casa. Entretanto, poderiam colocar mais bandas de abertura começando mais cedo? Sim! Ligar o ar condicionado pois o lugar é fechado e saiu todo mundo derretendo do lugar? Sempre! Melhorar o atendimento de quem consome bebidas lá dentro? 

Essa parte precisa melhorar bastante pois havia uma regra: quem pedia a cerveja mais cara era atendido primeiro! Quem pedia a cerveja em mais barata para tomar e curtir o show, fazia o pagamento e ficava um bom tempo esperando (que foi meu caso e de várias pessoas em volta que estavam presentes). Essa regra de consumo hierarquizado pela condição do bolso de cada um realmente foi uma novidade.

Enfim, uma noite inédita e memorável para o ABC Paulista, no qual já passaram pela casa Primal Fear, Tim "Ripper" Owens e Vinny Appice. 

O fã fez sua parte e compareceu, inclusive muitos amigos de cidades vizinhas de longas datas foram, alguns viajaram para reencontrar-se e ver de perto essa lenda do Heavy Metal alemão, onde fez uma apresentação digna, clássica carimbando com muita honra seu nome e fidelidade ao som por quase 5 décadas. Voltem sempre Accept!!!


Texto: Roberto Bertz (Fanzine Pandemia)

Fotos: Amanda Vasconcelos

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Dark Dimensions 

Mídia Press: JZ Press

Links relacionados: Entrevista 


Accept

The Reckoning

Humanoid

Restless And Wild

Midnight Mover

London Leatherboys

Straight Up Jack

Dying Breed

Zombie Apocalypse

Riff Orgy

Breaker

Shadow Soldiers

Frankenstein

Princess Of The Dawn

Metal Heart

Teutonic Terror

Pandemic

Fast As A Shark

Balls To The Wall

I’m A Rebel


domingo, 26 de novembro de 2023

Cobertura de Show - Blind Guardian - 23/11/23 - Bar Opinião/RS

Por: Renato Sanson

Fotos: Uillian Vargas

Uma noite épica e inesquecível. Assim posso definir a volta dos alemães do Blind Guardian a capital gaúcha. Se tornando parada obrigatória para os Bardos e sempre com casa cheia! Não seria diferente desta vez, trazendo a tour do aclamado “The God Machine”, onde o Guardian trouxe a velha forma do passado, mas, sempre olhando para o presente.

Pois bem, desta vez não tivemos banda de abertura e pontualmente às 21h a intro ecoa no Bar Opinião extremamente lotado e a euforia toma conta, com os músicos adentrando aos poucos e iniciando de forma magistral o clássico “Imaginations From the Other Side” que dispensa apresentações.

Assim como o carisma do vocalista Hansi Kürsch sempre interagindo, brincando com os fãs e com os colegas de banda. Deixando um clima mais que amistoso e todos a vontade para declarar o seu amor ao Blind Guardian. Que não possuem fãs, mas sim devotos.

Das músicas do mais recente álbum tivemos ao total de três e todas caíram muito bem ao setlist, se entrelaçando perfeitamente aos clássicos. Com destaque a cinematográfica “Secrets of the American Gods”.

A belíssima “Skalds and Shadows” (do bom “A Twist in the Myth”) também seguiu no setlist e trouxe aquele belo momento acústico e teatral que só o Blind Guardian sabe fazer, com os presentes cantando cada verso.

Mas é inegável que os acordes de “Nightfall” e “Ashes to Ashes” levaria a casa abaixo. Clássicos absolutos de uma carreira tão grandiosa deixando os fãs extasiados.

Assim como a incrível “Time Stands Still (At the Iron Hill)” e a mais bela das baladas: “The Bard’s Song – In the Forest” e um show à parte do público que a cantou do começo ao fim e Hansi ficou apreciando com um sorriso no rosto a devoção de seus fãs apaixonados.

O show poderia ter encerrado nesse momento e aposto que todos sairiam de alma lavada, mas estamos falando de Blind Guardian e mais clássicos surgiram: “Majesty” (minha preferida) e “Traveler in Time” terminando assim a primeira parte do show de forma magistral.

Vale ressaltar a ótima qualidade de som e a ótima iluminação que se adaptou a cada fase revisitada pela banda (ao total foram 9 álbuns revisitados nesta noite).

Após o “final fake” os alemães retornam a cena com “Sacred Worlds” que de fato se não estivesse no set não faria falta, apesar de ser uma boa música. Mas abriu caminho para a marcante “The Lord of the Rings” e com os fãs enlouquecidos cantando, berrando, chorando... Simplesmente fantástico!

Em seguida Hansi informa que teriam apenas mais uma música para tocar, quem sabe no máximo duas e aí tivemos a surpresa da noite – e que o Blind sempre fez em Porto Alegre de tocar uma música a mais além do set previsto – a grandiosa “Born in a Mourning Hall”. Seguida de “Valhalla” e “Mirror Mirror”. Fechando a noite com chave de ouro.

Mostrando que o Blind Guardian é ainda mais incrível ao vivo e sendo para os seguidores mais que música, mas sim uma paixão.

Um show memorável e que ficará por semanas em nossas mentes!

P/S: fica o nosso agradecimento a Abstratti Produtora pela confiança em nosso trabalho!



Setlist:

Imaginations From the Other Side

Blood of the Elves

Nightfall

Ashes to Ashes

Violent Shadows

Skalds and Shadows

Time Stands Still (At the Iron Hill)

Secrets of the American Gods

The Bard’s Song – In the Forest

Majesty

Traveler in Time

Bis:

Sacred Worlds

Lord of the Rings

Born in a Mourning Hall

Valhalla

Mirror Mirror

 

 

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Cobertura de Show – U.D.O. & Tim ‘Ripper’ Owens – 27/04/2023 – Bar Opinião/RS

Por: Renato Sanson

Fotos: Uillian Vargas

 

O dia 27/04 marcou a capital gaúcha pelo encontro histórico entre os vocalistas U.D.O. (ex-Accept) e Tim Owens (ex-Judas Priest). Tim retornava ao RS depois de 6 anos de sua última passagem e retornava ao Bar Opinião depois de 22 anos quando se apresentou ao lado do Judas em 2001.

Já o Metal Heart U.D.O. debutava em solo gaúcho e os fãs estavam fervorosos por esse encontro, já que para muitos ele é o próprio Accept.

Com um ótimo público presente, pontualmente as 21h as luzes se apagam e Tim ‘Ripper’ inicia seu show de forma espetacular, já que o set em questão seria apenas de clássicos do Judas Priest, tanto de sua Era como da de Halford, e nada melhor que “Metal Gods” iniciar os trabalhos e levantar o público!

Logo em seguida tivemos a clássica pergunta de Tim: “What's my name”? E todos já sabiam que “The Ripper” daria as caras de forma magistral. Assim como “Burn In Hell” (que pertence a sua fase com o Judas no incrível “Jugulator” – 97) veio em um clima apocalíptico sendo um dos melhores momentos do show e mostrando que Tim Owens segue em ótima forma vocal, com seus agudos estridentes incrivelmente altos e afinados.

Um set especial ao Judas Priest não poderia faltar a emblemática “Painkiller” e que vale destacar a excelente banda de apoio (que tiveram a árdua missão de ser de ambos os vocalistas) formada por: Wagner Rodrigues e Johnny Moraes (Hevilan) nas guitarras e Fabio Carito (baixo) e Marcus Dotta (bateria), tocando fielmente cada nota e deixando o clima ainda mais arrebatador.

“Hell Is Home” de sua época com “Demolition” (01) deu as caras e sendo uma das melhores músicas do Judas até hoje, mas negligenciada pela banda após a saída de Owens. Assim como “One On One”, levantando a galera e ressaltando a importância de sua época na banda britânica.

Tivemos ainda “Hell Bent For Leather” e o encerramento com a clássica “Electric Eye”. Ainda aos gritos dos presentes de: “Ripper, Ripper, Ripper” o mesmo anuncia que agora é a hora do U.D.O. e o baixinho entra em cena para delírio dos fãs ávidos por sua passagem pelo Accept.

“Starlight” abre os caminhos para deixar o público alvoroçado e cantando a plenos pulmões e sem tempo para respirar: “Living For Tonight”, “Midnight Mover” e “Breaker” chegam como um furacão e lavam as almas dos fanáticos pela sua fase de ouro na banda alemã (me incluo neles!).

O carisma e a simples presença de palco do baixinho é contagiante e com poucas palavras ganha os fãs, até mesmo quando cometeu uma pequena “gafe” dizendo que era um prazer estar retornando a Porto Alegre, sendo que o mesmo nunca tinha tocado aqui, mas nada que estragasse um momento tão mágico e único de assisti-lo. Para na sequência irmos as lágrimas com “Princess Of The Dawn”, “Fast As a Shark” e “Metal Heart”!

Finalizando obviamente com seu maior clássico: “Balls To The Wall”. Para fechar com chave de Metal, U.D.O. chama ao palco Tim ‘Ripper’ e ambos nos proporcionam mais dois clássicos do Judas, as batidas, mas não menos empolgantes, “Breaking The Law” e “Living After Midnight”.

O som estava satisfatório, com alguns pequenos problemas que foram ajustados no decorrer, mas nada que estragasse o espetáculo. A iluminação de certa forma também satisfatória, mas o excesso de luzes vermelhas e gelo seco estraga a visão até mesmo de quem está assistindo, agora imagina para os fotógrafos. Fica a dica.

Uma noite dedicada aos clássicos em Porto Alegre que valeu cada segundo.