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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Marko Hietala: Reflexões e Novos Caminhos no Heavy Metal

Por Jessica Tahnne Valentim

Marko Hietala, conhecido por sua carreira no Nightwish e no Tarot, está prestes a lançar Roses from the Deep, seu segundo álbum solo, no dia 7 de fevereiro pela Nuclear Blast. Durante uma entrevista coletiva com jornalistas sul-americanos, Marko compartilhou detalhes sobre o novo projeto, que reflete sua jornada pessoal, liberdade artística e experimentação musical. 

Por que um álbum solo? 

Marko explicou que a ideia de criar um álbum solo veio de forma natural durante o período de isolamento da pandemia, enquanto superava um longo episódio de depressão e ansiedade. “Eu já tinha começado a compor antes mesmo de decidirmos oficialmente fazer um álbum. A ideia cresceu quando percebi que tinha as pessoas certas para trabalhar comigo e explorar sonoridades diferentes das do Tarot ou Nightwish.” Ele destacou que Roses from the Deep é menos centrado no heavy metal tradicional e combina rock clássico, metal progressivo e elementos acústicos. 

Som cinematográfico e diversidade 

A atmosfera cinematográfica de faixas como Frankenstein’s Wife chamou a atenção dos entrevistadores. Marko explicou: “Não foi algo exatamente intencional, mas quando adicionamos camadas, dinâmicas de banda e orquestras, o resultado se torna expressivo dessa forma. Buscamos variedade entre as músicas sem perder a coerência do álbum como um todo.” 

Influências e temas 

Marko mencionou que Left on Mars reflete seu amor por ficção científica: “Tenho um grande histórico de leitura de ficção científica, então uso simbolismos fortes conscientemente nas letras.” Já Impatient Zero é mais pessoal, abordando um período de escuridão em sua vida: “Essa música é como colocar em palavras e música uma parte sombria da minha história, algo para eu observar e processar.”

Colaborações marcantes 

O álbum inclui participações especiais, como Tarja Turunen em Left on Mars e JP Leppäluoto em Two Soldiers, uma balada orquestral com tema anti-guerra. “JP e eu compartilhamos uma espécie de irmandade de estrada, então foi natural fazer essa parceria. A música ganhou um impacto emocional tão forte que até minha esposa e sogra choraram ao ouvi-la pela primeira vez.” 

Um álbum com identidade própria 

Marko enfatizou que o processo criativo foi profundamente colaborativo. “Eu sempre entrego demos aos caras da banda e deixo espaço para eles contribuírem. Isso enriquece o resultado final e adiciona elementos que eu nunca teria pensado sozinho.” Ele também ressaltou que a gravação seguiu uma abordagem "old school", com a banda tocando junta no estúdio: “Queríamos capturar o groove e a vibe do grupo, e não algo excessivamente polido ou artificial.” 

Turnês e futuro 

A turnê de lançamento começa no mesmo dia do lançamento do álbum, na Finlândia, com a participação de Nora Louhimo (Battle Beast). Depois, Marko se junta a Tarja Turunen para uma série de shows na Europa, antes de chegar à América do Sul em maio. Sobre os planos futuros, ele afirmou: “Não quero me limitar a um gênero específico. Se surgir uma ideia que seja realmente poderosa e sinfônica, eu a seguirei. Mas, no momento, estou gostando da liberdade de explorar diferentes estilos.”

Reflexões pessoais 

Hietala revelou que o diagnóstico de TDAH o ajudou a compreender melhor sua jornada: “Estar deprimido e ansioso é exaustivo. Quando alcancei um ponto em que comecei a melhorar, isso também se refletiu na música. Este álbum é mais enérgico e positivo, mesmo que algumas faixas ainda tenham uma atmosfera sombria.” Roses from the Deep não é apenas um álbum, mas um testemunho da resiliência e criatividade de Marko Hietala, unindo narrativas profundas, sonoridades diversificadas e sua marca única no heavy metal.

Agradecimentos à Nuclear Blast e ao Marcos Franke pelo oportunidade de ter participado da coletiva online

domingo, 21 de abril de 2019

Cobertura de Show – Amorphis (13/04 – Porto Alegre/RS): finalmente em solo gaúcho


Cobertura: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas


Da fria e bela Finlândia tivemos o prazer de presenciar a nova tour  - a “Queen of Time Tour”, que divulga seu 13° álbum de estúdio “Queen of Time” – do ícone Amorphis, que desta vez passou por Porto Alegre.

É interessante notar que mesmo com toda sua mudança musical o Amorphis mantém uma legião de fãs bastante solida, claro, alguns se dividem, até mesmo pela questão de preferirem a fase mais extrema e outros a fase mais experimental, mas o que fica é a qualidade e a evolução eminente em sua música.

O local escolhido para o show foi o Centro de Eventos da Fiergs, complexo este que também estava recebendo o maior evento de tatuagem do Brasil, o Inked Art Tattoo (realizado nos dias 11, 12 e 13 de abril) e nada melhor que na segunda noite do mesmo receber está grande atração do Metal mundial.


Em termos de estrutura só temos elogios, pois o local escolhido foi de um acerto absurdo tendo acessibilidade e bastante comodidade para os que ali estavam para assistir ao show, além da ótima sonorização apresentada, muito bem equalizada e soando sem falhas e sem contar o ótimo atendimento dos funcionários do local.

Após a montagem de palco finalizada – muito bela por sinal – não demora para a intro ecoar nos PA’s e os monstros mostrarem ao que vieram despejando logo de cara “The Bee” e “The Golden Elk” (ambas do álbum mais recente) que agitou os presentes, com uma banda extremamente entrosada e cheia de feeling.

O que me chamou a atenção do show em si, foi a predileção pela fase de Tomi Joutsen no grupo, respectivamente o vocalista que mais tempo ficou à frente do Amorphis e gravou mais discos, ao total de sete até o momento. Não que isso seja ruim, mas da fase inicial que muitos também gostam (me incluo nela) tivemos só a clássica “Black Winter Day”, as demais todas pertencentes aos álbuns com a voz de Tomi.


Mas claro que grandes clássicos surgiram desta “nova” - “velha” fase como: “Sky Is Mine” (emocionante no mínimo), “Silver Bride” e “House Of Sleep”.

Vale destacar a presença de palco da banda e todo seu comprometimento com o público, interagindo e sendo mais do que atenciosos, mostrando que não era apenas mais um show da turnê, mas que estavam felizes de estarem ali nos brindando com sua musicalidade única pela primeira vez.


Demorou, mas enfim Porto Alegre recebeu o Amorphis saciando a vontade dos fãs, tendo um ótimo público que se mostrou presente desde a primeira nota executada. Agora é torcer pela volta dos finlandeses o quanto antes!


Setlist:
01 – The Bee
02 – The Golden Elk
03 – Sky Is Mine
04 – Sacrifice
O5 – Against The Widows
06 – Silver Bride (intro)
07 – Bad Blood
08 – Wrong Direction
09 – Daughter Of Hate
10 – Heart Of The Giant
11 – Hopeless Days
12 – Black Winter Day
Bis
13 – Death Of a King
14 – House Of Sleep


O Amorphis atualmente é:
Tomi Joutsen (vocal – desde 2005)
Esa Holopainen (guitarra – desde 1990)
Tomi Koivusaari (guitarra – desde 1990)
Olli-Pekka Laine (baixo – 1990 – 2000 / 2017 – atual)
Santeri Kallio (teclado – desde 1998)
Jan Rachberger (bateria – 1990 – 1995 / 2002 – atual)

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Amorphis: Identidade e Qualidade Preservadas

 

Dominar algum cargo, função ou administrar requer sapiência e preparo para que as pessoas aceitem suas ideias. Para criar algo também são necessárias inspirações e influências, mas essa busca pela identidade é facilitada para quem possui o dom da criatividade. E a dádiva da engenhosidade sempre foi algo presente nos finlandeses do Amorphis, que novamente apresenta sua sonoridade original e toda própria em “Queen Of Time”, 13º álbum da banda e 7º com Tomi Joutsen nos vocais.

É uma banda que sofreu mutações desde sua estreia, e se tratando de Amorphis, já é praticamente consenso esperar muito. E quem acompanha ou for conferir sua discografia, observará que eles têm uma sonoridade própria e diferenciada. E “Queen Of Time” soa totalmente íntegro, valorizando sempre a força bruta com melodias, orquestrações e corais emocionantes, sendo atribuído a eles a alcunha de ser um dos pioneiros do Death Metal melódico, sendo claro que hoje vão muito além disso.

A produção tem a mão firme do sueco Jens Bogren. A sua contribuição é de extrema competência. Quem ouve e pensa que tudo tange de maneira descomplicada está muito enganado, pois tudo aqui opera como se fosse um multi processador, transitando por os arranjos refinados e selos bem definidos, não deixando de lado a massa sonora intensa e pesada.


Comparar o Amorphis com outros nomes da música extrema torna-se uma perda de tempo, e a melhor explicação de todo esse resultado é a busca por evolução, experimentando novos caminhos, transformando o Death Metal mais extremo de outrora a uma variedade sonora que praticamente não se pode rotular, entregando artifícios folclóricos e nuances progressivas sem medo de arriscar, administrados pela energia e emoção que são unicamente do sexteto. E vale lembrar que o disco marca a volta, depois de 17 anos, do baixista Olli-Pekka Laine.

É trabalho árduo apontar destaque ou melhores músicas, o disco todo é muito relevante, começando com a orgânica “The Bee”, que apresenta ótimas orquestrações e um refrão melódico, a Folk “Message In The Amber” é apoiada pela agressividade e pelas melodias de teclado; os elementos jazzísticos surgem surpreendentes na ríspida “Daughter Of Hate”; o fulgor dos violinos surge em "The Golden Elk”, enquanto que a força tribal da bateria e o poder denso do baixo em “Wrong Direction”. Apenas pequenas impressões deste contagiante e criativo álbum.


As harmonias de guitarra casam-se perfeitos com os arranjos orquestrais da pesada  “Heart Of The Giant”, onde Tomi mostra a sua técnica nos vocais guturais; a enérgica “We Accursed” traz as tradicionais linhas Folk, vocais intensos e teclados que remetem ao Rock Progressivo dos anos 70. “Grain Of Stand” possui uma atmosfera oriental, mas sem abortar do peso, destacado nos corais e teclados, e, claro, temos de ressaltar o dinamismo vocal de Tomi Joutsen, que vai do gutural ao limpo com extrema competência. “Among Stars” traz uma cadência lírica encantadora, graças à participação da cantora holandesa Anneke van Giersbergen (ex-The Gathering), e dos fantásticos traços de flauta; fecha o álbum a requintada e de fascinantes elementos sinfônicos “Pyres Of The Coast”.

Mais uma obra-prima desses homens de gelo, mostrando novamente o porquê de serem a banda de maior relevância da Finlândia, ao lado do Nightwish. Um grupo com sonoridade própria, sendo excelentes no que fazem. 

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha técnica
Banda: Amorphis
Álbum: Queen Of Time
Ano: 2018
Tipo: Death Metal Melódico 
País: Finlândia 
Gravadora: Shinigami Records (Nac.) / Nuclear Blast (Imp.)

Adquira o álbum 

Formação
Tomi Joutsen (Vocal)
Esa Holopainen (Guitarra)
Tomi Koivusaari (Guitarra)
Olli-Pekka Laine (Baixo)
Santeri Kallio (Teclado)
Jan Rechberger (Bateria)

Track-List
1. The Bee
2. Message In The Amber
3. Daughter Of Hate
4. The Golden Elk
5. Wrong Direction
6. Heart Of The Giant
7. We Accursed
8. Grain Of Sand
9. Amongst Stars
10. Pyres On The Coast


       


       

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Dark Sarah: Sinfônico de Bom Gosto e Diversidade




O novo disco do Dark Sarah, projeto da cantora finlandesa Heidi Parviainen foi lançado em 18 de novembro. “The Puzzle”, assim como seu antecessor “Behind the Black Veil” , também é um álbum conceitual que continua contando a história de Sarah, dessa vez em uma ilha enevoada no meio de um oceano, perdida entre a vida e a morte.

As canções contam sua luta para sobreviver e como ela encontra forças para continuar. O álbum conta com as participações de JP Leppäluoto como o Dragão, Charlotte Wessels ( Delain ) como a Sereia e Manuela Kraller (ex-Xandria) como Destino. A música de introdução do álbum, “Breath”, nos faz entrar no clima cinematográfico do álbum. A canção “Island in the Mist” possui um vocal doce e delicado que contrasta com o peso do instrumental. “Little Men”, com sua bela orquestração e refrão envolvente foi a primeira música do álbum a ser divulgada. A música seguinte, “Ash Grove” é muito agradável de ouvir. A viciante “For the Birds” chama a atenção por sua introdução ao som de flauta. Em seguida, “Deep and Deeper”, uma canção forte, cheia de elementos sinfônicos.


“Dance with the Dragon”, conta com a participação de JP Leppäluoto, a música se destaca pelo refrão carismático, o dueto te faz sentir realmente em um musical. “Cliffhanger” é uma das faixas mais belas. Em “Aquarium” temos o impressionante dueto entre Heidi e Chalortte Wessels. E fechando com chave de ouro “Rain”, arrepiante dueto com Manuela Kraller.

Será difícil encontrar um fã de Metal Sinfônico que não tenha gostado de “The Puzzle”, um belo casamento entre o talento vocal de Heidi e o instrumental refinado. A versatilidade de cada música não deixa que se torne um álbum enjoativo.

Texto: Raquel de Avelar
Edição/Revisão: Carlos Garcia


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Banda:
Heidi Parviainen [ex. Amberian Dawn] - Vocals
Erkka Korhonen [Northern Kings, Ari Koivunen] - Guitar
Sami Salonen - Guitar
Rude Rothstén - Bass
Thomas Tunkkari - Drums


Vocalistas Convidados: Manuela Kraller [ex. Xandria] as "Fate", JP Leppäluoto [Charon, Northern Kings] as "The Dragon", Charlotte Wessels [Delain] as the "evil siren mermaid"

Track Listing:
1. Breath
2. Island In The Mist
4. Ash Grove
5. For The Birds
6. Deep and Deeper
8. Cliffhanger
9. Aquarium [feat. Charlotte Wessels]
10. Rain [feat. Manuela Kraller]