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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Vingança Pelo Heavy Metal Oitentista: The Rods de Volta

25 anos depois, a vingança

Muitas bandas que surgiram nos anos 70/80 (bem como nas posteriores décadas) obtiveram certo reconhecimento, mas caíram no esquecimento, ou por fim prematuro ou por falta de um bom agenciamento (e sorte, quem sabe).

O The Rods sofreu de um fim prematuro. Surgindo após o fim do Elf (já que o baixinho vocalista fora para o Rainbow, começando realmente a imortalizar seu nome: Ronnie James Dio), emplacou pelo menos um disco que é considerado clássico (“Wild Dogs” de 1982), mas teve o fim decretado em 1986, quando lançou seu último e mal recebido “Heavier Than Thou” (1986).

Seu líder, o guitarrista/vocalista David Feinsten, conhecido como “o primo de Dio”, a partir dali caiu num anonimato, e a volta do The Rods foi ensaiada em boatos várias vezes, até que em 2009 a coisa se tornou realidade, e junto com seus companheiros Garry Bordonaro no baixo e Carl Canedy na bateria e vocais, voltaram com força total, passados pelo menos 25 anos desde o término da banda.

Mesmo o The Rods sendo desconhecido pelos headbangers na sua maioria, uma volta dessas só poderia gerar um disco tão bom quanto seus clássicos. Desse retorno, lançaram este ano “Vengeance” (2011), literalmente uma vingança em nome do Heavy Metal tradicional oitentista, aquele mesmo que lhes virou as costas 25 anos antes.

O trio preparou um CD que te leva de volta aos riffs simples, mas certeiros, o vocal pouco interessado em soar “perfeito” (David nunca teve lá um grande vocal, mas quem se importa?), a bateria que, mesmo com bumbo duplo, é básica e não soa perdida no meio desse som viajante. O baixo, cru e reto como sempre, faz de Bordonaro um cara muito injustiçado por não ser lembrado entre os mais interessantes do gênero.

Trio nos brinda com disco clássico oitentista em pleno 2011

São 11 faixas de puro Heavy Metal tradicional, cuja sonoridade oitentista poucos conseguem fazer atualmente (talvez apenas o Accept tenha acertado mais ainda que o The Rods).

Som empolgante e certeiro, como “Rebels Highway” e “I Just Wanna Rock”, te fazem querer bater cabeça sem precisar soar a banda mais pesada e agressiva do mundo (hey, galera da nova geração, aprendam como fazer isso sem exageros).

Há muito da “sujeira” do Blues, o que só torna o disco mais atrativo ainda. Esses elementos encontramos bastante em “Ride Free or Die” e “Livin' Outside the Law”, lembrando até mesmo Motörhead.


David "Rock" Feinstein em ação

Um dos grandes atrativos do disco é a presença de Ronnie James Dio cantando em “The Code” que, a exemplo de sua participação no álbum solo do primo (que inclusive resenhamos aqui), soltou o gogó em sua última gravação antes de morrer devido a um câncer.

A música não é a melhor do disco, mas, po*&%, trata-se de Dio se despedindo daquilo que mais gostava e sabia fazer bem, que é cantar Heavy Metal. O som é de arrepiar os fãs desse Deus do Metal que nos deixa imensas saudades, mas um legado sem precedentes na história do Metal.

Mas “Vengeance” traz outros destaques. As guitarras de David “Rock” (apelido apropriado), na minha opinião, são as melhores que já deixou vir à público. Impossível não nos empolgar pelos clichês que fazem dos riffs do Metal os melhores do mundo.

Ainda nas canções, vale destacar “Raise Some Hell” que abre a bolacha (entrei no clima oitentista também, rs) e “Runnin' Wild” (que riff e que empolgação, você se assegura para não sair “chutando a avó”).

Este trabalho é para aqueles que sabem do que estamos falando quando se diz que os anos 80 foram os anos do Metal na sua forma mais elevada. E o The Rods mostra que aquela década não ficou marcada apenas por Judas Priest e Iron Maiden, mas também por um trio esquecido que agora, décadas de atraso, tem sua vingança.


Texto: Eduardo Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: The Rods

Álbum: Vengeance

Ano: 2011

País: EUA

Tipo: Heavy Metal (anos 80)


Formação

David “Rock” Feinsten (Guitarra e Vocal)

Carl Canedy (Bateria e Vocal)

Garry Bordonaro (Baixo)


Tracklist

01. Raise Some Hell
02. I Just Wanna Rock
03. Rebels Highway
04. Ride Free or Die
05. The Code
06. Livin' Outside the Law
07. Let it Ripp
08. Fight Fire With Fire
09. Madman
10. Runnin Wild
11. Vengeance


Acesse

Site Oficial

Myspace

Vídeo de “I Just Wanna Rock” tirado do DVD da banda ao vivo

domingo, 22 de maio de 2011

David “Rock” Feinstein: Mostrando Sua Força no Metal

Muito mais que "apenas" primo de Dio

Para a galera mais entendida no Rock Clássico e Heavy Metal, conhece o nome David “Rock” Feinstein. O guitarrista tem uma história que, como acontece muitas vezes, mereceria muito mais atenção.

Infelizmente, os trabalhos das bandas do cara nunca alcançaram o espaço devido. O contrário aconteceu com seu primo, ninguém menos que Ronnie James Dio que se tornou como um deus para os Headbangers do mundo todo e que há quase exato um ano nos deixou (câncer no estômago o matou).

Elf em 1974

David e seu primo Dio já tocavam juntos lá em idos dos anos 60 (!?), obtendo certo reconhecimento com a banda ELF na década seguinte, cujo vocalista iria ser chamado depois para integrar a nova banda de Richie Blackmore (o Rainbow) e, depois, nada menos que o Black Sabbath (o resto é história).

Acontece que com o fim do ELF, David montou o The Rods nos anos 80, banda que se dedicava mais a um Heavy clássico, enquanto ELF apresentava mais um Hard Rock.

Porém, o The Rods ficou sempre na penumbra, com seletos seguidores ao redor do mundo e muito pouca visibilidade, mesmo sendo “a banda do primo de Dio”. Provavelmente apenas na cidade natal do grupo, Nova York, obtiveram reconhecimento, mesmo tendo dividido palco com grandes nomes do Metal mundial, como Metallica e Iron Maiden.

Na esquerda, David com o The Rods no palco

Entretanto, com a morte de Dio e sua participação no primeiro álbum solo do primo, o nome David Feinstein passou a ser o foco dos fãs do falecido Dio.

Obviamente que o álbum “Bitten By the Beast” (2010) tem seus méritos próprios e Feinsten fez um dos discos mais Heavy Metal de 2010, criando e tocando todos os instrumentos (exceto a bateria, que ficou com o total desconhecido Nate Horton). Entretanto, inevitável que com a morte de Dio e o uso do marketing de que a canção “Metal Will Never Die” seria a “última canção de Ronnie James Dio”, colocaram o primo em evidência.

Agora, se a gravadora ou o próprio parente usaram da morte de Dio como trampolim, é outro papo. A verdade é que o mundo todo voltou seus olhos para a canção e, claro, para o restante do disco.

David não trazia material novo desde 2004. O fim do The Rods ainda nos anos 80 meio que afastou o guitarrista ainda mais do mainstream do Heavy Metal. Porém, desde 2009 trabalhou no sucessor de “Third Wish” (2004) e também na volta do The Rods (que acaba de lançar o álbum “Vengeance” e também tem Dio participando).

“Bitten By the Beast” é um álbum sensacional, para dizer o mínimo. As nove faixas que compõem o álbum (sendo uma a regravação do Elf) trazem aquele Heavy Metal old school, saído direto dos anos 80, o que nos impressiona muito, já que a quase totalidade das bandas daquele período trazem muitos outros elementos que acabam descaracterizando a sonoridade original.

Este não é o caso desse trabalho de David. Já de cara, temos “Smoke on the Horizon”, uma das melhores do álbum. Claro que os destaques são sempre as guitarras. Feinstein tem uma criatividade incrível, mas sem “inventar moda”. O cara sabe que o que queremos são riffs secos, rápidos e empolgantes.

De início você estranha um pouco o vocal do cara. Há nítidas diferenças da época do The Rods e seu vocal ficou até um pouco abaixo dos demais instrumentos, o que soa meio estranho. Mas isso foi proposital, como revelou o guitarrista.

“Evil in Me” também detona, caprichando ainda mais no refrão. A bateria de Nate Horton acrescenta bastante velocidade, usando bumbos duplos. Aqui fica uma crítica: será que ninguém mais consegue tocar Heavy Metal com pedal e bumbo simples? Felizmente, Nate não abusa dos bumbos, mesmo usando-os o tempo todo, não soa como uma bateria de Power ou Prog Metal. Ponto para Feinstein que, mesmo não gravando o instrumento, passava as ideias de como queria que Nate tocasse.

David, o engenheiro de som e Dio durante a gravação de "Metal Will Never Die"

Ainda temos “Break Down the Walls”, com riffs e solos comendo desde o início, refrão grudento, bateria marcante. Mas é o que vem a seguir é que nos faz arrepiar.

Dio soube de seu câncer ainda em 2009, embora seu estado tenha se agravado realmente ano passado, vindo a falecer em 16 de maio. As datas dos shows da turnê de sua atual banda Heaven and Hell aja haviam sido canceladas quando Dio cantou essa que provavelmente já se tornou clássica, tanto pela qualidade, quanto pelo contexto: “Metal will Never Die”.

Além de Dio, temos nela a presença de Carl Canedy (bateria) e Garry Bordonaro (baixo), companheiros do The Rods. Mas é Dio que encanta, como sempre. Mesmo com claros sinais de deterioração de sua voz (se você comparar com o último trabalho do baixinho, que foi o “The Devil You Know” no Heaven and Hell), o vocalista marca, ajudado pela letra, seu amor pelo Metal e a lealdade dos fãs. Até parecia uma última mensagem do vocalista para seus fãs e o mundo.

A canção foge do restante do disco. Enquanto as demais músicas são mais rápidas, esta é arrastada, no melhor estilo Black Sabbath, o que agrada com certeza os admiradores da banda.

Mas o disco não se resume apenas à esse hino. “Kill the Demon” retoma a sonoridade mais “cativante”, seguindo com a ótima “Rock’s Boogie”, para mim, o melhor riff e a mais empolgante do disco.

Os riffs simples de Feinstein, aliado ao vocal bem Rock & Roll, e uma levada toda inspirada de bateria, colocam a canção como um dos momentos “up” do disco. Como curiosidade, a música recebeu o mesmo nome da jams que o Elf fazia ao vivo, com muitos solos e improvisações, como contou o guitarrista para a Roadie Crew (nº 146).

O álbum caminha pro final com as grandes “Give Me Mercy” (seguindo exatamente a mesma proposta das demais) e “Run for Your Life”. Mas a “surpresa” é “Gambler Gambler”, regravação da última faixa do álbum “Elf” (1972), que além de apresentar alguns novos arranjos, agora tem David nos vocais. Confesso que considerava a música a mais fraca do álbum original, mas ouvi-la regravada quase 40 anos depois, deu um upgrade nela. Agora ouço com outros ouvidos.

Este disco ficará marcado, não apenas como um dos últimos registros de Dio (juntamente com o novo do The Rods), mas como um dos melhores (senão o melhor) trabalho de David Feinstein pós Elf (quem já ouviu a banda, sabe que dificilmente algo superaria aquelas canções).

O disco já não é novidade. Mas sabemos que muitas pessoas não o conhecessem e um trabalho de tamanha garra e amor ao Heavy Metal não poderia ficar de fora do Road to Metal. OBRIGATÓRIO!


Stay on the Road


Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: David Rock Feinstein

Álbum: Bitten By the Beast

Ano: 2010

País: EUA

Tipo: Heavy Metal


Formação

David "Rock" Feinstein (Guitarras, Baixo e Vocal)

Nate Horton (Bateria)


Participações especiais

Ronnie James Dio (Vocal)

Carl Canedy (Bateria)

Garry Bordonaro(Baixo)


Tracklist

1. Smoke on the Horizon

2. Evil in Me

3. Break Down the Walls

4. Metal Will Never Die (participações Dio e The Rods)

5. Kill the Demon

6. Rocks Boogie

7. Give Me Mercy

8. Run for Your Life

9. Gambler Gambler


Myspace

http://www.myspace.com/davidrockfeinstein

Site Oficial (DESATUALIZADO)

http://www.rockfeinstein.com/

Ouça “Metal Will Never Die” com Dio

http://www.youtube.com/watch?v=uBRsr7AAVbo&feature=watch_response

Veja raro vídeo do Elf em 1974

http://www.youtube.com/watch?v=d6prX1RVjW8