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terça-feira, 17 de abril de 2018

Appice: Irmandade de Peso



O projeto Appice é a junção dos dois irmãos e influentes bateristas, Carmine e Vinny Appice. Carmine, o mais velho e experiente, é uma referência no instrumento, criando muitas técnicas e possuindo um estilo bem marcante, tendo no currículo bandas e artistas como Cactus, Rod Stuart, Vanilla Fudge, King Kobra, além de projetos como Beck, Bogert & Appice. Vinny, não menos importante, com sua pegada e técnica, tem em sua história grupos como Black Sabbath, Dio e Heaven and Hell, o que bastaria para ter um lugar de destaque no hall da fama do Rock pesado.

O álbum “Sinister” não traz surpresas em termos sonoros, felizmente! Pois o que ouvimos é Classic Rock, Hard e Heavy Metal clássico de qualidade, na veia de Whistesnake, Dio, Blue Murder e outros. As novidades ficam mesmo por conta dos irmãos se dividindo entre as músicas e também em algumas tocando juntos, sendo que podemos ouvir cada um deles em um canal diferente. Dessa forma fica muito legal perceber o estilo de cada um deles, que embora praticamente sigam a mesma escola, possuem suas personalidades, com Carmine mais clássico, rápido e técnico, e Vinny com mais pegada e muito groove, embora também muito técnico.

Carmine e Vinny
Outro atrativo são os convidados que aparecem durante as 13 faixas do álbum, como Craig Goldy, Joel Hoekstra, Paul Shortino, Tony Franklin, Erick Norlander e Phil Soussan. A cada faixa temos então sempre um time de músicos de categoria, e todos esses pontos culminam em um álbum de Hard/Heavy muito bom, e ainda com algumas faixas que se sobressaem. A capa também ficou muito legal, com um lado de cada face dos irmãos costurada, no melhor estilo “Frankenstein”.

A faixa título abre o álbum com muito peso e pegada, e, principalmente, quebradeira "baterística". Carregada de energia, alternando trechos cadenciados e rápidos. Para falar já sobre as faixas de destaque,  a segunda faixa, “Monsters and Heroes” merece ser citada, pela bela homenagem a Ronnie James Dio, amigo pessoal dos irmãos. Um Hard/Heavy com groove e com um grande refrão. E claro, uma letra repleta de citações. Destaque para os vocais de Paul Shortino e o vídeo bem legal, em que os irmãos ficam fazendo alguns malabarismos, como trocar baquetas um com o outro.

Sobra groove na cadenciada "Killing Floor", e aqui os irmãos contam com Craig Goldy na guistarra e Chas West nos vocais. Nestas 3 primeiras os brothers se dividem na bateria, e podemos ouvir Vinny  canal esquerdo e Carmine no direito; em "Danger", Vinny assume a batera, destacando os vocais de Jim Crean, neste Heavy clássico, numa linha bem Dio.


Em "Drum Wars", faixa praticamente instrumental, destaca o  "duelo" dos irmãos, onde podemos ouvir mais claramente cada um mostrando suas habilidades, com Carmine podendo ser ouvido no canal direito e Vinny no esquerdo; Carmine assume as baquetas solo em "Riot", que relembra os tempos de Blue Murder, nesta faixa composta por John Sykes e que abriu o álbum homônimo do grupo de Carmine e Sykes. Os vocais aqui ficaram a cargo de Robin McAuley. 

"Suddenly" é bluesy e cheia de groove, numa linha bem Whitesnake clássico, com Shortino lembrando bastante o estilo de Coverdale. Aqui Vinny inicia e Carmine assume depois, para em seguida se alternarem na bateria; O Heavy/Hard de "In the Night" tem uma pegada contagiante, com refrão pegajoso, e traz Ron Bumblefoot esmerilhando a guitarra. A bateria aqui ficou por conta do irmão mais velho; Em "Future Past" Vinny assume a bateria, em uma faixa cadenciada, pesada, com teclados ao fundo, que segue uma linha bem Dio. Craig Goldy marca presença nas guitarras e algumas linhas de baixo.


"You Got Me Running" Carmine, além da bateria, assume os vocais, mostrando bastante competência. Classic Rock com suingue; "Brother in Drums" soa bem setentista, destacando a voz rouca de John Carridi; em "War Cry" a classe de Joel Hoekstra se faz presente, neste Hard 70's composto em parceria com os irmãos Appice e Paul Shortino. Os irmãos novamente se alternam, e temos vários momentos com muito groove; fechando o álbum, "Sabbath Mash", que como o nome dá pistas, é uma homenagem a um dos pais do Rock pesado, onde Vinny e banda, tendo Jim Crean nos vocais, apresenta um mash up com clássicos do Sabbath.

Um álbum onde além de mostrarem sua técnica e estilo, os irmãos Appice proporcionam excelentes momentos de prazer aos ouvidos, com "Sinister" trazendo Hard/Heavy e Classic Rock bem feito, contando com um time de grandes músicos convidados, nos dando momentos bem interessantes semeados entres as 13 faixas. Parece ter sido feito em um clima de descontração, o que traz uma atmosfera muito boa.

Texto: Carlos Garcia



Tracklist
1. Sinister
2. Monsters And Heroes
3. Killing Floor
4. Danger
5. Drum Wars
6. Riot
7. Suddenly
8. In The Night
9. Future Past
10. You Got Me Running
11. Bros In Drums
12. War Cry
13. Sabbath  Mash      

Canais Oficiais:
Carmine Appice
Vinny Appice


     

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mantendo o Legado de Dio Vivo



Há figuras importantíssimas dentro do Heavy Metal que, quando partem dessa para uma melhor, deixam um vazio jamais preenchido, sendo o exemplo eterno para todas as gerações que se seguirem. Para essas pessoas, nada poderá substituí-las, mas pelo menos há formas de manter seu nome vivo.

Ronnie James Dio (Elf, Rainbow, Black Sabbath, Dio, Heaven and Hell) foi, provavelmente a perda mais significativa na história do Metal, devido às décadas de dedicação para dar aos fãs do mundo todo o melhor que o Heavy Metal pode oferecer.
            
Passado um ano de sua morte (vítima de câncer, faleceu em 2010), os músicos remanescentes da sua banda solo decidiram que não era hora de parar definitivamente e que, para além de homenagens póstumas ao baixinho, essa figura e seus fãs mereceriam uma turnê completa de “despedida”, contando com vários dos maiores nomes do Heavy Metal executando clássicos das bandas principais por onde Dio passou.
            

É dessa forma que Craig Goldy (guitarra), Simon Wright (bateria, que também tocou no AC/DC, UFO, entre outras), Scott Warren (teclados) e Rudy Sarzo (baixo), “abençoados” pela viúva Wendy Dio (que mostrou-se desgostosa com vários artistas que, segundo ela, se promoveram com a morte do esposo, como Manowar e Jorn Lande), chamaram como vocalistas fixos desse projeto Toby Jepson (vocalista das bandas Gun, Little Angels) e Tim Owens (Judas Priest, Iced Earth, Malmsteen, Charred Walls of the Damned) que, na responsabilidade imensa, levam as letras de Dio em inúmeros shows pela Europa e Estados Unidos.

Nos shows, a banda executa os maiores clássicos de Dio, como “Holy Diver”, “Cacth the Rainbow”, “Heaven and Hell”, “Rainbow in the Dark”, etc., com Toby e Owens revezando-se nos vocais, ora um cantando, ora outro, ou ainda em duetos, como na bela “Stargazers”, apresentada fenomenalmente no Graspop Metal Meeting 2011, na Bélgica.

Grandes nomes já passaram pelo palco tocando junto com os ex-integrantes da banda de Dio, entre eles a Rainha do metal Doro Pesch (Warlock, Doro), grande amiga de Dio, que chegou a  substituir Tim Owens em algumas datas na Espanha e Itália, Chris Caffery, guitarrista do Savatage, James Lomenzo, no baixo (ex-Megadeth, Black Label Society), entre outros, que abrilhantaram essa homenagem.
Toby Jepson (esq.) e Craig Goldy (guitarra) mantendo o legado da banda Dio vivo
            
Como o próprio Simon Wright falou em entrevistas, Dio Disciples não é uma banda cover, nem um tributo apenas a Dio, pois ali estão 4 dos cinco integrantes da banda Dio e, dessa forma, eles querem continuar o legado da banda e, claro, dos trabalhos mais significativos de Dio.
            
Vale ressaltar que a banda se envolve em várias atividades para arrecadação de verbas ao fundo de apoio às vítimas de câncer que foi criado por Wendy Dio em homenagem ao vocalista, que não conseguiu resistir às investidas da doença. Isso prova que, para além de levantar os punhos em riste com os famosos horns ups (trazido ao Metal por Dio e o símbolo mais conhecido do estilo), também há espaço para ajudar as pessoas que necessitam.
            
Para finalizar, fica aqui a notícia comemorada por muitos fãs de Dio e dos músicos que fazem parte do Disciples: a banda se apresentará no Metal Open Air, aqui no Brasil, na cidade de São Luís do Maranhão, em abril deste ano (data do show a confirmar) e, quem sabe, role outras apresentações pelo Brasil, para alegria dos órfãos dessa divina voz e pessoa que fora Ronnie James Dio, agora muito bem representado pelos seus colegas de banda e dois grandes vocalistas.

Stay on the Road

Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Acesse abaixo e conheça mais sobre o Dio Disciples



Assista a apresentação completa do grupo no Graspop Metal Meeting 2011



Veja Doro Pesch cantando “Rainbow in the Dark”


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Vingança Pelo Heavy Metal Oitentista: The Rods de Volta

25 anos depois, a vingança

Muitas bandas que surgiram nos anos 70/80 (bem como nas posteriores décadas) obtiveram certo reconhecimento, mas caíram no esquecimento, ou por fim prematuro ou por falta de um bom agenciamento (e sorte, quem sabe).

O The Rods sofreu de um fim prematuro. Surgindo após o fim do Elf (já que o baixinho vocalista fora para o Rainbow, começando realmente a imortalizar seu nome: Ronnie James Dio), emplacou pelo menos um disco que é considerado clássico (“Wild Dogs” de 1982), mas teve o fim decretado em 1986, quando lançou seu último e mal recebido “Heavier Than Thou” (1986).

Seu líder, o guitarrista/vocalista David Feinsten, conhecido como “o primo de Dio”, a partir dali caiu num anonimato, e a volta do The Rods foi ensaiada em boatos várias vezes, até que em 2009 a coisa se tornou realidade, e junto com seus companheiros Garry Bordonaro no baixo e Carl Canedy na bateria e vocais, voltaram com força total, passados pelo menos 25 anos desde o término da banda.

Mesmo o The Rods sendo desconhecido pelos headbangers na sua maioria, uma volta dessas só poderia gerar um disco tão bom quanto seus clássicos. Desse retorno, lançaram este ano “Vengeance” (2011), literalmente uma vingança em nome do Heavy Metal tradicional oitentista, aquele mesmo que lhes virou as costas 25 anos antes.

O trio preparou um CD que te leva de volta aos riffs simples, mas certeiros, o vocal pouco interessado em soar “perfeito” (David nunca teve lá um grande vocal, mas quem se importa?), a bateria que, mesmo com bumbo duplo, é básica e não soa perdida no meio desse som viajante. O baixo, cru e reto como sempre, faz de Bordonaro um cara muito injustiçado por não ser lembrado entre os mais interessantes do gênero.

Trio nos brinda com disco clássico oitentista em pleno 2011

São 11 faixas de puro Heavy Metal tradicional, cuja sonoridade oitentista poucos conseguem fazer atualmente (talvez apenas o Accept tenha acertado mais ainda que o The Rods).

Som empolgante e certeiro, como “Rebels Highway” e “I Just Wanna Rock”, te fazem querer bater cabeça sem precisar soar a banda mais pesada e agressiva do mundo (hey, galera da nova geração, aprendam como fazer isso sem exageros).

Há muito da “sujeira” do Blues, o que só torna o disco mais atrativo ainda. Esses elementos encontramos bastante em “Ride Free or Die” e “Livin' Outside the Law”, lembrando até mesmo Motörhead.


David "Rock" Feinstein em ação

Um dos grandes atrativos do disco é a presença de Ronnie James Dio cantando em “The Code” que, a exemplo de sua participação no álbum solo do primo (que inclusive resenhamos aqui), soltou o gogó em sua última gravação antes de morrer devido a um câncer.

A música não é a melhor do disco, mas, po*&%, trata-se de Dio se despedindo daquilo que mais gostava e sabia fazer bem, que é cantar Heavy Metal. O som é de arrepiar os fãs desse Deus do Metal que nos deixa imensas saudades, mas um legado sem precedentes na história do Metal.

Mas “Vengeance” traz outros destaques. As guitarras de David “Rock” (apelido apropriado), na minha opinião, são as melhores que já deixou vir à público. Impossível não nos empolgar pelos clichês que fazem dos riffs do Metal os melhores do mundo.

Ainda nas canções, vale destacar “Raise Some Hell” que abre a bolacha (entrei no clima oitentista também, rs) e “Runnin' Wild” (que riff e que empolgação, você se assegura para não sair “chutando a avó”).

Este trabalho é para aqueles que sabem do que estamos falando quando se diz que os anos 80 foram os anos do Metal na sua forma mais elevada. E o The Rods mostra que aquela década não ficou marcada apenas por Judas Priest e Iron Maiden, mas também por um trio esquecido que agora, décadas de atraso, tem sua vingança.


Texto: Eduardo Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: The Rods

Álbum: Vengeance

Ano: 2011

País: EUA

Tipo: Heavy Metal (anos 80)


Formação

David “Rock” Feinsten (Guitarra e Vocal)

Carl Canedy (Bateria e Vocal)

Garry Bordonaro (Baixo)


Tracklist

01. Raise Some Hell
02. I Just Wanna Rock
03. Rebels Highway
04. Ride Free or Die
05. The Code
06. Livin' Outside the Law
07. Let it Ripp
08. Fight Fire With Fire
09. Madman
10. Runnin Wild
11. Vengeance


Acesse

Site Oficial

Myspace

Vídeo de “I Just Wanna Rock” tirado do DVD da banda ao vivo

sábado, 9 de julho de 2011

O Último Canto de Deus: Heaven and Hell e o Registro Final ao Vivo

CD/DVD ao vivo marca o sucesso dos clássicos e do álbum inédito

Foi com um pesar jamais visto nesses mais de 40 anos de existência do Heavy Metal que o mundo recebeu a notícia da morte de ninguém menos que Ronnie James Dio, o baixinho que com sua grande voz, conquistou o mundo do Rock e do Metal, por onde passando fazendo história.

Poderia escrever muito sobre essa lenda que, vitima de câncer, nos deixou há mais de um ano. Mas nada do que é sempre dito pode ser considerado uma tradução dos anos de trabalho e de dedicação ao Metal que Dio realizou, tanto nas suas antigas bandas (Elf, Rainbow, Black Sabbath e Dio) quanto no Heaven and Hell, seu último trabalho.

Apresentação em Wacken foi a última gravada profissionalmente com Dio

Muitos podem dizer que Heaven and Hell era o mesmo Black Sabbath, mas com nome diferente. Até certo ponto sim, mas a verdade é que a reunião de Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Vinny Appice (bateria) com Dio (vocal) tomou ares de uma volta sabática em pleno novo milênio, e não aquela caduquice de shows esporádicos com Ozzy Osbourne (vocal) e Bill Ward (bateria), somente quando estes podiam.

Black Sabbath voltou como Heaven and Hell, e a magia dos anos 80/90, que continha naquela formação, ressuscitou e, assim, milhares de pessoas em todo o mundo (incluindo nós brasileiros) puderam sentir o poder que uma instituição dessas oferece.

A banda estava divulgando seu disco “The Devil You Know” (2009) quando Dio teve que se afastar para começar sua luta contra o câncer, já no final de 2009.

Mas ainda restava força para serem, pela primeira e última vez, a principal atração no templo do Metal mundial, o festival Wacken Open Air, em 2009.

O show histórico foi registrado e, em 2010, lançado em DVD/CD. Batizado como “30 Years of Heaven and Hell - Neon Nights Live At Wacken”, traz uma das últimas apresentações de Dio (a última foi em Atlantic City, clique e veja vídeo do show) perante mais de 60 mil pessoas. Vale notar que é o último show gravado profissionalmente com Dio e também marcando 30 anos do disco “Heaven and Hell”.

Na ocasião, além de apresentar músicas do novo disco, como “Bible Black” e “Fear”, a banda executou os principais clássicos dos discos “Heaven and Hell” (1980), “Mob Rules” (1981) e “Dehumanizer” (1992), a trindade sabbática responsável por clássicos como “Die Young”, “Children of the Sea”, “Falling Off the Edge of thw World” e “Time Machine”, todas estas executadas nesse show.

Menu do DVD destacando Dio!

O CD traz apenas 11 faixas (algumas a menos que o DVD), mas com a maestria que somente os pais do Heavy Metal são capazes de apresentar.

É redundante falar da capacidade do quarteto, mas inegável é o fato de que Iommi continua sendo um mestre na criação de riffs pesados, arrastados, de que Butler tem o baixo mais pesado do mundo (muitas vezes você nem sente falta de uma guitarra base), Appice tem um dos braços mais pesados, esmurrando (literalmente) sua bateria Ddrum.

Mas, claro, o foco fica em Dio, que, já apresentando uma voz mais “rasgada” (devido à idade, cigarro, quem sabe), dá um show e se mostra bastante “agressivo”, deixando as canções mais pesadas, como em “I” e “Heaven and Hell” (melhor versão ao vivo que já ouvi).

“30 Years of Heaven and Hell - Neon Nights Live At Wacken” é um registro obrigatório aos fãs de Heavy Metal em geral, afinal, são os precursores desse estilo de música e de vida que realizaram um grande show, para um grande público (gente do mundo todo vai ao Wacken Open Air), num grande festival.

Mais que uma homenagem póstuma, um presente ao mundo!

Stay on the Road


Texto: Eduardo Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Heaven and Hell

Álbum: 30 Years of Heaven and Hell - Neon Nights Live At Wacken

Ano: 2010

País: Inglaterra

Tipo: Heavy Metal

Selo: Eagle Records

Formação

Ronnie James Dio (Vocal)

Tony Iommi (Guitarra)

Geezer Butler (Baixo)

Vinny Appice (Bateria)

Tracklist do CD

01. Mod Blues
02. Children of the Sea
03. I
04. Bible Black
05. Time Machine
06. Fear
07. Falling off the edge of the World
08. Follow the tears
09. Die Young
10. Heaven And Hel
11. Neon Knights


Assista “Heaven and Hell” do DVD

Veja o vídeo ao vivo de "I"

Acompanhe aqui no blog matérias, resenhas e notícias da banda!

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domingo, 22 de maio de 2011

David “Rock” Feinstein: Mostrando Sua Força no Metal

Muito mais que "apenas" primo de Dio

Para a galera mais entendida no Rock Clássico e Heavy Metal, conhece o nome David “Rock” Feinstein. O guitarrista tem uma história que, como acontece muitas vezes, mereceria muito mais atenção.

Infelizmente, os trabalhos das bandas do cara nunca alcançaram o espaço devido. O contrário aconteceu com seu primo, ninguém menos que Ronnie James Dio que se tornou como um deus para os Headbangers do mundo todo e que há quase exato um ano nos deixou (câncer no estômago o matou).

Elf em 1974

David e seu primo Dio já tocavam juntos lá em idos dos anos 60 (!?), obtendo certo reconhecimento com a banda ELF na década seguinte, cujo vocalista iria ser chamado depois para integrar a nova banda de Richie Blackmore (o Rainbow) e, depois, nada menos que o Black Sabbath (o resto é história).

Acontece que com o fim do ELF, David montou o The Rods nos anos 80, banda que se dedicava mais a um Heavy clássico, enquanto ELF apresentava mais um Hard Rock.

Porém, o The Rods ficou sempre na penumbra, com seletos seguidores ao redor do mundo e muito pouca visibilidade, mesmo sendo “a banda do primo de Dio”. Provavelmente apenas na cidade natal do grupo, Nova York, obtiveram reconhecimento, mesmo tendo dividido palco com grandes nomes do Metal mundial, como Metallica e Iron Maiden.

Na esquerda, David com o The Rods no palco

Entretanto, com a morte de Dio e sua participação no primeiro álbum solo do primo, o nome David Feinstein passou a ser o foco dos fãs do falecido Dio.

Obviamente que o álbum “Bitten By the Beast” (2010) tem seus méritos próprios e Feinsten fez um dos discos mais Heavy Metal de 2010, criando e tocando todos os instrumentos (exceto a bateria, que ficou com o total desconhecido Nate Horton). Entretanto, inevitável que com a morte de Dio e o uso do marketing de que a canção “Metal Will Never Die” seria a “última canção de Ronnie James Dio”, colocaram o primo em evidência.

Agora, se a gravadora ou o próprio parente usaram da morte de Dio como trampolim, é outro papo. A verdade é que o mundo todo voltou seus olhos para a canção e, claro, para o restante do disco.

David não trazia material novo desde 2004. O fim do The Rods ainda nos anos 80 meio que afastou o guitarrista ainda mais do mainstream do Heavy Metal. Porém, desde 2009 trabalhou no sucessor de “Third Wish” (2004) e também na volta do The Rods (que acaba de lançar o álbum “Vengeance” e também tem Dio participando).

“Bitten By the Beast” é um álbum sensacional, para dizer o mínimo. As nove faixas que compõem o álbum (sendo uma a regravação do Elf) trazem aquele Heavy Metal old school, saído direto dos anos 80, o que nos impressiona muito, já que a quase totalidade das bandas daquele período trazem muitos outros elementos que acabam descaracterizando a sonoridade original.

Este não é o caso desse trabalho de David. Já de cara, temos “Smoke on the Horizon”, uma das melhores do álbum. Claro que os destaques são sempre as guitarras. Feinstein tem uma criatividade incrível, mas sem “inventar moda”. O cara sabe que o que queremos são riffs secos, rápidos e empolgantes.

De início você estranha um pouco o vocal do cara. Há nítidas diferenças da época do The Rods e seu vocal ficou até um pouco abaixo dos demais instrumentos, o que soa meio estranho. Mas isso foi proposital, como revelou o guitarrista.

“Evil in Me” também detona, caprichando ainda mais no refrão. A bateria de Nate Horton acrescenta bastante velocidade, usando bumbos duplos. Aqui fica uma crítica: será que ninguém mais consegue tocar Heavy Metal com pedal e bumbo simples? Felizmente, Nate não abusa dos bumbos, mesmo usando-os o tempo todo, não soa como uma bateria de Power ou Prog Metal. Ponto para Feinstein que, mesmo não gravando o instrumento, passava as ideias de como queria que Nate tocasse.

David, o engenheiro de som e Dio durante a gravação de "Metal Will Never Die"

Ainda temos “Break Down the Walls”, com riffs e solos comendo desde o início, refrão grudento, bateria marcante. Mas é o que vem a seguir é que nos faz arrepiar.

Dio soube de seu câncer ainda em 2009, embora seu estado tenha se agravado realmente ano passado, vindo a falecer em 16 de maio. As datas dos shows da turnê de sua atual banda Heaven and Hell aja haviam sido canceladas quando Dio cantou essa que provavelmente já se tornou clássica, tanto pela qualidade, quanto pelo contexto: “Metal will Never Die”.

Além de Dio, temos nela a presença de Carl Canedy (bateria) e Garry Bordonaro (baixo), companheiros do The Rods. Mas é Dio que encanta, como sempre. Mesmo com claros sinais de deterioração de sua voz (se você comparar com o último trabalho do baixinho, que foi o “The Devil You Know” no Heaven and Hell), o vocalista marca, ajudado pela letra, seu amor pelo Metal e a lealdade dos fãs. Até parecia uma última mensagem do vocalista para seus fãs e o mundo.

A canção foge do restante do disco. Enquanto as demais músicas são mais rápidas, esta é arrastada, no melhor estilo Black Sabbath, o que agrada com certeza os admiradores da banda.

Mas o disco não se resume apenas à esse hino. “Kill the Demon” retoma a sonoridade mais “cativante”, seguindo com a ótima “Rock’s Boogie”, para mim, o melhor riff e a mais empolgante do disco.

Os riffs simples de Feinstein, aliado ao vocal bem Rock & Roll, e uma levada toda inspirada de bateria, colocam a canção como um dos momentos “up” do disco. Como curiosidade, a música recebeu o mesmo nome da jams que o Elf fazia ao vivo, com muitos solos e improvisações, como contou o guitarrista para a Roadie Crew (nº 146).

O álbum caminha pro final com as grandes “Give Me Mercy” (seguindo exatamente a mesma proposta das demais) e “Run for Your Life”. Mas a “surpresa” é “Gambler Gambler”, regravação da última faixa do álbum “Elf” (1972), que além de apresentar alguns novos arranjos, agora tem David nos vocais. Confesso que considerava a música a mais fraca do álbum original, mas ouvi-la regravada quase 40 anos depois, deu um upgrade nela. Agora ouço com outros ouvidos.

Este disco ficará marcado, não apenas como um dos últimos registros de Dio (juntamente com o novo do The Rods), mas como um dos melhores (senão o melhor) trabalho de David Feinstein pós Elf (quem já ouviu a banda, sabe que dificilmente algo superaria aquelas canções).

O disco já não é novidade. Mas sabemos que muitas pessoas não o conhecessem e um trabalho de tamanha garra e amor ao Heavy Metal não poderia ficar de fora do Road to Metal. OBRIGATÓRIO!


Stay on the Road


Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: David Rock Feinstein

Álbum: Bitten By the Beast

Ano: 2010

País: EUA

Tipo: Heavy Metal


Formação

David "Rock" Feinstein (Guitarras, Baixo e Vocal)

Nate Horton (Bateria)


Participações especiais

Ronnie James Dio (Vocal)

Carl Canedy (Bateria)

Garry Bordonaro(Baixo)


Tracklist

1. Smoke on the Horizon

2. Evil in Me

3. Break Down the Walls

4. Metal Will Never Die (participações Dio e The Rods)

5. Kill the Demon

6. Rocks Boogie

7. Give Me Mercy

8. Run for Your Life

9. Gambler Gambler


Myspace

http://www.myspace.com/davidrockfeinstein

Site Oficial (DESATUALIZADO)

http://www.rockfeinstein.com/

Ouça “Metal Will Never Die” com Dio

http://www.youtube.com/watch?v=uBRsr7AAVbo&feature=watch_response

Veja raro vídeo do Elf em 1974

http://www.youtube.com/watch?v=d6prX1RVjW8