domingo, 9 de outubro de 2022

Losna: “...somos uma banda old school e não abrimos mão de lançar o material físico”

Por: Renato Sanson


Músicos entrevistados: Fernanda (vocal/baixo) / Débora (guitarra) – Banda Losna de POA/RS

 

2020/2021 marcou o lançamento do novo álbum “Absinthic Wrangles” (4° da carreira) e também a primeira mudança de formação na banda desde 2004, onde agora o dono dos tambores é o baterista Mateus Michelon. Como foi esta mudança e a adaptação do novo integrante?

Fernanda - Felizmente conhecemos o Mateus há muito tempo e sempre acompanhamos a carreira dele tanto como super batera da Inheritours quanto como atleta. Sempre cultivamos a amizade e parceria nos palcos, com vários shows memoráveis. Além disso tudo, o Mateus tem muito bom gosto musical, nós curtimos as mesmas bandas! Um entrosamento muito fácil e facilitado belo bom humor desse cara fantástico!


“Absinthic Wrangles” traz a Losna na melhor forma possível. Esse seria o trabalho mais consistente da banda até o momento?

Débora - Complicado afirmar que é o mais consistente, até porquê isso soa muito subjetivo. O “Absinthic Wrangles” é um álbum feito com muito ódio amargo, feito num período difícil de nossas vidas, por isso ele é conceitual, sobre lutas... porque a vida é uma constante e infinita batalha!

Fernanda - Estamos preparando novas composições e mais uma vez com temática conceitual. Nossa formação está super bem integrada e estamos fluindo o processo com facilidade. Estamos discutindo se iremos primeiramente lançar um single pra comemorar essa formação ou se iremos juntar tudo no próximo álbum. Precisamos fazer um videoclipe também!


Como foi o processo de composição do mesmo?

Fernanda - Nós costumamos reservar um tempinho no final dos ensaios para ir lançando as ideias e contribuindo para a evolução da melodia. Geralmente nós iniciamos com um riff de guitarra que a Débora ia apresentando. Depois de irmos incorporando a bateria e o baixo trecho a trecho, finalizamos a parte instrumental e só depois eu preparo as letras e daí as linhas vocais. Mas é todo mundo envolvido e divertido, a gente deixa que a emoção da agressividade, violência e amargura vá sendo destilada às novas composições com naturalidade.

Débora - O processo de composição dos sons da Losna sempre é de forma democrática e neste álbum não foi diferente. Geralmente lanço os riffs, a Nanda acompanha com frases diabólicas tanto nas quatro cordas quanto nas letras e a bateria encaixa tudo daí.

Apesar de contarem com uma mudança de formação bem significativa, vocês caíram na estrada logo em seguida. Musicalmente falando, o que Mateus agrega a Losna?

Débora - Mateus é conhecido pelo codinome de “Extremo” e realmente condiz com isso. Dono de uma técnica impecável e velocidade absurda nos bumbos, ele, com certeza, vai somar ainda mais peso e amargura ao som da Losna. Além do que tem um humor formidável e tudo flui melhor, tanto nos ensaios quanto nos shows.


Falando em retorno aos palcos ainda mais de uma banda tão atuante e presente na cena. Como foi lidar com o período pandêmico?

Débora - Realmente foi um período bem complicado ficar sem tocar ao vivo, foi terrível, ainda mais que recém tínhamos lançado o “Absinthic Wrangles” bem na época do “Lock Down” do Coronavírus. Mas não ficamos parados, produzimos vários vídeos ao vivo para participar de Fests Online. Foi a saída, e espalhamos o nosso som amargo por Fests de vários Estados brasileiros e, inclusive, no exterior também. Focamos em divulgar os sons do “Absinthic Wrangles”. Claro que não é a mesma coisa que tocar ao vivo, mas foi uma saída muito produtiva com feedback excelente neste período tão obscuro da vida.


Qual foi a sensação de tocarem ao vivo após dois anos sem shows?

Débora - Foi formidável! Ainda mais que era a estreia do Mateus! Estávamos bem empolgados e com muita energia amarga acumulada para dissipar. E foi um show memorável, público compareceu e curtiu! Foi em São Leopoldo na nova Embaixada do Rock que infelizmente já fechou.

Foto: Uillian Vargas

Em termos de recepção e alcance “Absinthic Wrangles” está atingindo o que vocês esperavam?

Débora - Com certeza, ainda mais como uma banda underground como nós. Já divulgamos o “Absinthic Wrangles” até no Paraná e Paraguai, locais que nunca tínhamos tocado e foram experiências excelentes. Público compareceu e comprou o merchan. Mas todas essas experiências incríveis só foram possíveis com o ótimo trabalhado desempenhado pelo grande Flávio Soares da True Metal Records que lançou nosso álbum e faz nossa assessoria de forma exemplar, nos divulgando por aí. Em breve estaremos em São Paulo e até no Chile.

Fernanda - Sim, apesar de termos lançado em plena pandemia, conseguimos obter bastantes frutos com ele. Pudemos participar de várias lives, inclusive ao lado de bandas estrangeiras, ou seja, com um alcance bem generoso. Logo que que permitiram o retorno aos shows presenciais, pudemos, justamente contando com o grande Mateus, fazer shows empolgantes! Grande satisfação poder vivenciar isso tudo novamente, essa energia de encarar a plateia olho no olho. Isso não tem preço. Já poderemos agora fazer aqueles shows que teriam acontecido bem no período que veio a maldita pandemia. Agora sim estamos tendo a recepção que tanto esperávamos.


Muita coisa mudou desde a pandemia até o presente momento. Qual o pensamento de vocês sobre as lives e collabs é algo que devesse manter ou tiraria o alcance dos shows presenciais?

Débora - Acho que agora o momento é outro. Fests online não terão mais impacto como na época sem shows presenciais. A maioria das criaturas ainda curtem ver e ouvir a banda no modo ao vivo. Mas as lives e collabs são interessantes, já que as lives são mais na proposta de entrevistas e isso deu muito certo na época da pandemia, até hoje. Muito embora a audiência tenha baixado por conta da vida ter retornado ao normal. As pessoas já não ficam tanto tempo na frente de computadores como costumavam com o Coronavírus. As collabs são super interessantes, há várias uniões de músicos inusitadas que dão muito certo. Eu mesma participei de duas e minha irmã de outra. É bem interessante trocar figurinhas e percepções com outros músicos. Em breve faremos uma collab com as irmãs Losna e mais uma batera... hehehe.

Algo que chamou muito a atenção foi que inicialmente “Absinthic Wrangles” não foi lançado nas plataformas digitais logo de cara, mas sim a preferência foi o lançamento físico. Vemos cada vez menos os lançamentos físicos onde a maioria das bandas lançam seu material apenas no digital. É entendível, pois sabemos dos gastos e do pouco retorno também. Mas entendo que a consolidação do lançamento é ter o material em mãos! Como vocês enxergam está questão?

Débora - Ah... somos uma banda old school e não abrimos mão de lançar o material físico ainda. Para nós é essencial tocar no CD, sentir, ver o encarte com fotos e letras, sentir o aroma do CD, é algo insubstituível! Ainda bem que existem selos como o True Metal Records que prezam por isso. Ainda temos que tornar real o sonho de lançar um álbum da Losna no formato de vinil, será lindo! Mas, fazemos questão de estar em todos os meios possíveis de divulgação, como nas plataformas digitais. O importante é destilar muito som amargo por aí!

 

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