A noite de segunda-feira (15), no Carioca Club, marcou um retorno muito aguardado para os fãs brasileiros do Tiamat. Após 16 longos anos de ausência, a lendária banda sueca de doom/gothic metal escolheu São Paulo para encerrar sua turnê latino-americana, em um evento que, apesar da data pouco convencional, transformou-se em uma noite inesquecível. A expectativa era grande e, mesmo com a desvantagem de um show em plena segunda-feira, que naturalmente impactou a presença do público, aqueles que compareceram demonstraram uma paixão e devoção que valiam por uma multidão.
O início da apresentação teve um pequeno atraso de 15 minutos, mas o que poderia ser um inconveniente rapidamente se transformou em um momento memorável para os presentes. De cima do palco, o carismático vocalista Johan Edlund aproveitou a espera para autografar álbuns, camisetas e outros itens que os fãs estendiam em sua direção. Esse gesto inesperado agradou profundamente os fãs mais ardorosos, que fizeram questão de prestigiar a banda, criando uma atmosfera de cumplicidade e gratidão mútua. A felicidade estava estampada em cada rosto e, a cada autógrafo, a certeza de que seria uma noite especial se consolidava.
Especialmente notável foi a postura da banda. Longe de se abalar com o número de presentes, o Tiamat entregou uma performance impecável, como se estivesse tocando para um estádio lotado. A experiência de décadas e a paixão pela música transbordavam de cada integrante, transformando o Carioca Club no lugar perfeito para se vivenciar aquele momento. Os riffs melancólicos, os vocais profundos e a atmosfera densa, marcas registradas do Tiamat, preencheram o ambiente, e a banda conectou-se de forma intensa com cada fã que fez questão de testemunhar esse momento histórico. A resposta calorosa transformou o show quase em um encontro entre velhos conhecidos, algo que a banda pareceu valorizar a cada música.
O setlist, uma verdadeira viagem pela discografia da banda, começou com a força de “Church of Tiamat”, estabelecendo o tom sombrio e envolvente da noite. Clássicos absolutos como “In a Dream”, “Clouds” e a icônica “The Sleeping Beauty” foram recebidos com entusiasmo, transportando os fãs de volta às raízes do som que os conquistou. A precisão instrumental e a entrega emocional em cada nota provaram que o Tiamat não apenas retornou, mas o fez em sua melhor forma, revivendo a magia de seus álbuns mais aclamados.
A jornada musical continuou com uma seleção que contemplou diferentes fases da carreira, passando por “Divided”, “Will They Come?”, “Cain” e a hipnotizante “Love in Chains”. Faixas como “Phantasma De Luxe”, “Brighter Than the Sun” e, especialmente, “Wildhoney” e “Whatever That Hurts”, esta última considerada um hino por muitos, levaram o público a cantar em coro, ecoando anos de espera. A banda soube dosar a melancolia com momentos de pura intensidade, mantendo os fãs imersos em sua sonoridade única.
Para encerrar a noite e a turnê, o Tiamat brindou o público com uma sequência poderosa que incluiu “The Ar”, “Do You Dream of Me?”, “Visionaire”, “Cold Seed”, “Wings of Heaven”, “Vote for Love” e “25th Floor”, culminando com a épica “Gaia”. Cada música foi uma celebração da longevidade e da relevância da banda, provando que o tempo apenas solidificou seu legado. Foi uma despedida à altura: um show que, apesar das circunstâncias, tornou-se um testemunho da lealdade dos fãs brasileiros e da maestria de uma banda que, mesmo após tanto tempo, ainda tem muito a oferecer. O Carioca Club foi palco de um retorno tardio, porém honesto e intenso, que comprovou que a conexão entre o Tiamat e o Brasil segue viva, mesmo depois de 16 anos de espera.

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