Com uma carreira de altos e baixos, o Royal Hunt, sob a batuta do seu mentor, Andre Andersen, acertaram e erraram, até chegando num ponto em que de certa forma decepcionaram os fãs pela instabilidade nos lançamentos e constantes trocas na formação. Eis que surge uma luz, e com a volta de DC Cooper, o contrato com a Frontiers e as comemorações de 20 anos de estrada, parece que Andersen ganhou novo ânimo.
Se no álbum anterior, "Show me How to Live", que marcava a volta de DC Cooper, o grupo Dinamarquês já mostrava novo ânimo, em "A Life to Die For" eles definitivamente alcançaram o melhor momento da carreira, arrisco dizer. Ouvi com cuidado o álbum, revi a discografia da banda, e tive a certeza que meu entusiasmo era justificado, e posso afirmar que este é o melhor trabalho do Royal Hunt, pois, assim como "Paradox" e "Fear", que até agora, em minha opinião eram os melhores trabalhos da banda, com músicas de um nível elevado, "A Life to Die For" traz uniformidade desde a primeira até a última faixa. E pude observar depois, em opiniões de fãs e outras resenhas mundo afora, que não sou só eu que acha isso.
O Metal/Hard Sinfônico dos dinamarqueses em sua melhor forma. Orquestrações vibrantes e inspiradas de Andersen, excelente produção, o som está realmente grandioso. Andersen é o mentor, seu teclado sempre está em maior evidência na sonoridade da banda, mas a performance dos demais músicos está ótima, com a guitarra de Jonas Larssen debulhando solos intrincados, mas sem esquecer da melodias e a cozinha de Andreas (Baixo) e Allan (Bateria), técnica e poderosa.
Mas, o destaque maior vai para DC Cooper (vale lembrar que o cara esteve entre os finalistas para substituir Rob Halford no Judas Priest, quem entrou foi Tim Owens, o resto é história), já sou um grande fã do vocalista nascido nas montanhas Apalaches, e neste trabalho o cara se superou, em performances carregadas de feeling e classe. Com desenvoltura, DC pode apresentar um performance mais técnica, sem perder o feeling e o poder de interpretação, podendo chegar a notas mais altas e também dar uma de tenor, como na faixa título.
O clássico maior da banda até agora, "Message to God", é uma música que sempre entendi como sendo a definição do que é a cara do Royal Hunt, sinfônica, com grandes melodias, refrão marcante, e em "A Life to Die For", a banda fez tudo que um fã esperava, e afirmo que estou muito feliz e satisfeito com a musicalidade contida nesse álbum. E um grande diferencial dos caras é esse, o som pode ter a complexidade do Prog, mas aliado ao Hard/AOR e Metal, aliados as partes sinfônicas, jamais deixam de lado as melodias e refrãos marcantes, não deixando a música ficar chata ou parecendo música feita para outros músicos.
Com certeza vão arrebatar novos admiradores e marcar uma nova era para o Royal Hunt, e DC Cooper é o cara!
Texto/Edição: Carlos Garcia
Revisão: Clown in the Mirror
Embora não possa ser considerada uma banda muito nova (surgiu em 2001), tampouco inexperiente, o Volbeat, oriundo da Dinamarca, tem mostrado, álbum após álbum, turnê após turnê, que não está para brincadeira e que veio para ficar.
Ao lado de outras “jovens” bandas também em grande evidência (vide o Ghost, por exemplo), a rapaziada do Volbeat tem obtido grande reconhecimento, que culmina em 2013 com seu novo trabalho, “Outlaw Gentlemen and Shady Ladies” (2013), que além de trazer os elementos já conhecidos da banda, marca a estreia do ilustre ex-guitarrista do Anthrax Rob Caggiano, que se aproximou da banda para produzir o álbum e acabou entrando no posto deixado pelo antigo guitarrista Thomas Bredahl.
Rob Caggiano (ex-Anthrax) juntou-se à banda quando estava trabalhando no novo álbum do grupo
Com uma influência que vai de Elvis Presley e Johnny Cash ao Black Sabbath e Thrash Metal, a banda conta com o vocalista e guitarrista Michael Poulsen, o baixista Anders Kjølholm e o baterista Jon Larsen, além do já citado Caggiano e uma sonoridade que chama atenção desde a primeira audição. É para amar ou odiar. Sem mais.
Quarteto lança 5º álbum em 12 anos
E o que temos neste 5º álbum da banda? Nada muito além daquilo que a banda sempre apresentou, que é um apanhado de suas influências acima lembradas, mas sem esquecer também de colocar uma identidade própria, em canções com ótimos riffs de guitarra, linhas de vocais que, se não entrarão para história, caem como uma luva na proposta do grupo.
Um dos pontos forte do Volbeat é ofertar uma série de canções que vão desde hits radiofônicos, a sons carregados, pesados e arrastados. Neste álbum, notório, no primeiro caso, a faixa “Cape Of Our Hero” (primeiro single do álbum, cujo clipe você assiste abaixo), que tem tudo para agradar o público geral, não apenas do Rock e Metal. Já, no bojo das canções mais Heavy Metal, com certeza o destaque fica para “Room 24” (ouça no fim da matéria).
King Diamond (Mercyful Fate) faz dueto com Michael em "Room 24" e torna a faixa um marco para a banda e fãs
Qual o maior atrativo dessa canção? Além dos riffs cheios e o clima “sabbáthico”, a banda trouxe para os vocais ninguém menos que seu conterrâneo King Diamond (Mercyful Fate) que, em dueto com Poulsen, mostra o motivo de ser considerado a maior figura do Metal dinamarquês de todos os tempos e um deus do Metal. Aliás, não foi o primeiro Mercyful Fate a participar de música da banda, já que o guitarrista Hank Shermann, que inclusive excursionou com a banda ano passado, já emprestou seu talento para os jovens.
Caggiano (esquerda) leva sua experiência para os shows da banda
Mas estaria limitando bastante o trabalho da banda se não destacasse faixas como “My Body” (que melodia de guitarra e voz), “Lola Montez”, “The Sinner is You” e “Pearl Hart”, todas fortes candidatas a serem lembradas nas próximas turnês.
Volbeat me cativou desde a primeira vez e, depois de assistir (infelizmente apenas pela TV) a apresentação da banda no Wacken Open Air de 2012 (show completo aqui), ganharam um fã aqui na Terra Brasilis. E, se você tiver um espírito mais aventureiro, corre risco de se tornar mais um.
Curiosidades do álbum:
- Na semana de lançamento, o álbum vendeu 39 mil exemplares só nos EUA, entrando direto no 9º lugar da Billboard 200, feito invejável até para bandas clássicas com décadas de história.
- Ainda sobre a Billboard, desde 1997 um artista dinamarquês não ficava entre os 10 mais vendidos nos EUA (em 1997, o grupo Aqua conseguiu o feito pela última vez).
- Na Alemanha, ficou em primeiro lugar no Media Control Charts, ganhando status Ouro.
- A banda não trouxe apenas King Diamond como convidado, mas também a lenda do Blues e sua harpa Paul Lamb, Anders Pedersen (conhecido pelas guitarras “deslizadas”) e Rod Sinclair, lenda do Banjo.
A história do Iron Fire começou a ser escrita em 1995, quando ainda levava o nome de "Misery", logo alterado para "Decade of Darkness", depois, motivado também pelas modificações em seu som, que partiu para um lado mais "True Metal", termo utilizado para descrever o Metal Tradicional contemporâneo que estava sendo feito por bandas como o Hammerfall, inclusive tendo a figura de um guerreiro na capa no álbum "Thunderstorm", a banda foi rebatizada, e após o lançamento do seu primeiro CD demo, com muito boa repercussão nos países escandinavos e outros países europeus, chamou a atenção de vários selos, sendo o início de uma nova era para o Iron Fire (vale lembrar que o álbum Thunderstorm, que foi produzido por Tommy Hansen, saiu também no Brasil).
Muitas mudanças de formação não impediram o crescimento e evolução da banda, que, com "Voyage of the Damned" (2012) chega no ponto mais alto em termos de composição e gravação. Conversamos com o guitarrista Kirk Backarach, que nos contou um pouco mais sobre o álbum, um pouco de como funciona a relação banda/gravadora, alguns detalhes curiosos sobre a banda e muito mais!
Road to Metal: Saudações! Para nós é um
prazer contatar a banda. Vocês lançaram este ano "Voyage of the
Damned", sétimo álbum desde que a banda foi rebatizada para Iron Fire. Que
definição você daria sobre este registro, tanto para aqueles que já acompanham
a banda quanto para quem a está conhecendo agora?
Kirk Backarach: O novo álbum
"Voyage of the Damned" difere do anterior,
"Metalmorphosized" por sua parte lírica, por seu material de
orquestra e por sua produção sonora. Ele contém apenas material novo, enquanto
que "Metalmorphosized" continha principalmente músicas antigas que
nós rearranjamos e lançamos como uma celebração do 10 º aniversário da banda.
Desta vez gastamos um monte de tempo em
organizar cada canção à perfeição, com os arranjos de bateria entrelaçando com
os riffs e o baixo indo junto com a bateria. Em cima dessa base sólida nós
adicionamos alguns arranjos sinfônicos, muito mais do que costumamos fazer.
Para ajustar tudo isso, nos juntamos com um dos principais produtores
dinamarqueses, Jacob Hansen. Ele deu um "quê" a mais de qualidade e
firmeza ao som, praticamente fazendo deste o álbum mais sinfônico e
"porrada" que fizemos até agora!
Road to Metal: É notável evolução da
banda disco após disco. A proposta de fusão da banda no Speed Metal
Heavy/Metal tradicional e Symphonic Metal, é algo que o grupo tenta manter como
a principal característica?
KB: Sim, com certeza! E a cada novo
álbum, tentamos trazer alguma proposta nova. Seria muito fácil lançar o mesmo
álbum de novo, de novo e de novo... Mas também muito chato, tanto para nós,
assim como para os fãs, então se nós experimentarmos coisas novas e refletir
sobre outras coisas que fizemos no passado, nós vamos estar muito ligados
em manter as verdadeiras e reais raízes da banda.
Road to Metal: Vocês fazem parte da
Napalm Records. Em nível mundial, qual a importância para a banda ter o suporte
de uma grande gravadora dentro do Heavy Metal?
KB: Eu acho que isso difere de cada
banda, cada selo. A Napalm Records nunca interveio em nossa temática, nossa
música ou a nossa escolha de fotos promocionais e coisas assim. A única coisa
são as capas, que retrataram uma espécie de guerreiro cada álbum que fizemos
com eles.
No álbum "Metalmorphosized"
nós tivemos uma pequena discussão a respeito da capa. Nós achamos que parecia
algo bobo. Queríamos algo a mais e tínhamos algo
totalmente diferente da arte já pronta, mas para a nossa decepção a gravadora
não aprovou. Nestes casos, a gravadora sempre ganha. Mas de qualquer forma, já
que o Iron Fire não é algum tipo de circo e estamos acostumados a fazer tudo
por nós mesmos, este é o caminho que estamos acostumados a trabalhar. A única
coisa que realmente dependemos em conhecimento, por parte da gravadora, é a
parte dos negócios, impressão, imprensa, promoção, etc, e nisso é que eles são
bons, então, nessa parte é que nós podemos nos dizer sortudos de estar em
uma grande gravadora internacional.
Road to Metal: O Iron Fire ainda é
pouco conhecido aqui no Brasil. A verdade é que, embora o grupo tenha bons
registros, nenhum chega perto em termos de feeling e força como o "Voyage
of the Damned". Um pouco cedo para dizer, mas o disco poderia estar
levando a banda a outro nível de popularidade?
KB: Espero que sim. Isso nos daria um
monte de oportunidades, de fazer algumas turnês mais extensas e tocar em alguns festivais também. A verdade é que, se uma banda é baixa na popularidade
e não vende, ninguém está interessado em trabalhar com ela e se torna muito
difícil, quase impossível chegar a qualquer lugar.
Road to Metal: Em um teaser do novo
álbum é sobre a viagens espaciais do homem. Este é o tema básico do novo
trabalho? Quando a banda chegou a este tema?
KB: Nós sempre conversamos muito sobre
fazer algumas coisas sobre o espaço, mas nunca foi tão evidente quanto em
"Voyage of the Damned". Na verdade, "The Revenge",
voltando ao álbum de '06, foi escrito como um conceito sobre um guerreiro do
espaço. Cada música do álbum se refere a uma história de fundo chamada "A
Saga de Caim". Este foi o primeiro álbum que lançamos através da Napalm
Records.
Demos-lhes a história e contamos tudo sobre o conceito, mas infelizmente eles
não estavam interessados em usá-lo para o lançamento. Uma vez que já havíamos gravado o álbum antes de assinar com eles,
era tarde demais para mudá-lo, razão pela qual as letras do álbum podem parecer
um pouco estranhas. Enfim... Esta história se passa em algum lugar no espaço
exterior, ou talvez um universo paralelo, mas enfim, é tanto sobre o espaço
como sobre um guerreiro.
O "Voyage of the Damned" é
inteiramente baseado em sci-fi e viagens espaciais, bem como não tem sequências
de batalha ou guerreiros envolvidos nela. Em suma, a história é percebida
através de uma pessoa não identificada, que está em trânsito pelos confins do
espaço sideral. Embora não esteja claro que os eventos que ele experimenta são
reais, ou se é tudo uma invenção de sua própria imaginação.
Road to Metal: A banda passou por
várias mudanças de formação. Houve um período em que só permaneceu Martin e
você (Kirk). No que diz respeito a este período, o que ocorreu para a saída dos
outros membros?
KB: Sim, sim, mas naquela época
estávamos fazendo testes com um monte de pessoas diferentes e alguns estavam
mais ou menos na banda por alguns meses e quando eles saíram, eles seriam
substituídos por alguém pouco depois, mas todos que trabalharam nesses períodos
deixaram sua marca. Os tempos eram diferentes naquela época, porém, tivemos um
monte de tempo livre em nossas mãos, por isso, escrevi um monte de músicas, tantas que a maioria delas nem sequer existe em qualquer forma hoje. Atualmente
passamos mais tempo trabalhando em cada música e suas diferentes partes, em vez
de ter um monte que acabamos não finalizando.
Road to Metal: Há sete discos além
deste novo lançamento. Olhando para trás, a banda evoluiu muito desde
"Thunderstorm" (2000) até "Voyage of the Damned". Para
aqueles não familiarizados com a banda, qual álbum você recomendaria para alguém
que fosse conhecê-los?
KB: É claro que eu recomendaria
"Voyage of the Damned", uma vez que é o álbum mais contemporâneo, mas
devo escolher uma das coisas antigas, então eu provavelmente iria recomendá-los
a começar com "To The Grave". Eu acho que é o álbum mais forte entre
os outros no estilo Power Metal que temos feito há muitos anos. Os outros
álbuns são muito bons também, eu só acho que esse resume todos os outros por
ter componentes de todos os álbuns anteriores.
Road to Metal: A banda executa um
estilo de som que é muito popular na Alemanha, o Speed Metal com elementos
sinfônicos, e quando descobrimos que eram dinamarqueses ficamos realmente
surpresos. Como o som que vocês fazem foi recebido em seu país? E como está a
aceitação em outros países?
KB: Os fãs locais, que são os únicos
que eu conversei, têm sido extremamente positivos sobre o novo álbum.
Internacionalmente a única referência que tenho são as resenhas, e elas
apresentam um ou dois pontos a mais do que eles costumam dar quando lançamos um
novo álbum.
Road to Metal: Vocês lançaram o vídeo
para a canção "Leviathan", para divulgação do álbum. Como você vê
essas divulgações através de vídeo? Acaba dando um bom retorno para a banda?
KB: Ele tem que dar retorno, porque foi
trabalhoso fazer o vídeo. Tivemos que contatar várias pessoas para que pudessem
fazê-lo para nós, fomos à vários locais diferentes e tivemos que colocar muito
esforço para deixá-lo com um visual legal, então eu acho que se não nos
fazer algum bem, terá sido uma perda de tempo. Mas só posso dizer que estou
muito satisfeito com o resultado final.
Road to Metal: Ainda falando sobre o
som da banda, podemos identificar influências de grandes medalhões do
Speed Metal, como Grave Digger, Running Wild e Sacred Steel. Você ouve
essas bandas? E quais são as principais influências do grupo?
KB: Eu sempre fui mais ligado em certas
bandas do que em gêneros ou estilos em geral. Eu tenho álbuns do Running Wild e
Helloween, mas eu nunca estive realmente interessado no Speed Metal alemão, o
que sempre foi a influência de Steene sobre a banda. Atualmente, acho que há
muito mais influência do estilo alemão presente. No momento mantemos as nossas
influências mais ou menos, mas vamos tentando nos manter com os padrões
contemporâneos e, claro, tentar não se desviar para longe do que os fãs podem
esperar de nós.
Road to Metal: Vocês estão na cena há
mais de 10 anos, nessas muitas tours que a banda tem feito já chegaram a
receber convite para vir para o Brasil?
KB: Na verdade sim! Infelizmente
tivemos que recusar a oferta devido a circunstâncias econômicas que fizeram o
negócio muito arriscado. Esperemos em breve ser capazes de visitar o Brasil,
fazer um par de shows e conhecer os fãs.
Road to Metal: Gostaríamos de agradecer
por esta grande entrevista e deixar o espaço final para você.
KB: Em primeiro lugar eu gostaria de
cumprimentar e agradecer aos nossos fãs brasileiros e, em seguida, eu diria
que, eu espero que eles gostem do novo álbum.
A banda dinamarquesa de Death/Thrash Metal Deus Otiosus divulgou em seu site oficial um vídeo em que a banda aparece em sessões de gravação de seu segundo full-length “Godless”, contendo também amostras de algumas músicas desse álbum.
Deus Otiosus foi formada em 2005 por Anders Bo Rasmussen (vocal) e Henrik Engkjær (guitarra). Além destes, a banda contava com Peter Engkjær (guitarra), Jens Nepper (baixo) e Søren Bentsen (bateria). Em 2007 eles gravaram seu primeiro CD demo ”Death Lives Again”. Depois gravaram seu debut-álbum "Murderer", lançado pela American Line em agosto de 2010 e em março de 2011 pelo FDA Rekotz, já contando com o novo e atual baixista Jesper Holst. No ano de 2012 houve uma nova mudança na formação da banda, dessa vez foi a vinda de um novo baterista, o Jesper Olsen.
Uma curiosidade sobre o nome da banda: Deus Otiosus significa “deuses retirados”. E isso já dá pra dar uma base sobre as letras desses músicos dinamarqueses, que falam de um mundo onde a humanidade está entregue a si mesmo, mostrando, assim, um lado sinistro e de horror do mundo.
Deus Otiosus não prioriza somente a velocidade e a brutalidade em suas músicas, pois em certos momentos há uma cadência mais melodiosa, mas sem perder o peso dos riffs, dando assim um ar mais sombrio para a música. Como por exemplo, na música “Pest Grave” que faz parte do próximo álbum da banda.
O segundo CD ainda não tem data definida para lançamento, mas é certo que seja lançado até o final do ano via Deepsend Records.
Lendária banda progressiva lançou novo disco no final de 2011
Todos os fãs de Metal Progressivo têm, sem dúvida, um carinho especial pelo vocalista D.C Cooper, mesmo o cara tendo uma carreira solo consolidada e ter emprestado seus dotes vocais ao Silent Force, todos na real esperavam seu majestoso retorno a sua banda principal, o Royal Hunt, que ao lado do tecladista e líder André Andersen foi responsáveis por discos seminais na história do Heavy Metal como “Paradox” (1997), o último a contar com Cooper nos vocais, sendo que ele foi substituído em outros trabalhos por Jonh West (fase de 1999 a 2007) e Mark Boals (fase de 2007 a 2011).
A volta de D.C, Cooper (centro) ao posto que nunca devia ter deixado: frontman do Royal Hunt
Mais de 13 anos se passaram e os dois músicos aparentemente fizeram as pazes e para comemorar primeiramente foi feita uma mini turnê pela Europa que culminou em um novo trabalho de estúdio, "Show Me How to Live", o décimo primeiro trabalho da banda.
D.C. Cooper
Surpreendentemente ao ouvir esse CD parece que os caras não se separaram, pois toda aquela vibe de trabalhos como “Moving Target” (1995) foi resgatada, a mistura única de Power Metal com elementos Sinfônicos e Hard Rock, ou seja, os músicos são virtuosos, mas não abusam disso. Então não espere faixas com mais 20 minutos de quebradeiras instrumentais pois as musicas estão até menores e por isso mesmo a audição do CD passa rápida e prazerosa.
Andreas Passmark
Por ser um trabalho tão homogêneo é difícil apontar todos os destaques e a cada audição o ouvinte vai descobrindo novos elementos, como por exemplo em “Hard Rain's Coming” com suas linhas de baixo totalmente intricadas e de quebra ainda aqueles refrões tão bem trabalhados, ou “Another Man Down”, que tem momentos bem progressivos, lembrando um pouco os primeiros trabalhos do Dream Theater.
Andre Andersen
“An Empty Sheel” mostra o porque D.C é o a cara da banda, pois seus vocais vem naquela linha teatral lembrando bastante Roy Khan (ex-Kamelot), aliado a isso momentos mais agressivos e um grande trabalho nas guitarras, cortesia de Jonas Larsen.
Para finalizar, a música que dá nome ao CD. Ela vem em um tom épico, por isso mesmo a única que ultrapassa os 10 minutos onde orquestrações se unem a sessão rítmica da banda mostrando um extremo bom gosto, trabalho de Andreas Passmark e Allan Sorensen, respectivamente baixista e baterista do grupo.
Injustamente o Royal Hunt não é apontado como um dos grandes do Prog Metal, mas agora com o lançamento desse trabalho e se a formação se manter estável é bem provável que essa situação se reverta logo, logo.
Amaranthe tem se destacado na cena mundial em 2011
O Heavy Metal é um conceito muito amplo. Para muitos, apenas um “tipo de Rock”, enquanto para sua maioria de admiradores, um estilo de vida.
Gênero da música relativamente novo (cerca de 4 décadas), passou por muitas mudanças em todos esses anos. Mudanças essas que, na maioria das vezes, levou ao fim de carreiras inteiras de grandes bandas, ou pelo menos abalou suas estruturas (Judas Priest, Iron Maiden, Black Sabbath, Metallica, por exemplo, passaram por isso).
Mas, nos últimos anos, inovação me a palavra de ordem, já que até a maioria dos “dinossauros” buscaram expandir sua sonoridade, modificando-a em certos pontos.
Uma onda de bandas tocando Death Metal com melodia (contraditório?!) assolou o mundo, sobretudo vindas da Europa (Suécia, especialmente). Por anos, ao redor do mundo, as novas bandas passaram a se interessar pelo gênero, bem como a gravadora, vendo nessa “nova” sonoridade um mercado promissor.
Dentro desse contexto, como você deve imaginar, se destacar é algo bastante raro. Afinal, são milhares de bandas tocando Death Metal “Melódico”.
No final da década passada, em 2008, mais uma dessas bandas surgia, a Avalanche, lá na Suécia. Nada demais, especialmente oriunda daquele país.
Avalanche se tornou Amaranthe e, pelo menos aqui no Brasil, só passou a ser um nome comentado quando a vocalista Elize Ryd veio como convidada especial para os shows em nosso país e se destacou ao lado da deusa Simone Simmons (Epica).
Mas uma banda que tinha tudo para ser “só mais uma”, está se destacando mundo afora. Ainda definidos como Death Metal Melódico, termo esse que não penso ser aplicável sem reserva a banda, Amaranthe já conquistou várias coisas antes mesmo de lançar seu primeiro e, até agora, único disco, o auto-intitulado “Amaranthe” (2011).
Com o álbum na praça, com os singles sendo tocados à exaustão nas principais rádios de Metal do mundo, o sexteto que conta com três (!?) vocalistas,mostra que é possível fazer um som pesado (até certo ponto, pois muito marmanjo por aí não vai considerar o termo, rs), porém bastante acessível.
Trazendo como único elemento Death Metal os vocais guturais de Andy Solvestrom, que os desempenha muito bem, a banda caminha pelo Metalcore (numa audição superficial, essa pode ser a definição do grupo), mas é o Heavy Metal modernizado, com algo de Sinfônico e até mesmo eletrônico (os teclados de Olof Mörk, que também é o guitarrista, ficam responsáveis por isso), que predomina e faz desse disco de estreia ser algo bem legal de curtir.
Roy Khan (ex-Kamelot) e a bela Elize ao vivo
Mas cuidado! Não haverá de encontrar grandes inovações, muito peso ou algo revolucionário. Aqui as músicas são, sobretudo, empolgantes e bem construídas, de fácil assimilação.
O trio de vocalistas (completado pelos vocais limpos de Jake E. Lundberg) se destacam, além dos teclados “abusados”. Mas a cozinha é o que mantêm o peso, formada pelo baixista Johan Andreassen e o baterista Morten Lowe.
A banda tem atacado com os singles “Hunger”, Leave Everything Behind” e “Rain” (lançado agora!), mostrando que já tem o porte de banda grande (veja o clipe para “Hunger” ao final da matéria).
Destaques para faixas que caminham entre o comercial e o Heavy Metal, como “Automatic” (refrão muito grudento), “Amaranthine” (com show de Elize e Jake, mostrando o lado mais “balada” da banda), “Act Of Desperation” e “Serendipity” (fechando o disco).
Com certeza, “Amaranthe” é um disco que os radicais e/ou revolucionários devem passar longe. Mas inegável é a qualidade do grupo sueco-dinamarquês que, em apenas um disco e três anos de existência, está conquistando seu espaço numa cena mais que saturada.
Agora, se você me perguntar se a banda vai perdurar em destaque por muito tempo, só vai depender deles e da gravadora, com certeza.
Stay on the Road
Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Amaranthe
Álbum: Amaranthe
Ano: 2011
País: Suécia/Dinamarca
Tipo: Metalcore/Metal Sinfônico/Death Metal Melódico
Pretty Maids é mais uma dentre as muitas bandas que tenho conhecido nos últimos meses e das quais me culpo pelo tempo perdido sem ouvi-las.
Os dinamarqueses têm muita história para contar. Surgindo nos idos de 1981 e com 12 discos lançados, o quinteto que conta com o grande vocalista Ronnie Atkins, o guitarrista Ken Hammer, o tecladista Morten Sandager, o novo baixista Hal Patino (que já tocou com King Diamond) e o baterista Allan Tschicaja, lançou seu novo álbum este ano.
Chamado “Pandemonium” (2010), o álbum tem causado bastante repercussões entre os fãs, devido à espera de 4 anos desde o penúltimo lançamento “Wake Up to the Real Word” (2006), e graças ao grande disco que os caras lançaram.
Não farei comparações a qualquer outro álbum dos caras, mas deixar minhas impressões desse novo trabalho. A banda mantem sua característica principal de unir Hard Rock, Heavy Metal e Power Metal em suas canções.
O que poderia deixar um som confuso (nem tanto, essas formas bebem da mesma fonte) faz o som dos caras ficar beirando a perfeição. Aqui temos músicas com refrões grudentos, bem Hard Rock, mesclados com o peso do Heavy Metal (especialmente nas guitarras), além de beirar em muitos momentos o Power Metal, com músicas rápidas e melódicas.
Os teclados são um show à parte. Sandager consegue trazer o espírito Hard Rock para a música da banda, e junto com o vocal de Atkins e os refrões até meio clichês, fazem com que qualquer amante do estilo deva ouvir a banda. Destaques para o single “Little Drops of Heaven”, que é a mais acessível e uma das melhores do disco. Também Hard são as “Final Day of Innocence” e “Old Enough to know”, esta última uma balada pra lá de Bon Jovi.
As mais pesadas (mas que mantêm os elementos citados) se destacam “Beatiful Madness” e a faixa-título (a melhor música do disco e que trata do mal causado pelo homem à natureza, escrita enquanto ocorria a Cúpula dos 15, em Copenhagen que não levou a solução nenhuma). Mais Power Metal, temos “Cielo Driver”, que detona.
O grupo é um entre tantos que não recebe a devida atenção. Apenas agora ouvindo-o que percebo que os caras mereceriam estar mais à vista do que acontece. Indicado aos apreciadores dos três gêneros, especialmente de um Hard Rock mais pesado e melódico.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Pretty Maids Álbum: Pandemonium Ano: 2010 País: Dinamarca Tipo: Hard Rock/Heavy Metal
Formação
Ronnie Atkins (Vocal) Ken Hammer (Guitarra) Morten Sandager (Teclados) Hal Patino (Baixo) Allan Tschicaja (Bateria)
Tracklist
01. Pandemonium 02. I.N.V.U. 03. Little Drops of Heaven 04. One World One Truth 05. Final Day of Innocence 06. Cielo Drive 07. It Comes at Night 08. Old Enough to Know 09. Beautiful Madness 10. Breathless 11. It Comes at Night (remix - bonus)