segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Resenha de Show: 8º Na Mira do Rock Festival (Frederico Westphalen/RS)

8º edição marcou pela diversidade sonora da música pesada underground


Num verdadeiro encontro de estilos de bandas, a oitava edição deste já tradicional festival do interior do estado, fez do Na Mira do Rock 8 mais um sucesso na noite de 12 de outubro, feriado nacional.

Embora pudéssemos ter esperado mais pessoas, as mais de 200 pessoas que compareceram no Les Paul Pub puderam conferir grandes bandas da cena underground.

Banda local Datavenia fez bem o dever de casa e esquentou o público que ainda chegava

Com o clima propício para muita cerveja, as 23 horas, a banda local Datavenia subia ao palco, para além de apresentar covers, agitar o público com as duas conhecidas composições próprias (“Strange Zone” e a arrasa-quarteirões “Bang Your Head”), mostrando que não venceram a seletiva (na qual este redator foi jurado) a toa, pois a energia do quarteto fica clara em cima do palco, com o guitarrista e vocalista Guilherme fazendo um ótimo trabalho vocal, cantando coisas como Black Label Society, Metallica e Pantera, cuja versão para “Dominion” arrepiou a todos que lamentam ainda a morte de Dimebag Darrel (guitarrista do Pantera) e o fim prematuro do grupo.

Eternal Flame estreia com show recheado de clássicos do Metal mundial


Com a galera mais que já aquecida, a Eternal Flame, banda de Ijuí/RS, fazia sua estreia ao vivo. “Estreia” entre aspas, na verdade, pois a banda tocou músicas focadas na carreira do Iron Maiden e Bruce Dickinson solo, já que o vocalista Alex Finckler possui um vocal que lembra o frontman da Donzela.

O show foi bem recebido, embora várias pessoas tenham comentado que esperavam novidades. A verdade é que a banda deixou a desejar no set list em não apresentar nenhuma composição própria, embora tenha detonado (positivamente) nos clássicos como “Fear of the Dark” (Iron Maiden  e “Chemical Wedding” (Bruce Dickinson). Ao término, ficou aquele gostinho de “quero mais”, mas o grupo mostrou ser competente no palco com as básicas canções que todos já estão acostumados a ouvir. Fica a dica para a banda se concentrar em composições próprias e deixar de lado tantos covers.

Rinoceronte levou-nos ao mundo da poesia do Rock & Roll progressivo setentista

Seguiu-se Rinoceronte, de Santa Maria/RS, numa sonoridade setentista e sempre cantando em português, o power trio foi a grande surpresa da noite, já que poucas pessoas conheciam o trabalho e, de modo geral, saíram mais que satisfeitos, pois o trabalho dos caras é um trabalho maduro, com espírito de Rock & Roll, muita poesia nas letras e ótimos momentos instrumentais.

Tudo isso fruto de anos de história e discos lançados, além da experiência de ter tocado no Festival Psicodália, provavelmente o mais em termos de música underground do Brasil.

Para fechar a noite, após terem viajado milhares de KMs, e iniciando sua turnê pelo sul e sudeste do Brasil, a banda cearense Encéfalo trouxe seu Thrash/Death Metal abalando as estruturas do Les Paul. Embora o avançado da hora e a saída de uma parte do público, quem ficou presenciou um massacre sonoro em forma do Thrash Metal do álbum “Slaves of Pain”, que estava sendo divulgado e que tem obtido ótimas críticas Brasil afora.

Além das músicas do álbum, ainda valeu covers de bandas como Sepultura e Venom, desta sendo executada a seminal “Black Metal”. Vale destacar a empolgação do público em todos os shows, com muitos mosh pits, o que durou desde a primeira banda até Encéfalo, onde as últimas energias do público foram investidas à porrada sonora do competente quarteto.

Atração principal da noite, Encéfalo destruiu no palco do Les Paul

Também ficou marcado, nos intervalos durante a troca das bandas, o sorteio de CDs do Metal nacional, patrocínio Road to Metal, muito bem realizado pelo organizador Fuga, que faz de Fred West, a cada evento que organiza, uma referência no interior do Rio Grande do Sul. Agora é aguardar o próximo, que trará as 4 melhores bandas ainda em ativa que já participaram do festival. Com certeza, superará as demais edições.

Fotos: Road to Metal e Letícia Antunes

Agradecimentos: Ao Fuga pela receptividade, amigos que fizemos durante as várias festas que estivemos e à pequena Letícia Antunes, pelas fotos da banda Encéfalo.

Veja mais fotos exclusivas no nosso Facebook aqui.

domingo, 21 de outubro de 2012

Sacrario: Assassinos de Mentes



A banda gaúcha Sacrario acabou de lançar no mercado seu novo EP, intitulado de "Asesinos", que é uma prévia do que virá a ser seu novo álbum. O lançamento conta com apenas quatro músicas, sendo dois covers e uma regravação, mas não pense que isto é ruim, pois a força que este EP apresenta é impressionante, desde a qualidade de gravação, às execuções das músicas, fazendo até mesmo os covers terem a cara da banda.

Abrindo os trabalhos temos a inédita "Asesinos de Mentes", com seus riffs fortes e característicos, mas com uma pegada mais cadenciada, mostrando toda a técnica e precisão que a banda esbanja, sem contar o refrão grudento que a música apresenta, cantado em espanhol, dando um diferencial a mais.

Na sequência temos os dois covers do álbum, o primeiro é "Agent Orange" do Sodom, em uma versão mais brutal que a original, mantendo a fidelidade da composição, mas deixando suas características evidentes.


O outro petardo escolhido foi "Bonded by Blood" do Exodus, em uma versão tão violenta quanto a original, que com certeza deixaria o senhor Gary Holt muito orgulhoso. Para fechar a bolacha, a regravação de "Screams of Agony" que saiu originalmente na demo autointitulado de 1994, mantendo a originalidade da música, mas com alguns retoques que deixou a composição ainda melhor.

Vale destacar a excelente qualidade sonora do EP que ficou a cargo da banda, deixando todos os instrumentos bem equilibrados, e com um timbre de guitarra maravilhoso. A Sacrario prova mais uma vez que é uma das melhores bandas de Thrash Metal do país, mostrando esta pequena prévia do que virá a ser seu próximo petardo. Agora nos resta aguardar o que estes thrashers estão preparando. 


Resenha por: Renato Sanson
Edição: Renato Sanson
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Sacrario 
EP: Asesinos 
Ano: 2012
País: Brasil 
Tipo: Thrash Metal

Fabbio Webber - guitarra/vocal
Everson Krentz - bateria
Gustavo Stuepp - baixo
Ricardo Lemos - guitarra



Tracklist
01 Asesinos de Mentes
02 Agent Orange (Sodom - cover)
03 Bonded by Blood (Exodus - cover)
04 Screams of Agony

Acesse e conheça mais a banda


Confira nossas matérias com a banda Sacrario aqui.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Kiko Loureiro: Virtuosismo, Brasilidade e Peso

Lendário guitarrista nacional ativo enquanto o Angra permanece indefinido


Quando você vai ouvir o CD solo de um instrumentista já pode pensar que será bombardeado por milhões de notas por segundo feito por músicos de conservatório destinado para alunos de conservatório, o que ocorre em 99 % dos casos. 

Entretanto, existem exceções às regras e dentre elas impossível não elencar o nome de um dos maiores guitarristas do Brasil, Kiko Loureiro.

Felipe Andreoli (esq.) e Virgil Donati (cen.) abrilhantam álbum do guitarrista

Elogiar o trabalho do músico no Angra é chover no molhado, porém o mais interessante é que nos seus trabalhos solo, além de se cercar de músicos de qualidade, ele é capaz de explorar vertentes que vão do Jazz a MPB e do Metal Progressivo ao Fusion. 

Agora em “Sounds of Innocence” (2012) podemos ver um guitarrista ainda mais técnico e que soube balancear todas suas facetas em prol da musicalidade. É claro que os músicos que o acompanham fazem frente a esse bom resultado, pois na cozinha temos o já parceiro de longa data Felipe Andreoli (Angra, Almah) no baixo e o batera  italiano Virgil Donati (Ring Of Fire,  Planet X ).

O CD em si abre com “Awakening prelude”, uma passagem meio MPB que faz uma bela ponte para a quebradíssima “Gray Stone Gateway” e aquela que ganhou o primeiro vídeo clipe “Conflicted” (poderia ter mostrado o resto da banda, né Kiko?).

Outras influências do guitar hero são perceptíveis em “Ray Of Light”, uma cozinha avassaladora e “The Hymn” com elementos funkeados, lembrando muito o trabalho de guitarristas norte americanos como Joe Satriani. Sem abandonar suas características musicais, Kiko explora o regionalismo nas tocantes “Mae D’agua” e “El Guajiro".

Um caso raro de um músico que possuiu um talento acima da média, mas não faz a menor questão de fritar a paciência do ouvinte com linkados e harmônicos impossíveis. Em tempos que o futuro do Angra é incerto, é bom ter certeza que seus músicos continuam ativos e primando pela qualidade. 

Texto: Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Kiko Loureiro 
Álbum: Sounds Of Inocence
Ano: 2012
País: Brasil 
Tipo: Metal Instrumental 

Formação
Kiko Loureiro (Guitarras)
Felipe Andreoli (Baixo)
Virgil Donati (Bateria)



Tracklist
01 Awakening prelude
02 Gray Stone Gateway
03 Conflicted
4-Reflective
5-El Guajiro
6-Ray of Life 
7-The Hymn
8-Mãe D’água
9-Twisted Horizon
10-A Perfect Rhyme

Assista ao vídeo clipe de “Conflicted”



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Kamala: Chakras e Pecados em Sintonia




A banda paulista de Thrash Metal Kamala, lançou neste ano seu 3° petardo intitulado de “The Seven Deadly Chakras", que foi lançado em parceria com a MS Metal Records. A banda mostra seu som característico, porém diferente de seus lançamentos anteriores, aliando ainda mais experimentalismos e efeitos eletrônicos,  mas sem deixar o bom e velho Thrash Metal de lado. 

“The Seven Deadly Chakras" é um álbum conceitual, onde aborda em seu conceito o número 7, transcendendo em suas 14 faixas os 7 pecados capitais e os 7 chakras do corpo humano, tentando buscar um equilíbrio entre ambos.

Uma temática forte e complexa, só poderia resultar em um álbum destruidor, com composições inspiradíssimas que soam ainda mais modernas e complexas, com arranjos espetaculares, sem contar a variação rítmica que encontramos, que fará você ouvir o álbum por diversas vezes para entender as quebras de tempo. Outro ponto de destaque fica pela bela parte gráfica envolvida, feito pelo designer Luiz Moura, que explorou muito bem a temática do álbum, transcendendo todo o conceito na capa e no belo encarte, mostrando toda a preocupação da banda em lançar não apenas um excelente CD, mas sim algo que faça os fãs adquirirem o material, para explorar todo esse universo por completo.


Citar destaques fica difícil, pois o álbum é tão homogêneo e interligado que seria injusto citar essa ou aquela faixa, o que posso dizer é: ouça o “The Seven Deadly Chakras" sem medo, pois aqui você encontrará uma gama de sonoridades infinita, mostrando que a banda não se apega a rótulos.

Vale ressaltar que a produção e mixagem ficou novamente a cargo de Ricardo Piccoli, que soube muito bem trabalhar com os timbres envolvidos, deixando a mescla moderna e old em sintonia. O Kamala surpreende mais uma vez, mostrando identidade própria, e que está em um nível criativo impressionante, então não perca tempo, aperte o play e entre neste universo também!


Resenha por: Renato Sanson
Edição: Renato Sanson
Revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação


Ficha Técnica
Banda: Kamala
Álbum: The Seven Deadly Chakras
Ano: 2012 
País: Brasil
Tipo: Thrash Metal
Selo: MS Metal Records

Formação:
Raphael Olmos (Vocal e Guitarra)
Andréas Dehn (Guitarra)
André Rudge (Baixo)
Nicolas Andrade (Bateria)



Tracklist
01. Envy
02. Gluttony
03. Root
04. Heart
05. Solar Plexus
06. Third Eye
07. Greed
08. Pride
09. Sloth
10. Sacral
11. Lust
12. Wrath
13. Throat
14. Crown


Acesse e conheça mais a banda

Assessoria: MS Metal Press

Leia entrevista exclusiva com a banda clicando aqui.

Assista ao vídeo clipe de "Solar Plexus"

terça-feira, 16 de outubro de 2012

“Monster” é Kiss!

Banda acerta e recupera-se do álbum anterior


Nem tão monstruoso como o título faz menção, nem tão pouco expressivo quanto seu antecessor, a lendária banda norte-americana Kiss chegou ao seu 20º álbum de estúdio, “Monster” (2012).

Shows da banda seguem explosivos há 40 anos

Quase completando 4 décadas, Paul Stanley (vocal e guitarra), Gene Simmons (vocal e baixo), Eric Singer (bateria e vocais) e o Tommy Thayer (guitarra) lançaram um bom álbum, superior ao pouco expressivo “Sonic Boom” (2009) e, à esta altura do campeonato, um disco que surpreende, vindo de uma banda que não tem mais Ace Frehley nem Bruce Kulick nas guitarras, nem Peter Criss na bateria.

Paul esta afiadíssimo em estúdio

Mas, comparações a parte, mesmo sem a formação original (e é provável que “Psycho Circus” tenha sido, realmente, o último registro inédito com Ace e Peter), “Monster” deve agradar aos fãs da banda, chegando próximo às declarações do linguarudo (literalmente) Gene, de que o álbum remeteria à “Destroyer” (1976), “Revenge” (1992) e “Sonic Boom”.

Eric Singer usa a "máscara" de Peter Criss
Entenda que a banda tenta manter vários elementos setentistas/oitentistas da sua sonoridade, mas não encontraremos um disco como daquele período, embora os riffs de Stanley e Tommy nos levem à uma viagem no tempo, deixando o álbum não tão “modernoso” quanto seu antecessor, ou seja, aqui as coisas estão mais “naturais”, inclusive com músicas que nos remetem à clássicos. Ouça “All for the Love of Rock & Roll”, cantada pelo baterista Eric Singer, um grande Hard Rock classic e que será o segundo single do álbum.

A faixa “Hell or Hallelujah”, que abre o álbum, também é a uma das cativantes, batendo lado a lado com canções que também iniciavam “explosivamente” os discos da banda. Grande trabalho do grupo como um todo, com ótimo refrão e backing vocals.

Aquela característica de dividir os vocais (uma canta Paul, outra Gene) também se manteve. Seguindo a faixa nº2 com Gene detonando em “Wall of Sound”, que parece ter sido tirada de “Revenge”. Muito groove!

Grandes momentos passam também por “Back to the Stone Age”, a melhor do álbum e que deveria estar sendo executada ao vivo (mas a banda chegou naquele ponto em que os fãs ainda não se cansaram dos clássicos); “The Devi lis Me”, com aquele jeito “mafioso” de Gene exaltando-se. “Last Chance” fecha o álbum e é bem Hard Rock oitentista, agradará fãs da fase “colorida” da banda.

Kiss vai pegar você! Em novembro, no Brasil!

Às vésperas da banda desembarcar no Brasil (e o Road to Metal irá conferir o show em Porto Alegre em novembro), os fãs do Kiss podem não ter um novo clássico disco, mas pegarão uma banda mostrando que ainda tem força para oferecer um bom álbum Hard nesta época de “baixa” do gênero vindo dos EUA.

Stay on the Road

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Kiss
Álbum: Monster
Ano: 2012 
País: EUA
Tipo: Hard Rock




Formação
Paul Stanley (Vocal e Guitarra)
Gene Simmons (Vocal e Baixo)
Eric Singer (Vocal e Bateria)
Tommy Thayer (Guitarra)



Tracklist
1. Hell Or Hallelujah
2. Born To Be A Sinner
3. Out Of This World
4. Are You Ready?
5. Wall Of Sound
6. Freak
7. Back To The Stone Age
8. Shout Mercy
9. Eat Your Heart Out
10. It's A Long Way Down
11. The Devil Is Me
12. Take Me Down Below
13. All For The Love Of Rock & Roll
14. Last Chance
15. Right Here Right Now

Assista ao lyric vídeo de "Hell Or Hallelujah"

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Axecuter Libera Capa de Seu Novo EP




A banda curitibana Axecuter acaba de liberar a capa de seu vindouro EP, intitulado “Innocence Is Our Excuse” que será lançado em vinil de 7", com previsão de lançamento para o mês de novembro e sairá pelo selo alemão Dying Victims Prods.

O EP irá conter as faixas “Innocence Is Our Excuse” e “Blades Of The Hun”, que já estão disponíveis para audição no Soundcloud da banda.

E pelo que podemos conferir, o Axecuter continua fiel a sua proposta do Speed Metal sem frescuras, mostrando toda sua dedicação ao Heavy Metal. Agora é aguardar o lançamento de “Innocence Is Our Excuse” e adquirir está raridade.

Uma curiosidade: a capa de “Innocence Is Our Excuse” é uma releitura (irônica) da capa do álbum "Innocence Is No Excuse" do Saxon lançado originalmente em 1985.




Texto: Renato Sanson
Edição: Renato Sanson
Fotos: Divulgação

Acesse e conheça mais a banda
Contato: axecutermetal@hotmail.com

Confira nossa resenha sobre o EP "Bangers Previal" aqui.


Confira o vídeo clipe de "Too Heavy to Load"


Confira o vídeo clipe de "Bangers Previal"