O guitarrista e vocalista do Trivium, Matt Heafy, é filho de mãe nipônica e nasceu no Japão, e colocou para fora as suas influências e origens em seu trabalho solo, o Ibaraki, o qual vinha trabalhando há algum tempo.  O disco traz influências Black Metal e temática inspirada na religião xintoista, abordando monstros, deuses e deusas da mitologia japonesa.
Sobre a temática Matt comentou em entrevistas a algumas publicações no exterior que durante a produção do disco contou a Ihsahn (Emperor, que foi um dos grandes inspiradores do trabalho) que não tinha letras ainda, e falou para ele: “Eu gostaria de ser norueguês para poder escrever sobre Ragnarok e Thor lutando contra Jörmungandr”, e o mentor do Emperor lhe respondeu algo assim: “Matt, esse tipo de coisa já foi feita muito, toque em seu lado japonês”. E aí surgiu a ideia da temática das letras do disco.
O álbum intitulado "Rashomon" é Black Metal influenciado por músicos como Ihsahn (Emperor), que também colaborou com a produção, então o que temos aqui é liberdade criativa, com camadas sonoras densas, agressivas e velozes, mas com muita técnica e instrumental soando muito bem definido. Além do citado, ainda participam mais convidados especiais, como Nergal (Behemoth) e Gerard Way (My Chemical Romance).
Em meio à agressividade, velocidade e peso, temos incursões no progressivo, trechos mais melodiosos, limpos (inclusive os vocais), partes acústicas e instrumentos inusitados para o estilo, tornando a audição bem interessante, pois a cada música você fica esperando que novos elementos surgirão.
Matt faz um trabalho consistente e diversificado nas guitarras, com riffs quebrados, com peso e previsão. Nos vocais também nota-se um trabalho cuidadoso, variando agressividade e vocais limpos com muita competência.
Destaques? Dá para enumerar alguns, como "Kagutsushi", que entra logo após a intro de abertura traz uma boa tônica do álbum, alternando trechos agressivos e caóticos com partes progressivas e limpas. Matt mostra aqui muita competência em nuances vocais diversas; "Ronin", com Gerard Way aparecendo como convidado nos vocais, uma viagem progressiva, melodica e com certa melancolia em seus mais de 9 minutos; "Ibaraki-Doji", também longa, com mais de 7 minutos, traz nuances épicas e vai passando por diversos climas, com trechos progressivos e limpos, chegando a um ápice de velocidade e agressividade repentinamente, com um trabalho descomunal na bateria e riffs, sempre mantendo uma grandiosidade sonora.
Um trabalho de muito apuro musical, que apresenta novos ares ao Black Metal e Metal Extremo, mostrando que com talento, feeling e criatividade, sempre é possível trazer novidades ao Metal e seus principais sub-estilos.
Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Banda: Ibaraki
Álbum: "Rashomon" (2022)
País: USA
Estilo: Black Metal, Progressive Metal
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records 
Adquira o álbum no site da Shinigami
Tracklist
1. Hakanaki Hitsuzen
2. Kagutsuchi
3. Ibaraki-Doji
4. Jigoku Day?
5. Tamashii No Houkai
6. Akumu (Feat. Nergal)
7. Komorebi
8. Ronin (feat. Gerard Way)
9. Susanoo No Mikoto (feat. Ihsahn)
10. Kaizoku
 
.jpeg)
.jpeg)
.jpeg)
.jpeg)
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário