Mostrando postagens com marcador Bloody Violence. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bloody Violence. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Bloody Violence: Prontos para trucidar pescoços!

Na ativa desde 2013, o Bloody Violence é uma banda relativamente nova, mas que esbanja experiencia e profissionalismo, basta ouvir seu Debut "Divine Vermifuge", e todos os pensamentos de banda "nova" vão pelos ares. Recentemente voltaram de uma extensa turnê na Europa, e se preparam para tocar na 3° edição do "União Extrema Fest", que comemora os 7 anos do Road to Metal.

Para falar um pouco mais desta tour e das demais novidades da banda, falamos com o guitarrista Igor Dornelles.

Confira:


Road to Metal: Na constante busca pela descoberta de novos sons, há espaço para o perfeccionismo?

Igor Dornelles: Tentamos nos ater apenas na música e na importância que ela tem para nós. O perfeccionismo existe entre a gente porque faz parte de nossas personalidades fazer tudo da melhor maneira possível.

RtM: Mesmo depois de alguns anos de palco, alguns artistas narram o mesmo “friozinho na barriga” como nos primeiros shows. Com a Bloody Violence rolou esse frio na barriga nas apresentações internacionais?

Igor Dornelles: Isso é algo que aprendemos a conviver porque sofremos com isso em cada apresentação que realizamos, independentemente de onde seja visto que todo show é importante e damos nosso melhor em cada um deles. 

RtM: Ao ouvir (ler) a palavra “CLÁSSICO”, qual a primeira lembrança?

Igor Dornelles: Algo que é bom o suficiente em seu tempo para se tornar importante e apreciável no futuro. Se tratando de bandas, poderíamos citar Morbid Angel, Cannibal Corpse, Carcass etc.


RtM: De volta ao nosso hemisfério, qual a bagagem mais significante que a Bloody Violence trouxe dessa primeira tour europeia? 

Igor Dornelles: A música em si é só uma parte da coisa toda. O importante é a relação com as pessoas, profissionalismo e dedicação ao que se faz.

RtM: Durante a ‎Abusing Europe Tour 2015, a banda excursionou por vários países do continente europeu. Analisando o conjunto da obra, como foi a aceitação sonora das apresentações? Algum público em destaque?

Igor Dornelles: Os melhores shows aconteceram em Paris, Northeim e Mlada Boleslav. O público em geral reagiu de maneira como no Brasil. Como fazemos uma música não tradicional, a primeira reação sempre é de surpresa.

Leia nossa resenha do disco AQUI
RtM: Nessa primeira ida a Europa o Bloody Violence se apresentou como trio, sem o vocalista Cantídio Fontes. Como foram as apresentações nesse formato? 

Igor Dornelles: Nos preparamos da melhor maneira possível e o resultado foi excelente, além do que esperávamos. Conseguimos dividir o trabalho de cantar entre Israel e eu. E ele se saiu muito bem.

RtM: O Bloody Violence participou da 1° edição do União Extrema Fest, e agora retorna ao festival que já está em sua 3° edição, onde irão também comemorar os 7 anos do site Road to Metal. Qual a expectativa para esse show?

Igor Dornelles: É sempre bom tocar num festival bem organizado, que demonstra respeito com os músicos e público. No primeiro fest, tudo ocorreu bem, tivemos boas vendas de cd's e os outros shows foram muito divertidos. Estamos ansiosos para tocar novamente em São Leopoldo.

Bloody Violence na Europa!
RtM: Falando do recém lançado “Divine Vermifuge”. Como está sendo a aceitação do mesmo perante público e imprensa? E como foram as vendas do mesmo nos shows na Europa?

Igor Dornelles: Nosso som foge do tradicional. Logo, algumas pessoas gostam e outras nem tanto. Como qualquer coisa no final das contas. Tivemos uma ótima vendagem pela Europa, principalmente na França e República Tcheca.

RtM: É fato que vocês apresentam um som bastante técnico e abusivamente violento. Como é o processo criativo da banda? 

Igor Dornelles: Apresento o esqueleto das músicas para o restante do grupo e então as estruturamos de uma maneira que agrade a todos.


RtM: Para finalizar queria que falassem de suas influencias e deixassem uma mensagem aos leitores do Road to Metal.

Igor Dornelles: Ouvimos coisas diferentes o tempo todo. Da música erudita ao metal extremo. Do blues ao rock tradicional. Do jazz ao funk. Se tratando de bandas e compositores específicos, eu diria Psyopus, Viraemia, Schoenberg, Mahler entre outros.


Entrevista por: Uillian Vargas/Renato Sanson


Acesse e conheça mais a banda:


terça-feira, 5 de maio de 2015

Bloody Violence: Soando Como Uma Bomba Atômica!


Eis que o “full length” da banda Bloody Violence está calibrado e pronto para abrir fogo sem dó nem piedade. O trabalho recém-lançado foi batizado de “Devine Vermifuge”, trata-se de um álbum contendo oito faixas inéditas e nem bem esperou o EP “Obliterate” esfriar no caixão para dar as caras (curiosidade: pela definição da UK Albums Chart *: uma gravação conta como um álbum full length se ela tiver mais de quatro faixas ou pelo menos 25 minutos de duração). Uma verdadeira profusão de musicalidade, velocidade, técnica e groove (sim, groove).

Now I’m become death, the destroyer of worlds…
- Bhagavad Gita

A mesma frase citada nos ensinamentos hindus abre o “Divine Vermifuge”, porém dessa vez pronunciado por “J. Robert Oppenheimer”, um dos físicos que coordenou o “Projeto Manhatan”, em 1941. Oppenheimer ficou conhecido como: O pai da Bomba Atômica! E a citação que abre o disco sonoriza dor, pesar e arrependimento de quem viu sua criação servir à destruição.

Seleção (não) Natural

Neste clima denso e escuro as primeiras faixas do disco ilustram em notas e viradas, o quão pesado ele tem a intenção de ser (e cumpre perfeitamente com a proposta). Ainda não estamos falando das melodias!


Natural Selection developing new kinds of mutated species...” – (1- Lethal Nuclear Evil)

Cantídio Fontes (vocal) replica esse padrão amargo e pesado nas letras que compõem as oito músicas do disco. O que é mais letal de que uma bomba atômica, de alguns “mil megatons” explodindo sobre uma área povoada? Resposta: A ganância pelo poder, ganância pelo controle (do poder)! Embora as letras do disco disponham sobre mutações, explosões nucleares, destruição em massa, omissões e traições. Fica fácil transportar questões comportamentais, sociais e políticas para esse ambiente orquestrado pelo Technical Death Metal de “Divine Vermifuge”. Para deter tamanha injustiça desenfreada, vale apelar até para uma Dakini e que sua furiosa beleza possa lançar o desafio da justa punição aos impuros (se ela escutar o apelo, poucos irão sobrar)!


Se Simão falou, está falado.

Completando a beleza do que foi riscado no papel, existe o encaixe perfeito das melodias paridas por Igor Dornelles. Delegar palavras como pesado, rápido e brutal ao disco, seria como atear fogo às cinzas de um “disco voador” que caiu ao solo e incendiou no impacto (ainda que exista o que queimar nessa carcaça). Fica nítida a impressão de que houve preocupação uniforme durante as composições e mixagem de som. A bateria de Eduardo Polidori está muito bem marcada e traz um “gingado” diferenciado do Technical Death Metal tradicional. Claro, o que precisava ser feito, foi feito com sucesso. Mas ao ouvir, sentirás que há algo mais durante as execuções. Em alguns momentos exibe rapidez de um UFO em disparada no horizonte e em outros momentos a técnica e calma de um metódico serial killer em ação. Essa técnica pessoal, provavelmente nos deixe algumas pistas sobre um baterista de Death Metal que já visitou “outras escolas”, mas que está se saindo muito bem no estilo atual. Igor Dornelles, além de compor as melodias do disco, pilota uma “eight strings” com maestria. Isso fica claro no disco todo, mas é em “Putrid and Damned” que desde a intro até o último suspiro essa maestria não deixa nenhum questionamento em aberto: harmonia e agressividade, somadas à violência que o disco demanda.


E com esse cuidado que foi acometido ao disco, na hora de mixar, permite-nos ter acesso ao “Sava” e o seu baixo a qualquer instante no disco. Mas se quiser tirar a prova do que digo, basta prestar atenção no início da “The Faithmaker”, música que encerra MUITO BEM o álbum.

 Compassada, pesada e polêmica ela vem impregnada de um groove que a transforma totalmente após os 2 minutos. Junto com música (a esta altura já deves estar com o punho em riste e bangueando) surge um “sampler” fantasmagórico com voz feminina, que faz alegorias à chamados de abuso sexual. Na realidade, trata-se de um recorte de fala, de um documentário sobre “abuso sexual envolvendo ambientes religiosos” e de como a crença é usada de forma erronia (dentre muitas outras formas) por alguns líderes de cultos, para lograrem alguma vantagem sexual sobre os (as) fiéis.


Penetrate me with this finger, the finger of god...
-The Faithmaker

Mesmo com toda essa nova influência musical, não se pode deixar passar despercebida a influência dos mestres do passado (nem tão passado assim) nas composições: Cannibal Corpse, Dying Fetus e Nile!

Encerrando essa obra obscura, aparece a mão do Rafael Tavares na confecção da capa do disco. Como já é conhecido pelo estilo, Rafael se vale mais uma vez dessa brincadeira entre luzes e escuridão para compor a arte da capa. Boa parte da “cover” e é envolvida em escuridão, ao centro uma “entidade” (que se atribui santidade pelo fato de apresentar uma espécie de auréola em torno da cabeça) emanando tentáculo de si. Ao fundo há uma vegetação morta exibindo grandes espinhos e alguns humanoides cadavéricos espreitam a entidade. Seriam vítimas ou seguidores? De fato, a entidade, de olhos pálidos, traz um crânio nas mãos, lembra um crânio humano. Seria essa entidade o “Devine Vermifuge”? Não seria uma má ideia se um anti-helmíntico social e psicológico se abatesse sobre a sociedade em nível atômico, ao melhor estilo Bloody Violence.


Resenha por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson


Formação:
Cantídio Fontes – Vocal e Letras;
Igor Dornelles – Guitarra (8 cordas) e composição das músicas;
Israel Savaris – Baixo;
Eduardo Polidori – Bateria;

Tracklist:
1 Letahl Nuclear Evil – 05:29
2 Lethal Nuclear Evil [Dyatlov Pass] – 06:49
3 Mother of the Dying – 03:59
4 Putrid and Damned – 04:00
5 Sky Burial – 05:12
6 Colares UFO Flap – 04:23
7 Overseers – 03:41
8 The Faithmaker 04:33

Embalagem: Digipack
Fotos: Chama Vídeos Independentes e Marina Bischof
Gravação: Estúdio Hurricane, POA-RS
Arte Capa: Rafael Tavares

Selos: Terceiro Mundo Chaos Discos, Rock Animal, Violent Records & Oneye Rec .


Ou entra no face da banda e fala direto com eles e tenta uma versão autografada!



quarta-feira, 15 de abril de 2015

Cobertura de show - União Extrema Fest I: Destruição Sonora Em Nome do Underground (28/03/15 - Embaixada do Rock, São Leopoldo/RS)


Tudo que começa como um sonho bom, não pode se transformar em algo que traga decepção. Desse jeito surge a ideia de unir bandas que movimentam nossa cena local. "E se convidássemos algumas bandas locais para, juntas, promover um Fest?". Claro, a ideia não é original, mas quem já tentou sabe o quão isto é difícil e envolve fatores externos à vontade, para que se torne uma realidade.

Dos organizadores Tiago Alano (All That Metal) e Renato Sanson (Heavy and Hell/Heavy And Hell Press/Road To Metal), partiu a iniciativa de "juntar umas bandas" para fazer um som, e ver no que daria. O tom do comentário faz referência à brincadeira, mas na realidade o assunto foi tratado com muita seriedade e responsabilidade. Vamos ao fato.

Dia 28 de março de 2015, São Leopoldo (que já adquiriu identidade com extremismo sonoro) foi palco de mais uma grande noitada de muito peso. Rolou a primeira União Extrema Fest, quando foi possível conferir a qualidade e excelência de cinco, grandes, bandas gaúchas. Se estamos falando de Metal pesado e São Leo, só há uma casa capaz de suportar tanto peso: Embaixada do Rock!

Losna
A noite começou ao som das damas da Losna, uma verdadeira injeção de adrenalina direto no coração (ao melhor estilo “Pulp Fiction”). Como foi o primeiro show da noite, rondava o medo de que este fosse o show mais desprivilegiado de público. Porém a noite revelou que a Embaixada, nessa noite, não abrigaria muito mais gente do que já se encontrava lá para ver a LOSNA. Um set enxuto, porém primado de muita qualidade sonora e brutalidade  descontrolada. Nossas gurias estão cada vez mais afiadas, e contam com o suporte firme do Marcelo Pedroso na bateria. Honraram o thrash metal gaúcho e os anos de experiência, mais uma vez, com uma apresentação que se enquadra no estilo: Arma de destruição em massa!

Em continuidade da noite, os próximos a assumirem o palco, foram os integrantes da Bloody Violence. A jovem banda na ativa desde 2013, nesta noite foi desfalcada por um inseto. Cantídio Fontes, vocal da Bloody, não esteve em condições físicas de estar presente na noite do fest. Estava sob tratamento intensivo por suspeita de ter contraído dengue.

Bloody Violence
Cantídio fez muita falta nessa noite, mas nem por isso a banda se prejudicou na apresentação. Bem pelo contrário, o show foi sólido como uma das paredes de Alcatraz (em seus melhores dias). Nos momentos em que os vocais eram imprescindíveis, Israel "Sava" Savaris (Baixo) assumiu o microfone. Em outros momentos, Cantídio foi muito bem representado pela instrumentação das músicas. O Público presente pareceu um pouco "assustado”, mas depois se familiarizou e se aproximou do palco. Bloody apresentou as algumas músicas do novo álbum (Devine Vermifuge) e do EP (Obliterate).

CxFxCx
A noite já se apresentava por inteira no céu, e dentro da Embaixada era a hora da CxFxCx tomar conta do que já tinha sido preparado anteriormente pela Losna e Bloody Violence. Não só um show, mas o 1º União Extrema Fest, foi também um encontro de estilos e gêneros diferentes, todos unidos em nome do bem maior: METAL!

CxFxCx comandou com maestria a destruição Crossover, e agora a galera se sentia mais a vontade para começar as "rodas punk's", um claro sinal que a noite estava agradando!  E lá se foi mais uma grande noite para a CxFxCx. Complementando o show, o vocalista Renato realizou alguns registros da noite insana, que que você confere no vídeo a seguir.


Já se encaminhando para as horas finais do festival, era a hora da Revogar retomar a podreira no palco. Exibindo uma sonoridade perfeita, as guitarras era um convite ao "headbang". A banda promoveu um verdadeiro passeio pelo "Vale dos Suicidas" (primeiro trabalho da banda). Se ainda não conhece, acessa a Page da banda pelo Facebook, confere os   vários links disponíveis na página e não tenha pena do seu pescoço. Se nos vídeos, a sonoridade transborda qualidade e energia, no palco a banda exagera (e por isso somos muito gratos) em brutalidade e um profissionalismo que nos enche de orgulho (nível “gringo”).

Revogar
A chave de ouro que encerrou a noitada, foi trazida pela "Chute no Rim" casualmente a mesma chave usada para abrir os portões do inferno. Os alvoradenses mantiveram o pico de energia dissipado pela noite, e botaram a turma pra "bater cabeça" sem limites. Dá gosto de ver como a Chute no Rim melhora a cada apresentação.

Cinco bandas com muita experiência e sonoridade perfeita, das mais jovens às mais antigas. Uma noitada brutal que o ingresso custou dez reais. Se essa noitada fosse recriada em qualquer local que falasse a língua do “mundo antigo”, a noite custaria uns 30 ou 40 euros (tranquilamente) e provavelmente lotaria. Mas...

A União Extrema Fest é a prova de que vale a pena, cada sacrifício, cada noite insone, cada “NÃO” e cada dificuldade passada até o Fest se realizar.

Chute No Rim
Agradecemos imensamente à Embaixada do Rock, por abrir as portas, coração e palco, mais uma vez. Agradecemos aos que estiveram lá nessa noite, todos nós (organizadores, bandas e Embaixada) pensamos em vocês quando tomamos a decisão de tornar o Fest uma realidade.

Teu retorno foi tão excelente que a segunda noite alucinante já tem data, mas isso é assunto para outro dia e saberás como foi, por aqui, quando for a hora!

Às bandas, ficam os nossos “Parabéns”, e quando muitos ainda falam da “cena”, nós falamos de vocês e sobre vocês. São motivo de orgulho e enquanto vocês não desistirem, nós também não desistiremos. A vontade de vocês de continuar, é nosso combustível para acreditar que “amanhã” será bem melhor!


Face das bandas que tocaram no 1º União Extrema Fest:








Link para o evento da União Extrema II:


Cobertura e fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson