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domingo, 9 de outubro de 2022

Losna: “...somos uma banda old school e não abrimos mão de lançar o material físico”

Por: Renato Sanson


Músicos entrevistados: Fernanda (vocal/baixo) / Débora (guitarra) – Banda Losna de POA/RS

 

2020/2021 marcou o lançamento do novo álbum “Absinthic Wrangles” (4° da carreira) e também a primeira mudança de formação na banda desde 2004, onde agora o dono dos tambores é o baterista Mateus Michelon. Como foi esta mudança e a adaptação do novo integrante?

Fernanda - Felizmente conhecemos o Mateus há muito tempo e sempre acompanhamos a carreira dele tanto como super batera da Inheritours quanto como atleta. Sempre cultivamos a amizade e parceria nos palcos, com vários shows memoráveis. Além disso tudo, o Mateus tem muito bom gosto musical, nós curtimos as mesmas bandas! Um entrosamento muito fácil e facilitado belo bom humor desse cara fantástico!


“Absinthic Wrangles” traz a Losna na melhor forma possível. Esse seria o trabalho mais consistente da banda até o momento?

Débora - Complicado afirmar que é o mais consistente, até porquê isso soa muito subjetivo. O “Absinthic Wrangles” é um álbum feito com muito ódio amargo, feito num período difícil de nossas vidas, por isso ele é conceitual, sobre lutas... porque a vida é uma constante e infinita batalha!

Fernanda - Estamos preparando novas composições e mais uma vez com temática conceitual. Nossa formação está super bem integrada e estamos fluindo o processo com facilidade. Estamos discutindo se iremos primeiramente lançar um single pra comemorar essa formação ou se iremos juntar tudo no próximo álbum. Precisamos fazer um videoclipe também!


Como foi o processo de composição do mesmo?

Fernanda - Nós costumamos reservar um tempinho no final dos ensaios para ir lançando as ideias e contribuindo para a evolução da melodia. Geralmente nós iniciamos com um riff de guitarra que a Débora ia apresentando. Depois de irmos incorporando a bateria e o baixo trecho a trecho, finalizamos a parte instrumental e só depois eu preparo as letras e daí as linhas vocais. Mas é todo mundo envolvido e divertido, a gente deixa que a emoção da agressividade, violência e amargura vá sendo destilada às novas composições com naturalidade.

Débora - O processo de composição dos sons da Losna sempre é de forma democrática e neste álbum não foi diferente. Geralmente lanço os riffs, a Nanda acompanha com frases diabólicas tanto nas quatro cordas quanto nas letras e a bateria encaixa tudo daí.

Apesar de contarem com uma mudança de formação bem significativa, vocês caíram na estrada logo em seguida. Musicalmente falando, o que Mateus agrega a Losna?

Débora - Mateus é conhecido pelo codinome de “Extremo” e realmente condiz com isso. Dono de uma técnica impecável e velocidade absurda nos bumbos, ele, com certeza, vai somar ainda mais peso e amargura ao som da Losna. Além do que tem um humor formidável e tudo flui melhor, tanto nos ensaios quanto nos shows.


Falando em retorno aos palcos ainda mais de uma banda tão atuante e presente na cena. Como foi lidar com o período pandêmico?

Débora - Realmente foi um período bem complicado ficar sem tocar ao vivo, foi terrível, ainda mais que recém tínhamos lançado o “Absinthic Wrangles” bem na época do “Lock Down” do Coronavírus. Mas não ficamos parados, produzimos vários vídeos ao vivo para participar de Fests Online. Foi a saída, e espalhamos o nosso som amargo por Fests de vários Estados brasileiros e, inclusive, no exterior também. Focamos em divulgar os sons do “Absinthic Wrangles”. Claro que não é a mesma coisa que tocar ao vivo, mas foi uma saída muito produtiva com feedback excelente neste período tão obscuro da vida.


Qual foi a sensação de tocarem ao vivo após dois anos sem shows?

Débora - Foi formidável! Ainda mais que era a estreia do Mateus! Estávamos bem empolgados e com muita energia amarga acumulada para dissipar. E foi um show memorável, público compareceu e curtiu! Foi em São Leopoldo na nova Embaixada do Rock que infelizmente já fechou.

Foto: Uillian Vargas

Em termos de recepção e alcance “Absinthic Wrangles” está atingindo o que vocês esperavam?

Débora - Com certeza, ainda mais como uma banda underground como nós. Já divulgamos o “Absinthic Wrangles” até no Paraná e Paraguai, locais que nunca tínhamos tocado e foram experiências excelentes. Público compareceu e comprou o merchan. Mas todas essas experiências incríveis só foram possíveis com o ótimo trabalhado desempenhado pelo grande Flávio Soares da True Metal Records que lançou nosso álbum e faz nossa assessoria de forma exemplar, nos divulgando por aí. Em breve estaremos em São Paulo e até no Chile.

Fernanda - Sim, apesar de termos lançado em plena pandemia, conseguimos obter bastantes frutos com ele. Pudemos participar de várias lives, inclusive ao lado de bandas estrangeiras, ou seja, com um alcance bem generoso. Logo que que permitiram o retorno aos shows presenciais, pudemos, justamente contando com o grande Mateus, fazer shows empolgantes! Grande satisfação poder vivenciar isso tudo novamente, essa energia de encarar a plateia olho no olho. Isso não tem preço. Já poderemos agora fazer aqueles shows que teriam acontecido bem no período que veio a maldita pandemia. Agora sim estamos tendo a recepção que tanto esperávamos.


Muita coisa mudou desde a pandemia até o presente momento. Qual o pensamento de vocês sobre as lives e collabs é algo que devesse manter ou tiraria o alcance dos shows presenciais?

Débora - Acho que agora o momento é outro. Fests online não terão mais impacto como na época sem shows presenciais. A maioria das criaturas ainda curtem ver e ouvir a banda no modo ao vivo. Mas as lives e collabs são interessantes, já que as lives são mais na proposta de entrevistas e isso deu muito certo na época da pandemia, até hoje. Muito embora a audiência tenha baixado por conta da vida ter retornado ao normal. As pessoas já não ficam tanto tempo na frente de computadores como costumavam com o Coronavírus. As collabs são super interessantes, há várias uniões de músicos inusitadas que dão muito certo. Eu mesma participei de duas e minha irmã de outra. É bem interessante trocar figurinhas e percepções com outros músicos. Em breve faremos uma collab com as irmãs Losna e mais uma batera... hehehe.

Algo que chamou muito a atenção foi que inicialmente “Absinthic Wrangles” não foi lançado nas plataformas digitais logo de cara, mas sim a preferência foi o lançamento físico. Vemos cada vez menos os lançamentos físicos onde a maioria das bandas lançam seu material apenas no digital. É entendível, pois sabemos dos gastos e do pouco retorno também. Mas entendo que a consolidação do lançamento é ter o material em mãos! Como vocês enxergam está questão?

Débora - Ah... somos uma banda old school e não abrimos mão de lançar o material físico ainda. Para nós é essencial tocar no CD, sentir, ver o encarte com fotos e letras, sentir o aroma do CD, é algo insubstituível! Ainda bem que existem selos como o True Metal Records que prezam por isso. Ainda temos que tornar real o sonho de lançar um álbum da Losna no formato de vinil, será lindo! Mas, fazemos questão de estar em todos os meios possíveis de divulgação, como nas plataformas digitais. O importante é destilar muito som amargo por aí!

 

Links:

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sexta-feira, 15 de março de 2019

Ladies In Black: o underground vive e resistirá!



Se no dia 08 de março se comemora a data histórica do dia mundial da mulher, nada melhor que a cena gaúcha underground prestar sua homenagem. Foi exatamente o que presenciamos sábado passado (09/03) na tradicional Embaixada do Rock em São Leopoldo/RS, no “Ladies In Black” capitaneado pela lenda do underground nacional, Flávio Soares (Leviaethan).

Quatro bandas onde em todas tinham pelo menos uma integrante mulher, mostrando a força das meninas no Heavy Metal.


Para incendiar a noite que iria madrugada a dentro, tivemos o grande show da Soul Torment, que tem em sua frente a vocalista Deisi Wolff, onde apresentam um Thrash Metal com pitadas mais extremadas de alto nível, não deixando os bangers parados, já que a “pauleira” comeu solta em seu setlist composto por suas composições autorais. Tendo como destaque a primeira faixa em português “A Praga do Mundo”, apresentando todo seu potencial em um grupo que tem muita experiência de palco e com ótima presença, faltando apenas o lançamento do seu Debut para brindar está ótima fase.




Seguindo a frenética noite era hora da Psycophobia com seu Death/Black Metal old school, sem frescuras e extremamente direto tendo em suas lacunas Évora Morgana (guitarra) uma das percussoras do Heavy Metal no Brasil. Sem enrolação e delongas após uma pequena passagem de som, a Psycophobia despeja toda sua podridão e agressividade no público, não dando espaço para respirar e jogando seu arsenal autoral um atrás do outro, levando os bangers aos primeiros moshpits da noite. Um show correto e incessante.



Algo que vale sempre ressaltar, mas não como crítica negativa, mas sim construtiva é a qualidade de som que a Embaixada apresenta, que varia muito entre o bom e o médio. Pois em certos momentos as bandas sentiram certa dificuldade com este quesito e como estamos falando de um dos principais redutos do underground gaúcho, esse upgrade poderia ser dado, assim como na estrutura com melhor acessibilidade.


Seguindo o baile metálico tivemos a estreia das caxienses da Hatomic, quarteto feminino desembarcando pela primeira vez na região metropolitana de Porto Alegre. Empolgando os presentes com uma série de covers muito bem executados, variando entre: Sepultura, Metallica, Pantera e etc. Mas a grande surpresa da noite foi a composição autoral do quarteto, “Disorder”, mostrando o sangue novo da cena gaúcha com um poderio sonoro de muita qualidade com um Heavy Metal agressivo e diversificado. Claro que aquele cozimento de palco ainda é preciso, mas no que se propõem estão de parabéns e mostram que o futuro é promissor.




Fechando os portões do inferno um dos trios mais infernais do Brasil, Losna e seu Thrash Metal mais que gabaritado, tendo Fernanda (baixo/vocal) e Débora (guitarra) a sua frente, completando a destruição com o monstro Marcelo na bateria. Falar da Losna e sua qualidade é chover no molhado, um show empolgante, visceral e com uma banda soltando fogo pelas ventas, nos enchendo de orgulho e escancarando que os mais antigos ainda têm muita lenha para queimar. A presença de palco de Fernanda e Débora impressionam, assim como a técnica apurada de Marcelo. Uma apresentação monstruosa deixando os presentes inquietos e agitando até o último minuto.



Mais uma grande noite chegava ao fim em São Hell, onde o underground vive e não morrerá!

Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Indy Witch

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Entrevista - Losna: O Amargo do Underground Gaúcho

Fala galera que acompanha a Road To Metal, hoje vamos falar sobre a banda de Thrash Metal de Porto Alegre, LOSNA, formada pelo trio Fernanda Gomes (Baixo e vocal), Débora Gomes (Guitarra) e Marcelo Índio (Bateria).

Débora

Marcelo

Fernanda
A Losna vem destilando seu som amargo desde 2004. A banda propaga fúria e violência através de riffs cortantes, baixos alucinados, bateria destrutiva e vocais urrados! Podemos dizer que o som da banda é um Crossover de Thrash Metal, Old School Hardcore e pitadas de Death Metal. “Procuramos extravasar de modo poético, contundente e profano.” O terceiro álbum lançado, intitulado “Another Ophidian Extravaganza”, conta com 11 sons ácidos.


É comum toda banda falar que seu novo álbum é o melhor de sua carreira, em alguns casos é uma afirmação que os fãs e mídia corroboram, mas muitas vezes isso é somente para promover o lançamento. E no caso de “Another Ophidian Extravaganza”, que tem recebido comentários como sendo seu melhor trabalho, qual o sentimento de vocês a respeito disso? Consideram realmente este seu melhor, mais maduro e completo álbum?

Débora- Cada álbum tem sua peculiaridade e marca um registro sonoro que resume bem os momentos da criação. Não necessariamente achamos que o último seja o melhor, mas certamente nos empolgamos com as “novidades”, então dá mais vontade de falar mais sobre ele, de tocar suas músicas, é um apego ao “sabor do momento”...

E quanto a receptividade e a questão de distribuição e vendas do álbum, estão tendo os resultados esperados?

Débora- É impossível falar em vendas quando se trata de uma banda independente como a Losna. Rola algumas vendas de álbuns em shows e através de redes sociais, mas a maioria dos CDs são destinados à divulgação do som mesmo, nada de lucros monetários exorbitantes. Estamos muito longe dos mercenários midiáticos “bem sucedidos”.

Nos falem um pouco mais a respeito da arte da capa e do título do disco. Como surgiu a idéia, e quais os significados?

Fernanda- Gostamos muito do trabalho do Tiago Medeiros, ele transmuta graficamente o nosso som de modo muito bem lapidado. Neste trabalho ele captou a essência demoníaca do espírito absíntico: um misto de morte, caveirismo e liberdade, personificada no elemento central com seu olhar ofídico. A atmosfera ao redor vem complementar com vapores e fumaças esverdeadas os contornos libertinos da mente esquiva do personagem.


A banda Losna sempre recebeu elogios pelo conteúdo lírico, gostaria que vocês comentassem sobre a importância disso em um trabalho e também sobre os temas que a banda gosta de abordar em suas letras.

Fernanda- Nas letras nós costumamos nos inspirar no caos, refletir nosso âmago, expelir frustrações e gritar por revolta... os temas são variados, mas o que há de comum é a violência e a brutalidade. Em Amaro Sapore, por exemplo, abordamos os problemas da exploração em massa, tanto dos animais que engordam no pasto e são abatidos precocemente, quanto da mega exploração agroindustrial que degrada o meio ambiente. Também menciona a fertilização de campos com cadáveres humanos, a exploração do homem comum que precisa trabalhar para viver porcamente restando-lhe apenas sonhar com maravilhas inalcançáveis como carros esportivos de luxo, mansões e fortunas, e enquanto isso, o homem excluído pratica forçosamente o “freeganism” comendo lixo e o ricaço “bem-nascido” não precisa fazer nada para se manter e viver uma vida de rei. Somente um “gangster” consegue ultrapassar os limites e mudar sua condição de vida de pobre para magnata... Só assim existe ascensão.

Já em Serpent Egg, temos a descrição de uma estrutura comum a muitas espécies de animais e que é o símbolo da esperança, da transmutação, ou seja, o ovo. Essencialmente garimpado da ideia do sueco Ingmar Bergman, esse ovo decepciona ao revelar a serpente que nasce de seu interior. Seus olhos fendilhados, suas escamas, seu sangue frio... apocalíptico.

Animal Instinct revela um lado obscuro de um assassino que acredita ter cometido o crime perfeito. É a sensação plena da supremacia que brota na fera, o ato consumado e.... o prazer.

As outras letras, cada qual com a sua temática, também são “malvadas” assim... Gostamos bastante da Back to the Grotto, é sobre a “involução humana” e o cérebro reptiliano...

O que a banda vem buscando para melhorar as questões, de produção musical, promoção e divulgação da banda, e claro, também do espaço para shows? Vejo que a Losna trabalha essas questões, e acredito que muitas bandas passam por mais dificuldades por não encarar a carreira mais profissionalmente, pois sem investimento é ainda mais difícil.

Fernanda- Nós contamos com a assessoria da Débora da Metal Media, juntamente com o seu companheiro, Rodrigo Balan, que é gente do meio underground e faz um trabalho sensacional. Sempre temos ótimos contatos com zines e sites de pessoal engajado, como o Máquina do Metal, por exemplo. E uma coisa vai chamando a outra... esses tempos recebemos o convite para participar de uma coletânea do Cangaço. É assim: um “boca a boca” que funciona!

Já sobre a questão dos espaços pra shows realmente é difícil. Mas vez por outra nos esbarramos em algum “espartano” que organiza com esmero e dedicação, e do jeito que dá alguma coisa e então rola um show... Realmente, não está nada fácil!

Na visão de vocês, o público Metal tem mantido uma fidelidade, apoiando e adquirindo materiais, comparecendo aos eventos? Vemos todos os dias produtores falando a respeito de baixo público em eventos. Na percepção de vocês, quais seriam os grandes empecilhos que as bandas encontram?

Débora- As criaturas levam uma vida virtual, tudo se dá através de uma tela, vivem suas vidas dentro de uma cápsula onde o mundo é perfeito. Penso que não saem para a rua com temor do apocalipse ou de encararem a realidade.

Quais os planos da banda para 2016?

Débora- Já estamos compondo sons novos para o quarto álbum da Losna, faremos uns videoclipes e shows por aí. Mas sempre mantendo o espírito livre e alucinado!

Losna, obrigada pela entrevista, fica aqui o espaço para sua mensagem a todos bangers e leitores da Road To Metal.

Fernanda- Sempre que puderem ter a chance de fazer acontecer não desperdicem energias! Pratiquem suas necessidades primitivas de seres adoradores do que há de melhor neste universo underground. Vandalizem as regras burocráticas, quebrem os paradigmas, lutem pelo seu lugar no oculto e se revelem mesmo que nas sombras.

Débora- Quem quiser sentir nas veias um som amargo e visceral procure pela Losna nas redes sociais, youtube, site: losna.com.br e nos shows da vida por aí...

Fernanda e Débora- Agradecemos a ti Deisi, e a Road Metal por esse espaço gentilmente disponibilizado. Saudações ofídicas e extravagantes!

Nós que agradecemos! O próximo show da banda será no Metal Celebration VII, dia 28-05 no Centro Cultural Marcelo Breunig em Campo Bom-RS.



Entrevista por: Deisi Wolff

Revisão/edição: Renato Sanson

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Cobertura de show - União Extrema Fest I: Destruição Sonora Em Nome do Underground (28/03/15 - Embaixada do Rock, São Leopoldo/RS)


Tudo que começa como um sonho bom, não pode se transformar em algo que traga decepção. Desse jeito surge a ideia de unir bandas que movimentam nossa cena local. "E se convidássemos algumas bandas locais para, juntas, promover um Fest?". Claro, a ideia não é original, mas quem já tentou sabe o quão isto é difícil e envolve fatores externos à vontade, para que se torne uma realidade.

Dos organizadores Tiago Alano (All That Metal) e Renato Sanson (Heavy and Hell/Heavy And Hell Press/Road To Metal), partiu a iniciativa de "juntar umas bandas" para fazer um som, e ver no que daria. O tom do comentário faz referência à brincadeira, mas na realidade o assunto foi tratado com muita seriedade e responsabilidade. Vamos ao fato.

Dia 28 de março de 2015, São Leopoldo (que já adquiriu identidade com extremismo sonoro) foi palco de mais uma grande noitada de muito peso. Rolou a primeira União Extrema Fest, quando foi possível conferir a qualidade e excelência de cinco, grandes, bandas gaúchas. Se estamos falando de Metal pesado e São Leo, só há uma casa capaz de suportar tanto peso: Embaixada do Rock!

Losna
A noite começou ao som das damas da Losna, uma verdadeira injeção de adrenalina direto no coração (ao melhor estilo “Pulp Fiction”). Como foi o primeiro show da noite, rondava o medo de que este fosse o show mais desprivilegiado de público. Porém a noite revelou que a Embaixada, nessa noite, não abrigaria muito mais gente do que já se encontrava lá para ver a LOSNA. Um set enxuto, porém primado de muita qualidade sonora e brutalidade  descontrolada. Nossas gurias estão cada vez mais afiadas, e contam com o suporte firme do Marcelo Pedroso na bateria. Honraram o thrash metal gaúcho e os anos de experiência, mais uma vez, com uma apresentação que se enquadra no estilo: Arma de destruição em massa!

Em continuidade da noite, os próximos a assumirem o palco, foram os integrantes da Bloody Violence. A jovem banda na ativa desde 2013, nesta noite foi desfalcada por um inseto. Cantídio Fontes, vocal da Bloody, não esteve em condições físicas de estar presente na noite do fest. Estava sob tratamento intensivo por suspeita de ter contraído dengue.

Bloody Violence
Cantídio fez muita falta nessa noite, mas nem por isso a banda se prejudicou na apresentação. Bem pelo contrário, o show foi sólido como uma das paredes de Alcatraz (em seus melhores dias). Nos momentos em que os vocais eram imprescindíveis, Israel "Sava" Savaris (Baixo) assumiu o microfone. Em outros momentos, Cantídio foi muito bem representado pela instrumentação das músicas. O Público presente pareceu um pouco "assustado”, mas depois se familiarizou e se aproximou do palco. Bloody apresentou as algumas músicas do novo álbum (Devine Vermifuge) e do EP (Obliterate).

CxFxCx
A noite já se apresentava por inteira no céu, e dentro da Embaixada era a hora da CxFxCx tomar conta do que já tinha sido preparado anteriormente pela Losna e Bloody Violence. Não só um show, mas o 1º União Extrema Fest, foi também um encontro de estilos e gêneros diferentes, todos unidos em nome do bem maior: METAL!

CxFxCx comandou com maestria a destruição Crossover, e agora a galera se sentia mais a vontade para começar as "rodas punk's", um claro sinal que a noite estava agradando!  E lá se foi mais uma grande noite para a CxFxCx. Complementando o show, o vocalista Renato realizou alguns registros da noite insana, que que você confere no vídeo a seguir.


Já se encaminhando para as horas finais do festival, era a hora da Revogar retomar a podreira no palco. Exibindo uma sonoridade perfeita, as guitarras era um convite ao "headbang". A banda promoveu um verdadeiro passeio pelo "Vale dos Suicidas" (primeiro trabalho da banda). Se ainda não conhece, acessa a Page da banda pelo Facebook, confere os   vários links disponíveis na página e não tenha pena do seu pescoço. Se nos vídeos, a sonoridade transborda qualidade e energia, no palco a banda exagera (e por isso somos muito gratos) em brutalidade e um profissionalismo que nos enche de orgulho (nível “gringo”).

Revogar
A chave de ouro que encerrou a noitada, foi trazida pela "Chute no Rim" casualmente a mesma chave usada para abrir os portões do inferno. Os alvoradenses mantiveram o pico de energia dissipado pela noite, e botaram a turma pra "bater cabeça" sem limites. Dá gosto de ver como a Chute no Rim melhora a cada apresentação.

Cinco bandas com muita experiência e sonoridade perfeita, das mais jovens às mais antigas. Uma noitada brutal que o ingresso custou dez reais. Se essa noitada fosse recriada em qualquer local que falasse a língua do “mundo antigo”, a noite custaria uns 30 ou 40 euros (tranquilamente) e provavelmente lotaria. Mas...

A União Extrema Fest é a prova de que vale a pena, cada sacrifício, cada noite insone, cada “NÃO” e cada dificuldade passada até o Fest se realizar.

Chute No Rim
Agradecemos imensamente à Embaixada do Rock, por abrir as portas, coração e palco, mais uma vez. Agradecemos aos que estiveram lá nessa noite, todos nós (organizadores, bandas e Embaixada) pensamos em vocês quando tomamos a decisão de tornar o Fest uma realidade.

Teu retorno foi tão excelente que a segunda noite alucinante já tem data, mas isso é assunto para outro dia e saberás como foi, por aqui, quando for a hora!

Às bandas, ficam os nossos “Parabéns”, e quando muitos ainda falam da “cena”, nós falamos de vocês e sobre vocês. São motivo de orgulho e enquanto vocês não desistirem, nós também não desistiremos. A vontade de vocês de continuar, é nosso combustível para acreditar que “amanhã” será bem melhor!


Face das bandas que tocaram no 1º União Extrema Fest:








Link para o evento da União Extrema II:


Cobertura e fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Resenha de Show - Festival Coletivo Extremo: O Covil dos Lobos


O covil dos velhos (e não tão velhos) lobos da estrada recebeu uma sacudida no dia 23/08/2014 (sábado), foi o anfitrião para o I Festival Coletivo Extremo. Festival porque foi uma celebração máxima da podreira contando com a participação de cinco bandas. Coletivo, porque só existiu com a colaboração, empenho e auxílio de todos os envolvidos no Fest (bandas, produtores e colaboradores) e Extremo, porque quando trouxermos os nomes das bandas, será muito claro entender esse termo.

Por volta das 23h25m os portões foram liberados, cada um que adquiriu ingresso ganhou, também, um número de identificação que lhe garantia uma chance de estar entre os sortudos que participaram de vários sorteios durante a noite. Alem disso os primeiros 24 primeiros que entraram ganharam um CD e um adesivo (sem direito de escolha, o brinde era aleatório).

Primeiro gostaria de falar um pouco sobre o organismo vivo chamado “Artemísia absinthium”, traz propriedades afrodisíaca, antisséptica, estomáquica, digestiva, tônica e vermífuga. Porém se consumida em excesso pode causar tremores, convulsões, tonturas ou delírios.  Tendo contextualizado a introdução da convidada, Senhoras e Senhores, aqui apresento a nossa primeira banda da noite e agora não usarei mais o nome científico. Claro que a descrição dos efeitos colaterais deu uma pista que se trata da LOSNA.

LOSNA
Fernanda Gomes, Débora Gomes e Marcelo “Índio” Pedroso deram o start do fest com muita energia. Nossa vida terráquea vem se contaminando pelos milênios que seguem com o pensamento que o gênero feminino é frágil, fraco e que seu lugar é na cozinha. Seria até engraçado (se não fosse desastroso) ver alguém tentando convencer as gurias da Losna dessa máxima. Fernanda e Débora desfilaram muita atitude acompanhada de feminilidade e sensualidade, passando muito (mas muito) longe do vulgar.  O trio disparou canções de autoria própria, e ao perceber, muitas não era novidade entre os bangers. O que denota que estávamos entre conhecidos e amigos.

 Bom, hora de confortar a garganta com um bom gole de cerveja e deixar a Morterix subir ao palco e sem permitir que a energia se dissipe. Mais um trio no palco, dessa vez foi à oportunidade de Lucas "Dirty Rotten" Jacomelli, Fábricio "Thrasher” e Rodrigo "HC" Chávez demonstrarem todo poder do seu Thrash Anti-Politics. Foi uma noite muito especial e tudo estava colaborando positivamente: O local, o público e o som estava valente o suficiente para suportar tamanha violência. Em uma das introduções Rodrigo anuncia:

 - “Esse som que a gente vai fazer agora, no refrão a gente manda tomar bem no meio “daquele lugar”. Mas não vocês! Mandamos os neonazi de merda essa ideologia porca. Aqui vocês não se criam seus merdas”.

MORTERIX
Automaticamente a Morterix foi ovacionada no palco e o Thrash reassumiu seu lugar na noitada. Uma apresentação sóbria, poderosa e veloz, merecedora de todo respeito e sucesso garantido.

Já estávamos beirando a madrugada e os equipamentos estavam sendo ajustados novamente. Pois que, de Montenegro veio à peste platelminta em forma de Death Metal representada pela Cestycercosi. Eis que Surge o primeiro foco de micro Circle of Death em frente ao palco, impulsionado pelo Death “matador” da Cestycercosi. Tenho a impressão que vontade de “se quebrar” não faltou, mas levado em conta o tamanho do lugar, a mesa de sinuca no meio da galera e a mesa de merchandise ao canto da parede, a galera deu uma segurada na quebradeira. Afinal de contas, estamos habitando o santuário dos Mutantes e o respeito prevaleceu.

CESTYCERCOSI
E até nisso, a noite foi um verdadeiro show, e todos beberam o suficiente para se perder na euforia, mas o respeito sempre esteve presente e em nenhum momento os ânimos se elevaram. Parabéns à Cestycercosi, quando estiver achando Montenegro monótona, Porto Alegre aguarda ansiosamente por uma nova apresentação.

STEEL GRINDER
A Steel Grinder chega ao palco para se apresentar e veio com toda força do Heavy Metal “moendo” tudo pela frente. Jonas Torres, Jay Torres, Marcelo Pedroso (O índio? Sim, o próprio) e Matheus Souza conduziram com maestria, a desgraceira sonora. Uma mistura de Heavy e Thrash Metal formou a combinação perfeita para que o estopim continuasse aceso noite adentro, realmente uma agradável surpresa o som da banda. Via-se o Flávio Soares (Leviæthan) passeando entre a galera neste instante, não era de graça, algo importante ainda estava por vir.  Quem pensou assim, como eu, teve enorme prazer em receber o presente da Steel Grinder + Flávio Soares = ACE OF SPADES. As reações foram as mais variadas possíveis, todas positivas claro!

Fundada em 2007, a Natural Chaos vem pra fechar a noitada, já na eminência do nascer do sol. Havia que se ter um pouco de pressa, pois precisaríamos das forças escuras do Death/Thrash Metal antes que o sol se fizesse presente. Tivemos esse tempo, claro. Cada banda usou da mesma parcela temporal para se apresentar jogo limpo, direto e reto como um soco na cara. O Caos Natural vem estruturado pelos “macro-organismos” Sidney "Sapão" Benites (Que na ocasião homenageava Eric Draven usando a camiseta com a estampa do Corvo), Carlos "indulgence" Oliveira, Anderson "gt" e Paulo Peixoto.

NATURAL CHAOS
Despejaram uma sequencia sonora destruidora e pra coroar a apresentação e a noitada, fecharam com Black Magic do Slayer (antológico disco “Show No Mercy” de 1983).  Até que o último riff tivesse sido libertado, até que o último Amp tivesse sido desligado e até que o último prato da bateria fosse desconectado, o clima do I Coletivo Extremo foi de pura euforia, comparado a um vulcão em erupção.

Entre as apresentações das bandas, João Henrique (produtor do evento junto com Renato Sanson) fez os sorteios de alguns prêmios com a ajuda do público. Cinco bandas que aguçaram todos os sentidos nessa noitada e vale um agradecimento especial para o sexto componente especial que garantiu o sucesso da noite: O Público. 

Final do show com todas as bandas e produtores em cima do palco
O Fest foi pensado e organizado para vocês, obrigado pela resposta! Mais de cem pagantes compareceram no Mutantes, um número que superou a expectativa. Qualquer um com conhecimento básico em matemática deu-se por conta que, pagou dez reais (10,00) para ver cinco bandas excepcionais. Numa conta simples, a média de custo do ingresso para cada banda custou dois reais (2,00). Em nenhum outro lugar isto será visto novamente!

Com o bar lotado o pensamento que fica evidente mais uma vez é: Sim, as pessoas sentem falta de eventos e lugares underground! Obrigado, também, ao João Henrique (Metal Celebration) e Renato Gimli Sanson (Heavy and Hell Press) pela idealização do projeto.

Cobertura por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas/Mony Ventura


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