Mostrando postagens com marcador Folk Rock. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Folk Rock. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Braia: Diversidade Ainda Maior no Segundo Álbum

 


Braia é um projeto solo do multi-instrumentista Bruno Maia (Tuatha de Danann), cujo primeiro álbum, "Braia... e o Mundo de Lá", foi lançado em 2008, e também teve um DVD, gravado em 2009 no Teatro Marista em Varginha (MG).

Neste 2021 o músico retorna com o segundo trabalho do projeto, "Braia...e o Mundo de Cá", trazendo ainda mais diversidade musical, além de ser totalmente instrumental. Nas palavras do próprio Bruno Maia "Tem baião, tem samba, ijexá, uns arrancado de viola caipira, tem muita mineiridade bucólica em alguns acordes típicos do Clube da Esquina; enfim tem muito do Brasil, do mundo de cá, mas sem desprender do fantasma céltico irlandês que sempre me assombrou."


Este segundo disco foi nascendo quando Bruno criou seu próprio estúdio, batizado de "Braia", e foi compondo músicas com esses ritmos brasileiros misturados às inspirações celtas e progressivas, e depois percebeu que o que estava sendo criado era um novo disco do Braia, o qual foi finalizado através de financiamento coletivo e por incentivo da Lei Aldir Blanc.

Essa mistura de ritmos e temas que abordam fatos históricos de nosso Brasil, principalmente das Minas Gerais, soa perfeitamente coeso, cheio de criatividade e livre de rótulos, e de brinde, instiga a curiosidade do ouvinte a saber mais sobre os temas.

A abertura com "Sabarabuçu Set" (nome que os indígenas davam a uma suposta montanha repleta de esmeraldas) já é um excelente cartão de apresentação para essa diversidade musical, que funde de forma coesa ritmos brasileiros, celtas e certas nuances progressivas.

E que tal um "samba celta"? É o que ouvimos em "Trem do Rio", cujo tema foi utilizado na música "Turn", do Tuatha de Danann; o forte acento celta "mineirês" típico de Bruno, está sempre presente, como em "Puizé Celta, Uai!" (O músico conta que o título foi inspirado no tanto de vezes que teve de responder que tipo de música tocava).

E tem baião com banjo e violino, num ritmo contagiante e até dançante em "Diadorina"; e a beleza e certa melancolia nos acordes e melodias de "Quebranto Cataguá".

O progressivo é o tom principal em "Um Besouro na Esquina", que, segundo os autores, homenageia duas grandes influências: Beatles e O Clube da Esquina (grupo de músicos surgido em Minas nos anos 60, tendo como membros Milton Nascimento, Beto Guedes e Flávio Venturini entre outros). Interessante que é possível notar passagens que remetem aos dois grupos citados.

São só alguns pequenos recortes do que você vai ouvir nesse trem musical do Braia, onde cada vagão, cada estação, traz coisas novas.

Braia é musicalidade, entretenimento, arte, história...é cultura, música que voa livre e bate agradável no ouvido, proporcionando uma viagem musical  repleta de surpresas.

O álbum pode ser adquirido no site oficial da banda e também está disponível nas principais plataformas. O primeiro CD também foi relançado, em digipack e contendo faixas bônus.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Braia
Álbum: "Braia...e o Mundo de Cá" 2021
Estilo: Folk Rock, Celta, Progressivo
País: Brasil
Produção: Bruno Maia

Site Oficial

Spotify

TRACK LIST:
1. Sabarabuçu Set
2. Rio das Mortes
3. Diadorina
4. Trem do Rio
5. Quebranto Cataguá
6. Capão da Traição
7. Pai Ambrósio
8. Puizé celta, uai!
9. Tira-couro
10. Um Besouro na Esquina
Bonus Track:
11. Tempos Idos 2021
12. Tumbero





quarta-feira, 28 de julho de 2021

Blackmore's Night: A Magia da Natureza e da Música da Dupla Candice/Ritchie



Fundada em 1997 pelo lendário guitarrista Ritchie Blackmore (Rainbow, Deep Purple) e sua esposa Candice Night, o Blackmore's Night é onde a dupla explora suas influências e inspirações na música Folk e Medieval europeia.

Depois de um período em que Blackmore retornou com um reformulado Rainbow para algumas tours e álbuns ao vivo, o casal agora entra novamente na máquina do tempo e retoma a atenção para seu Blackmore's Night.

O grupo lançou este ano seu décimo álbum de estúdio, "Nature's Light", e a dupla central explica que o conceito é sobre a simplicidade e magia que a natureza proporciona, com pequenos milagres diários que acontecem diante de nossos olhos, como a mudança das folhas nas estações, a nova vida na primavera, a neve cristalina caindo do céu e o encanto da lua e estrelas.


A tríade inicial, "Once Upon December", "Four Winds" e "Feather in the Wind",   já transportam o ouvinte imediatamente através do tempo, com as  melodias cativantes e os vocais etéreos e doces de Candice. Os instrumentos de época, que são elo importante para a criação da atmosfera da música da banda, também estão maravilhosamente encaixados nos arranjos.

Mas nem só de instrumentos acústicos está composto o mundo musical do Blackmore's Night, pois Ritchie coloca sua Fender para trabalhar em inspirados solos e melodias, como na mística instrumental "Darker Shade of Black".

Destaco ainda a beleza e frescor da faixa título "Nature's Light", em um clima medieval perfeito,  suas melodias soam como uma verdadeira saudação a rainha natureza, levando-nos a imaginar uma recepção real; a alegria contagiante de "Going to the Faire", que traz os filhos de Candice e Ritchie participando nos backing vocals.


E fechando o disco, uma agradável releitura de "Second Element", de Sarah Brightman, que eu coloquei no repeat algumas vezes!! Destaque para o solo de Ritchie, que remete aos seus momentos no Rainbow. 

"Nature's Light" pode até não estar no patamar dos melhores álbuns do banda, mas é um belo retorno, após mais de 5 anos sem um full-lenght traz ótimos momentos, aquela magia musical, agradável, cativante e única está intacta. Candice continua encantando com sua voz, e Ritchie, bom, é uma lenda, uma referência.

Aceite o convite de Candice, e tenha agradáveis momentos: "Viaje de volta no tempo conosco, para um tempo mais simples e mágico, onde a música entra em seu coração e alma."

O disco está disponível no Brasil via Shinigami Records em uma caprichosa edição digipack.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Blackmore's Night
Álbum: "Nature's Light" 2021
Estilo: Folk Rock, Música Medieval, Celta
País: Inglaterra/USA
Selo: earMusic/Shinigami Records


Adquira o álbum na Shinigami

Ritchie Blackmore – guitarra acústica e elétrica
Candice Night – Vocals, flauta, pandeiro
Bard David of Larchmont –  Teclados, Background Vocals
Earl Grey of Chimay – Baixo
Troubadour of Aberdeen – Percussião
Scarlet Fiddler – Violino
Lady Lynn – Background Vocals


Tracklist
Once Upon December
Four Winds
Feather in the Wind
Darker Shade of Black (instrumental)
The Twisted Oak
Nature’s Light
Der Letzte Musketier (instrumental)
Wish You Were Here (2021)
Going to the Faire
Second Element




quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Dorian Sorriaux (Blues Pills): O Lado Mais Intimista em EP Solo



Desde muito jovem ligado à música, o guitarrista francês Dorian Sorriaux vem galgando uma bem sucedida carreira na banda sueca Blues Pills, grupo ao qual juntou-se no ano de sua formação, em 2011, aos seus 16 anos de idade. O jovem quarteto (atualmente contam com um quinto membro para as tours e sessões de estúdio, Ryckard Nygren, guitarra e órgão) logo foi chamando atenção pela sua performance de palco e pela sonoridade, influenciada pela música dos anos 60 e 70. Desde então, lançaram vários EPs e Singles, assinaram com a Nuclear Blast, lançando dois Full-Lenghts de estúdio e dois álbuns ao vivo (em novembro do ano passado foi lançado o DVD/Blu-Ray "Lady in Gold - Live in Paris", o qual será lançado em edição nacional pela Shinigami Records), além de extensas tours, passando por vários países como headliners e diversos festivais.  (English Version)

Enquanto o grupo dá uma pausa após cerca de um ano e meio divulgando o mais recente álbum, "Lady in Gold" (2016), o guitarrista Dorian Sorriaux encontrou tempo para trabalhar em seu projeto solo. Conversamos com Dorian para saber mais a respeito desse trabalho, e também sobre sua carreira e claro, o Blues Pills. Confira a seguir:


RtM: Você está lançando seu trabalho solo, então, para começar esta entrevista, conte-nos o que os fãs podem esperar deste EP, chamado "Hungry Ghost", em termos de sonoridade e também as diferenças com relação ao seu trabalho no Blues Pills? Percebi que é mais intimista e acústico. 
Dorian Sorriaux: O projeto solo é bastante diferente do Blues Pills, o que de início também me deixou um pouco receoso de lançá-lo. Eu me inspirei em música Folk dos anos 60, e é muito mais íntimo para mim. Somos 5 pessoas no palco no Blues Pills, e ás vezes, tipo você pode meio que se esconder atrás dos outros musicalmente. É muito mais intimista, pois são músicas que eu escrevi e a música folk é mais suave, soa mais pessoal. Eu escrevi um demo uma vez e enviei a um amigo com o título de "vulnerable as fuck" como uma piada (risos), porque era algo muito vulnerável.
Quando toco sozinho não sinto a vibração tipo "bebendo uma cerveja num show de rock". É mais calmo, com uma audiência às vezes sentada. Ainda adoro tocar com o Blues Pills, claro, ambas as coisas são realmente divertidas!

"O projeto solo é bastante diferente do Blues Pills, o que de início também me deixou um pouco receoso de lançá-lo."
RtM: E para os fãs e interessados, como o EP será disponibilizado? Será lançado por algum selo? Sairá em formato físico e digital? 
DS: Será lançado, assim espero, em abril, nos formatos digital e físicos regulares. Naturalmente, haverá vinil também. Ele será lançado através de um selo, mas não posso dizer mais sobre isso ainda, estou finalizando os detalhes do lançamento no momento. Haverá mais informações muito em breve!

RtM: Você vinha sentindo a necessidade de fazer um trabalho solo? E quais fatores positivos você gostaria de apontar para a oportunidade de um artista lançar um trabalho nesse formato?
DS: Sim, acho que senti a necessidade de fazê-lo. Estive ouvindo música folk há anos e comecei a escrever músicas nesse estilo alguns anos atrás. É divertido, e quando eu escrevo músicas sozinho, elas geralmente são mais "folky". Então eu sabia que queria fazer algo nesse estilo em algum momento.
Então, depois de viajar por 1,5 anos com a tour do álbum "Lady in Gold", decidimos fazer uma pausa de turnês com o Blues Pills. Então, senti que era o momento perfeito para iniciar o projeto solo, típico sentimento  de "agora ou nunca" por algum motivo.

RtM: Eu vejo que você também mostrou sua qualidade como vocalista em seu solo, então eu gostaria que você nos dissesse também se é algo que você deseja desenvolver mais e quais os vocalistas que você mais admira?
DS: Obrigado. Eu costumava cantar quando adolescente, mas parei por alguns anos quando entrei no blues. Então eu comecei a lentamente a cantar novamente, mas foi quando eu comecei a cantar Folk. Eu parei de tentar ter uma voz  mais rock, senti-me mais natural em canções folk e mais suaves.
Alguns dos meus cantores favoritos são Van Morrison, Terry Reid, Curtis Mayfield, John Martyn, Donny Hathaway ..
É muito sobre as músicas e sobre as emoções que eles colocam nelas. Neil young é definitivamente um dos meus cantores favoritos. Não é que ele tenha voz mais incrível do mundo, mas ele escreveu algumas das músicas mais incríveis que ouvi.

RtM: Como foi escolhido o track-list? Quais fatores pesaram na escolha de músicas que estão no EP?
DS: Ele veio de forma bastante natural. Eu sabia qual música deveria ser a primeira e qual deveria ser a última. Então, daí, foi muito fácil finalizar o track-list.
Eu tinha muitas músicas para escolher e acabei não gravando somente duas, que inicialmente pensei que gravaria. Eu e Zach, que produziu o EP, fomos ouvindo minhas músicas e escolhendo aquelas que sentimos que eram as mais fortes à primeira vista. Também sentimos que essas 4 músicas ficavam bem juntas.

"Quando eu escrevo músicas sozinho, elas geralmente são mais "folky", então eu sabia que queria fazer algo nesse estilo em algum momento."
RtM: E você poderia falar um pouco de cada uma das músicas no EP?
DS: Claro!
"Huitoto" foi escrita no meu sofá, veio muito rápida. Tipo, eu simplesmente toquei toda a música enquanto gravava no meu telefone e essa foi a demo. As letras desta música são um pouco mais vagas, o que eu também gosto, para que as pessoas possam colocar seu próprio significado nela. Para mim, é uma música sobre a perda, mais como se perder ao fazer coisas em sua vida que não o fazem feliz.

"Hungry Ghost" ("Fantasma Faminto") também foi escrita no meu sofá! Lembro-me de ter que passar um pouco de tempo descobrindo a parte do refrão, mas uma vez que veio, a música estava completa. O título é inspirado em um livro de Gabor Maté. Para mim, fantasmas famintos é onde estão os desejos intermináveis. É o fantasma faminto em nós que sempre procura mais. Mais dinheiro, mais sucesso, mais bebidas ... É uma coisa diferente para todos e, obviamente, é muito mais forte para algumas pessoas. O fantasma faminto opta por esconder a dor e ter o prazer temporário, então você não consegue parar de procurar esse sentimento temporário e você fica preso naquele caminho.

Eu tive a ideia de "Need to Love" ("Preciso Amar") em Porto (Portugal) enquanto eu estava em turnê com Blues Pills. Acabei andando por uma rua sombria da cidade e passei por sem-teto fumando crack. Essa imagem ficou comigo, não planejei gravar esta música, mas Zach gostou quando mostrei os demos. Então terminamos no estúdio e estou muito feliz com a forma como foi finalizada.

"Hello my Friend" ("Olá meu Amigo") sinto que é a música mais pessoal do EP. É sobre um amigo que estava passando por problemas psicológicos. Costumávamos sair muito e tocar música e, de repente, não pude mais lhe ajudar. Então eu ouvi que ele estava em um hospital mental. Então a música tornou-se mais sobre alguns dos meus amigos que sofreram, alguns que não aguentaram viver mais nesse sofrimento. Então, bastante pesada e pessoal.


RtM: Você tem planos para fazer um álbum completo e talvez para fazer alguns shows ou uma pequena tour para promover seu trabalho solo?
DS: Sim eu quero! Gostaria de lançar um full-lenght este ano. Eu  comecei alguns shows solo, e estou planejando uma tour próxima do lançamento do EP.

RtM: Falando um pouco em influências, gostaria que você nos conte sobre o seu começo na música, quais eram suas principais influências e como o seu interesse pela música e tocar violão e guitarra começou?
DS: ZZ TOP foi minha principal influência quando era um garotinho. Eles se tornaram minha banda favorita em torno de 4/5. Então eu descobri os primeiros álbuns do Status Quo, AC/DC, Rory Gallagher, Jimi Hendrix, Eric Clapton ..

RtM: E quando você adquiriu sua primeira guitarra?
DS: Eu tinha 9 anos, era uma guitarra clássica que minha mãe me comprou em uma loja de artigos usados. Eu ainda a tenho!

RtM: Atualmente, existem muitas novas bandas que fazem música influenciadas pelos clássicos dos anos 70, usando essa sonoridade e até mais visuais "vintage". Há sempre aqueles que seguem esta estrada para tirar proveito de algum movimento ou tendência, mas há bandas que fazem esse tipo de música realmente espontaneamente, como podemos sentir no seu caso e nos Blues Pills. Gostaria que você comentasse sobre isso e como o interesse nesse som clássico surgiu e quais os fatores que você acha que contribuíram para ser tão natural para você compor e tocar este estilo vintage?
DS: Todos nós, no Blues Pills, fomos fortemente inspirados pela música dos anos 60 e 70, e aquelas gravações soavam como uma guitarra ou bateria gravada direta em fita e isso é o que é. Não havia samples, nenhuma edição louca, sem bateria digital ou amplificadores falsos.
Então, queríamos criar um sentimento semelhante e usávamos instrumentos vintage, gravados em fita ...

"Eu acreditei no Blues Pills desde o primeiro dia, mas eu realmente não imaginei esse tipo de 'sucesso'".
RtM: Uma das coisas que chamou a minha atenção para o seu trabalho e dos Blues Pills é o modo como vocês se entregam no palco, é maravilhoso, e esse sentimento e verdade que vocês transmitem é o que também os diferencia de outras bandas que também produzem um som "vintage". Vejo que vocês dão muita importância ao desempenho nos shows, algo que falta em muitos novos grupos, que só soam bons no estúdio.
DS: Obrigado! Os shows ao vivo são realmente importantes para nós.

RtM: Você ficou surpreso com a receptividade e o sucesso com os Blues Pills? Conte-nos um pouco do que é de repente ter sua banda com 2 álbuns lançados em todo o mundo, sendo convocados para grandes festivais. Penso que é muito importante contar com uma equipe para confiar quando uma banda começa a ter uma maior repercussão, com muitos detalhes a serem atendidos, desde o cronograma de shows e entrevistas até os financeiros.
DS: Eu acreditei no Blues Pills desde o primeiro dia, mas eu realmente não imaginei esse tipo de "sucesso". Eu acho que não pensei em como seria o sucesso. Eu só sabia que tinha muito potencial e foi muito divertido tocar!
Tivemos muita sorte em conhecer as pessoas certas e criar uma boa equipe de pessoas dignas de confiança a nossa volta. Também nós sempre apoiamos e cuidamos uns dos outros nos momentos difíceis, o que realmente ajudou.

RtM: Com a excelente receptividade ao Blues Pills, vocês conseguiram tocar em vários países, eu gostaria que você nos contasse quais foram os shows mais memoráveis ​​para você e qual país você ainda não teve a chance de tocar e você gostaria de visitar em uma próxima turnê? 
DS: Rock Werchter no verão passado foi demais! Uma das maiores plateias para as quais tocamos. Também a última vez que fomos headliners em Londres, no início de dezembro, foi um dos meus shows favoritos que eu posso lembrar. Era um local pequeno, meus favoritos, e a energia da multidão e na sala era simplesmente incrível! Nós nunca tocamos na América do Sul, mas eu realmente adoraria!

RtM: E o que você pode nos contar sobre os planos dos Blues Pills para 2018? 
DS: Nós vamos tocar em alguns festivais neste verão, incluindo Wacken e Woodstock, na Polônia. Provavelmente também trabalharemos em novas músicas.

RtM: Obrigado pelo seu tempo Dorian, esperamos vê-los logo aqui na América do Sul!
DS: Obrigado! Espero logo poder estar aí e tocar para vocês.

Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação e Arquivo do artista



Dorian Sorriaux FB Fanpage

Interview - Dorian Sorriaux (Blues Pills): the more intimate side in solo project



Since a very young age connected to music, French guitarist Dorian Sorriaux has been completing a successful career in the Swedish band Blues Pills, a group he joined in the year of 2011 at the age of 16. The young quartet (who currently have a fifth member for tours and studio sessions, Ryckard Nygren, guitar and organ) soon drew attention for their stage performance and sonority, influenced by the music of the 60s and 70s. Since then, released several EPs and Singles, signed with Nuclear Blast, releasing two successful studio full-lenghts and two live albums (the DVD/Blu-Ray "Lady in Gold - Live In Paris" was released last year, in november), as well as extensive tours as headliners and festivals.  (Versão em português)

While the group takes a break after about a year and a half touring on latest album, "Lady in Gold" (2016), guitarist Dorian Sorriaux has found time to work on his solo project. We talked with Dorian to know more about it, and also about his career and of course, the Blues Pills. Check below:


RtM: You are releasing your solo work, so to start this interview, tell us what fans can expect from this EP, called "Hungry Ghost", in terms of sonority and also difference from it to your work on Blues Pills? I see it is more intimate and acoustic. 
Dorian Sorriaux: The solo project is quite different from blues pills, which also made me scared to release it at first. I get inspired by 60 folk music and it is much more intimate to me. We are 5 people on stage in blues pills and you can always kind of hide behind the others musically. It's much more intimate to me as they are songs I've written myself and the softer folk music feels more personal. I wrote a demo once and sent it to a friend with the title "vulnerable as fuck" as a joke as it felt so vulnerable.
When I play solo live you don't feel the "having a beer at a rock show" vibe. It's more quiet with an audience sometimes sitting down. I still love playing with blues pills though, both are really fun!

"The solo project is quite different from blues pills, which also made me scared to release it at first." 
RtM: And for the fans and interested, how will the EP be made available? Will it be released by any label? Will it come out in physical and digital format? 
DS: It will be released, hopefully around April in the regular digital/physical formats. There will of course be vinyls as well. It will be released through a label but I can't say more about it yet as I'm just finalizing the release at the moment. There will be more infos really soon!

RtM: Have you been feeling the need to do a solo work? And what positive factors would you point out in the opportunity for an artist to launch a solo work?
DS: Yes I think I felt the need to do it. I've been listening to folk music for years now and started writing folk songs a few years ago. It's so fun and when I write songs on my own, they most likely are more folky. So I knew I wanted to do something in that style at some point.
Then after touring for 1,5 years on "Lady in Gold", we decided to take a break of touring with Blues Pills. So it felt like the perfect moment to start the solo project, it kind of felt like now or never for some reason.

RtM: I see that you also showed your quality as a vocalist in your solo, so I would like you to tell us also if it is something that you want to develop more, and which would be the vocalists you most admire?
DS: Thanks, I used to sing as a teenager but I stopped for some years when I joined blues pills. Then I started to slowly sing again, but that's when I started to sing folk. I stoped trying to have a rock voice, it just felt more natural to song softer songs.
Some of my favorite singers are Van Morrison, Terry Reid, Curtis Mayfield, John Martyn, Donny Hathaway.. 
It's so much about the songs and how much emotions they put into it. Neil young is definitely one of my favorite singers, it's not like he has the most incredible voice out there. But he wrote some of the most incredible songs I've heard.

RtM: How was the tracklist chosen? What factors weighed in the choice of songs that are in the EP?
DS: It came quite naturally. I knew which song should be the first and which should be the last. So from there it was really easy to finalize the track list.
I had quite many songs to choose from and ended up not recording a couple I thought I would record. Me and Zach, who produced the EP, were just listening through my songs and picking the ones that felt strongest at first listen. It also felt like those 4 songs were fitting together really well.


"When I write songs on my own, they most likely are more folky. So I knew I wanted to do something in that style at some point."
RtM: And could you speak a little bit of each of the songs on the EP?
DS: Sure!
"Huitoto" was written on my couch, it came really quickly. Like I just played the whole song while recording it on my phone and that was the demo. The lyrics on this song are a bit more vague which I also like so people can put their own meaning on it. To me it's a song about loss, more like loosing yourself through doing things in your life that don't make you happy.

"Hungry Ghost" was also written on my couch! I remember having to spend a bit of time figuring out the chorus part, but once that came, the song was complete. The title is inspired by a book by Gabor Maté. To me, the roam of hungry ghost is where endless desires are. It's the hungry ghost in us that's always seeking for more. More money, more success, more booze...It's a different thing for everyone and obviously it's much stronger for some people. The hungry ghost choose to hide the pain and have the temporary pleasure, then you can't stop seeking for that temporary feeling and you get trapped in that roam.

I got the idea for "Need to Love" in Porto while I was on tour with Blues Pills. I ended up walking the shady street of the city and walked by homeless people smoking crack. That image stayed with me, i didn't plan to record this song but Zach liked it when I payed the demos. So we finished it in the studio and I'm really happy with the way it turned out.

"Hello my Friend" is the most personal song on the EP I feel. It's about a friend that was going through a mental breakdown. We used to hang out a lot and play music and all of a sudden I couldn't get a hold of him anymore. Then I heard he was in the mental hospital. Then the song became more about a few of my friends that have suffered, some that couldn't bear to live any longer in that suffering. So quite heavy and personal :)


RtM: Do you have plans to make a full-lenght album and maybe to do some shows or a short tour to promote your solo work?
DS: Yes I do! I'd like to release a full length this year. I started playing solo shows and I'm booking a tour around the release of the EP.

DS: Speaking of influences, I would like you to tell us about your beginning in music, who were your main influences and how did your interest in music and playing guitar come about?
DS: ZZ TOP was my main influence as a young kid. They became my favorite band around 4/5. Then I discovered the early Status Quo, AC/DC, Rory Gallagher, Jimi Hendrix, Eric Clapton..

RtM: When did you get the first guitar and what was it?
DS: I was 9, it was a classical guitar that my mum bought me at a second hand market. I still have it!

RtM: Currently there are many new bands making music influenced by the classics of the 70s, using that sonority and even more "vintage" visual. There are always those who go down this road to take advantage of some movement or trend, but there are bands that make this kind of music really spontaneously, as we can feel in your case and the Blues Pills. I would like you to comment on that, and how the interest in this classic sound came about, and what factors do you think contributed to being so natural for you to compose and play this vintage style?
DS: All of us in Blues Pills have been heavily inspired by the music of the 60's and 70's and the records back then sound like a guitar or a drum recorded onto tape and that's what it is. There was no sampling, no crazy editing, no digital drums or fake amps.
So we wanted to re create a similar feeling, and used vintage instruments, recorded on tape...

I believed in Blues Pills from day 1, but I didn't really imagine that kind of 'success'"
RtM: One of the things that drew my attention to your work and the Blues Pills, besides that more classic sound, mixing the influences of the 60s and 70s with soul and groove in a very own way, is that you really pass something true, and the way you give yourself on stage is wonderful, and that feeling and truth that you transmit is what also differentiates you from other bands that also make a "vintage" sound. I see you give a lot of importance to the performance in the shows, something that is lacking in many new groups, which only sound good in the studio.
DS: Thanks! Live shows are really important to us.

RtM: Were you surprised by the receptivity and success with the Blues Pills? Tell us a bit of what it's like to suddenly have your band with 2 albums released worldwide, being called to major festivals. I think it's very important to have a team to rely on when a band starts to have a bigger repercussion, with lots of details to take care of, from the schedule of shows and interviews to the financiers.
DS: I believed in Blues Pills from day 1, but I didn't really imagine that kind of "success". I guess because I didn't think about what success would be like. I just knew it had a lot of potential and it was really fun to play!
We were really lucky to meet the right people and build a good team of trust worthy people around us. Also we always supported and cared for each other through the difficult times which really helped.

RtM: The excellent receptivity that the Blues Pills got, allowed you to play in several countries. I would like you to tell us which were the most outstanding shows for you, and which country you still did not have the chance to play and would you like to visit on an upcoming Tour? 
DS: Rock Werchter last summer was huge! One of the biggest crowd we played for. Also the last time we headlined London early December was one of my favorite blues pills shows I can remember. It was a small venue, my favorites, and the energy from the crowd and in the room was just awesome!
We've never played South America but I would really love to!

RtM: And what can you tell us about the Blues Pills plans for 2018? 
DS: We're gonna play a few festivals this summer including Wacken and Woodstock Poland. We'll probably also work on new songs.

RtM: Thanks for your time Dorian, hope to see you soon here in South America!
DS: Thank you! I hope to come play music there really soon!


Interview: Carlos Garcia
Photos: disclosure and artist's files.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Cellar Darling: Novos Rumos para o Folk Rock


Acredito que muitos fãs do Eluveitie não esperavam quando Merlin Sutter, Ivo Henzi e Anna Murphy anunciaram que estavam saindo da banda e que lançariam um novo projeto musical, o Cellar Darling. No dia 30 de Junho foi lançado via Nuclear Blast o álbum “This is the Sound”, com uma sonoridade bem diferente da antiga banda, agora com Anna assumindo completamente os vocais de todas as músicas, com uma pegada mais pop, mas sem perder alguns elementos Folk/Celtic.

Começando com “Avalanche”, a faixa inicia lentamente e adiciona outros instrumentos conforme a música progride, é uma composição bonita e marcante. “Black Moon” é uma das canções mais fortes do álbum, tendo sido muito bem escolhida para a gravação de um vídeo clipe, apesar de uma composição simples transmite muita paixão. “Challenge” é daquelas músicas que simplesmente ficam presas em sua cabeça, com o título do álbum sendo repetido diversas vezes durante o refrão, aliás essa parece ser uma característica do álbum inteiro, refrões "chicletudos", mas que não chegam a torna-lo enjoativo.


“Hullaballoo” é muito boa, a suavidadedos vocais de Anna contrastando com o peso do arranjo é sensacional. Em “Six Days” parece que a banda tentou experimentar algo realmente novo, a flauta se destaca, sem soar irritante, muito pelo contrário, chega a ser relaxante.

“The Hermit” é bonita e encantadora, com equilíbrio entre a melodia e o peso, me apaixonei instantaneamente. As músicas tem um som diversificado uma das outras, a curta e calma “Water” deixa qualquer um fascinado como se fosse enfeitiçado pelos vocais de Anna. “Fire, Wind & Earth” é uma das minhas músicas favoritas, cheia de energia possui um contraste entre os firmes riffs de Ivo Henzi e a suavidade da voz de Anna, realmente é algo muito bonito de se ouvir. 

Eu não tenho palavras para descrever perfeitamente o impacto que “Rebels” me causou logo na primeira audição, é um casamento perfeito entre a melodia instrumental e os vocais, tenho vontade de ouvir essa música em looping, me fez sentir vontade de me aventurar mais nos sons celtas. Em seguida a deslumbrante “Underthe Oak Tree...” com bastante influência folk, destacando toda a mistura de guitarras pesadas, a bateria, a voz suave e o hurdygurdy de Anna. “...High Above These Crowns” nos leva em uma breve viagem através de seus 2 minutos e 46 segundos.


Mais uma vez fiquei surpresa com a versatilidade sonora do álbum em “Starcrusher”, mais pesada, com alguns vocais mais rasgados, simplesmente quebrou de uma forma muito interessante a tranquilidade da música anterior. Difícil não se apaixonar por “Hedonia”, os vocais de Anna no início nos levam a um a jornada espiritual. Encerrando com a obra-prima “Redemption”, onde toda a beleza da voz de Anna rouba a cena nessa música.

Eu realmente me empolguei ouvindo este álbum, por enquanto arrisco dizer que está na minha lista de melhores álbuns do ano.


É admirável como o Cellar Darling seguiu em frente diante das adversidades e tiveram a coragem de seguir novos rumos musicais, com os músicos ousando fazer um trabalho diferente de sua banda anterior, o Eluveitie. As músicas são muito mais fáceis de digerir, mas ainda assim percebe-se que o resultado é cheio de personalidade. Espero que a banda siga em frente e lance outros trabalhos, pois provaram que potencial o trio tem de sobra. E a boa notícia aos fãs é que o álbum sairá no Brasil via parceria Nuclear Blast e Shinigami Records.

Texto: Raquel de Avelar
Revisão e Edição: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Cellar Darling
Álbum: "This is the Sound" (2017)
Estilo: "Heavy" Folk Rock
País: Suíça
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

Line-Up:
Anna Murphy: Vocais e Hurdy-Gurdy
Merlin Sutter: Bateria
Ivo Henzi: Baixo

Tracklist
01. Avalanche 4:08
02. Black Moon 4:12
03. Challenge 3:38
04. Hullaballoo 3:35
05. Six Days 5:49
06. The Hermit 3:15
07. Water 1:54
08. Fire Wind & Earth 4:41
09. Rebels 5:34
10. Under The Oak Tree 4:13
11. High Above These Crowns 2:45
12. Starcrusher 3:20
13. Hedonia 7:28
14. Redemption 5:19

Canais Oficiais:
Site Oficial
Facebook


   

   

terça-feira, 14 de julho de 2015

Mad Old Lady: Recontando uma história


Em 2014 o Mad Old Lady lançou seu Debut, “Viking Soul”, e que já mostrava grande personalidade em uma sonoridade diferente, onde o Heavy Metal se entrelaçava com o Rock e o Folk.

Para quem ouvia não parecia que o álbum precisasse de ajustes, mas o Mad Old Lady não enxergava assim, e em 2015 lançam então “Power Of Warrior”, uma regravação de “Viking Soul”.

O que para muitos pode parecer estranho, pois qual a necessidade de regravar um disco pouco mais de 1 ano após seu lançamento? Pois é, mas o Mad Old Lady mostra em “Power Of Warrior” o porquê desta decisão, que pode-se dizer que foi acertada.


Começando pela produção do trabalho, que ficou a cargo da lenda Tömmy Hansen (sim, o mesmo que produziu os clássicos “Keeper of the Seven Keys” I e II do Helloween), onde trouxe toda sua experiência e tecnologia de seu estúdio. Sendo assim a sonoridade apresentada soa mais viva e um pouco retrô, mas refinada, o que deixou as composições com aquele ar contemporâneo.

A banda também apresenta sua nova formação, que conta com Parras (vocal), Guga Bento (bateria), Fernando GIovannetti (baixo), Rafael Agostino (teclado) e os guitarristas Tiago de Moura e Timo Kaarkoski, finlandês que mora há anos no Brasil.

Como em “Viking Soul”, “Power Of Warrior” segue a mesma jornada, como se estivéssemos diante de uma trilha sonora de batalhas, onde o guerreiro mostra toda sua força e sai vitorioso. Muito disso se deve a ótima atmosfera do álbum, destacando ainda as letras, que são verdadeiros contos medievais.


Desde a abertura com “Viking Soul” passando por pelos contos de guerra de “Prison”, “My Heart”, “Far Away” e “King” temos composições cheias de feeling e marcantes, desde as melodias aos refrãos, fazendo você sair cantarolando já na primeira audição, seja pelos vocais fortes e marcantes de Parras, pelos coros medievais que ecoam ou pelas belas melodias das guitarras, acompanhadas de um tecladista que não faz apenas climas, mas sim a diferença, assim como a cozinha, que soa técnica e pulsante na medida certa.

Para abrilhantar ainda mais esse relançamento, “Power Of Warrior” ganhou uma nova arte, uma capa belíssima, que simboliza a sonoridade que vamos encontrar, ainda mais vindo num belo Digipack de luxo, com um layout de cair o queixo.

Arte criada pelo artista belga Eric Phillippe 
O Mad Old Lady já tinha impressionado com “Viking Soul”, mas certamente agora com “Power Of Warrior” encontraram a formula certa, e que com certeza atrairá ainda mais os holofotes para banda.

Resenha por: Renato Sanson
Revisão: Caco

Tracklist:
01 Viking Soul
02 Too Blind To See
03 Prision
04 My Heart
05 Power Of Warrior
06 Far Away
07 Mad Train
08 Glances In The Dark
09 King
10 Someone

Formação:
Parras (Vocal)
Guga Bento (Bateria)
Fernando GIovannetti (Baixo)
Rafael Agostino (Teclado)
Tiago de Moura (Guitarra)
Timo Kaarkoski (Guitarra)

Acesse e conheça mais a banda:




sábado, 8 de março de 2014

Entrevista: Anne Bakker - O Clássico a Serviço do Metal

Anne Bakker (Foto: Bilal Javaid)

Nos shows durante a tour no Brasil, Blaze Bayley apresentava a violinista Anne Bakker como "A Incrível Anne Bakker"! E não é para menos, a simpatia, certa timidez, musicalidade e talento desta holandesa, que iniciou muito jovem na música, encantou os fãs brasileiros.

Conversamos com Anne para saber um pouco mais do seu trabalho, de como começou a parceria com Thomas Zwijsen e Blaze Bayley, unindo a música clássica com o Heavy Metal com tanta naturalidade, a passagem pelo Brasil e seus planos. Confira um pouco mais a respeito da "Íncrível Anne Bakker".  (Read the english version here)

RtM: Para iniciar, pode nos dizer quem a encorajou e incentivou a iniciar na música?
Anne Bakker: Havia sempre muita música em casa quando eu era jovem. Meus pais ouviam música clássica, mas também pop e rock. Meus pais também são (não-profissionais) músicos.

RtM: Você começou com que idade? O primeiro instrumento foi o violino?
AB: Quando eu tinha quatro anos de idade, comecei a cantar em um coral. Quando eu tinha 8 anos, meus pais me perguntaram se eu queria tocar um instrumento, e eu escolhi o violino.


RtM: E sobre o seu background musical? Você estudou em conservatórios, escolas de música?
AB: Comecei com aulas de violino clássico na escola de música local, quando eu tinha 8 anos de idade. Quando eu tinha 13 anos, eu comecei na classe preparatória do conservatório de Arnhem. Lá eu tive aulas de improvisação e teoria musical. Quando terminei o ensino médio, fui estudar no Conservatório de Roterdã.

RtM: E suas influências na música? Que artistas, músicos ou bandas lhe inspiraram e inspiram?
AB: Eu ouço um monte de diferentes estilos de música. Gosto de ouvir música clássica e jazz muito. Também há um monte de música eletrônica, pop, rock e world-music, que eu amo. Alguns favoritos são Pink Floyd, Arve Henriksen, Nils Frahm, Erkan Ogur, Portishead, Nick Drake, Joni Mitchell, Massive Attack, Benjamin Britten e Arvo Part.


RtM: E como você vê o espaço hoje para a música mais clássica e popular? Também é interessante ver como muitas bandas e artistas do Heavy Metal, por exemplo, que utilizam orquestras e influências da música folk.
AB: Sim, é legal ver que ultimamente muitos artistas misturam estilos musicais em suas performances. Eu comecei a tocar música clássica, mas quando era adolescente eu queria experimentar outros estilos, como rock. Porque o violino tem uma longa tradição na música clássica e popular, mas não no Rock, eu fiz automaticamente um cross-over de estilos. Eu queria que o violino fizesse sentido no Rock, então eu tinha que encontrar uma maneira de fazer com que funcionasse para mim.

RtM: Com os shows com Blaze Bayley e Thomas, muitas pessoas aqui interessaram-se em seu trabalho. Conte-nos como surgiu a oportunidade de trabalhar com eles? 
AB: Em 2007, eu e Thomas estávamos no primeiro ano no Conservatório de Roterdã. Thomas estava morando em um barco, e tivemos algumas grandes jam-sessions por lá. Tocamos uma espécie de mistura de flamenco/latin/jazz, foi muito divertido. 


Dois anos atrás, nós falamos na internet e decidimos gravar uma versão acústica de "Wasting Love". Ela foi muito bem sucedida na internet! Um pouco mais tarde Thomas estava gravando o EP com Blaze (Russian Holiday), e eles decidiram adicionar violino em duas músicas, "Stealing Time" e " Sign Of The Cross". Nós gostamos muito de trabalhar, e logo depois partimos em nossa primeira turnê acústica pelo Brasil.


RtM:Você é uma fã de Heavy Metal, Classic Rock ou Heavy? Você já gostava destes estilos antes de trabalhar com eles?
AB: Quando eu tinha cerca de 14 anos de idade eu ouvia muito a Iron Maiden! Eu até aprendi o solo de guitarra de "The Wicker Man" na raça. Durante os meus estudos eu não ouvia muito Metal, mas é super agradável ser capaz de criar este novo som juntos! Eu acho que o fato de termos diferentes origens faz o som se tornar muito interessante e único. Eu realmente gosto de estar na cena Heavy Metal, há tanta energia!


RtM: Procurando ouvir e saber mais do seu trabalho, e eu ouvi a música "Stars in Your Eyes", do Eira. Você poderia nos dizer mais sobre este projeto e outros projetos que você  participa?
AB: Recentemente eu comecei um duo, chamado Eira, em que eu canto e toco violino ao mesmo tempo. O outro duo-membro é Johan de Pue, da Bélgica, ele está tocando violão, cantando e tocando um pedal de baixo elétrico. Descobri que escrever minhas próprias músicas e executá-las, é algo que eu amo fazer. Nós só gravamos algumas canções, vocês pode ouvi-las aqui: http://eiramusic.bandcamp.com Nós apenas começamos, mas nós adoraríamos trabalhar duro e tocar um monte de concertos com este duo.

No momento eu estou no meio de uma turnê com o meu grupo turco, o Goksel Yilmaz Ensemble (www.gokselyilmaz.nl). Estamos nos apresentando em teatros na Holanda com uma companhia de dança profissional. Também fomos à Turquia algumas vezes para fazer shows. Além desses grupos, tenho alguns outros pequenos projetos em andamento.

Ao vivo, em Santo Ângelo (RS)
RtM: E como cantora e compositora? Quem você citaria como influências e o que você gosta de escrever, o que inspira você?
AB: As músicas que eu escrevo são um pouco sonhadoras, um monte de gente me disse que a atmosfera soa um pouco escandinava. Eu escuto muito artistas como Nick Drake, Ane Brun, Bob Dylan, Bjork e PJ Harvey, para citar apenas alguns. Além disso, eu leio poesia, por vezes, para obter inspiração para as letras.

RtM: E os shows no Brasil? Como você se sentiu com relação a recepção do público? Certamente você ganhou muitos novos fãs e as pessoas que vão buscar saber mais sobre a sua carreira.
AB: O Brasil foi incrível! As pessoas são tão entusiasmadas! Também gosto de que no Brasil o público é muito misturado. Na Europa público do Metal é principalmente masculino, e um pouco mais introvertido. Eu estava sobrecarregada por todas as vibrações positivas no Brasil.

Aproveitando as belezas da natureza brasileira
RtM: Nessa passagem aqui no Brasil você teve tempo para passear um pouco, conhecer lugares legais? O que você mais gostou, ou o que mais chamou a atenção durante o seu tempo aqui no Brasil? E, é claro, diga-nos se teve algo que não lhe agradou.
AB: Tivemos algum tempo para passear! Houve muitas vezes pessoas convidando-nos a suas casas e festas. Eles proporcionaram um monte de tempo livre para nós, o que foi incrível. Ambas as vezes que fomos ao Brasil, saímos do inverno escuro e congelante na Europa ao sol do Brasil, o que é ótimo! Fiquei surpresa que havia um monte de brasileiros reclamando do calor.


RtM: Uma questão mais leve! Thomas postou uma foto em seu Facebook, com você lavando a roupa, onde ele fez uma piada com o fato de que era bom ter uma mulher na turnê! he he! Agora, como é que eles vão ficar sem você pra colocar as coisas em ordem? He he he!
AB: Haha, sim, foi engraçado. Depois que eu fui para casa, Thomas postou uma foto com o guitarrista da banda lavando suas roupas, então ele encontrou uma maneira : P.

RtM: Anne, obrigado pela entrevista, espero que esta não seja a única, e eu espero que você venha para o Brasil novamente. Eu acredito que você deixou muitos fãs e amigos, uma ótima impressão, e teve uma boa experiência neste passeio. É claro as viagens longas devem ter cansado um pouco! He he! Bem, deixo um espaço para você enviar uma mensagem para os fãs! Sucesso e até breve!

AB: Obrigada! Eu não posso esperar para voltar ao Brasil, atender a todas aquelas pessoas agradáveis ​​novamente. Viajar pelo Brasil é absolutamente fantástico.

Por: Carlos Garcia

Fotos: Bilal Javaid/RoadTeam and Anne's files


Anne e Blaze (Foto by Bilal Javaid)