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quarta-feira, 29 de março de 2023

Angra Fest – 26/03/23 – Araújo Vianna – Porto Alegre/RS

Cobertura por: Renato Sanson

Fotos: Glauco Malta

Um belo domingo de sol e um grande festival para ir dando adeus ao mês de março. Assim foi o domingo do dia 26/03 na capital gaúcha com a chegada do ANGRA FEST e sua última data da tour com as bandas: VIPER, MATANZA RITUAL e claro o próprio ANGRA, que está celebrando os seus 30 anos de carreira.

O local escolhido para o show foi o fantástico Araújo Vianna, e ao chegar ao local já nos deparamos com uma fila gigantesca o que mostrou que teríamos casa cheia! Nada mais justo para o calibre do evento e das bandas que estariam no palco em seguida.

A primeira banda a subir ao palco foi a lenda VIPER apresentando a sua nova formação, que além dos eternos Felipe Machado (guitarra), Pit Passarell (baixo/vocal) e Guilherme Martin (bateria) tiveram a adição do guitarrista Kiko Shred e o do excelente vocalista Leandro Caçoilo.

Under the Sun” – música que estará presente no novo álbum – abre os trabalhos e já mostra a força do “novo” Viper, e o que podemos ver foi uma banda entrosada e acima de tudo extremamente feliz em cima do palco.

A trinca que viria a seguir foi de tirar lágrimas: “Knights of Destruction”, “A Cry from the Edge” e “Evolution”, mostrando a grande versatilidade de Caçoilo com ótimos duetos com Pit e com Kiko mostrando toda a sua destreza e técnica apuradíssima.

O carisma do Viper é incrível em palco, Pit é uma figuraça e a banda num geral encanta a todos com sua simplicidade e carisma. Era chegada a hora do maior clássico da banda, Caçoilo fala da importância do eterno Maestro Andre Matos e pede para um dos fãs da plateia levantar a camiseta que estava em mãos com o rosto de Andre e disse que nada disso seria possível sem ele, a sua obra e sua influência. E que agora queria ajuda de todos para cantarem para o Andre Living for the Night”, onde o vocalista desceu do palco e cantou junto com os fãs na grade, sensacional!

Tivemos ainda a música preferida de Pit a incrível “Prelude to Oblivion”, assim como “Coma Rage”, “To Live Again”, “Rebel Maniac” e o encerramento com o cover de “We Will Rock You” do Queen.

Uma apresentação maravilhosa e que deixou os fãs encantados e sedentos por mais Viper na capital gaúcha!

Após uma breve troca de palco era hora das mesas de bares quebrarem, de cadeiras voarem e muita cerveja rolar! Estou falando do MATANZA RITUAL e o super time que acompanha Jimmy London. Pois após a sua saída do Matanza, Jimmy montou a sua versão com músicos consagrados da cena nacional, tendo em suas lacunas: Antônio Araújo do Korzus na guitarra, Amílcar Christofáro do Torture Squad na bateria e Felipe Andreoli do Angra no baixo. Mas para as datas do Angra Fest, quem assumiu os graves foi baixista Juninho do Ratos De Porão.

Nada mal hein, esse time do Jimmy não é?  

Para iniciar o Matanza Ritual não poupou esforços e “O chamado do bar”, “Meio psicopata” e “Remédios demais” transformaram o Araújo Vianna em um verdadeiro pandemonium. É incrível como a figura de Jimmy traz energia e a sonoridade do Matanza Ritual contagia, pois era impossível ver alguém parado no show dos caras, e olha, que eu não sou fã de Matanza, mas dou o braço a torcer pela energia que entregam aos fãs. Fazendo um show empolgante e sim, pesado e agressivo, já que os músicos que o acompanham dão aquela pequena “envenenada” na sonoridade, e trazem um pouco mais de agressividade.

Eu não gosto de ninguém” também deixou todos ensandecidos, assim como “Mulher diabo” e o seu maior clássico: “Ela roubou meu caminhão”. Se não fossem as cadeiras da casa de show, certamente teríamos uma roda gigante com muito headbanging.

Ao total foram 19 músicas, mais o solo de bateria do monstro Amilcar. Lavando a alma dos fãs de Matanza e de Jimmy London, que teve a plateia em mãos a todo o instante.

Passados das 22h era hora do ANGRA entrar em cena e nos trazerem o show de comemoração de 30 anos de sua carreira.

As luzes se apagam e “Newborn Me” ecoa nos PA’s e o Angra está ali presente mais uma vez em Porto Alegre! Fabio Lione é um Maestro e o “novo” Angra se mostra tão bom quanto as versões anteriores. Pois, a adição de Fabio nos vocais, Bruno na bateria e Barbosa na guitarra mostra todo um novo potencial e novas possibilidades sonoras a serem exploradas pela banda.

O que chama a atenção é que a cada novo lançamento novos fãs chegam e as músicas parecem já clássicas quando executadas ao vivo. O setlist transitou entre clássicos inesquecíveis como “Nothing To Say”, “Angels Cry” e “Rebirth”, assim como novos clássicos: “Travelers of Time”, “Black Widow's Web” e “Magic Mirror”.

A interação da banda com o público foi incrível e Lione muito carismático e comunicativo com todos, sempre brincando e instigando os presentes. Ao meio do show tivemos o momento acústico, onde Rafael subiu ao palco sozinho e tocou a composição mais antiga do Angra conforme o mesmo falou, a bela “Reaching Horizons”. Para em seguida falar da importância de todos os membros que já passaram pela banda e que eles não existiram se não fossem todos eles, mas em especial uma pessoa, que já não está mais entre nós o nosso eterno Andre Matos.

Rafael ressaltou a importância do Andre e do Viper, pois se não fosse ambos, o Angra jamais existiria e a próxima música era pra ele, chamando ao palco Lione e executando uma versão lindíssima de “Make Believe” (a música favorita desse que vós escreve) um momento muito emocionante e intimista com todos. No mínimo maravilhoso!

O set ainda contou com algumas músicas que não figuram costumeiramente em seu setlist, como “Ego Painted Grey” – que Lione ressaltou que é um som incrível e não entende o porquê de não estar sempre no set –, “Lisbon”, “Late Redemption” – em uma versão muito boa com Fabio cantando em português – ,“Lease of Life” e “Bleeding Heart” uma das baladas mais lindas do Heavy Metal mundial.

A finaleira como já é de costume: “Carry On” e “Nova Era”. Clássicos absolutos de eras diferentes, mas que trazem toda a essência do seu sucesso.

Antes de finalizar, Rafael chamou o Viper e o Matanza Ritual ao palco para uma jam e tivemos “Wasted Years” do Iron Maiden e uma homenagem ao eterno baixista do Raimundos o grande Canisso, onde o clássico “Quero ver o oco” foi executado com Jimmy e Antônio Araújo nos vocais.

Único ponto de ressalva fica para o som nesta noite que em muitos momentos o grave tomava conta e escondia alguns instrumentos em determinados momentos. O que aconteceu mais vezes no show do Angra, assim como também alguns problemas técnicos na guitarra de Bittencourt que foi sanado no decorrer do show.

Porém, nada que tirasse o brilho desta grande noite em nome do som pesado nacional. A capital gaúcha agradece e espera ansiosamente as novas edições do Angra Fest!

 

 

 

 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Cobertura de show - Matanza: Não resista ao chamado do bar! (12/07/15 - Bar Opinião, POA/RS)


Dia 12 de julho, Porto Alegre. Uma noite quente para os padrões do inverno gaúcho. Noite de novamente conferir uma apresentação dos cariocas do Matanza, que desta vez desembarcaram no Rio Grande do Sul com o intuito de apresentar o seu mais novo, e excelente, trabalho "Pior Cenário Possível". Grande parte do público ainda permanecia na rua aproveitando o bom tempo para confraternizar e tomar uma cerveja, quando a casa de shows começou a aquecer os já presentes com clássicos do rock/metal no telão. Legal comprovar que mesmo que seja pelo telão, uma apresentação do Black Sabbath, AC/DC ou Pantera conseguem animar os ímpetos do público que abruptamente mudou de atitude, e começou a se comportar como se o show de fato já tivesse começado.

Pontualmente as 20:00, sem tempo para apresentações, sobe ao palco a banda de abertura Motor City Madness. Sinceramente, não conhecia a banda e acredito que a maior parte dos presentes também não. Consegui perceber que nos primeiros momentos todos estavam atentos, tentando assimilar o som que emanava dos alto-falantes, e conforme o tempo de show foi passando, algumas conversas paralelas revelavam um misto de surpresa e interesse crescente pela grupo. Com um som que lembra o Stray Cats mordido por zumbis fazendo um cover de R.A.M.O.N.E.S. do Motörhead, a agressão começou e não parou mais.


A banda desfilou músicas dos seus dois discos, o autointitulado "Motor City Madness" e "Dead City Riot". O som direto não era intercalado por pausas, conversas com a plateia ou covers para ganhar a simpatia dos presentes. A banda ligou os amplificadores e desceu a mão, e dessa forma foi conquistando cada vez mais o público, que já agitava bastante com a enérgica apresentação. O Motor City Madness mostrou bastante profissionalismo, um bom entrosamento e principalmente destilou ótimos timbres de guitarra alimentados pelos seus amplificadores "Bulldog".

O guitarrista Fabian Steinert tocava com um instrumento semiacústico, e apesar do tipo de música "na cara" que a banda faz, o seu som em nenhum momento embolava com os outros instrumentos. Os seus solos permeados de clichês de rock aliados ao uso do pedal Wah Wah, mostram que a banda não bebeu só em fontes punk-rock/horror-punk/hardcore. Derrubando qualquer possível rótulo pré-concebido, estávamos todos assistindo um belo show de rock'n'roll! O único momento de interação foi quando o vocalista Sergio Caldas literalmente lançou discos para a plateia e agradeceu a presença e apoio de todos. Disse que sabe da dificuldade de ser banda de abertura, e que assim como todos, eles também estavam lá para ver a atração principal da noite, o Matanza. Pois não seria nenhum motivo de espanto se em breve, muitas bandas repitam o mesmo discurso antes de um show do Motor City Madness.


Setlist - Motor City Madness

Ms. Dynamite
(We Are the) Outlaws
Schizoid
Dancing With the Devil
Dead City Riot
Strong as a Rat
Dead Man's Hand
The Hunter
One Way Ride
Night Rider
Shamänco
Rope-a-Dope
New Order: Disorder


Poucos minutos depois das 21:00, o sistema de som solta a "intro" que mais parece ter sido tirada de um filme do Sergio Leone ou de uma propaganda de Marlboro. O Matanza sobe ao palco, e o público que a esta altura já era completo, se espremia próximo ao palco para ver de perto os cariocas. O show começa com "O Chamado do Bar" e os presentes cantam o refrão a plenos pulmões quase como uma provocação para quem ficou em casa esperando, amargamente, pela chegada da segunda-feira.

Como uma locomotiva desgovernada o show seguiu em frente com "Meio Psicopata", "Country Core Funeral" e o "Último Bar". A descarga de energia que permeia o ar em todo o início de show do Matanza é notável, e conforme a pressão arterial foi voltando ao normal, alguns detalhes puderam ser avaliados de forma mais eficiente. A primeira delas foi a presença do novo baixista, Don Escobar. Se por um lado Don Escobar demonstrou uma atitude um pouco mais tímida e concentrada, ainda mais se comparado ao antigo baixista China, o seu entrosamento com o resto da banda é notável. As músicas do Matanza apesar de simples exigem um forte comprometimento de quem se arrisca a executá-las ao vivo, e talvez isso explique o "excesso" de concentração de Don Escobar nesses primeiros momentos do show. O ponto negativo se deu por conta do volume baixo da guitarra do Maurício Nogueira.


Quem já assistiu a algum show do Matanza sabe que uma das características mais importantes, desde o tempo em que o Donida era o responsável pelas guitarras, é justamente o som com um volume exageradamente alto saindo dos amplificadores. Mas com ou sem problemas técnicos, o show, a banda e muito menos o público no mosh pit (ou roda punk) podem parar, e a sequência ficou por conta de "Tudo Errado" e "Eu Não Gosto de Ninguém". Dessa vez o problema não foi apenas no som da guitarra (que continuava baixa), pois a bateria sumiu do som dos PAs e o público teve a oportunidade de presenciar por alguns instantes um show do Matanza no formato baixo/vocal. Se alguém ainda duvidava da capacidade de Don Escobar, mudou de ideia nesse momento.

O som dos alto-falantes continuou oscilante, e seguiu assim durante a execução de "A Sua Assinatura", prejudicando a análise da primeira música inédita da noite. O momento não poderia ser mais oportuno para a primeira pausa. Enquanto Jimmy vociferava o já tradicional “PUTA QUE PARIU PORTO ALEGRE”, e interagia com o público, Maurício Nogueira tratava de rapidamente reafinar a sua guitarra Flying V modelo Kerry King. Era hora de tocar "Pé na Porta e Soco na Cara". Essa música que já se tornou um clássico na discografia do Matanza, contou com a participação em uníssono dos presentes, que não diminuíram a empolgação em "Imbecil" e "O Que Está Feito, Está Feito". A segunda música inédita da noite foi muito bem recebida, e sem perder o embalo, Nogueira puxa um dos riffs mais legais da carreira da banda: seja bem vindo ao "Clube dos Canalhas". A casa de máquinas, que também atende pelo nome Jonas, volta então à potência máxima com "Ela Não me Perdoou", "Orgulho e Cinismo", "Remédios Demais" e "Mesa de Saloon".


Tempo para recuperar o fôlego, pois era o momento da segunda pausa da noite. Nogueira mais uma vez afina a sua guitarra, enquanto Jimmy protagoniza o momento mais insólito do show quando, canta um trecho de Menina Veneno, sucesso do Ritchie e uma introdução "sui generis" para "Mulher Diabo". E foi justamente nessa música que pela primeira vez na noite a guitarra de Maurício Nogueira estava no volume (excessivo!) ideal para um show do Matanza. E que maravilha explodir os tímpanos ao som de "Carvão, Enxofre e Salitre". Apesar de se tratarem dos componentes da pólvora, essa música ao vivo funciona como nitroglicerina. Nova pausa para reafinação da guitarra, e somos presenteados com outra música nova.

"Casa em Frente ao Cemitério" é introduzida como a música mais sinistra da carreira do Matanza, e o seu andamento arrastado apenas nos confirma que já faz alguns anos que a banda tem se afastado do rótulo de country-core (estilo mais explícito no início da carreira). Mesmo que o hardcore e o country continuem sendo uma influência, cada vez mais o grupo tem flertado com o metal. Outra mudança (para melhor) são as suas letras, que se por um lado perderam a temática “western”, parece que ficaram ainda mais politicamente incorretas. E por falar em politicamente incorreto, a banda executa "Bom é Quando Faz Mal" e nos deixa com saudades de uma época em que a única luminosidade vinda da plateia durante um show de rock era relacionada a cigarros ou assemelhados.  "Pane nos Quatro Motores", "Matadouro 18", "Ressaca Sem Fim" e "Tempo Ruim" fecham o bloco, com Jimmy praticamente se desculpando por terem tocado uma música tão "amorosa".


Desculpas à parte, a música com a mensagem mais positiva da carreira do Matanza é muito bem recebida pelo público. Aliás, um grande elogio que pode ser feito ao Matanza, é que de forma geral as suas músicas funcionam muito bem ao vivo. Se encaminhando para o final do show, Jimmy pede a Maurício Nogueira que ele toque um hardcore radical. A resposta vem na forma de "Todo o Ódio de Jack Bufallo Head". "Rio de Whisky", "Ela Roubou meu Caminhão" e "A Arte do Insulto" fecham com chave de ouro um show com vinte e sete músicas executadas em pouco mais de uma hora e meia, que deixou os presentes sem voz, exaustos, com dores no corpo, mas com um sorriso no rosto esperando pela segunda-feira. Na próxima vez que o Matanza tocar na sua cidade, não resista ao chamado do bar!


Cobertura por: Samyr Ismail
Fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson

Setlist - Matanza

O Chamado do Bar
Meio Psicopata
Country Core Funeral
O Último Bar
Tudo Errado
Eu Não Gosto de Ninguém
A Sua Assinatura
Pé na Porta e Soco na Cara
Imbecil
O Que Está Feito, Está Feito
Clube dos Canalhas
Ela Não me Perdoou
Orgulho e Cinismo
Remédios Demais
Mesa de Saloon
Mulher Diabo
Carvão, Enxofre e Salitre
Casa em Frente ao Cemitério
Bom é Quando Faz Mal
Pane nos Quatro Motores
Matadouro 18
Ressaca Sem Fim
Tempo Ruim
Todo Ódio da Vingança de Jack Buffallo Head
Rio de Whisky
Ela Roubou meu Caminhão
A Arte do Insulto

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Entrevista - Matanza: Reis do CountryCore!

Sete são os portais que guardam o reino amaldiçoado de Hades, sete é o número de vezes que um gato pode resistir à morte. O número sete é sagrado, perfeito e poderoso, afirmou Pitágoras, matemático e Pai da Numerologia. Sete são os dias da semana, sete são os graus da perfeição, são sete as esferas celestes e as hierarquias angelicais se dividem em sete grupos. Quando se fala em pecados capitais, o número sete vem logo à lembrança. Muito se fala na lenda que o sétimo filho de um sétimo filho, atrairá a atenção do mal. E por final, e mais importante sete é o número de álbuns oficiais de estúdio dos reis do CountryCore e do Cowpunk: MATANZA!

Respeitando a ritualidade construída em torno do melindroso número, sete será o número de perguntas em que tentaremos saber um pouco mais sobre as novidades e curiosidades do Matanza.



I – "É meu camarada, aqui é Tombstone City e toda noite é o mal pela raiz...".

Road to Metal: Desde que a banda encravou o nome na história do rock n' roll nacional, assumiu um ritmo admirável de shows. Qual o segredo para suportar a agenda frenética de shows, viagens, hotéis diferentes e um novo horizonte a cada semana?

Mauricio Nogueira: Cara viver na estrada não é fácil, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças (risos), logico que rola o cansaço, pouco sono, hotéis podres tudo isso, mas cara isso é muito melhor do que trabalhar em algo que você odeia, com chefes que não tem a metade da tua cultura e da tua educação, te mandando o que fazer, vivemos de música e o único modo de você viver hoje nisso é estando na estrada o tempo todo, e é isso que fazemos tocar, tocar e tocar. Não há muito tempo pra lamentações nem frescura.

II – "Pé na porta e soco na cara...".

RtM: Como acontece o processo criativo para a escolha da temática de cada disco? Tem a ver com o momento da banda?

MN: O Donida é um cara de criatividade sem fim, ele tem o mundo do Matanza na cabeça dele e uma história sem fim, com muitos capítulos,  em cada disco esses capítulos são demonstrados. Ele já vem com tudo bem mastigado para a gente, mas é claro que fatores externos influenciam mesmo que de forma mais velada ou mais irônica no resultado final.


III – "well your eyes are begging and the bloodshot are ready...".

RtM: Apesar de algumas canções cantadas em inglês, nota-se que a característica do Matanza são as músicas cantadas em português, mesmo para explorar melhor as letras temáticas e divertidas. Quando, exatamente, aconteceu essa decisão (foi uma decisão) de cantar em português? Quais foram as principais dificuldades da escolha?

MN: A fase do inglês foi bem no começo da banda e como eu não estava no grupo vou dar minha opinião que não sei se é a correta (risos). Mas acho que além de ser ali no início dos 90 que todo mundo cantava em inglês, tinha o lance da proposta original que era mais do country americano de emular aquilo tudo.  A maioria dessas músicas saíram no Thunder Dope.  Já no primeiro disco era tudo em português, o português trouxe a oportunidade de desenvolver a personalidade do Matanza e fazer todo mundo entender de forma mais fácil.

IV – "Eis me aqui agora, com o destino à frente, uma bola de ferro presa na corrente...".

RtM: Em 2016 o Matanza comemora 20 anos de estrada, beberagem e tiroteios em saloon. Podemos esperar alguma novidade especial comemorativa para está data?

MN: Deve rolar algo sim, ainda não foi nada decidido, mas estamos pensando e discutindo algumas coisas sobre isso.


V – "Era pra frear e eu acelerei; Era só desviar, mas eu nem tentei...".

RtM: Se fosse possível retornar a 1996 e se (auto) encarar na época, o que o Matanza de 2015 diria para o Matanza de 96 não fazer?

MN: Parar de beber kkkkkkk...

VI – "Ainda que haja um preço a se pagar, Eu resolvi que não vou mais me preocupar...".

RtM: Além da grande expectativa de ouvir as novas músicas ao vivo, existe a curiosidade de saber do que o Don Escobar é feito (esperamos que a podridão habite o homem). Como foi a transição e escolha do músico que assumiu o baixo gravado ainda pelo China?

MN: Foi bem tranquila, o Dony é um cara foda, ótimo músico, e assim como o China também toca guitarra que é muito importante para a gente por causa do modo de tocar, a palhetada... Essas coisas… A gente ficava vendo uns vídeos na internet sobre alguns caras, indicações de amigos e foi isso, sem muito stress, já chegou tocando e ao vivo está detonando.


VII – "Nunca tive pena de nenhum dos velhos moradores, Os fiz passar horrores, tiveram um pavoroso fim...".

RtM: Neste trabalho mais recente, gravado de forma peculiar e sobre o comando do Rafael Ramos, o Matanza soa como se estivesse com o velho mau humor do "Arte do Insulto" e do "Música para Beber e Brigar". Ainda que se note a gigante evolução de composição e sonora da banda, dá pra afirmar que o "Pior Cenário Possível" foi um resgate dos novos "velhos tempos"?

MN: Cara, foi um lance combinado de fazer um disco mais trabalhado, o "Thunder Dope" foi muito simples musicalmente falando, o que eu acho ótimo, mas a gente quis trabalhar, deixar as músicas com mais lances, principalmente as guitarras. Só o fato de eu e o Donida tocarmos ao mesmo tempo na gravação, já trouxe algo novo que deixou todo mundo satisfeito.

O intuito era ser um disco "grave" e acho que rolou, ficou bem sujo e com as guitarras na cara!!!


Entrevista por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson


Acesse e conheça mais a banda:


  

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Cobertura de Show: Matanza Fest - Estilos Diferentes, Mesma Paixão Pelo Metal (13/12/14, Pepsi On Stage)


No dia 13/12, o Pepsi On Stage foi o palco de mais uma edição do já tradicional Matanza Fest na cidade de Porto Alegre. Com um cast totalmente pesado, a festa esse ano contou com as bandas FINALLY DOOMSDAY (RS), BRUJERIA (USA), BIOHAZARD (USA) e os anfitriões e donos da festa, MATANZA!

Pontualmente ás 20h30min, conforme o cronograma, o Grindcore da FINALLY DOOMSDAY sobe ao palco pra dar inicio aos trabalhos. E a banda está cada vez melhor! Mais entrosada e tocando com sangue “no zóio”, a banda formada por Sebastian Carsin (guitarra e vocal), Rafael Giovanolli (guitarra), Felipe Nienow (baixo) e Márcio Jameson Kerber (bateria), trouxe toda garra e fúria do Grindcore pra uma galera que já preenchia um bom espaço do local.


Após a introdução, Rise Again, seguida de Raven’s Circle mostrou que a banda não está pra brincadeira e que, já passou da hora de um full lenght! Kamikaze Attack e na seqüência, a “desgraceira” Subhumans Conditions continuaram o ataque sonoro. Os já tradicionais covers do Ratos de Porão, Vida Animal, e Napalm Death, From Enslavement to Obliteration (nem parece que essa porrada já tem mais de 25 anos) antecederam a saidera e  já clássica Post Nuclear Armaggedom. Grande de show de uma grande banda! O Heavy Metal do RS vai muito bem, obrigado!


Após um intervalo relativamente curto, eis que um dos shows mais aguardados do festival se iniciava: BRUJERIA! E que grande show! A banda, sempre cercada de polêmicas trouxe pro Matanza Fest um set recheado de clássicos. Contando com Hongo Jr. (Nicholas Barker, - Cradle of Filth, Dimmu Borgir, Lock Up, entre outros) na bateria,  El Cynico (Jeff Walker - Carcass) no baixo, AA Kuerno na guitarra ( segundo informações que obtive, ele trabalha como técnico de som do Carcass e tem uma banda juntamente com Shane Embury, que atende por Hongo e é o guitarrista “titular” do grupo), El Sangron, que divide os vocais com o líder Juan Brujo, o grupo, em uma hora e cinco minutos, despejou toda a “fuerza” da súa música.

Falando em espanhol durante quase todo o tempo (exceção feita a alguns “motherfucker”, “fuck”) porradas como El Desmadre, No Aceptan Imitaciones, Marcha de Ódio, La Migra, Cuiden a los Niños e Brujerizmo fizeram com que rodas se abrissem no meio do público.

Um dos destaques do show, além é claro das performances sempre destruidoras de Nicholas Barker e Jeff Walker, foi o guitarrista AA Kuerno. Muito bem “mezclado” ao grupo, o músico substituiu o grande Shane Embury a altura. “Saludos!”, Juan Brujo e El Sangron mandavam a todo instante, enquanto mais e mais clássicos nos eram oferecidos.

         
Consejos Narcos e La Ley de Plomo também foram muito bem recebidas, assim como Matando Gueros, talvez a mais esperada, e oriunda do homônimo álbum, lançado em 1993, provou que, muitos que ali estavam, era por causa do grupo. Ao término, enquanto os músicos deixavam o palco, Juan Brujo interagiu com a galera ao som de Marijuana. Sim, uma versão politicamente incorreta da medonha Macarena. E teve banger fazendo aquela conhecida coreografia... Sem dúvida, um grande show!


Mais um intervalo, e era a hora da lenda do Hardcore nova-iorquino. O BIOHAZARD estava de volta á capital gaúcha! Sem muita conversa, Billy Graziadei (vocal e guitarra), Scott Roberts (baixo e vocal), Bobby Hambel (guitarra) e Danny Schuler (bateria) entram no palco detonando aquela mistura de Hardcore, Metal e porque não dizer, de Rap, como só eles sabem fazer! Dona de uma performance simplesmente destruidora, a banda mostra a que veio detonando clássicos como Shades of Grey, Urban Discipline e Wrong Side of the Tracks, na qual, Billy, literalmente, vai pra galera! O guitarrista desce do palco, pula a grade e fica de pé, sendo segurando pelo público, tocando e agitando como se estivesse no palco! Simplesmente matador!

Scott Roberts, que substituiu Evan Seinfeld também não fica atrás. Sem parar um minuto e também cantando de forma correta, o baixista provou que sua escolha foi acertada. E tome mais Hardcore! Tales From the Hard Side e Victory também se destacaram. O batera Danny Schuler tem uma pegada bem característica ao Hardcore, pois além da velocidade, tem a “mão pesada”, e com isso, consegue deixar essa mistura bem homogênea.


Mas o grande destaque da banda é Bobby Hambel! Na boa, o cara entra ligado em 220 volts e sai em 380!!!! Seja pesando a mão no riffs, dando aqueles pulos tão comuns ao estilo Biohazard, ou mesmo com aqueles giros enquanto toca, o guitarrista é o grande destaque da banda. Não que Billy Graziadei fique muito atrás (afinal, na maior parte do tempo, o guitarrista se comunicava em um “bom” português com a galera), mas essa dupla, com certeza é uma das melhores do mundo, no estilo, ao vivo.


Punishment não poderia faltar e leva Billy novamente ao meio do público. Com um show que durou cerca de uma hora, o Biohazard fez, na minha opinião, o melhor show da noite! Uma grande banda que precisa voltar a Porto Alegre para um novo show!
         
E era chegada a hora dos donos da festa! Passava da meia noite quando o MATANZA entrou no palco com seu Countrycore! E os anfitriões não deixaram por menos! Jimmy London (vocal), Mauricio Nogueira (guitarra), China (baixo) e Jonas (bateria) já chegaram com a galera na mão, sendo que um dos grandes destaques do show seria a execução na íntegra do álbum Santa Madre Cassino com a participação do ex-guitarrista Donida.


O grupo tocou vários de seus clássicos, como O Último Bar, Remédios Demais, Pé na Porta, Soco na Cara, Odiosa Natureza Humana, Não Gosto de Ninguém, Maldito Hippie Sujo... Um dos grandes destaques da banda é o guitarrista Mauricio Nogueira. Tendo tocado com nomes como Krisiun e Torture Squad, ele imprime ao som do Matanza um peso, mesmo a banda tendo apenas uma guitarra ao vivo. Algo que irá mudar, conforme anunciado logo mais...

Com a palavra, Jimmy volta e meia tecia seus comentários. Em um dos tantos irônicos, ele agradeceu a todas as bandas que estavam participando do festival, elogiando a performance de cada uma. E no final disse: e depois de tanta banda foda, agora vocês tem que aturar a merda do Matanza... Precisa dizer que tomou uma vaia sem tamanho????

Mais algumas músicas e então Jimmy chama ao palco DonidaMaestro Vareta” pra executar o álbum de estréia da banda. E as músicas ficaram bem melhor! Com duas guitarras, houve um acréscimo de peso e sons como Ela Roubou Meu caminhão, Eu Não Bebo Mais, E Tudo Vai Ficar Pior, As Melhores Putas do Alabama e Santa Madre Cassino ficaram muito mais encorpados!


Ao término, Jimmy revela que a banda está em estúdio e que devemos ter um novo trabalho do grupo no próximo ano. E que a partir de agora, Donida estava de volta à banda! E como amostra do que vem por aí, tocam Matadouro 18, música que fará parte do disco a ser lançado! Uma música que revela que essa nova dupla, tem muito a acrescentar ao som do Matanza! Após mais algumas músicas, o show chegou ao seu final.

Chegava ao fim, mais um Matanza Fest! Quatro grandes bandas que fizeram grandes shows. Que em 2015, tenhamos mais uma edição aqui no RS!


Cobertura por: Sergiomar Menezes
Fotos: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson


          

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Matanza Fest 2014: Encerrando o Ano em POA/RS em Grande Estilo! (Realização: Abstratti Produtora)


O povo gaúcho é um povo muito tradicionalista e gosta de cultivar as tradições. Mesmo as que não se encaixam do quesito “Gauchesco”. O feriado do dia vinte de setembro é tradicional, curtir um chimarrão ao sol na usina do Gasômetro é tradicional entre muitas outras oportunidades de se exercer o tradicionalismo.

A mais nova tradição é: MATANZA FEST EM DEZEMBRO. Até pode acontecer em outras datas, mas o fato é que sabemos que em dezembro ele retorna aos pampas para encerrar o ano. Para alguns, é um evento tão importante quanto o natal (este que voz escreve, por exemplo).  Normalmente a surpresa e expectativa ficam por conta dos componentes do fest.

Esse ano a Abstratti Produtora chutou o balde e, como um sniper, acertou um disparo único e certeiro. O cast será composto por, ninguém mais ninguém menos que:
Finally Doomsday (RS), Brujeria (MÉX), Biohazard (EUA) e Matanza (RJ) e salve-se quem puder, digo “compre seu ingresso” quem puder, pois esgotarão em breve, com certeza!

Brujeria, como se fosse uma carga de explosivo plástico C4 prestes a explodir, desembarcam em Porto Alegre. Os norte americanos da Biohazard chegam com a podreira pra sacudir o Pepsi On Stage, nossos conterrâneos da Finally Doomsday mantêm a situação fora de controle e o Matanza acionam o “Botão Vermelho” tocando o Santa Madre Cassino, na integra (desta vez com o Donida na guitarra – Sim, isso mesmo).

Fiquem ligados nas informações para não ficar de fora dessa noitada histórica de destruição, beberagem e muito Punk/Country/Thrash/Death/Grindcore!

Não está acreditando ainda? Então se liga nesse vídeo do Billy Graziadei do Biohazard te chamando pro Matanza Fest:



Texto: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson


Local:
Pepsi on Stage (Av. Severo Dullius, 1995)

Quando:
13 de dezembro, sábado, 20h.

Ingressos:
1º Lote: R$50,00
2º Lote: R$60,00
3º Lote: R$70,00


Pontos de venda:
Online
www.ticketbrasil.com.br (em até 12x no cartão)

Lojas
Sem taxa de conveniência
Youcom - Bourbon Wallig - 3º piso (fone 51-21181186)

Com taxa de conveniência de R$3,00
Youcom - Bourbon Ipiranga - 1º piso (fone 51-32045210)
Youcom - Shopping Praia de Belas - 3º piso (fone 51-32065530)
Youcom - Barra Shopping - térreo (fone 51-32065423)

Censura:
14 anos

Informações:
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Matanza Fest: Encerrando 2013 Com Força Total


O ano de 2013 visivelmente foi um ano “corrido” para o Matanza, e isso é inegável e visível por todos. Para quem acompanha os passos da banda, fica fácil lembrar a turnê do Matanza Fest 2013 pelo país. Essa correria ainda não parou, bastam acessar o site oficial da banda e conferir as datas futuras (http://www.matanza.com.br), mas, como diz o ditado popular: “O futuro a Deus Pertence”. Então, vamos relembrar um passado muito próximo, especificadamente falando do dia 07 de dezembro de 2013, dia em que o Matanza Fest retornou à Porto Alegre para fechar o ano epicamente, apresentando no mesmo palco os dois maiores símbolos de Rock e beberagem: Matanza e Velhas Virgens!

Foi em um escaldante sábado de dezembro, a noite estava boa para colocar o nariz para a rua, então quem dirá para beber uma cerveja batendo cabeça. O detalhe maior era o seguinte: as duas bandas citadas acima não vieram sozinhas ao palco, tinha mais “gente grande” que iria fazer o chão tremer antes deles. A noitada começou com a apresentação da banda local Peixes Voadores! Subiram ao palco demonstrando bastante energia e felicidade em estar tocando naquela noite. Pelo público, pelo local ou pela positividade de estar na mesma noite dos sucessores que viriam ao palco. 

O vocalista da banda exibiu destreza e uma explosão de euforia ilustrada entre saltos e acrobacias no palco, fez referência aos velhos clássicos do Rock, os garotos tem talento e merecem respeito, é bom ver sangue novo correndo pelas veias do velho Rock. A continuidade da noite foi com a maestria da, também gaúcha, Distraught. Um dos maiores símbolos do Thrash Metal gaúcho (e porque não dizer nacional?), a banda que está na ativa desde fevereiro de 1990 mostra exuberância e soberania no palco e a experiência de quem conhece muito bem o que está fazendo.

Velhas detonando!
A Distraught é: Ricardo Silveira (guitarra), Nelson Casagrande (Baixo), Everton Costa (Guitarra), Dio (Bateria) e André Meyer (vocal). A banda tomou o palco trazendo parte do novo trabalho e a destruição de pescoço começou ao som de “Infect”. Logo após veio a música que dá nome ao álbum mais recente “The Human Negligence is Repugnant”. “Justice Done By Betrayers”, certamente era muito esperada, já que o clipe está circulando o mundo e fazendo muito sucesso (mais de 26,300 viewes no canal oficial da banda no Youtube). 

Na “Insane Corporation” foi o ponto alto da apresentação, a banda baixou um pouco o som e o André Meyer, tal qual o profeta abriu o mar vermelho no passado, abre um clarão na multidão ao sinalizar o braço estendido em direção ao público. Estava claro e estampado no sorriso dos Metal Heads que era chegada a hora da “Wall Of Deah”. E nesse pico de euforia que veio a “Reflection of Clarity”, título que abre o álbum “Unnatural Display Of Art”. Desse mesmo álbum vem “Hellucinations” e, com esse set, a Distraught deixa o palco tendo introduzido um pouco de nitroglicerina no sangue de cada um que estava no Pepsi On Stage naquela noite.

Após toda preparação é hora do Velhas assumir o controle da autodestruição que estava sendo espalhada pelo ambiente.  E veio o som embriagante do solo de blues que apresenta a “Sapato 36”, que foi cantada em coro. A trilha sonora era perfeita e a empolgação só aumentava. Além das clássicas do Velhas Virgens, o show se completa com o espetáculo visual proporcionado pela customização das roupas de Paulão e “Juju”. Velhas Virgens é formado por Paulão de Carvalho (Vocal, gaita e sax), Carlos “Tuca Pés-de-arara” Paiva (Baixo), Simon Brown (Bateria), Rony Carlini (Guitarra), Alexandre “Cavalo” Dias (Guitarra e Backing Vocal) e Juliana “juju” Kosso (Vocal e Performer).


Realmente foi uma festa, nada menos do que já se havia imaginado, e a prova disto ficou na memória ao som de “Abre essas pernas pra mim”, “Siririca Baby” (e disse o Paulão: Tudo que o homem faz é em função do orgasmo da mulher, um homem sem chifres é um animal indefeso - aos risos). “Vocês não sabem como é bom aqui dentro” e “A mulher do Diabo” também ganharam lugares no setlist ao lado de todos os clássicos da banda. Uma verdadeira celebração musical etílica exalando sexualidade no ar, clima perfeito para receber o gigante irlandês e Cia.

Considerações de início de festa feitas, o Matanza invade a noite ao som do bom e velho “Chamado do Bar” e a confusão estava formada. O grupo consolidado em palco é representado por Jimmy London (vocal), Maurício Nogueira (guitarra), China (baixo) e Jonas (Bateria). Claro que o Donida (Guitarra Estúdio e Compositor) não é esquecido, porém por motivos pessoais ele não excursiona com o grupo. Circles of death por todos os cantos, cerveja voando aos trancos.


A verdadeira festa atingiu limite máximo de alegria, energia e as pessoas (apesar das músicas narrarem brigas e beberagem) foram possuídas de uma alegria sem igual por presenciarem momentos como esse. Vale a nota, que em shows de Rock/Metal se fala muito em “Circle of Death”, “Wall of Death” ou “Roda Punk”, porém é raro em ambientes como esse que se ocorra 10% do que as pessoas imaginam que acontece. Tudo é motivo de festa e pra tudo existe regra e educação.

Tutorial da “Roda Punk”:

É natural que se perca o equilíbrio e possa cair em algum momento. Pensamentos como “Serei pisoteado, vão me machucar ou sofrerei alguma fratura” passam pela cabeça.

Ai vai a dica: Se estiver caindo, levante os dois braços. Todos na “Roda Punk” saberão que você está caindo quando avistarem dois braços erguidos, e vão puxar você de volta. Na maioria das vezes, você nem chega a tocar o chão. Quando perguntei para Gabriel Fávero ele disse: “Na roda punk? caí sim. Não no chão, mas participei de várias nessa noite”.


Musicalmente falando, a noitada estava toda excelente. O som do Pepsi funcionou bem e segurou bem o tranco sem “misturar” sons. Tem gente que veio de longe para curtir a noite. Elton Ambrozí e a Jéssica Vieira vieram da cidade de São Gabriel (328 km) para Porto Alegre somente para estarem perto dos ídolos.

Para uns foi um show, para outros um espetáculo, para alguns foi uma apresentação e uma oportunidade para liberar as energias acumuladas. O que eu acho que foi? A celebração e a festa da música, viva Matanza, viva Velhas Virgens e viva Distraught!

Muito obrigado ao Pisca Produtora e desejos de sucesso. Que venham muitos “Fests” pela frente!



Cobertura por: Uillian Vargas
Fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson/Eduardo Cadore