sábado, 24 de dezembro de 2011

Resenha de Shows: Zoombie Ritual Festival - A Confirmação do Metal na Região Sul do País (Parte II)

O Segundo Dia
Sábado, 10 de dezembro de 2011


Juggernaut divulga CD
Por volta do meio dia entra no palco a banda catarinense Adonifer que executa um Metal melódico com influencias de Prog Metal, só que não era a praia de muitos que estavam no festival por isso mesmo o show foi meio vazio. Vale destacar o vocalista que a cada música mudava de visual com máscaras e outros apetrechos de gosto peculiar, mas a coisa ganhou ares cômicos quando foi executada “The Pursuit of Vikings” onde o vocal colocou uma peruca e um machadinho de brinquedo, ficou muito engraçado,  mas as composições são boas, destaques para sons como “Foverer Dragon”.

Pessoal querendo Thrash, este voltou com os catarinenses do Juggernaut que aproveitaram o show para divulgar seu CD “Ground Zero Confict” (2011) e para quem gosta de bater cabeça essa é a sua banda. O cover de Testament “DNR” (“Do Not Resuscitate” do álbum “The Gathering” de 1999) foi matador, mas o que chamou a atenção foi mesmo as composições próprias como “Free Words To Fight”. Aproveitei para fazer mosh e bater cabeça em cima do palco e ainda ganhar o CD na faixa (resenha em breve por aqui).

Jailor
Hora da podreira invadi o palco com o Zombie Cookbook  com uma maquiagem perfeita para a temática da banda, todas as músicas da sua EP “Cine Trash” foram executadas e até mesmo algumas músicas que irão estar no primeiro CD. Quem gosta de filmes de terror, splaters e grind não pode deixar de conhecer essa banda. O horário das 13 horas tirou um pouco do clima do show, mas mesmo assim foi uma apresentação perfeita.

Conversando com os bangers alguém falou: “Cara você gosta de Slayer então não perde a próxima banda”, pensei que era exagero mas quando a Jailor entrou no palco deu para sacar que o cara não estava exagerando. Se você fechasse os olhos podia pensar que Tom Araya estava com sua trupe no palco e quando eles executaram “Raining Blood” não teve uma cabeça que não girou e no final o vocalista da um belo mosh na galera, fechando com a música que dá nome a banda, um clássico do Metal nacional.

Representando o Heavy Metal tradicional veio a banda Power Steel que fez um show muito bom com destaque para todos os músicos que possuem um domínio técnico de seus instrumentos, porém, mais uma vez o  público compareceu pouco pois estavam a espera das bandas mais brutais, mas mesmo assim quem ficou curtiu grandes composições como “Headbanger” e “Metal Force”.

Anthares tocou clássicos e inéditas do próximo disco

Anthares é clássica e ver essa banda ao vivo para mim era a realização de um sonho, por isso mesmo não deu para segurar a alegria ao ver um show que se iniciou com a primeira faixa do maravilhoso “No Limite da Força” (1987), é claro que eu estou falando de  “Fúria”.

A banda deu uma aula de metal, só clássicos e duas músicas que estarão no seu próximo álbum “Pesadelo Sul Americano” e “Semente perdida”, fechando o show com “Chacina” e a roda comendo solta e esse que voz escreve mais uma vez estava voando do palco feliz da vida.

Bestial de volta
A volta da Bestial já era esperada por todos os bangers (tem um texto sobre isso aqui no blog) então assim que o vocalista Chuckill subiu aos palcos ele revelou que a Bestial estava muito feliz de voltar e esse era o segundo show, mas sinceramente parecia que a banda nunca tinha parado, pois o entrosamento entre eles é fantástico e quem nunca viu essa banda ao vivo, saiba que o nome faz jus ao som deles: simplesmente bestial. Destaque para a clássica “Blasphemy Blesing of Fire” do álbum “Final Pressage” de 2004 cantada por todos os presentes, além das novas “Tetraterror Clan” e “Atomic  Blazing Ejaculation”.

Impretus Malevoulance veio a dar seqüência para a destruição executada pela Bestial, na real essa já é uma relíquia do nosso undeground sendo que a cada ano que passa a proposta deles fica mais extrema e o vocalista/baixista Rafahell canta como tivesse possuído pelos demônios que suas letras invocam. A banda voltou recentemente de uma turnê européia e provavelmente destruíram tudo com fizeram nesse show do Zoombie realmente eles são “Arquitetos da Destruição”.

Symphony Draconis
Outro teste de fogo vinha para a banda Symphony Draconis que vinha para o palco do Zoombie testar sua nova formação, mas só posso dizer uma coisa: essa banda está pronta para ser a nova revelação do Metal nacional, pois os caras conseguem ter uma presença de palco e uma musicalidade que impressiona qualquer um, foram apenas cinco músicas mas não tem como não ficar boquiaberto com verdadeiros hinos profanos como “Demoniac By A Divine Power”. De acordo com a banda o novo trabalho sai em março de 2012. Estaremos de olho, pois essa banda promete.

Mostrando que o Zoombie não tava para brincadeira, mais uma clássica formação invade os palcos catarinenses: Apokalyptic Raids do lendário Leo Mansur, que como declarou em entrevistas recentes iria pregar menos e tocar mais e foi exatamente isso que o cara fez, fazendo uma mescla de seus quatro lançamentos e é claro “Angels of Hell” e “Apokalyptic Raids” (ambas do álbum “Only Death is Real” de 2001) não poderiam faltar.

Doomsday Ceremony presente em todas as edições do festival

Doomsday Ceremony é a única banda que pode se orgulhar de estar presente em todas as edições do Zoombie e quando eles começam a tocar fica nítido o porquê. Eu curtia a banda, mas nunca tinha os visto ao vivo, ficava em duvida se toda aquela sonoridade monstruosa conseguia ser feita em cima de um palco, mas nos primeiros acordes deu para sacar que esses paranaenses não estavam de brincadeira, os caras levaram o palco abaixo e moeram ainda mais nossos pescoços, impossível não pogar a sons como a apocalíptica “Vampire Saga” (do álbum “Apocaliptic Celebration” de 2005). Esta aí a prova de que o Black Metal não precisa de pianinhos e vocais limpos para ser maisntream.

A banda argentina Mortuorial Eclipse

A primeira apresentação internacional veio da Argentina com os black metallers do Mortuorial Eclipse. Confesso que nunca tinha ouvido o som dos caras, mas fizeram uma boa apresentação. O estilo perpetuado pela banda está muito em voga na cena nesses últimos anos o famigerado Black Metal Melódico, então o teclado ajudava a dar um clima todo sombrio para a apresentação, tudo isso somado a muito gelo seco e corpse paints dos músicos que iam se derretendo ao longo do show. Destaque para a grandiosa “At the Gates of the Marduk Shrine”.

“Zoombie Ritual, Krisiun está aqui!”, simples assim Alex Camargo dá o pontapé inicial para mais uma hecatombe sonora feita por esses gaúchos. Na boa, como três caras fazem tamanha desgraça no nossos ouvidos é um mistério, o show foi relativamente curto já que teríamos ainda Claustrofobia e Vulcano, mas mesmo assim foi aquilo tudo que os fãs esperavam.

Alex Camargo liderou o massacre ao vivo de uma das maiores bandas do mundo, Krisiun
Do CD novo (“Great Execution”) rolou “The Will To Potency” que pelo seu potencial (trocadilho fail) vai se tornar um verdadeiro clássico da banda aliada a músicas como “Senteced Morning” (“Southern Storm” de 2009) e “Hatred Inherith”  (do “ Conquerors Of Armageddon” de 1999) deram muito trabalho para os seguranças para evitar os moshs e a pancadaria comendo solta.

Luiz Carlos da Vulcano
Nunca tinha visto o Claustrofobia ao vivo e essa para mim é uma das melhores bandas do nosso fudido underground. Tinha conversado com Marcus antes do show, então a expectativa era grande e mais que isso: quando a banda entrou no palco todo o cansaço se foi e deu espaço para um dos shows mais violentos da história do Zoombie, sem duvida,  abrindo com “War Stomp” (“I See Red” de 2009) a banda mostrou o que é o Metal brasileiro, a banda foi muito aplaudida quando Marcus disse mais ou menos assim: “A gente tá aqui pra fuder essa merda. Não importa se tem 200 ou 2000 mil pessoas, a gente vai tocar porque amamos essa porra. O metal não morreu e vocês são a prova disso, do caralho vocês aqui são agora 5 da manha e tá todo mundo aqui prestigiando as bandas, vocês são foda” e toma porrada “Pino da Granada”  “Paga Pau” e “Thrasher” e, para mim, uma grande honra cantar no microfone com a banda o refrão de “Peste”... simplesmente fudido demais.

A apresentação do Vulcano tinha tudo para dar errado, pois além do horário que já invadia as seis da manhã o público estava simplesmente morto pela maratona de shows, mas ai que o talento supera qualquer coisa, pois estamos falando de uma banda com mais de 25 anos de estrada. Então, na real, dá pena de quem perdeu essa apresentação, pois foi muito brutal.

Vulcano, pioneira do Metal extremo nacional, tocou clássicos absolutos dos anos 80

A banda fez uma espécie de best of de toda sua carreira sem esquecer seu mais recente lançamento “Drowning in Blood” (2011) fazendo a dobradiha de “Awash In Blood” e “Devil Forces”, passando por clássicos como “Fallen Angel” (do segundo álbum “Anthropophagy” de 1987) e “Bloody Vengeance” (álbum homônimo de 1986) e para fechar o show uma trinca de “Total Destruição” (“Tales From the Black Book”, de 2004),Guerreiros de Satã” e “Legiões Satânicas”, uma volta aos anos 80 do glorioso Metal nacional.

Final de show triunfante, nem sei como cheguei na barraca para dormir mas deveria ser umas sete e pouco da manhã, era hora de descansar para o último dia do festival.

Texto: Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Maicon Leite (Wargodspress)

Agradecimentos às bandas e ao Maicon Leite que disponibilizou ótimas fotos para a postagem.

Stream of Passion Totalmente Direcionado ao Gothic/Symphonic Metal

Novo disco direcionando ainda mais o som da banda para o Metal Sinfônico/Gothic Metal

Quando a Stream of Passion surgiu em 2005 a principal figura do grupo era o compositor e guitarrista Arjen Lucassen, conhecido pela sua genialidade no Star One, Ayreon, etc., não fazendo feio com essa nova empreitada ao lado da sua companheira de Ayreon (no perfeito disco “The Human Equation”) Marcela Bovio.

Entretanto, se a sonoridade do primeiro disco “Embrace the Storm” (2005) era calcada no experimentalismo moderado de Arjen, o que viria a se repetir no segundo trabalho “The Flame Within” (2009), onde a mescla entre o mundo progressivo com o Gothic gerou discos únicos, o mesmo aconteceu com seu terceiro trabalho mas de forma mais intensa, agora já sem Arjen no grupo.

A ausência de Arjen na banda não a faz perder qualidade, embora seja uma perda irreparável, o que refletiu no direcionamento da banda no seu novo CD “Darker Days” (2011). A verdade é que a mexicana Marcela  Bovio é uma das vocalistas mais interessantes da cena do Metal Sinfônico e Gothic Metal, tendo começado a lançar discos com o Elfonía, passando a ser a vocalista preferida de Arjen em seus projetos.

Com uma assinatura com a Napalm Records e um disco já lançado pela grande gravadora, o sexteto formado por Marcela (que além de vocalista toca violino na banda), os guitarristas Eric Hazebroek e Stephan Schultz, o baixista Johan von Stratum, o baterista Martijn Peters e o tecladista/pianista Jeffrey Revet, está investindo ainda mais no seu lado sinfônico, o que irá agradar amantes de bandas como Nightwish, Epica, Within Temptation (fase inicial), e até mesmo lacuna coil, nas passagens com riffs mais pesados e “modernos”.

Sexteto se destacando entre os grandes grupos da Napalm Records

São 14 faixas que vão de momentos harmoniosos aos sinfônicos grandiosos, com os teclados não lá muito originais, mas digno de nota de Revet, até passagens mais pesadas, como em “Collide”, música de trabalho do álbum (veja o vídeo ao final desta matéria).

Mesclando elementos, mas de forma subliminar, como tango e a música mexicana (segundo Marcela, para lembrar-lhe de casa), “Darker Days” se tornou efetivamente a nova e única banda de Marcela e dos demais integrantes, apresentando seu direcionamento para o lado do Gothic Metal e Metal Sinfônico de forma “definitiva” (pelo menos até o momento).

Marcela Bovio é o grande destaque da Stream of Passion: além de vocalista, toca violino no palco

Com as letras que rezam sobre as dificuldades do mundo contemporâneo e da sua mudança de um país como o México para a Europa, nos Países Baixos, país de “origem” do projeto, agora mais do que nunca uma banda verdadeira e com grande potencial de se tornar, a partir de “Darker Days”, num das maiores do gênero.

Exagero? Ouça as belas “The Scarlet Mark”, “Our Case” (mesclando a língua espanhola com o inglês), a faixa-título, “The Mirror” e a belíssima “Nadie Lo Ve” e confira você mesmo.

Um grande lançamento mostrando que ainda há ótimos discos com a proposta de mesclar o Metal Sinfônico com o Ghotic Metal sem soar demasiado exagerado, além de mostrar a estrela bela e musa que é Marcela Bovio.

Stay on the Road

Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Stream of Passion
Álbum: Darker Days
Ano: 2011
País: Países Baixos/Holanda
Tipo: Metal Sinfônico/Gothic Metal
Gravadora: Napalm Records



Formação
Marcela Bovio (Vocal e Violino)
Eric Hazebroek (Guitarra)
Stephan Schultz (Guitarra)
Johan von Stratum (Baixo)
Martijn Peters (Bateria)
Jeffrey Revet (Teclados e Piano)



Tracklist
01.Lost
02. Reborn
03. Collide
04. The Scarlet Mark
05. Spark
06. Our Cause
07. Darker Days
08. Broken
09. This Moment
10. The Mirror
11. Nadie Lo Ve
12. The World is Yours
13. The Hunt (faixa bônus)

Assista ao video oficial de “Collide”


Acesse os links abaixo e conheça mais sobre a banda

Conheça os produtos e o cast de bandas da Napalm Records

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011: Os Melhores Vídeos Clipes Mostrando a Qualidade do Metal Brasileiro

É inegável: a banda que possui um vídeo clipe bem feito, baseado em uma música com certo aspecto comercial (ótimas melodias e refrão grudento), se destaca mais do que aquelas que ou não optam por essa forma de divulgação, ou realmente não possuem ainda a estrutura necessária e o apoio para tanto.

Dentro do nosso país, durante o ano de 2011, várias foram as bandas que lançaram vídeos promocionais, geralmente promovendo seus discos mais recentes e, dessa forma, chegamos ao final de 2011 com grandes produções brazucas e das principais bandas do gênero.

A lista é imensa e convido a todos a irem até o final.



Podemos começar comentando o vídeo “Shoot Me Down”, da banda Hibria. Saiu para divulgar seu terceiro álbum, “Blind Ride” (2011), sucesso absoluto no Japão e aqui já configura entre os melhores discos do ano nas principais listas da mídia especializada.

A banda já lançara outros vídeos oficiais, mas é com este citado que vemos que o Heavy Metal dos caras não precisa de muitas firulas. Com uma produção bastante eficiente, não tivemos dessa vez um enredo. É a banda em cima de um palco, pura e simplesmente detonando com seu Metal. Soco na cara!



Mas houve também quem optou por lançar canções mais calmas, com certo apelo comercial, como no caso do Hangar e do Almah. O primeiro lançou a inesperada “Haunted By Your Ghosts” para divulgar seu CD de acústicas (“Acoustic, But Plugged In!”) que é um dos mais vendidos do ano, sem dúvidas. A música inédita (que ficou por muitos dias no top do nosso player) traz a faceta mais calma (afinal, acústica!) da banda e arrematou muitas pessoas que não conheciam o som do grupo liderado por Aquiles Preister (ex-Angra). Além de ser uma bela canção, o vídeo clipe (dirigido pelo Daniel Piquê) é simples, mas cercado de uma aura de novidade. Ponto para a banda que teve sua melhor cartada do ano.



Já o Almah foi mais longe. Dividiu-se em um vídeo mais “porrada”, com a grande “Trace of Trait” (Falaschi raivoso!) e a balada nostálgica “Late Night in 85’” (ambas de seu novo disco “Motion”), esta mais recente, mostrando a faceta mais melódica dessa banda que há dois álbuns deixou de ser apenas o projeto do vocalista do Angra (e até quando ostentará esse título?) para se tornar um dos grandes nomes dessa safra de Prog/Power Metal. Há muita lenha para queimar nesse baita time! Vale lembrar que a música fala do próprio Edu Falaschi e de seu pai que morreu no final de 1985.




Do lado mais pesado, tivemos o Torture Squad detonando com “Holiday in Abu Ghraib” (do disco "AEquilibrium") que à exemplo de sua música, é direta e empolgante, não precisando de grandes efeitos. É para bangear ligado no monitor.


De Brasília vieram grandes bandas dos últimos anos. Dentre elas a Dynahead é uma das que mais tem investido em divulgação visual, tanto na parte gráfica dos discos e fotos promocionais, quanto em seus vídeos. Do novo trabalho “Youniverse” (2011), a banda tirou dois vídeos: um quase curta-metragem ao som de “Circles” (produção do faz-tudo Caio Duarte) e o mais “pegada” com “Eventide”, dentro da temática do novo disco e ficou genial.




Voltando ao Thrash Metal, tivemos uma enxurrada de grandes vídeos. Da lendária banda Korzus, “I Am Your God” saiu este ano, mesmo sendo um som do perfeito “Discipline of Hate” (2010). E como não basta apenas ótimos riffs, o vídeo trata de um problema muito sério: violência contra a mulher. Isso mostra que o Metal brasileiro tem conteúdo sério.

Das terras gaúchas, a Sacrario quebrou tudo com “God Against God”, num vídeo que, não podia ser diferente, é simples mas bem gravado, sendo a canção muito bem escolhida. Uma das grandes pedradas do álbum “Stigma of Desilusion” (2010).



Ainda do Rio Grande do Sul, talvez a maior banda de Thrash do estado já com seus mais de 25 anos de carreira, Distraught, também presenteou o mundo com seu Thrash raivoso e qualificado no vídeo para a viciante “Hellucinations”, do marcante “Unnatural Display of Art” (2009). A banda caprichou nos efeitos visuais mais que merecidos depois de tantos anos de luta.




Subindo um pouco, voltando à São Paulo, o estado nos brindou com grandes clipes de grandes bandas, como Shadowside, Suprema, Shaman e Ecliptyka (que está estreando mas já arrancando admiração dos headbangers mais ligados), que não mediram esforços para mostrar a todos que é possível, sim, termos também qualidade na divulgação através de vídeos promocionais.




Shadowside dispensa maiores apresentações. Mas caso você ainda não conheça a banda da linda Dani Nolden, que sabe cantar como ninguém (confira entrevista com a vocalista aqui), apresentando junto aos demais integrantes uma sonoridade calcada no Heavy Metal (esqueça as passagens líricas), uma boa pedida é conferir o vídeo de “Angel With Horns”, do novo e aclamadíssimo álbum “Inner Monster Out” (2011).

Das novas bandas, Suprema irá te surpreender. Numa época em que montar uma banda de Prog Metal não é mais novidade, os paulistanos conseguiram colocar um peso absurdo, beirando o Thrash, mas com melodia (que refrão!) e com um vocal forte de Pedro Nascimento e os riffs do grande Douglas Jens, junto à dupla que completa o time, dão mostra do que será seu debut “Traumatic Scenes”, que será lançado em breve.



Figura carimbada quando o assunto é qualidade de áudio e vídeo, o Shaman segue divulgando seu 4º disco de estúdio “Origins” (2010), bem recebido pelos fãs e críticas quando de seu lançamento e, após dois belos vídeos clipes com “Finally Home” e “Ego (Part I & II)”, muitos que não estavam aceitando a nova fase e formação da banda (apenas o Ricardo Confessori continua desde o início), especialmente os vocais mais amenos e melódicos de Tiago Bianchi, precisaram tirar o chapéu para essas duas belas produções.



Por fim, já tendo me estendido demais, não pode ficar de fora o clipe “We Are the Same” (do debut "A Tale of Decadence") dos santistas Ecliptyka. É digno de nota a preocupação da banda com o destino do planeta Terra, da vida como um todo. Mesclando elementos de várias vertentes, no vídeo, que é o primeiro da banda, a postura política da banda fica bastante clara e o peso instrumental e do convidado especial Marcelo Carvalho se une perfeitamente com o vocal de Helena Martins, bastante melódico. A banda escolheu uma das melhores do CD e caprichou também, num dos melhores vídeos nacionais do ano.




Se você chegou até o final, é porque sabe valorizar o que de melhor temos no Metal brasileiro. Muitas outras bandas poderiam ser citadas e terem seus vídeos destacados aqui, mas com certeza as que mais marcaram este redator neste ano de 2011 estão aí com seus respectivos e de alta qualidade vídeo clipes. Deixe comentário falando de mais alguns que não tenham aparecido aqui. Valeu e um feliz 2012!

Stay on the Road

Texto: Eduardo Cadore

Agradecimentos: aos meus colegas de equipe que me ajudaram a "lembrar" dos grandes vídeos do ano.


Veja os demais vídeos citados no texto.

Dynahead - Circles 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Resenha de Shows: Zoombie Ritual Festival - A Confirmação do Metal na Região Sul do País (Parte I)

Esse é um dos melhores festivais do país, é com essa certeza que saímos ao final da quarta edição do Zoombie Ritual Festival na cidade de Rio Neginho em Santa Catarina. Estava visível no semblante de todos os metalheads que além do cansaço todos estavam satisfeitos por estarem ali e terem 3 dias de muito metal. Todos os detalhes você confere agora.


Saiba tudo sobre o festival nas nossas três matérias


Antes de mais nada deve ser comentado a infra estrutura do evento desde a entrada você já percebe a atmosfera do lugar, centenas de bangers espalhados por cabanas, ou então em pequenos galpões de madeira com áreas para churrasco, tirolesa, barracas de comida, venda de materiais oficiais da bandas, etc...

A organização dava o sangue para manter tudo funcionando, méritos para Geléia e sua esposa Suelen que não paravam um minuto correndo para todos os lados e tratando todos os músicos e público em geral com muito respeito e dedicação. Vale dizer que o Zoombie Ritual não tem patrocínios de grandes corporações de “rock in rios” da vida, é tudo feito na garra com coração de banger para banger um evento que deve ser apoiado e prestigiado por todos que tem o Metal no sangue.

Como rolou muita coisa e queremos contar tudo, a resenha sairá em três partes. A primeira você confere agora!

O Primeiro Dia

Sexta-feira, 9 de dezembro de 2011: O evento se inicia com a banda de São Bento do Sul/SC, Fried Host que tinha o organizador do evento Geléia nos vocais, mas se engana quem pensa que a banda entrou no festival por causa disso, já que o Thrash Metal apresentado pela banda é  muito competente, o vocalista anuncia que esta se separando a banda por não conseguir se dedicar 100% para a mesma então o show teve um ar de despedida e comemoração. Como destaque, além dos covers  de Testament, Sepultura, Torture Squad, fica  para as composições próprias cantadas em português como a poderosa “Pior Que Tá Não Fica”. Ótimo inicio.

O mentor e principal organizador do festival, o Geléia, detonando com a Fried Host abrindo a 4º edição


A banda D.F.C.veio representar o Hardcore e fez um show rápido, energético e extremamente violento levando todos os presentes a abrirem rodas punks e dezenas de moshes, criando o cenário perfeito para musicas como “Sou o Mesmo fdp”, “Mundo Canibal” e “Petróleo Maldito”, músicas muito românticas, como diria o vocalista Túlio.

Punk também tem lugar no Zoombie: mas a banda tem que ter história como a Garotos Podres


Muitos bangers torciam o nariz para os Garotos Podres, mas foi só o vocalista Mal e seus comparsas entrarem no palco e começarem com “Vomitaram no Trem”  para a festa começar. Era um show de Punk mas alem da agitação rolou muita diversão e boas risadas, como Mal usando um gorrinho vermelho para cantar a clássica “Papai Noel” e uma intro de “Garota de Ipanema” para executar “Bosta Nova”. O vocalista no meio do show falou “29 anos sem fazer sucesso”, mas naquela noite ele convenceu todos os presentes.

A Agression foi responsável pelo primeiro ataque  Death Metal satânico do festival, vindo do Mato Grosso   não deixaram por menos. Com uma postura de palco forte entraram com capuzes e uma cruz negra invertida e perpetuaram um verdadeiro massacre cujos destaqies vão para as variações de vocais entre Eduardo e Jeferson que alternaram letras com muita blasfêmia, o que provocou muitas rodas.
Agression desferiu seu Death Metal massacrante em Santa Catarina

O único representante do Doom Metal veio com moral, afinal de contas são 11 anos na estrada e uma base fiel de fãs.  O Lachrimatory executou uma mescla de seus  dois álbuns  “Anamnesic Voices Phenomena” (2009) e o sensacional “Transient” (2011) criando a atmosfera perfeita para o final da noite. A banda recentemente deixou de usar o violoncelo em suas apresentações, mas mesmo assim impressionou a todos e o vocalista Ávila parece o irmão do Aaron do My Dying Bride,  tanto é que no final rolou um cover matador de “Forever People”. Após o show fui trocar uma idéia com os caras e futuramente teremos entrevistas com eles aqui no Road.

Fim da primeira noite e eram mais ou menos quatro e meia da madrugada, hora de se recuperar para o sábado o dia mais brutal do festival. Aguarde na segunda parte.

Texto: Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Maicon Leite (Wargodspress

Agradecimentos: Às bandas pela grande festa e ao Maicon Leite por nos ajudar com as fotos. Valeu!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Força do Vulcano: Novo Disco - Um Clássico Iminente/Eminente

Lendária banda brasileira lança disco com tons de clássico

Considerada a primeira banda de Metal extremo em toda a América do Sul, a Vulcano definitivamente deu o ponta pé inicial nas terras brasileiras ao massacre sonoro do Metal que abusava da agressividade, como o Black, Death e Thrash Metal.

Notoriamente existindo desde 1981, a banda liderada pelo guitarrista Zhema Rodero (único membro original) seguiu com altos e baixos, sobretudo em relação a estrutura precária no Brasil, especialmente quando o assunto era em relação ao Metal extremo.

A banda realizou sua primeira turnê européia, mostrando a força do seu Metal


Mas como todos verdadeiros guerreiros, chegaram à década de 90, passaram pelos anos 2000 com grandes discos e várias mudanças de formação para, no segundo ano desta nova década, trazer à vida “Drowning in Blood” (2011), que já nasce clássico, pois a sonoridade que temos é o Metal extremo empolgante que faz o sangue correr a mil pelas veias!

A banda passou, com o tempo, a incorporar mais elementos do Thrash Metal, o que se repete no novo trabalho, sobretudos pelos riffs de dar inveja à nova geração do senhor Zhema, aliás, uma das figuras mais importantes da história do Metal brasileiro.

Mas a Vulcano apresenta um time digno de ser vangloriado, afinal ainda completam o massacre o baixista Carlos Diaz, o baterista Arthur Von Barbarian, o guitarrista Fernando Nonath e o vocalista Luiz Carlos Louzada, estreante nessa lendária banda, e vindo da Chemical Disaster, fazendo um trabalho eficiente, mostrando que tem perfil para ficar na banda para sempre, substituindo Angel.

Qual o ponto forte do disco? A energia que emana de cada nota e cada frase cuspida, que te colocam em iminente sensação de que precisa, a qualquer momento, esmurrar a parece. Como costumo dizer, dá vontade de sair chutando a avó!

A formação atual da banda


A indiscutível capacidade de Zhema de criar os melhores riffs do ano, ao lado de seu companheiro das seis cordas Nonath, são os destaques de “Drowning in Blood”. Já na primeira faixa “Awash in Blood” percebemos o quão afiado a dupla está.

Grande destaque também para os vocais do “novato” (o cara já cantou cm a banda outras vezes nos anos 90, inclusive) na banda Luiz Carlos. O cara mostra seu fôlego e ao invés de só ficar puramente berrando, podemos notar que mesmo utilizando de seu gutural (estilo Vitor Rodrigues, do Torture Squad, por exemplo) ele está cantando com muita raiva e agressividade, ingredientes indispensáveis no Thrash Metal.

A eficiência de Arthur nas baquetas dispensa maiores comentários (o cara detona!) e o baixo reto e cru de Diaz segue a mesma direção. A peteca não oscila em nenhum momento ao longo dos quase 40 minutos que compreendem as 11 faixas, incluindo a regravação de “The Evil Always Returns”.

Embora possa ser definido como um disco de Thrash, “Drowning in Blodd” é muito mais que “apenas” isso, beirando o Death Metal e até com passagens que chegam a lembrar o Doom Metal, tamanha a cadência e o peso arrastado, como em “Prison In The Hexagon”, temos diante de nós um disco que, sem dúvidas, será considerado um clássico do gênero e já estará na lista dos melhores de 2011 dos amantes do Metal raivoso e pesado.

Se você ainda não conhece quem começou tudo aqui no Brasil, pode iniciar pelo fim e ir curtindo disco a disco regressivamente, pois, em se tratando de Vulcano, o peso e a qualidade são marcas garantidas.

Stay on the Road

Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Vulcano
Álbum: Drowning in Blood
Ano: 2011
País: Brasil
Tipo: Thrash Metal/Death Metal

Formação
Zhema Rodero (Guitarra)
Luiz Carlos (Vocal)
Fernando Nonath (Guitarra)
Carlos Diaz (Baixo)
Arthur Von Barbarian (Bateria)


Tracklist
01. Awash in Blood
02. Devil’s Force
03. Total Desolation
04. Prision in the Hexagon
05. 100 & 50
06. Zodiac Attack
07. They Sold Their Souls
08. Chapel on Fire
09. Come to the Carnage
10. Infamous Poet
11. The Evil Always Returns

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