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sábado, 30 de agosto de 2025

EPICA: uma música de cada disco para curtir até o show em São Paulo

Tim Tronckoe

Por Fernando Queiroz

Com uma discografia que já chega a nove álbuns de estúdio - sem contar discos ao vivo e EPs -, o que não falta ao Epica, uma das maiores bandas de metal sinfônico do mundo, e a maior no geral dos Países Baixos, escolher músicas para um setlist é sempre um desafio. Claro que, em muitos casos, algum álbum vai ficar de fora totalmente, mas sempre há aquela música de cada disco que mais as pessoas querem ouvir. Segue algumas que gostaríamos que fossem tocadas!

The Phantom Agony - Cry for the Moon

É inevitável falar sobre essa canção que é o primeiro grande sucesso da banda, aquela que os alçou ao estrelato no gênero. Também é, em termos gerais, o maior hit da banda até hoje, e está presente em todos os shows, desde o começo até hoje.

Consign to Oblivion - Dance of Fate

Outro grande hit, não é presença constante em todos os shows, mas é uma das mais icônicas músicas da banda. Diferente da maioria das mais famosas canções do Epica, Dance of Fate se aproxima do power metal em sua estrutura, e não tem os vocais guturais de Mark Jansen presentes - algo que, num geral, é uma exceção, não a regra na trajetória da banda.

The Divine Conspiracy - Chasing the Dragon

Uma das músicas mais longas da trajetória da banda, ela acaba sendo encoberta por músicas mais famosas do disco, como Never Enough. Porém, é possível dizer que foi essa canção que pavimentou os rumos que a banda seguiria nos discos subsequentes, com guturais mais fortes, baterias muito rápidas intercalando com momentos mais “balada”. Seria incrível vê-la novamente sendo tocada em shows.

Design Your Universe - Tides of Time

Composta por Coen Janssen, tecladista da banda, é um dos destaques do disco desde seu lançamento, há mais de quinze anos. Se tornou, inclusive, um símbolo da “nova fase” do grupo holandês.

Requiem for the Indifferent - Storm the Sorrow

Esse é, provavelmente, o álbum menos “querido” do Epica entre os fãs, e de forma alguma obteve um sucesso tão grande quanto os anteriores - foi a época, também, que Simone Simons teve cabelos loiros, o que causou estranheza entre seus fervorosos fãs. A canção Storm the Sorrow, porém, foi um dos destaques do disco, e sempre que grande parte dos fãs fala bem desse disco, citam essa canção.

The Quantum Enigma - Unchain Utopia

Mark Jansen acabou ficando conhecido como alguém muito interessado em física quântica, e supostamente estou muito sobre o assunto. Não para menos, usou o tema como base em muitas de suas músicas, e o álbum em questão, um dos mais adorados na fase mais recente da banda, foca especificamente nisso. A faixa Unchain Utopia, a mais curta do disco se tirarmos os interlúdios, foi o cartão de visitas para o que esperar do registro completo, e é presença constante em shows.

The Holographic Principle - Universal Deathsquad

Das canções do Epica, em toda sua carreira, essa é uma das mais pesadas, quase se aproximando do Death Metal! Levando em conta que a banda tocará junto ao Fleshgod Apocalypse em sua turnê brasileira, essa música é uma pedida infalível para agradar todos os presentes no evento, seja para ver os holandeses, quanto para quem quer assistir ao show dos italianos do FGA primariamente.

Omega - Abyss of Time-Countdown to Singularity

A abertura do penúltimo álbum dá a letra: sinfônico, pesado, com ótimos duetos entre Mark Jansen, também compositor da canção, e Simone Simons! O álbum, no geral, segue a linha proposta aqui, que é onde temos a ideia do que esperar.

Aspiral - Apparition

O polêmico último disco do Epica, claro, vai ser o foco do show. Um disco que foca mais no lado progressivo e modernizado da banda, para muitos foi de difícil assimilação; apesar disso, o disco já pode ser considerado um sucesso, e a atual turnê prova isso! Apparition foi tocada pela primeira vez no início de Agosto, e só foi executada duas vezes ao vivo. Porém, como foi assim nos dois últimos shows que a banda fez até o momento, podemos dizer que é uma séria candidata a vermos por aqui; com seus menos de cinco minutos de duração, encaixa perfeitamente no setlist.

O aguardado retorno, após mais de um ano, do Epica ao Brasil, ao lado dos italianos do Fleshgod Apocalypse, acontece no início de Setembro. Confira as informações completas!


SERVIÇO

Data: 14 de setembro de 2025 – domingo

Local: Terra SP

Endereço: Av. Salim Antônio Curiati, 160 – Campo Grande, São Paulo – SP

Horário: 18h


Ingressos:

PISTA – 1o Lote

Meia Entrada / Solidária: R$ 250,00

Inteira: R$ 500,00


PISTA PREMIUM – 1o Lote (Livre acesso ao setor premium em frente ao palco e ao camarote / mezanino)

Meia Entrada / Solidária: R$ 350,00

Inteira: R$ 700,00


CAMAROTE – 1o Lote

Meia Entrada / Solidária: R$ 350,00

Inteira: R$ 700,00


PACOTE VIP / MEET & GREET

É necessário comprar um ingresso separadamente! O PACOTE VIP inclui: •⁠ ⁠Meet & Greet com o Epica / •⁠ ⁠Oportunidade de tirar uma foto com a banda / •⁠ ⁠1 Camiseta exclusiva do Epica / •⁠ ⁠1 Credencial oficial do Epica / •⁠ ⁠1 Cordão oficial para a credencial / •⁠ ⁠Acesso à casa de shows antes do público em geral

Meet & Greet – Camiseta Tamanho P: R$ 600,00

Meet & Greet – Camiseta Tamanho M: R$ 600,00

Meet & Greet – Camiseta Tamanho G: R$ 600,00

Meet & Greet – Camiseta Tamanho GG: R$ 600,00

Venda: ⁠⁠Epica e Fleshgod Apocalypse - São Paulo | FasTix

sábado, 13 de março de 2021

Confira como foi a Coletiva de Imprensa com o Epica referente ao álbum “Ômega”!

Matéria por: Uillian Vargas

Representante na Coletiva: Uillian Vargas

Perguntas criadas por: Renato Sanson

O Epica acaba de lançar “ÔMEGA” (2021), oitavo álbum de estúdio. Um disco carregado de poesia, letras impactantes sobre a essência dos sentimentos e muita, mas muita, musicalidade. A melodia nunca abandonou as composições da banda, mas o “Ômega” parece aquela respirada profunda que renova as energias, antes de apanhar o sol da manhã. Na campanha de divulgar as novidades e curiosidades sobre o novo trabalho, Mark Jansen (guitarra e vocal gutural) e Simone Simons (vocal) receberam profissionais da imprensa brasileira, na tarde do dia 12 de março de 2021.

A coletiva aconteceu por videoconferência e foi mediada por Fernando, que recebeu todos os reportes minutos antes dos artistas entrarem na sala virtual. Momento quando passou uma rápida instrução de como aconteceria a mecânica da entrevista. Comentou que as perguntas ocorreriam através de chamada e de forma ordenada, avisou que os microfones somente seriam abertos no momento oportuno. Profissionalismo de encher os olhos que deixa a brigada da comunicação com sensação de tranquilidade e conforto.

Mark e Simone chegaram pontualmente as 16h e num instante o Fernando explicou como aconteceriam as perguntas, divididas em duas rodadas. Uma rodada de uma pergunta para cada entrevistador, e na sequência se iniciaria a segunda rodada. Road To Metal teve, também, a oportunidade de lançar dois questionamentos. Um primeiro momento sobre um som específico do novo disco e no segundo momento, algo mais abrangente sobre a banda e seu tempo de carreira.


Primeira pergunta foi direcionada ao Mark Jansen:


Mark, em “Freedom – Wolves Within”, a letra do som descreve em forma de analogia, uma briga interna de dois lobos, um representando nosso lado malvado e melancólico e o outro lobo representando alegria e perseverança. Coincidentemente li algo parecido no livro “A coragem de não agradar” há pouco tempo, que me fez lembrar muito desse som. A pergunta é: quão importante a literatura e filosofia é para o Epica?

Mark: Olha, boa pergunta! São muito importantes. Ambos, Simone e eu, escrevemos a letra dessa música juntos. Ambos estamos muito interessados também na mitologia antiga e nos ensinamentos da filosofia. Está é uma daquelas histórias em que tropecei quando escavei numa velha história sobre um Cherokee ensinando esta lição a seu neto. Fiquei tão emocionado com o que li e me lembrei desse sentimento, sobre esses lobos, eles estão dentro de nós. E alguns de nós estamos um pouco envergonhados com o “Lobo escuro”, mas é parte de nós e não há como termos vergonha do que somos, é quem somos, humanidade, todos nós temos esse “lado negro” e, ao empurrá-lo para longe, ele vem à tona mais rápido. Mas quando você alimenta mais o lobo positivo que o negativo, pelo menos esse se torna o dominante e então você se torna um ser humano com quem as pessoas gostam de estar cercadas em vez de uma pessoa negativa que alimenta mais o lobo escuro e, portanto, é tudo parte de uma escolha para cada um de nós, que queremos ser, que lobo queremos alimentar mais do que o outro.

Na fala sobre a letra da música, Mark trouxe uma reflexão muito presente nos dias atuais. Principalmente com toda essa situação de isolamento, muitos de nós tivemos que aprender a conviver com nossos lobos. Nós do Road To Metal, que também somos adeptos de leituras filosóficas, ficamos extremamente contentes com a resposta e nela nós enxergamos muito sentido e equilíbrio total com a música em questão.

Já na segunda rodada de perguntas, fomos chamados novamente (e tínhamos preparado 15 perguntas, já pensando que havia possibilidade de algum dos colegas da imprensa abordar alguma de nossas questões, então não faz nenhum mal ter material extra na manga), acabamos optando por uma pergunta para além do álbum “Ômega”, amplamente explorado pelos colegas. Mas agora era a hora de falarmos com a Ladie Simone Simons, e para ela foi perguntado:

Daqui dois anos O Epica completará 20 anos de atividade! Para a comemoração dos 10 anos, vocês lançaram um material incrível, particularmente considero “Retrospect” (2013) um dos maiores momentos da carreira da banda. Para a comemoração da esperada segunda década de atividade, o que podemos esperar?

Simone: Sim, já são 20 anos e parece realmente muito, muito, tempo. Isso me faz me sentir velha (risos). Como se começasse aos 17, agora eu me sentisse com 70. Dizer que o Epica tem rodado “por aí” há 20 anos, mas a verdade é que eu comecei muito jovem. E sim, a “Retrospect” (2013) é definitivamente um marco em nossa carreira, 10 anos de Epica, agora em breve serão 20 anos.  Mas a pandemia meio que arruinou muitas coisas, para muitas bandas e para nós, e quando fazermos 20 anos, é justo voltarmos em turnê para promover “Ômega” (2021), esperamos. E tudo está parecendo que foi colocado em pausa, mas adoraríamos comemorar assim que pudermos. Sabe, agradecer a nossa incrível família Epica, dizer obrigado! Quero dizer, como quando “Design Your Universe” (2009) teve o aniversário de 10 anos (foi lançado um álbum com algumas versões acústicas do disco, chamado “The Acoustic Universe” – 2019). Certamente gostaríamos de fazer algo muito especial.  Mas não temos nada de concreto por agora, mas isso pode mudar, no momento está muito complicado para planejar algo por causa da pandemia, por isso temos que ser flexíveis, temos que ser um pouco espontâneos, é muito difícil planejar com muita antecedência no futuro e isso é algo com o qual não tivemos nenhum problema no passado, é uma situação muito estranha e única agora, mas não vamos deixar esse momento passar em silencio, de qualquer maneira.

De forma muito coerente Simone Simons conduziu uma resposta sem muitas certezas, em função da pandemia, que tomou todos profissionais do ”show business”, de assalto. É uma crise que se estende para além do palco! Impressionante mesmo foi a paciência, delicadeza e educação que a dupla apresentou para responder todas as perguntas. Deu para sentir muita entrega nas respostas. Atitude que deixou claro que a expressão usada pela Simone “Epica Family”, não é só uma expressão. Vida longa ao Epica, que logo passe esse período difícil e que o Road To Metal possa estar presente em tantas forem as comemorações da banda.

Obrigado especial a Shinigami Records que intermediou essa oportunidade e ao Costábile Salzano que, como assessor de imprensa, operacionalizou esse encontro.

 

domingo, 5 de abril de 2020

Ron Coolen: "Rise" Projeto Reúne Nomes Como George Lynch, Göran Edman, Keith St John e Muitos outros


Ron Coolen é um músico multi-instrumentista holandês, que, segunde ele, por volta de 1978, ao ouvir "Whole Lotta Rosie" do AC/DC sua paixão pela música começou, e nunca mais mudou. O jovem Ron viu o nascimento da NWOBHM, a explosão do Iron Maiden e do outro lado do oceano, na America, surgiam nomes como Riot e Metallica. A partir daí, se iniciou também como músico, primeiramente na guitarra, mas depois partindo para a bateria, passando por diversos projetos e bandas covers.

Ron também faz um trabalho humanitário louvável, pois abraçou a causa do guitarrista Jason Becker, que em 1993 foi diagnosticado com um raro tipo de ALS, que foi lhe tirando os movimentos, então em 2008, quando correu a maratona de Nova Iorque, e a exemplo de outros atletas participantes, resolveu correr por caridade, e escolheu a causa de Jason.

Ron Coolen
Desde então, sempre vem ajudando a fundação Jason Becker, inclusive co-organizando um festival na Holanda. Ron também teve um programa de rádio em uma estação holandesa, e através dele fez muitos amigos e contatos, o que lhe ajudou a conseguir brindes para ajudar a arrecadar fundos para ajudar Jason.

E agora em 2020 Ron Coolen realiza um sonho, lança o álbum "Rise", fruto da sua vontade em criar suas próprias músicas, desde que voltou a se dedicar a guitarra, e com a ajuda de diversos dos amigos que fez no mundo da música, conseguiu reunir um time respeitável de convidados neste trabalho, desde nomes consagrados como George Lynch, Göran Edman (Malmsteen, Brazen Abbot, Kharma e muitos outros), o vocalista Keith St. John (Burning Rain, Montrose) e Chris Amott (Arch Enemy) a nomes ascendentes como o jovem prodígio da  guitarra Joey Conception (atualmente no Sanctuary).

Ron iniciou a composição de "Rise" alguns anos atrás, se encarregou de diversos instrumentos, bateria, baixo, teclados, guitarra base e até arriscando alguns solos, fazendo um trabalho de respeito! Com a parte lírica, teve ajuda principalmente de Keith St John e de Francoise Vaal, parceria de projetos anteriores.

George Lynch
O álbum foi gravado em dois estúdios na Holanda, e os vocais e guitarras solos em diversos outros estúdios, nas cidades e países dos vários convidados que aparecem no disco. A produção e masterização final foi feita por Hans Pieters, músico, engenheiro de som e produtor que trabalhou com bandas como After Forever, Sinister, Epica e outros.

"Rise" é um álbum calcado principalmente no Hard Rock e Heavy Metal clássicos, mas em alguns momentos apresenta elementos mais modernos, algo de Metal Extremo e até Prog.

Os elementos principais, o Hard e Classic Rock, já pode ser percebido na abertura, e primeiro single, "Big Devil Data", de levada cadenciada e pesada, com nuances Classic Rock e Hard Rock, excelentes solos, a cargo de Thorsten Koehne (Eden's Curse) e com Keith mostrando seus dotes vocais, os quais lembram muito dos vocalistas do Hard e Classic Rock 70's.


E realmente, algo a se destacar no álbum são os excelentes vocais de Keith e o belo trabalho nas guitarras solo, com caras de muito talento e técnica, como Thorsten, Joey Conception, Stéphan Forté (Adagio), Christopher Amott e a lenda George Lynch.

Temos também momentos com Hard Rock com aquele groove e malícia 80's, como em "Too Late to Surrender" ou "Sin City", que tem como destaque as guitarras de George Lynch, esbanjando classe e técnica.

Mas não é só Hard Rock e Classic Rock,  também podemos encontrar elementos mais modernos, como em "Kill, Kill, Kill", uma faixa com bastante peso e agressividade, tendo passagens bem velozes alternando vocais altos e limpos e alguns guturais. Os vocais principais aqui ficaram por conta de Sam Walters, do Driven Mad, dos EUA.. "From Your Mouth", também segue uma linha mais moderna, com mais agressividade e alguns vocais guturais.

Keith St John
"Selfishness", que fecha o álbum, merece destaque, com sua levada cadenciada, jeitão épico, bons solos de guitarra e teclado e os vocais do grande vocalista sueco Göran Edman.

Em resumo, um bom álbum de Hard Rock e Metal, onde as ideias e produção estão bem resolvidas e coesas, trazendo momentos bem interessantes e boas músicas, não se limitando a somente ter nomes conhecidos como atrativo, ou seja, os participantes contribuíram em muito para complementar as ideias de Ron Coolen, e o conjunto todo funcionou muito bem. 

Além de um bom álbum, é muito interessante acompanhar as letras e as partes que cada um dos músicos participa, e tem muitos mais que não citei acima, é um exercício bem legal você ouvir e ir descobrindo outros nomes interessantes que participaram do projeto, quase que como catar easter eggs! 

Ron Coolen
Ah, vale lembrar que parte da renda com as vendas do álbum físico e streamings vai para a fundação Jason Becker. Bela atitude!

Texto: Carlos Garcia


Confira o site oficial para mais informações e adquirir o álbum:

Saiba mais sobre a Jason Becker Charity

Tracklist:

1. Big devil data
2. White Summer
3. Too late to surrender
4. Sin City
5. Gotta shoot your devils down
6. Ashes to Ashes
7. Paradise
8. Kill Kill Kill
9. Rise
10. Stories
11. From your mouth
12. Selfishness


domingo, 27 de maio de 2018

Epica: EP é um Presente de Qualidade aos Fãs




Em agosto do ano passado o sexteto holandês de metal sinfônico Epica lançou o EP “The Solace System”, via Nuclear Blast, e agora disponível no Brasil via Shinigami Records.

As músicas foram compostas no mesmo período do álbum “The Holographic Principle”, portanto as 6 faixas deste EP não possuem muita originalidade, mesmo assim foi entregue um trabalho de qualidade. As orquestrações e coros tão característicos na sonoridade da banda marcam presença complementando o instrumental pesado e moderno em todas as músicas.

Para divulgar o trabalho, foi lançada uma trilogia de vídeos animados criados por Davide Cilloni das músicas “The Solace System”, “Immortal Melancholy” e “Decoded Poetry”.


Iniciando com “The Solace System”, a canção tem um refrão que cativa o ouvinte, em seguida a enérgica “Fight your Demons”, pesada se destaca pelos corais marcantes. A seguir, a intensa “Architect of Light”, onde as guitarras de Mark Jansen e a bateria de Ariën van Weesenbeek ganham destaque, fazendo um som pesado e direto. Em “Wheel of Destiny” Isaac Delahave se destaca pelo solo de guitarra.

Minha favorita é a balada “Immortal Melancholy”, que já havia aparecido nas faixas bônus de THP e dessa vez ganhou uma versão “voz e violão”. De forma bombástica “Decoded Poetry” encerra o trabalho com um coral emocionante.


“The Solace System”  foi bem produzido, qualidade indiscutível. mas não espere nada de novo, entendo que lançar essas músicas significa mais um presente aos fãs super fiéis do que para ouvintes que buscam novidades. Se você curte a banda, não tem erro.

Texto: Raquel de Avelar
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Epica
Álbum: "The Solace System" EP 2017
País: Holanda
Estilo: Symphonic Metal
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

Adquira agora no site da gravadora

Line-Up
Simone Simons - vocal (mezzo-soprano)
Mark Jansen - guitarra e vocal gutural
Rob Van der Loo - baixo
Isaac Delahaye - guitarra
Ariën van Weesenbeek - bateria 
Coen Janssen - Teclado e Piano

Track List:
01. The Solace System
02. Fight Your Demons
03. Architect of Dreams
04. Wheel of Destiny
05. Immortal Melancholy
06. Decoded Poetry

Site Oficial

       


       


       

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

The Charm the Fury: Amadurecimento e Busca Por Sua Identidade



Em 2017, o grupo holandês de metalcore The Charm The Fury lançou o álbum "The Sick, Dumb & Happy", disponibilizado no Brasil pela Shinigami Records.

Com influências de Pantera e Metallica, a banda se destaca pelos excelentes vocais de Caroline Westendorp. O álbum inicia com a empolgante “Down on the Ropes”, logo de cara me espantei com os riffs pesados, combinados com os guturais agressivos de Caroline. Destaque para “Echoes”, com o grudento refrão de vocais limpos. 

A excelente “Weaponized” mistura Groove com Metalcore. Em “No End in Sight”, a banda mostra a que veio, mesclando peso, agressividade e atitude. Me viciei na poderosa “Blood and Salt”, com sua pegada mais Doom. Ouvindo algumas vezes o álbum, me pareceu que a banda ainda está em busca de sua identidade musical, não que isso seja ruim, afinal “The Sick, The Dumb & Happy” mostra amadurecimento nas composições comparado ao mediano primeiro álbum  "A Shade of My Former Self”. “Corner Office Maniac” é um intervalo que nos prepara para a porrada de “The Future Need Us Not”, aqui os vocais de Caroline são ao mesmo tempo agressivos e envolventes.


A bela balada “Silent War” quebra um pouco o clima agressivo do álbum, mas não se iluda, a agressividade volta com tudo em “Songs of Obscenity”, com a ousadia vocal de Westendorp se destacando mais uma vez. Se eu tivesse que indicar apenas uma música para alguém que ainda não conhece a banda eu diria para começar ouvindo “Break and Dominate”,  com o incrível trabalho da dupla de guitarras aliado à vibração da bateria. Resumindo, “The Sick, The Dumb & Happy” é um álbum moderno, criativo e diversificado. 

Se você não teve interesse em ouvir por não ter gostado do álbum de estréia, esqueça do trabalho anterior, este disco não é mais do mesmo. 

Texto: Raquel de Avelar
Revisão e Edição: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: The Charm the Fury
Álbum: The Sick, Dumb and Happy - 2017
País: Holanda
Estilo: Alternative Metal
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

Adquira o álbum na Shinigami

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Tracklist:
1. Down On The Ropes
2. Echoes
3. Weaponized
4. No End In Sight
5. Blood And Salt
6. Corner Office Maniacs
7. The Future Need Us Not
8. Silent War
9. The Hell In Me
10. Songs Of Obscenity
11. Break And Dominate


sábado, 13 de maio de 2017

Ayreon: "The Source" - Um "Recomeço" Brilhante



Sempre que algum trabalho novo deste genial holandês, Arjen Anthony Lucassen, começa a ser moldado, é gerada uma expectativa grande, principalmente quando se trata do seu projeto mais famoso e mais querido pelos fãs, a Opera Rock AYREON.

O garoto que começou fazendo playback na escola, imitando ídolos como David Bowie e Alice Cooper, descobriu o que queria para si quando foi apresentado ao som do Deep Purple, e imediatamente tornou-se um fã de Ritchie Blackmore. Em 1994, iniciou sua carreira solo, e, indo totalmente contra a maré, compôs o primeiro álbum do Ayreon, "The Final Experiment" (ele brinca que achava que seria a "experiência final" mesmo.), uma Opera Rock em plena era em que o mercado musical atravessava profundas transformações, a era do "Grunge", de bandas como Nirvana, Alice In Chains, Pearl Jam e etc, e por conta disso, o trabalho foi recusado por várias gravadoras, até que a Transmission Records lançou o álbum, e a aceitação e vendas foram aos poucos aumentando, sendo um grande êxito, tanto que a gravadora logo pediu um novo álbum.


A partir daí, é mais história, e vamos falar do presente, que é o álbum duplo "The Source" (A Origem), que em seu título traz vários significados, ligados à parte lírica, onde Arjen retoma a ficção científica,  a origem da "Forever Race", a própria origem da humanidade e do Ayreon, com vários elementos ligando aos álbuns anteriores, como a substância "Liquid Eternity", utilizada pelos Alphas para sobrevir embaixo d'água, além disso, Arjen também viu como um recomeço, pois inicia o trabalho com uma nova gravadora a partir deste álbum, a "Mascot Label Group". 

Para explanar aqui em poucas palavras, a  história, que é dividida em quatro crônicas, conta como o planeta Alpha foi destruído, por conta das convicções de um super computador criado por eles, "The Frame", para descobrir a causa do planeta estar morrendo, então "The Frame" chega a conclusão que o problema é o povo do planeta, e que este deve ser erradicado. Frente a um iminente apocalipse, alguns poucos escolhidos são destinados a procurarem um novo planeta para que a espécie sobrevivesse, e o destino é um planeta formado por água, onde vão tentar recomeçar, com ajuda da substância chamada "Liquid Eternity" (ou "The Source"), a qual lhes permitiria sobreviver embaixo da água e comunicar-se telepaticamente.

Em 2016, quando revelou que o novo trabalho seria um álbum do Ayreon, já foi gerando expectativas, que aumentaram com os "jogos" de adivinhação, onde Arjen postava em sua página do Facebook teasers das músicas, para que os fãs adivinhassem qual ou quais cantores estavam nas referidas.


Para este álbum, Arjen reuniu um maravilhoso time de vocalistas, contando a seu favor o fato que todos já eram amigos ou no mínimo familiarizados com o seu trabalho, e a primeira faixa apresentada, "The Day That The World Breaks Down", causou impacto extremamente positivo. Uma produção magnifica, que introduz a história, trazendo os 11 vocalistas principais, em uma música que traz todas aquelas nuances características do Ayreon. Fantásticos vocais, grandes teclados, peso, melodia, mesclando o Progressivo, Classic Rock e Heavy/Hard. 

É um álbum mais típico e, digamos, "seguro", pois "The Theory of Everything" foi um trabalho que dificilmente pode ser ouvido parcialmente, e não há uso de refrãos, não seguindo da maneira mais tradicional, já em "The Source", mesmo que siga uma história com início, meio e fim, e as faixas vão se completando, é possível a audição pura e simples, não sendo necessário ouvir na ordem. Mas o álbum é tão bom que fica difícil querer pular músicas! hahah! Com certeza vai ser complicado tirar do playlist.

E todas essas nuances que conhecemos do projeto, estão em "The Source", uma produção magnífica, grandes músicos, e sonoridade que transita pelas influências do 70 e 80 que Arjen nunca nega, mas é um cara sempre aberto a coisas novas, mas o certo é que seu trabalho possui grande personalidade. Então, temos muita música excelente, viajando por partes progressivas, Hard Rock, Heavy e Folk. Você vai notar que é um álbum mais pesado, bastante orientado pela guitarra, mas temos também muitos teclados e aquelas lindas partes mais folk e viajantes.


Podemos sentir o peso já na citada faixa de abertura, e as nuances progressivas e folk em "Sea of Machines", e algo mais experimental na "Everybody Dies", com sua melodias criativas, algo de Queen, e um certo humor negro, pois as melodias "felizes" se contrastam com a letra (Arjen sempre cita o grupo de humoristas Monty Phython, e gosta de utilizar esse tipo de contraste, como em seu álbum solo, na música "Dr. Slumber's Eternity Home"). A história vai se desenvolvendo e as músicas vão trazendo os climas, em performances excelentes dos vocalistas, e em músicas que a cada audição do álbum fica difocil destacar, temos o peso, melodia e cadência de "Star of Sirrah", para em sguida a beleza do clima folk de "All That Was", que traz um certo ar de melancolia, mas também de esperança. Floor e Simone estão magistrais nas suas participações.

Passamos também por momentos que remetem as influências de Blackmore, como a rápida "Run! Apocalipse! Run!", que traz um ar bem Rainbow/Purple, porém com mais peso, aliás, como falei, é um trabalho bem orientado para a guitarra, mais pesado. E o que dizer da tensão dessa intro com os cellos e violinos em "Condemned to Live"? e os fantásticos coros de "Aquatic Race" e "Journey to Forever"?, esta última aliás, remete ao outro projeto de Arjen, o Star One, mais ainda porque há Russel Allen nela, porém há melodias folk. Bom, Arjen mesmo achou que poderia ser, no início, um álbum do Star One, mas depois com a diversidade das demais ideias que foram surgindo, percebeu que um novo Ayreon nascia.


Temos momentos em que a música beira ao Power Metal Melódico, como em "Planet Y is Alive", principalmente nos trechos em que Hansi Kürsch canta,  e logo em seguida a atmosfera belíssima de "The Source Will Flow", com aquele teclado com efeito como se estivesse embaixo da água, vocais intensos e carregados de emoção, além de dois solos magníficos, o de teclado, por Mark Kelly (do Marillion) e o de guitarra por Mark Coenen (Sun Caged). É fantástico como Arjen encaixa as peças, e também tira o melhor de cada um, e o pessoal faz com muito gosto, muito feeling, e ele segue mostrando que é um produtor acima da média.

Com todas essas nuances, encaixadas de forma genial, nos proporciona uma audição em que dificilmente você vai achar o álbum cansativo, é um álbum que vai ser celebrado por muito tempo pelos fãs, que com certeza seguirão aumentando, pois uma mente brilhante como Arjen Lucassen merece ser ouvido, um gênio do Rock Pesado/Progressivo contemporâneo. Não tem muito mais a dizer, "The Source" é simplesmente maravilhoso, o que eu vier mais a falar vai se tornar clichê, ou até piegas.


Texto: Carlos Garcia

Artista/Banda: Ayreon
Álbum: The Source
Estilo: Rock Opera/Progressive Rock/Classic Rock
País: Holanda
Selo: Mascot Label Group (lançamento nacional via Hellion Records)

Confira Line-up e participações em cada faixa:

Joost van den Broek (ex-After Forever) – grand piano and electric piano
Mark Kelly (Marillion) – synthesizer solo[14] on "The Dream Dissolves"
Maaike Peterse (Kingfisher Sky) – cello
Paul Gilbert (Mr. Big, Racer X) – guitar solo[15] on "Star of Sirrah"
Guthrie Govan (The Aristocrats, ex-Asia) – guitar solo[16] on "Planet Y Is Alive!"
Marcel Coenen (Sun Caged) – guitar solo[17] on "The Dream Dissolves"
Ed Warby – drums
Ben Mathot – violin
Jeroen Goossens (ex-Pater Moeskroen) – flute, wind instruments
Arjen Anthony Lucassen – electric and acoustic guitars, bass guitar, mandolin, synthesizers, Hammond, Solina Strings, all other instruments

   

Chronicle 1: The 'Frame
1. "The Day That the World Breaks Down" (James LaBrie, Tommy Karevik, Tommy Rogers, Simone Simons, Nils K. Rue, Tobias Sammet, Hansi Kürsch, Mike Mills, Russell Allen, Michael Eriksen, Floor Jansen) 12:31
2. "Sea of Machines"  (Rogers, Eriksen, Rue, Simons, Sammet, Allen) 5:08
3. "Everybody Dies" (Mills, Karevik, Rogers, Allen, Kürsch, Eriksen, Sammet, Jansen) 4:42
Tempo Total: 22:21

Chronicle 2: The Aligning of the Ten
4. "Star of Sirrah"  (LaBrie, Allen, Kürsch, Sammet, Rue, Rogers, Eriksen, Jansen) 7:03
5. "All That Was" (Simons, Jansen, LaBrie, Eriksen) 3:36
6. "Run! Apocalypse! Run!" (Karevik, Kürsch, Mills, Allen, Jansen, Sammet, Rue, LaBrie) 4:52
7. "Condemned to Live" (LaBrie, Rogers, Eriksen, Simons, Karevik, Jansen) 6:14
Tempo Total: 21:45

Chronicle 3: The Transmigration
1. "Aquatic Race" (LaBrie, Sammet, Karevik, Eriksen, Allen, Simons, Rogers, Jansen, Kürsch) 6:46
2. "The Dream Dissolves" (Simons, Jansen, Eriksen, Rue) 6:11
3. "Deathcry of a Race" (Allen, Sammet, Jansen, Karevik, Zaher Zorgati, Simons) 4:43
4. "Into the Ocean" (Allen, Mills, Eriksen, Kürsch, Sammet, Karevik, Rue) 4:53
Tempo Total: 22:33

Chronicle 4: The Rebirth
5. "Bay of Dreams" (LaBrie, Rogers, Mills, Eriksen, Rue) 4:24
6. "Planet Y Is Alive!" (Karevik, Allen, Kürsch, Mills, Sammet, Jansen) 6:02
7. "The Source Will Flow"  (Rogers, LaBrie, Simons) 4:13
8. "Journey to Forever" (Sammet, Eriksen, Kürsch) 3:19
9. "The Human Compulsion" (Simons, LaBrie, Rogers, Eriksen, Allen, Rue, Sammet, Kürsch, Karevik, Jansen) 2:15
10. "March of the Machines" (Mills) 1:40
Tempo Total: 21:53

   

   

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Entrevista - Marina La Torraca (Phantom Elite, HDK e Avantasia - Live): Vivendo um Momento Mágico



Muitas vezes nem sempre o talento e trabalho bastam, às vezes parece ser preciso estar no lugar certo na hora certo, cruzar com as pessoas certas, pois quantos ótimos músicos e bandas você conhece que estão na cena, e que você se pergunta: "Como que essa banda, ou esse cara não conseguiram um sucesso maior?". Alguns acabam até desistindo. (English Version)

A brasileira Marina La Torraca passou por uma situação em que chegou a desistir de seguir carreira no Metal, mas a vontade de seguir na música e no Metal, falou mais alto, e isso parece te-la colocado no caminho das pessoas certas, pois muita coisa aconteceu depois que Marina acabou tendo Amanda Somerville como sua vocal coach, depois desse contato, surgiu a oportunidade de trabalhar com a banda de Sander Gommans (HDK, After Forever), e em seguida de formarem uma nova banda, o Phantom Elite. As coisas começaram a acontecer da melhor forma, e em seguida veio a indicação de Amanda Somerville para Marina substituí-la em alguns shows da "Ghostlights World Tour" do Avantasia, ou seja, tudo caminhou junto, pois sem talento, as coisas também não aconteceriam.

Bom, vamos saber da própria Marina um pouco mais da sua carreira, do seu trabalho, do Phantom Elite, Avantasia e desse momento especial que vem vivendo. Confira a seguir o papo que tivemos com a talentosa e sempre simpática Marina La Torraca:



RtM: Oi Marina, pra começar você poderia nos contar um pouco como surgiu a oportunidade de trabalhar com o Sander Gommans e depois formar o Phantom Elite?
Marina La Torraca: Oi Carlos! Bom, eu conheci tanto o Sander quanto a Amanda Somerville nas gravações do álbum “Shield of Faith”, que eu gravei há alguns com a (agora inexistente) banda de origem romena Highlight Kenosis. A Amanda foi minha vocal coach nas gravações e o Sander produziu o álbum.

A formação do Phantom Elite veio muito depois, e surgiu de uma situação bem espontânea. Eu estava sem banda há algum tempo (por conta dos meus estudos) e perguntei pro Sander: “E aí...  será que você não tem nenhuma banda pra mim, não?” (risos). Mais ou menos assim! A partir daí surgiu a ideia de trazer o projeto de estúdio do Sander, o HDK,  para os palcos. Gostamos da ideia e saímos em busca de músicos para fazer isso acontecer. Com a banda formada e muitos meses de ensaio, acabamos nos envolvendo tão positivamente com o projeto, que nosso material próprio acabou virando prioridade... e foi assim que o Phantom Elite, nome tirado da letra “Eternal Journey” do álbum “Serenades of the Netherworld” (HDK), veio a surgir.


RtM: Lembro de que você teve algumas bandas covers, inclusive do Evanescense, mas depois você acabou sumindo de cena. Você acabou ficando afastada da cena por falta de oportunidades, decepção com o cenário musical?  Li uma entrevista em que você falou que estava se dedicando aos seus estudos de arquitetura. Você meio que havia decidido a abandonar o cenário musical de vez? Geralmente quem é ligado à música, geralmente não consegue se desligar, heheh, você pode tentar largar a música, mas ela não te larga! Hehe
Marina: (risos) É bem por aí mesmo! Tentei “abandonar” a música muitas vezes, he he he. Algumas vezes por ter que focar nos estudos, outras vezes por frustração com a indústria... rs.
Mas as bandas cover que tive no Brasil nunca foram realmente transformadas em um projeto de material próprio e, apesar de sempre termos dado o nosso melhor em termos musicais e de performance, nunca foram tratadas como um “business”, com investimento, planejamento, etc.

RtM: E agora com esse trabalho com o Sander  e com o Phantom Elite, além dessa oportunidade de excursionar com o Avantasia (que vamos falar também), você se sente motivada novamente a seguir uma carreira dentro do Metal? Quais suas expectativas?
Marina: Bom, estamos planejando e investindo “profissionalmente” no Phantom Elite desde o início. Ter retorno financeiro com uma banda de Metal é, com muito otimismo, um plano a looooongo termo. (risos) Estamos aí pra crescer, mas fazemos essencialmente porque há muita realização pessoal envolvida.
Eu, no momento, canto profissionalmente em diversas produções e eventos, dou algumas aulas de canto, e (muito às vezes, rs.) trabalho com design gráfico e arquitetura. É assim que ganho meu pão-de-cada-dia. Mas claro que trabalhar com o Avantasia é bem mágico e abre espaço pra “wild ideas” até então mais distantes! Haha.

"Formamos a banda, e muitos meses de ensaio, acabamos nos envolvendo tão positivamente com o projeto, que nosso material próprio acabou virando prioridade."
RtM: E como você está se sentindo com relação às composições, como estão fluindo?
Marina: Nós moramos muito longe uns dos outros, então as composições são feitas basicamente via Skype, Dropbox, Whatsapp, e outros aplicativos, rs. Não é o método mais “fluido” que conheço, rs., mas é o nosso método (que acaba até adicionando um certo “tempero” às composições). As músicas prontas e nas quais estamos trabalhando no momento, estão nos dando bastante orgulho!

RtM: Manda aí pra mim ouvir! he he he!, Bom, vocês acabaram de apresentar a música “Siren’s Call”, mas e o álbum de estreia, vocês tem uma previsão de lançamento?
Marina: Não temos previsão concreta para esse lançamento, mas esperamos que seja na primeira metade de 2017. Digamos que 50% do material está pronto e já estamos em fase avançada dos outros 50%, rs.

RtM: Falando em composições, é difícil logicamente fugir de bandas que serviram influências ou inspirações, mas o que uma banda deve buscar para  imprimir sua personalidade, e também se destacar, num cenário que é bem concorrido com uma gama enorme de bandas?
Marina: Eu pessoalmente acredito que tem tanta banda de qualidade mundo afora (e hoje em dia temos acesso a essas bandas que antes precisariam de um meio de veiculação para atingir as massas), que fica difícil “tentar ser original”, ou “tentar ser comercial”, ou “tentar” qualquer coisa. Você tem que fazer o que sai de você e pronto (risos). Uma amiga minha diz que dar a luz a qualquer projeto criativo é realmente “um parto”, e eu não poderia concordar mais. Você carrega aquilo com você, nutre, vê tomar forma, sente, sofre... e finalmente coloca pro mundo. Imperfeito e humano, tá aí.

"Dar a luz a um projeto criativo é como um 'parto' realmente, você carrega aquilo com você, nutre, vê tomar forma, sente, sofre... e finalmente coloca pro mundo. Imperfeito e humano."
RtM: Lembro de trabalho seu com a banda Melodic/Progressive Highlight Kenosis, que saiu pelo selo Ravenheart, como foi essa experiência? A banda acabou encerrando as atividades?
Marina: Foi uma ótima experiência de aprendizado, inclusive do que não se fazer na indústria, rs. Tivemos também muitos problemas pessoais e a banda acabou encerrando as atividades pouco tempo depois do lançamento do primeiro álbum comigo.

RtM: Lembrei que a Ravenheart lançou o terceiro álbum da banda brasileira Amazon (Rise!), e inclusive o Sander e a Amanda trabalhou na produção, com a  Sabrina Todt (vocal), tendo a Amanda como vocal coach. Conhece o trabalho do Amazon?
Marina: Claro que conheço, o Renato e a Sabrina são gente finíssima. Eles trabalharam com o Sander e a Amanda na mesma época que o Highlight Kenosis estava por lá. O pessoal da Amazon fez um ótimo trabalho conjunto com a dupla (estou com uma música deles na cabeça agora! (he he he).

RtM: E o convite para fazer esses shows com o Avantasia? Conte pra gente como foi que surgiu a oportunidade, e também como ficou seu coração quando aconteceu e quando você subiu no palco com eles para o primeiro show?
Marina: Bom, a Amanda meu ligou dizendo que não poderia fazer alguns shows do Avantasia e acabou por perguntar se eu não teria interesse em “quebrar o galho” pra ela. Minha primeira reação foi de choque e pânico, mas mantive a calma e disse: “Claro, tenho bastante interesse.” (risos)! O primeiro show seria 2 semanas após tal ligação, he he he. Eu: “Sim, claro, ainda tenho interesse...” Mas pensando: “DUAS SEMANAS?! SEM ENSAIO?!?! Eu devo ser muito corajosa ou muito insana pra aceitar isso.”
Pra piorar a situação, peguei uma gripe horrível alguns dias antes do primeiro show em Munique e a ÚNICA coisa que eu pensava ao subir no palco era em não desmaiar nem perder a voz durante o show! he he he. Cantar “Farewell” afônica seria um pesadelo.

Amanda dando a notícia que Marina a substituiria na parte final da Tour
RtM: E sobre as preparações para esses shows, que além de muitos músicos envolvidos, tem um set-list geralmente longo. E como você disse, não teve nenhum ensaio, já que a tour estava andando, então, conte pra gente como foi essa sua preparação, e o que você fez para vencer o nervosismo e ansiedade, que acredito, deve ter sentido!
Marina: Como disse na resposta anterior, ZERO ensaio com a banda, he he he. Treinei e me preparei em casa o máximo que pude, praticamente non-stop (mesmo estando gripada he he). O set-list do Avantasia é gigantesco e a Amanda canta em todas as músicas, não podia me dar ao luxo de parar de ensaiar.

Nervosismo e ansiedade sempre dá antes de qualquer show. Por incrível que pareça, o fato da produção ser tão grande e tão bem organizada me deixou até mais tranquila (em shows menores onde alguns membros da banda têm que cuidar de tudo, e o stress-level acaba sendo maior). E a galera toda do Avantasia (inclusive e principalmente o Tobi no primeiro show!) foi tããão receptiva e compreensiva, ótima atmosfera. O que mais senti no palco ao ver TANTA gente na platéia foi adrenalina. E um constante medo irracional de desafinar brutalmente em “Farewell” (risos)!

Ensaio, ensaio e ensaio:  "Treinei e me preparei em casa o máximo que pude, praticamente non-stop..O set-List do Avantasia é gigantesco...não podia me dar ao luxo de parar de ensaiar." 
RtM: Tem alguma história dos ensaios ou bastidores pra nos contar também? Devem ter muitas não é? Muita gente deve ficar imaginando como é viver o dia a dia com um projeto tão grande como o Avantasia.
Marina: Eu precisaria de uns 2 dias pra responder somente a essa pergunta (risos). Tem muita história. Depois do show na Polônia, os rockstars celebraram o último show da tour no ônibus em grande estilo: dormindo. Alguns até mesmo de mãozinhas dadas (para não ser injusta, algum consumo alcoólico foi envolvido nesse episódio).

RtM: E o balanço que você faz dessa experiência? Certamente algo que lhe agregou e agregará muito, sem falar que dará uma boa visibilidade para o Phantom Elite, ajudando a abrir algumas portas.
Marina: Foi uma experiência totalmente positiva e aprendi MUITO em pouco tempo. Realmente há muito know-how nessa produção, é um nível altíssimo de organização e experiência. Sem contar os aspectos da carreira que se aprende diretamente do convívio com essas feras.
E sim, ajuda sim a abrir muitas portas! (Risos)

RtM: E o cenário aí na Europa, pelo que você tem acompanhado, como estão as oportunidades para os novos grupos, as oportunidades para shows, festivais, sendo que aí existem muitos festivais de pequeno, médio e grande porte?
Marina: Como eu disse numa entrevista que dei recentemente, as vantagens de oportunidades para as bandas europeias em comparação com América Latina acabam sendo geográficas mesmo. Pequenas bandas não vão tocar direto no Wacken, mas tem bastante festival de médio porte que são relativamente acessíveis a bandas de qualidade que se “levam a sério” e investem no projeto. Há bastante degraus entre o chão e lá em cima (risos).

"Peguei uma gripe horrível alguns dias antes do primeiro show em Munique, e a ÚNICA coisa que eu pensava ao subir no palco era em não desmaiar nem perder a voz durante o show!"
RtM: E quando você começou a se interessar em canto e no Metal em geral? Quem foram seus principais incentivadores? 
Marina: Comecei a ouvir metal na adolescência, assim como muitos headbangers, eu não era muito “encaixada” na turma do colégio e odiava música eletrônica, balada, axé, bebedeira, e carnaval. O Heavy Metal mudou minha vida, expandiu meus horizontes e permitiu com que eu liberasse agressividade de maneira positiva.
Queria não só ouvir, mas também fazer. Na tentativa de formar uma banda com uma amiga minha, comecei a aprender guitarra, bateria, etc. Nada parecia “funcionar” muito bem, mas percebi que cantando eu não era tão mal. A partir daí não parei mais!

RtM: Vejo que o Mário Pastore sempre comenta sobre você, e vibrou bastante com essa oportunidade sua com o Avantasia e também com a nova banda.
Marina: Quando estava super envolvida nas bandas cover em São Paulo, resolvi procurar um professor de canto para superar desafios específicos e não danificar minha voz. Foi assim que encontrei o Mário Pastore e tive aulas com ele durante bons 3 anos. Ele é um ótimo professor, além de cantor. Sabe do que está falando, tem paciência e métodos práticos e efetivos.
Mantenho contato com o Marião até hoje. Ele é uma pessoa mais que decente e torço sempre por sua carreira e realização na música.


Ao vivo com o Avantasia
RtM: Marina, obrigado pelo seu tempo, ficamos no aguardo das novidades e desejamos sucesso com o Phantom Elite, fica o espaço para sua mensagem final!
Marina: Eu que agradeço pela oportunidade! Galera do Brasil, tenho recebido incontáveis mensagens de apoio e carinho de vocês. Sou imensamente grata por isso, e espero retribuir a todos com boa música por muito tempo! 

Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal Marina 


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Phantom Elite lyric video "Siren's Call"







Members: • Sander Gommans (After Forever, HDK) – the man behind the magic • Marina La Torraca (Avantasia live, Alarion live, Highlight Kenosis) – vocals • Erik van Ittersum (Ayreon’s “The Theater Equation”, HDK, Kingfisher Sky) – keyboards • Eelco van der Meer (Stream of Passion live, Alarion live, Ex Libris) - drums • Goof Veelen – guitars • Ted Wouters – guitars






Momento da Tour com o Avantasia

Cantando a obrigatória "Farewell"