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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Entrevista: Revengin - Mais Pessoal, Obscuro e Visceral!

 


Entrevista por: Raquel de Avelar e Caco Garcia 
Fotos: Divulgação e Arquivo da Banda

Formada em 2007, no Rio de Janeiro, a Revengin se consolidou no cenário do Metal brasileiro com uma proposta que combina peso, melodia e letras reflexivas. 

A banda lançou em 2009 o EP “Synergy Through The Ashes”, que abriu caminho para o primeiro álbum completo em 2012, "Cymatics”, o qual também foi lançado na Europa em 2014 pelo selo Secret Service, e no mesmo ano a banda fez sua primeira tour no exterior.

Após turnês e participações em importantes festivais, como o Rock in Rio em 2022, e já com um outro EP lançado, o grupo lançou em abril deste ano o seu segundo full-lenght, “Dark Dogma Embrace”, sob o selo europeu Wormhole Death Records”, álbum que aprofunda ainda mais a sonoridade da banda e traz novas camadas à sua identidade musical. 

Nesta entrevista, a vocalista Bruna Rocha, uma das fundadoras da banda, fala sobre a trajetória construída até aqui, detalhes sobre o novo trabalho e planos para o futuro.




RtM: Passaram-se 12 anos entre “Cymatics” e “Dark Dogma Embrace”. O que vocês consideram que foram as maiores mudanças na sonoridade da banda de lá para cá?
Bruna: O “Cymatics” foi surgindo conforme íamos gravando, foi um álbum bastante experimental em todos os sentidos. Hoje estamos mais maduros não apenas pelo tempo, mas também musicalmente e quanto à direção que queremos tomar.

 Já o “Dark Dogma Embrace" acredito que seja um álbum mais visceral, mais obscuro e com elementos modernos agregados às orquestrações, que sempre foram a base de nossas composições. Outra diferença está no vocal, que explora outras “regiões” além do lírico.



RtM: Prosseguindo sobre o novo álbum, quais são as temáticas centrais que vocês buscaram abordar nas músicas? Alguma faixa em especial carrega um significado mais profundo ou pessoal para a banda?
Bruna: O "Dark Dogma Embrace" é, de forma geral, um álbum mais pessoal, que explora sentimentos que muitas vezes tentamos esconder ou ignorar. O maior exemplo disso é a faixa "Wish You the Same but Worse". Ela é visceral e traduz exatamente o que queríamos transmitir.


RtM: As letras do Revengin sempre parecem carregar uma atmosfera intensa e ao mesmo tempo reflexiva. Como vocês trabalham a construção lírica das músicas?
Bruna: Geralmente eu componho as letras, e elas sempre têm a ver com algo que estou pensando ou sentindo. O mesmo acontece com a orquestração: os instrumentos escolhidos, os momentos em que entram ou se destacam — tudo isso faz parte da expressão desses sentimentos.


RtM: A Revengin já tem 17 anos de carreira. O que vocês consideram como os maiores momentos da banda?
Bruna: Temos alguns… Nossa primeira vez na Europa, quando fomos praticamente com a cara e a coragem após um convite de uma pessoa que nos assistiu em um evento na Maré. Os shows na Argentina também foram marcantes, pois estavam entre os primeiros liberados após o lockdown. Claro, o convite para o Rock in Rio e, agora, o lançamento de “Dark Dogma Embrace”.


RtM: E sobre a participação no Rock in Rio, como foi a experiência? Existe algum festival que vocês consideram o festival dos sonhos?
Bruna: Foi totalmente inesperado. Recebi uma ligação da produção enquanto estava dando aula — nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer. Foi do nada. Para nós, foi um verdadeiro “intensivão” em todos os sentidos, principalmente sobre o que significa ser profissional. E, sim, o festival dos nossos sonhos é o Wacken.


RtM: A Revengin é considerada por muitos uma banda de Symphonic Metal, mas vocês já disseram em outras entrevistas que a sonoridade vai além do sinfônico. Vocês acham que, no fim das contas, tantos subgêneros dentro do metal atrapalham mais do que ajudam na hora de o público conhecer novas bandas?
Bruna: Acredito que sim. Essa necessidade de nichar acaba, muitas vezes, criando uma separação — e até um certo preconceito. Isso faz com que ótimas bandas não sejam conhecidas justamente por estarem “presas” a um estilo. Isso acontece com a gente. 

Quando tocamos, às vezes há pessoas que dizem não gostar de “metal sinfônico”, mas acabam nos escutando e se surpreendem. Já ouvimos muitas vezes frases como: “Não gosto de metal sinfônico, mas curti muito o som de vocês”, e essas pessoas inclusive acabam comprando nosso material.


RtM: Agora que a banda assinou com um selo italiano, existe alguma previsão de uma nova turnê internacional? O que muda agora que vocês fazem parte da WormHole Death Records? Quais são os planos para o futuro?
Bruna: Sim! Acabamos de finalizar a primeira parte da turnê nacional com o "Dark Dogma Embrace". Em outubro vamos para a Europa. Fazer parte de uma gravadora nos tira da zona de conforto em todos os sentidos, estamos aprendendo muito todos os dias.

 Após a turnê europeia, o plano é iniciar a produção do próximo álbum, que já está praticamente todo composto, tanto em músicas quanto em temática. Muitas novidades estão a caminho.


RtM;E como tem sido a resposta do público internacional ao trabalho de vocês?
Bruna: Tem nos surpreendido bastante. Para nós é muito gratificante, porque o “Dark Dogma Embrace" é um álbum importante e arriscado, uma verdadeira virada de chave. Receber ótimas críticas de fora nos faz perceber que todo o esforço valeu a pena. 

Somos uma banda brasileira, onde o Metal ainda não é culturalmente reconhecido. Então, ver esse retorno internacional nos mostra que estamos no caminho certo — e, ao mesmo tempo, aumenta nossa responsabilidade.


RtM: E quanto ao cenário nacional do Metal e da música alternativa: como vocês avaliam o espaço para bandas independentes como o Revengin hoje no Brasil?
Bruna: Percebemos uma movimentação em prol das novas bandas de metal, ainda que de forma tímida. Poderíamos estar muito mais avançados, já que o público brasileiro para o estilo é grande. Não entendemos por que o Metal não é incentivado como acontece com o samba, o funk e outros gêneros.

 Por outro lado, vemos grupos e iniciativas trabalhando para promover o metal, e esse número vem crescendo. Quanto mais apoiamos novas bandas, mais incentivo o estilo recebe. Isso gera mais consumo, mais festivais e mais espaço. Eu mesma escuto muitas bandas nacionais, até porque também sou produtora e incentivadora do Metal autoral, especialmente das novas gerações.



RtM: Com o avanço das redes sociais e das plataformas de streaming, quais têm sido os maiores desafios e oportunidades para a banda em termos de divulgação e alcance do público?
Bruna: Esse é, sem dúvida, um dos maiores desafios atuais. Somos de uma época em que as pessoas conheciam a banda pelos shows, de boca em boca. Hoje, com a internet, tudo acontece mais rápido. Existe a necessidade constante de produzir material novo, com qualidade, e isso exige tempo e investimento.

 Apesar das plataformas oferecerem um alcance maior, a divulgação não é necessariamente mais fácil, pois precisamos lidar com algoritmos e impulsionamentos pagos. O “jabá” mudou de forma. Para bandas independentes, ainda é difícil alcançar o público esperado sem investimento em tráfego pago. Então, precisamos produzir cada vez mais e melhor, até conquistar uma entrega orgânica consistente.


RtM: Agradecemos pelo tempo para nos conceder esta entrevista. Parabéns pelos anos de trabalho e dedicação — que muitas conquistas venham nessa nova fase.
Bruna: Nós que agradecemos muito pelo espaço e pela oportunidade de falar sobre nós e nosso trabalho.


Links Relacionados:

Agradecimentos: JZ Press







quarta-feira, 5 de março de 2025

Lacuna Coil: Progredindo Sem Esquecer Suas Origens


Por Eduardo Okubo Junior

O Lacuna Coil é uma banda que, ao longo de 10 álbuns, sempre teve o seu som em evolução. Esse constante realinhamento da sua sonoridade divide a carreira dos italianos em três eras distintas: a primeira, uma banda cheia de melancolia, com arranjos lentos e polidos e flertando com o gótico, que culminou no clássico terceiro álbum, Comalies. 

Com o Karmacode , o Lacuna Coil modernizou sua música inspirado nas bandas novas (New/Nu Metal) que tomaram de assalto meados dos anos 2000 (Korn, Meshuggah) e deixando um pouco de lado sua personalidade meio Doom/Gótica. Essa fase do meio durou por quase uma década, até o mais sombrio Broken Crown Halo . 

Dessa fase atual, com um som mais fresco e energético, chegou ao seu auge com o incrível Black Anima , atingindo o equilíbrio entre o Groove da fase do meio e o peso gótico e melodia de suas origens. O Sleepless Empire logo é uma continuação evolutiva do seu antecessor, mais pesado, com flertes ao passado (eu imaginava essa possibilidade com a gravação do Comalies XX) e se voltando para o futuro da banda.

Todas as 11 músicas do novo álbum funcionam incrivelmente bem juntas, como um conjunto coeso. Recomendo ouvi-lo a primeira vez de cabo a rabo, engrandece a experiência sonora."The Siege" mantém uma tradição da banda, abrindo sempre com uma ótima música, e aqui já podemos perceber um dos destaques das novas composições: o rosnado gutural de Andrea Ferro é denso, feroz, brilha... Ou melhor, amedronta! Quando contrastado com a linda voz melódica de Cristina Scabbia, temos uma receita que é única e perfeita no Metal, é quase sobrenatural.

"Gravity", "Oxygen" e "Scarecrow" são extremamente pesadas, a primeira mais melódica, com uma introdução que é puro Lacuna Coil do Velho Testamento, um dos pontos altos dessa jornada; a segunda é um show de interpretação de Andrea e Cristina, e os riffs são gigantescos. E aqui tem que se destacar o trabalho do Marco Coti Zelati, que assumiu as guitarras além das habituais funções como baixista, compositor e produtor; a terceira é pesada, hipnótica e seus teclados criam uma atmosfera sombria.

Aí temos "I Wish You Were Dead", divertida, animada e... dançante! É Glam Rock, é puro Ghost para mim. E no bom sentido, até porque adoro a banda do Tobias Forge. São menos de três minutos delicioso, e tem um vídeo musical que desde já é um clássico. Ah, as dancinhas, as dancinhas, veremos o que acontece nos shows que irão acontecer no Brasil, começando no dia 15 de março em São Paulo no Carioca Club e passando por Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, nos dias 16, 18 e 19 de março respectivamente.

E temos as participações de Randy Blythe, do Lamb Of God, e Ash Costello, do New Years Day, respectivamente em "Hosting The Shadow" e "In The Mean Time", mas são músicas do Lacuna, e a primeira realmente é melhor que a segunda e me dá uma vontade imensa de algum dia vê-los juntos no palco performando essa paulada.

"In Nomine Patris", "Sleepless Empire" e "Sleep Paralysis" são visitas ao passado da banda nos anos 2000, num ótimo album não são as melhores composições, mas novamente, dentro da temática do album, funcionam bem.

E fechando esse novo trabalho temos "Never Dawn", que já havia sido lançada a algum tempo, um belo fechamento.

Sleepless Empire é um passo para o futuro, com um olho no passado. E deixa a banda no lugar exato que precisa estar em 2025. Longa Vida Lacuna Coil.






sábado, 6 de junho de 2020

Crushing Axes: “Sempre achei importante para ajudar na criatividade a diversidade”


Entrevista por: Renato Sanson


Músico entrevistado: Alexandre Rodrigues (Vocal/Guitarra/Baixo/Bateria) – Banda: Crushing Axes de São José dos Campos/SP.

OUÇA TODA A DISCOGRAFIA DO CRUSHING AXES AQUIhttps://www.palcomp3.com.br/crushingaxes/




O Crushing Axes é uma one-man-band. Formada em 2008 e destilando um som extremo e diversificado. Como surgiu a ideia do projeto?

Tive bandas entre 1997 e 2008, porém no geral as bandas preferem covers, sempre quis tocar as minhas composições, minhas músicas são consideradas estranhas pela maioria, acho que isso também ajudou na ideia de montar algo em que pudesse dar vazão a criatividade.


De 2008 para cá foram 17 discos completos e 3 EP’s. De onde surge tanta inspiração para compor? Além das vozes e guitarras, você também grava os demais instrumentos?

Boa parte das temáticas vem da mitologia nórdica, sempre achei que é o tema perfeito para transparecer a agressividade. Outro tema recorrente é a misantropia, alguns discos são conceituais como o “Black Book” ou o “Undead Warrior”. “Frozen Soul” é um disco completamente voltado a misantropia, em outros discos tentei fugir um pouco como em “Evoking The Power of Chaos” onde a temática é Mitologia Suméria. “Sons of Fire” é baseado na Divina Comédia de Dante Alighieri. Mas basicamente as principais fontes de inspiração são livros e filmes.

Além das guitarras e vozes eu gravo o baixo e a bateria na maioria dos discos é programada, em alguns trabalhos com elementos de orquestra eu também faço a programação dos instrumentos virtuais.


Alexandre, falando da guitarra em si, você é um grande estudioso do instrumento. Quais são suas principais influências? E no que essas influencias impactam diretamente o Crushing Axes?

Gosto muito do metal tradicional, Iron Maiden, Judas Priest, Black Sabbath, as principais influências em termos de composição são o Slayer, Claustrofobia, Kreator, Megadeth, Nuclear Assault, Bathory, Mirrothrone, Myrkgrav, Darkthrone, Windir.

Além das influências das bandas que geralmente influenciam nas estruturas e sonoridade, também me inspiro muito em guitarristas como Randy Rhoads, Zakk Wylde, Jake E Lee, Andy LaRocque, Steve Vai, Joe Satriani, Paul Gilbert, Nuno Mindelis, Yamandu Costa.

Sempre achei importante para ajudar na criatividade a diversidade, fora das influências mais óbvias, sempre ouvi muita música clássica, Beethoven, Bach, Corelli, Strauss, Vivaldi, Händel.


Para este ano você lançou o EP “Blackwater Lake”. Conte-nos mais sobre o mesmo.

Acabei não divulgando tanto esse EP por falta de tempo, tive alguns problemas e não consegui fazer a devida divulgação, embora seja um trabalho curto é um trabalho conceitual sobre uma bruxa que é afogada em um lago e retorna alguns anos depois para se vingar. Com exceção do “Undead Warrior” e algumas participações especiais, todos os trabalhos foram gravados em São José dos Campos – SP, no meu próprio homestudio, o “Blackwater” foi o primeiro gravado totalmente fora da minha cidade natal, foi gravado em Itanhaém no Litoral sul de SP.

Apesar da variação constante de equipamentos nos trabalhos anteriores, esse foi o primeiro que gravei com um set completamente diferente. Foi um bom desafio para sair da zona de conforto.


Tem uma particularidade que me chamou bastante atenção neste lançamento que foi a inclusão de certas falas em português nas faixas em momentos distintos. Como surgiu está ideia e porquê?

Basicamente tenho gravações com quase todos os músicos que tive banda, as gravações funcionam mais ou menos como fotos, constantemente tento escrever algo em português, mas infelizmente sempre achei o inglês mais sonoro, alguns dos meus amigos são bem criativos, algumas das ofensas trocadas por aplicativo são tão criativas que resolvi encaixar em algumas músicas. Geralmente entre um take e outro em estúdio sempre rende algum tipo de áudio engraçado, seja o músico xingando ou até mesmo uma conversa inusitada, a ideia basicamente veio desses takes.


São doze anos lançando materiais e 20 lançamentos ao total. Qual o seu preferido? E qual aquele que você gostaria de mudar algo?

Essa pergunta não poderia vir em melhor hora, estou agora mesmo terminando a etapa final para lançar uma música que foi gravada em 2013 no disco “Frozen Soul” remixada e remasterizada.

É uma tarefa realmente complicada escolher um trabalho favorito, um amigo de infância chamado Rafael Coelho fez a capa de dois álbuns “Viking Winter” (2009) e “Back to North” (2017) gosto bastante desses dois, acho que o trabalho que resume o Crushing Axes é o “Undead Warrior” (2014), esse trabalho foi gravado, mixado e masterizado no VibeVale em Taubaté pelo Rodolfo Bittencourt, a bateria ficou a cargo do Gledson Gonçalves (ex-Primal Rage), o baixo foi gravado pelo Fernando Molinari, e a capa do disco foi feita pelo Rafael Tavares que fez capas para bandas como Ophiolatry e Chaos Synopsis.


Pode parecer controverso, porém eu gosto muito do som rústico dos primeiros álbuns, da dissonância de algumas partes orquestradas, eu não mudaria por fazer parte de uma evolução ao mesmo tempo que a ideia sempre foi fazer um som mais original e menos comercial, gosto muito de bandas como Darkthrone e Burzum, e da sonoridade mais crua e honesta do Black Metal visceral.  

Uma das ideias que sempre estão comigo é convidar algum baterista e regravar algumas das músicas, mas sempre acho melhor trazer músicas novas. Não gosto muito da ideia de ficar remoendo as músicas antigas. Em geral fora raras exceções as bandas que tentaram fazer um retorno a origem sempre carregam uma sonoridade falsa e fraca.


Teremos mais algum lançamento para 2020 ou o próximo full somente em 2021?

A Princípio o próximo full seria recheado com participações, mas a situação atual com o COVID complicou um pouco as coisas, estou reavaliando e pensando em alternativas, mas é 99% de certeza que sai algum full esse ano.



Links:

sábado, 16 de maio de 2020

Perpetual Fate: Showing Personality in a Style Already Saturated.



Being active since 2015, the Italians from Padua have released their Debut in 2018, under the tutelage of “Cordis”, bringing a good Alternative Metal with great melodic doses and betting on a modern and more sophisticated approach. (versão em português)

The emotion in the compositions is something to stand out, either by the beautiful voice of vocalist Maria Grazia, who sounds sweet and soft, or also by the lyrical approach that goes more on the emotional side, bringing an introspective view of the feelings, what match perfectly with the beautiful keyboards and guitar very well imposed, with doses of melodies and intricate riffs.


The production is crystal clear and extremely polished, with a softer approach, but not losing the characteristic of Metal itself, but that if it had more weight the sound would certainly sound more imposing.

Even having a defined style, the compositions vary a lot, as in “Mark Any Youth” which sounds abusively (in a good sense, of course) technical and varied, making a great counterpoint to “Cannibal” and his latent emotion in each note. "The Land" also stands out for its more epic side and for the participation of vocalists Michele Guaitoli (Visions of Atlantis) and Marco Pastorino (Temperance), as well as the choruses that sticks in our minds at the first heard bringing a lot of energy and drama.

A beautiful debut where they show a lot of personality and not sounding like more of the same in a style already saturated.

Review: Renato Sanson

Line-Up:
Maria Grazia (vocals)
Gianluca (guitar)
Massimiliano (guitar)
Diego (bass)
Marco (drums)

Tracklist:
01 Rabbit Hole
02 Enslavement
03 Smothered
04 The Path (I See You)
05 Cannibal
06 Mark Any Youth
07 Rainfall
08 The Land (feat. Michele Guaitoli and Marco Pastorino)
09 Eternal Destiny
10 When They Cry
11 A Word Between You & Me

Links:

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Bad Bebop: composições diretas e ao mesmo tempo trabalhadas


Resenha: Renato Sanson


Um pouco mais de três anos de atividade e já temos o primeiro full dos curitibanos do Bad Bebop, que investem em uma pegada alternativa passando por momentos mais sujos do Stoner ao Thrash Metal, trazendo um mix de influencias que tornam “Prime Time Murder” (17) um disco diversificado e de audição agradável.

Mesmo que não mantenha uma linha as faixas apresentam a mesma essência e é essas alternâncias que tornam a música do Bad Bebop interessante, pois vamos de momentos mais enérgicos como em “D.O.A” à nuances mais calmas e belas em “River” e momentos totalmente alternativos em “Gone Wrong”, mas sem soar descaracterizadas.

Tanto a produção como a parte gráfica (belíssimo Digipack em três abas) casam com a sonoridade e mostram todo o profissionalismo e preocupação com sua musicalidade, que transborda feeling e bom gosto.

Composições diretas e ao mesmo tempo trabalhadas, nada de complexidade exagerada, mas também nada somente pelo feeling, um bom equilíbrio que transforma “Prime Time Murder” em um álbum de fácil assimilação e muito gostoso de se ouvir.

Links de acesso:

Tracklist:
1. D.O.A.
2. Deceiver
3. Vicious
4. Gone Wrong
5. 22
6. Trouble
7. Greed
8. River

Formação:
Juliano Ribeiro - Vocais, baixo
Henrique Bertol - Guitarras
Celso Costa - Bateria

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

The Charm the Fury: Amadurecimento e Busca Por Sua Identidade



Em 2017, o grupo holandês de metalcore The Charm The Fury lançou o álbum "The Sick, Dumb & Happy", disponibilizado no Brasil pela Shinigami Records.

Com influências de Pantera e Metallica, a banda se destaca pelos excelentes vocais de Caroline Westendorp. O álbum inicia com a empolgante “Down on the Ropes”, logo de cara me espantei com os riffs pesados, combinados com os guturais agressivos de Caroline. Destaque para “Echoes”, com o grudento refrão de vocais limpos. 

A excelente “Weaponized” mistura Groove com Metalcore. Em “No End in Sight”, a banda mostra a que veio, mesclando peso, agressividade e atitude. Me viciei na poderosa “Blood and Salt”, com sua pegada mais Doom. Ouvindo algumas vezes o álbum, me pareceu que a banda ainda está em busca de sua identidade musical, não que isso seja ruim, afinal “The Sick, The Dumb & Happy” mostra amadurecimento nas composições comparado ao mediano primeiro álbum  "A Shade of My Former Self”. “Corner Office Maniac” é um intervalo que nos prepara para a porrada de “The Future Need Us Not”, aqui os vocais de Caroline são ao mesmo tempo agressivos e envolventes.


A bela balada “Silent War” quebra um pouco o clima agressivo do álbum, mas não se iluda, a agressividade volta com tudo em “Songs of Obscenity”, com a ousadia vocal de Westendorp se destacando mais uma vez. Se eu tivesse que indicar apenas uma música para alguém que ainda não conhece a banda eu diria para começar ouvindo “Break and Dominate”,  com o incrível trabalho da dupla de guitarras aliado à vibração da bateria. Resumindo, “The Sick, The Dumb & Happy” é um álbum moderno, criativo e diversificado. 

Se você não teve interesse em ouvir por não ter gostado do álbum de estréia, esqueça do trabalho anterior, este disco não é mais do mesmo. 

Texto: Raquel de Avelar
Revisão e Edição: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: The Charm the Fury
Álbum: The Sick, Dumb and Happy - 2017
País: Holanda
Estilo: Alternative Metal
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

Adquira o álbum na Shinigami

Facebook




Tracklist:
1. Down On The Ropes
2. Echoes
3. Weaponized
4. No End In Sight
5. Blood And Salt
6. Corner Office Maniacs
7. The Future Need Us Not
8. Silent War
9. The Hell In Me
10. Songs Of Obscenity
11. Break And Dominate


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Theatres Des Vampires: Poderoso, Sensual e Melancólico


Após 5 anos desde o último lançamento (Moonlight Waltz), Sonya Scarlet e companhia estão de volta com "Candyland". O nono álbum do Theatres des Vampires foi inspirado em fatos verídicos do Hospital Psiquiátrico Pennhurst, na Pensilvânia. A faixa título fala sobre um cômodo que era diferente de todos os outros, com paredes coloridas e grades nas janelas. Descrito como o inferno na terra pelos pacientes da instalação, adultos e crianças com problemas mentais graves foram escondidos dos olhos do público por décadas.  (English Version)

Além da sonoridade tradicional do TDV, como vem sendo praxe em cada novo álbum, eles trazem algumas novidades. A primeira faixa, “Morgana Effect”, já aparece com muitos elementos eletrônicos, tem uma pegada bem industrial. Em seguida “Ressurection Mary” segue com a linha eletrônica da faixa anterior. Os teclados de “Delusional Denial” trazem um clima obscuro. Em “Parasomnia” a bateria rápida da introdução rouba a cena, uma das melhores do álbum, seguindo uma linha Gothic Metal mais tradicional. “Candyland” começa com uma criança cantando “Twinkle Twinkle Little Star”, representando bem a atmosfera sombria da temática abordada. Uma das melhores do álbum. “Your Ragdoll’ mantém a linha com elementos eletrônicos e um refrão pegajoso.


“Pierrot Lunaire” é mais lenta, destacando a atmosfera criada pelos teclados e as melodias das guitarras, destacando os vocais de Sonya, com muita sensualidade e nuances operísticas. Aliás, uma das características mais marcantes de Sonya Scarlet é a sensualidade na interpretação vocal, e em "Candyland" essa característica segue sendo um dos pontos altos do grupo. O começo de “Photografic” dá a sensação de que estamos ouvindo um grupo de dance music, com suas batidas eletrônicas agitadas, as guitarras aparecem somente à partir do refrão. “Opium Shades” é muito boa, possui menos elementos eletrônicos do que as canções interiores.


Mesmo sem o peso de antigamente o Theatres des Vampires mostra que segue sempre buscando evolução, e criar música de qualidade. “Seventh Room”, tem bastante peso juntamente aos elementos eletrônicos, destacando a participação de Fernando Ribeiro, vocalista da banda Moonspell. “Autumn Leaves” encerra o álbum em grande estilo com uma introdução no piano e um clima melancólico. 

"Candyland" talvez não seja o álbum mais inovador do TDV, mas mantém o bom trabalho desenvolvido por eles através dos anos. Com certeza irá agradar aos admiradores da banda...é Gótico...é pesado...é Melancólico...é sensual...é TDV!

Texto: Raquel de Avelar
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Informações:
Banda: Theatres des Vampires
Álbum: "Candyland" 2016
Estilo: Gothic Metal, Vampiric Metal
País: Itália
Selo: Scarlet Records



Confira o Vídeo para "Morgana Effect"


Line-Up:
Sonya Scarlet: Vocals
Zimon Lijoi: Bass
Gabriel Valerio: Drums
Giorgio Ferrante: Guitars

Track-List:
Morgana Effect
Ressurection Mary
Delusional Denial
Parasomnia
Candyland
Your Ragdoll
Pierrot Lunaire
Photographic
Opium Shades
Seventh Room
Autumn Leaves




quarta-feira, 30 de março de 2016

Tarja - Finlandesa de "Sangre Caliente"


Este novo lançamento da musa Tarja Turunen traz um registro em vídeo do show de 2011, No Luna Park, em Buenos Aires, durante a tour do álbum "What Lies Beneath", país que Tarja Turunen há tempos adotou como uma de suas casas (acredito que todos saibam que o marido dela é argentino). Deste show havia sido registrado oficialmente somente o aúdio, o qual o CD saiu como bônus no Box "ACT I", registro ao vivo oficial. O que ele traz de diferente é que foram reunidas imagens captadas por fãs, seja em celulares, câmeras de vídeos, tablets, e uma compilação dessa imagens enviadas foi mixada e editada com o som captado profissionalmente, resultando num material mais intimista, que mostra uma banda mais à vontade em palco, sem aquele pressão que há quando se sabe que o show está sendo gravado para um lançamento.

Além desse show, há vários bônus, também seguindo a mesma ideia, com imagens captadas em vários países, também conseguidas com pessoas que registraram as imagens nos shows, então temos momentos no Masters Of Rock da República Tcheca e Summerbreeze, na Alemanha, e inclui também trechos de shows em 2014, durante a tour do mais recente álbum de estúdio da finlandesa, "Colours in the Dark", trazendo canções desse álbum, inclusive performance no Wacken ao lado do Van Canto.

Tarja tem lançado diversos produtos no mercado, tendo sempre algo para manter os fãs "abastecidos", já que leva em paralelo seu trabalho mais voltado ao Metal com o seu trabalho direcionado à música clássica e experimental, como em "The Beauty and the Beast" (2014), ao lado de Mike Terrana (que já acompanha a cantora há um bom tempo).


Este formato diferente do "Luna Park Ride" valoriza a proximidade e intimidade com os fãs pelo fato de utilizar essas imagens captadas pela plateia, num formato "Fan Filmed Video", mesclando várias imagens e ângulos, e podemos encontrar material de diversas qualidades. Material esse que foi solicitado aos fãs que enviassem para a montagem desse vídeo, pois, conforme citado acima, só existia o áudio captado de maneira profissional. Tim Palmer se encarregou da edição, resultando num material muito interessante, que tem como mérito maior essa interação com os fãs, e de captar imagens mais espontâneas e sanguíneas, uma banda mais relaxada e à vontade, um material especial, que não possui um apuro técnico de um show gravado especificamente para um lançamento da espécie, mas tem muitas imagens de qualidade, algumas câmeras principais utilizadas até me deixam a dúvida se não foram captadas profissionalmente.

A ideia funcionou, e temos um material diferente e mais "cru", captando inclusive as reações entusiasmadas da plateia, que a todo momento gritam e saúdam a cantora, que em vários momentos responde em espanhol, para delírios dos fãs argentinos. E podemos notar também que Tarja estava muito à vontade, agitando muito e por vezes mostrando-se até emocionada.


O Show principal, que fez parte da tour do álbum "What Lies Beneath", traz um set list parecido com aquele que você vai encontrar no vídeo "Act I", gravado em San Lorenzo, mas a grande diferença, além claro, da parte técnica das imagens, é mesmo essa vibração mais espontânea, então podemos acompanhar a deusa finlandesa em uma performance muito sanguínea, mostrando que ela já absorveu bastante do jeito e da ginga Sul Americana, e com certeza isso contribuiu muito para sua performance de palco, interagindo muito mais com o público.

É ótimo ver a plateia indo ao delírio, e não é à toa que os músicos adoram tocar por aqui na América do Sul, no caso de Tarja, está praticamente em casa, e ao lado de músicos do quilate de Mike Terrana e Doug Wimbish, a finlandesa e seus companheiros mostram que estavam já afiados e entrosados, e o set composto por músicas dos dois primeiros álbuns, além de algumas covers e, claro, músicas do Nightwish, é bem dinâmico, e não sei se aqui eles cortaram os solos, mas não há nem o tradicional solo de batera do Terrana, e isto deixou ainda mais frenético o ritmo do show. 


Destaques para "I Walk Alone", muito ovacionada pelos fãs já nos primeiros acordes, "Falling Awake", uma música também bastante forte da sua carreira solo, dando espaço para um "agrado especial" ao público argentino com o cover para "Signos", da banda local Soda Stereo, trio de Rock formado nos anos 80 que fez muito sucesso; "Stargazers" é a primeira da sua fase com o Nightwish que aparece no show, e é recebida como se fosse um gol na bombonera.

Mais um momento de destaque foi durante o medley com "Where Were You Last Night", "Heaven is a Place on Earth" e "Livin' on a Prayer", com os fãs cantando junto, deixando a cantora visivelmente emocionada e com um sorriso de enorme satisfação com a resposta da galera. Após, mais duas canções destacadas da carreira solo, "Die Alive" e "Until my Last Breath", as quais mantiveram o pique alto, com uma Tarja, conforme ressaltei, em uma performance muito solta e "sanguínea". Depois da tradicional saída de palco para esperar os pedidos de bis, Tarja e banda retornam, e detalhe, a cantora volta vestindo uma camisa da seleção Argentina com o nome dela (só poderia ser a 10), para a plateia ir ao delírio de vez, e aí com o jogo ganho, finalizam o set com "Wishmaster".

Tarja, com a camiseta da seleção Argentina. Merece usar a "10"!
Um registro diferente e bem especial (praticamente um "bootleg de luxo", tipo de material que os fãs adoram), cumprindo o objetivo, que era trazer um material espontâneo, mais cru, com uma banda solta e relaxada em palco, trazendo aquele sentimento de estarmos assistindo o show ali de pertinho. Mostra também o quanto Tarja tem um lugar de destaque quanto à afirmação das mulheres no Metal, pois melhor do que ninguém ela trouxe ainda mais esse lado de que as mulheres podem estar nesse meio, sem perder a graça e feminilidade, pois além de performances vocais praticamente irrepreensíveis, há o lado "diva", com a beleza, o visual de palco, as trocas de roupas... e não deve ser nada fácil agitar como ela tem agitado, e ainda de salto alto e vestido longo! he he he!

Resenha: Carlos Garcia
Edição: Carlos Garcia

Artista: Tarja
Álbum: "Luna Park Ride" (2015) - CD e DVD/Blu-Ray
Selo: Ear Music/Shinigami Records

Adquira agora na SHINIGAMI



"Dark Star"          
"My Little Phoenix"         
"The Crying Moon"         
"I Walk Alone"                   
"Falling Awake"                
"Signos"               
"Little Lies"          
"Underneath"                   
"Stargazers"       
"Ciaran's Well"                  
"In for a Kill"       
"Where Were You Last Night / Heaven Is a Place on Earth / Livin' on a Prayer (Medley)"              
"Die Alive"           
"Until My Last Breath"                   
"Wishmaster"                    


Material Bônus

"In For a Kill" (Masters of Rock / Czech Republic 2010. Featuring Philarmonic Bohuslava Martinû Zlin and choir)                  
"I Walk Alone" (Masters of Rock / Czech Republic 2010. Featuring Philarmonic Bohuslava Martinû Zlin and choir)                  
"Archive of Lost Dreams" (Masters of Rock / Czech Republic 2010. Featuring Philarmonic Bohuslava Martinû Zlin and choir)    
"Crimson Deep" (Masters of Rock / Czech Republic 2010. Featuring Philarmonic Bohuslava Martinû Zlin and choir)     
"I Feel Immortal" (Summerbreeze / Germany 2011)       
"The Siren (Nightwish)" (Summerbreeze / Germany 2011)         
"Until my Last Breath" (Summerbreeze / Germany 2011)            
"500 Letters" (Ekaterinburg / Russia 2014)           
"Damned & Divine" (Ekaterinburg / Russia 2014)              
"Neverlight" (Ekaterinburg / Russia 2014)            
"Anteroom of Death featuring Van Canto" (Wacken / Germany 2014)  
"Never Enough" (Summerbreeze / Germany 2014)        
"Die Alive" (Summerbreeze / Germany 2014)    
"Victim of Ritual" (Summerbreeze / Germany 2014)