Mostrando postagens com marcador Sonata Arctica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sonata Arctica. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Cobertura de Show: Bangers Open Air – 03/05/2025 – Memorial da América Latina/SP

Após um bom aquecimento, o sábado prometia atrações imperdíveis. Dessa forma, o segundo dia do festival teve um foco maior nas bandas de metal, ao contrário do dia anterior, que priorizou o Hard Rock. Para os admiradores de power metal, foi um dia e tanto, já que a maioria das bandas pertencia a esse subgênero.

Os outros dois palcos, o Sun Stage e o Waves Stage – este último retornando ao espaço interno do Memorial e dedicado às bandas nacionais – também foram abertos. 

Começando pelas primeiras atrações no Sun Stage, conferi os brasileiros do Viper, que este ano celebram 40 anos de carreira. Mesmo após a perda de um de seus fundadores, Pit Passarell, a banda segue firme a sua trajetória, entregando ótimas performances com seus clássicos e faixas do mais recente álbum Timeless, e foi justamente com a faixa-título que Leandro Caçoilo (vocais), Felipe Machado e Kiko Shred (guitarras), Daniel Matos (baixo e irmão do saudoso Andre Matos) e Guilherme Martin (bateria) agitaram o público logo cedo. Como de costume, não faltaram homenagens aos eternos Andre Matos e o citado Pit Passarell, especialmente em “The Spreading Soul” e “Rebel Maniac”, respectivamente.

Ao mesmo tempo em que o Viper se apresentava no Sun Stage, as suíças do Burning Witches incendiavam o Ice Stage com seu Heavy Metal tradicional. Com uma formação consolidada e tendo a vocalista Laura Guldemond como centro das atenções – uma das melhores da atualidade em se tratando de front-woman do gênero –, a banda fez todos os presentes baterem cabeça nas faixas “Wings of Steel”, “Hexenhammer” e “The Dark Tower”, além de “The Spell of the Skill”, a única faixa inédita do set, que deve integrar o próximo álbum.

Burning Witches – setlist:

Unleash the Beast

Dance With the Devil

Maiden of Steel

Nine Worlds

Wings of Steel

Hexenhammer

The Spell of the Skull

The Dark Tower

Lucid Nightmare

Burning Witches





Como eu disse no início, o dia acabou sendo mais voltado ao Metal, mas o H.E.A.T foi a exceção. Considerada por muitos a melhor banda de Hard Rock da atualidade, os suecos já haviam deixado sua marca na primeira edição do festival, quando foram apontados como um dos melhores shows daquele ano. 

Recentemente, a banda lançou seu novo álbum, Welcome to the Future, e foi com a faixa de abertura desse trabalho, “Disaster”, que o show começou com força total. Mas, claro, sem deixar de lado os clássicos da carreira, como “Dangerous Ground”, “Hollywood” e “Back to the Rhythm”.

Apesar da recepção calorosa, da banda tinindo no palco e de um repertório impecável, alguns sinais de preocupação surgiram durante "Rise" e "Beg Beg Beg". O guitarrista Dave Dalone precisou se ausentar do palco por conta da temperatura alta que fazia a tarde na capital, mas isso não comprometeu o nível da apresentação, que foi explosiva e superando a primeira em que fizeram em solo brasileiro. Kenny Leckremo, que a cada dia se mostra um vocalista ainda mais impressionante, não parou de agitar por um segundo sequer.

H.E.A.T – setlist:

Disaster

Emergency

Dangerous Ground

Hollywood

Rise

Beg Beg Beg

Back to the Rhythm

Bad Time for Love

1000 Miles

One by One

Living on the Run





Uma das coisas mais legais em um festival é poder escolher quais bandas assistir. O Municipal Waste é uma excelente banda de Thrash Metal, com músicas bem legais e divertidas. No entanto, como tenho uma paixão pelas bandas suecas, fui atraído a ver o pessoal do Dynazty. E olha, que show. Eles me impressionaram da primeira à última música.

A banda mudou bastante nos últimos anos; os dois primeiros discos têm uma pegada mais voltada ao Hard Rock, enquanto ao vivo, eles entregaram uma performance avassaladora! O vocalista Nils Molin tem uma presença de palco absurda, e a dupla de guitarristas - Rob Love Magnusson e Mike Lavér – foi fantástica, com riffs e solos certeiros. Ou seja, não tenho do que reclamar. Foi uma grande surpresa e considero esse um dos melhores shows do festival.

Dynazty – setlist: 

In the Arms of a Devil

Game of Faces

Natural Born Killer

The Grey

Waterfall

Yours

Call of the Night

Presence of Mind

The Human Paradox

Heartless Madness





Depois disso, resolvi andar pelo festival, observando as feiras, o merchandising e vendo se cruzava com algum artista. Enquanto fazia isso, o Sonata Arctica se apresentava no Hot Stage. Optei por não assistir ao Sonata Arctica por não ter tanta familiaridade com seu trabalho. Ainda assim, reconheço o valor deles dentro do Power Metal. Acabei vendo mais o final do show e percebi que havia muita gente os recepcionando, o que só comprova a admiração dos brasileiros pelos finlandeses, que com certeza fizeram uma ótima apresentação, como das outras vezes em que vieram ao Brasil.

Sonata Arctica – setlist: 

First in Line

Dark Empath

I Have a Right

San Sebastian

Replica

My Land

FullMoon

Wolf & Raven

Don't Say a Word

Vodka





Outra banda que me atraiu foi o Kamelot. Há um bom tempo eles vivem uma nova fase da carreira com o vocalista Tommy Karevik, que está na banda desde 2012 e interpretou com maestria clássicos como “Rule the World”, “When the Lights Are Down” e “Forever”, sem deixar nada a dever ao lendário Roy Khan.

O repertório também contou com faixas mais recentes, como “Veil of Elysium”, que abriu o show de forma arrebatadora, e “New Babylon”, ambas com a participação marcante da cantora Melissa Bonny. Outro ponto alto da apresentação foi o solo de bateria, que incluiu um trecho de “Tom Sawyer”, do Rush.

Kamelot – setlist: 

Veil of Elysium

Rule the World

Insomnia

When the Lights Are Down

New Babylon

Karma

March of Mephisto

Forever

One More Flag in the Ground

Liar Liar (Wasteland Monarchy)





Faltando poucos minutos para o fim do show do Kamelot, já havia muita gente apostas no palco vizinho aguardando a chegada do Saxon. Lenda da N.W.O.B.H.M, o Saxon é uma daquelas bandas que nunca faz um show ruim. Ao lado do Iron Maiden e do Judas Priest, eles formam a trinca de ferro do Heavy Metal britânico. E, quanto mais velhos ficam, menos incansáveis parecem.

Do Hell, Fire and Damnation, disco mais recente da banda, apenas duas músicas foram executadas: a faixa-título e Madame Guillotine. Mas, em todos os shows - mesmo quando estão promovendo um novo lançamento – eles nunca deixam de tocar os clássicos. E não tinha uma pessoa sequer que não cantasse, levantasse os punhos ou batesse cabeça com obras-primas como “Power and the Glory”, “Motorcycle Man”, “Heavy Metal Thunder”, “Strong Arm of the Law” e tantas outras. 

Saxon – setlist:

Hell, Fire and Damnation

Power and the Glory

Motorcycle Man

Madame Guillotine

Heavy Metal Thunder

Strong Arm of the Law

1066

And the Bands Played On

Denim and Leather

747 (Strangers in the Night)

Wheels of Steel

Crusader

Princess of the Night




Outra apresentação muito aguardada do dia foi a do Dark Angel, uma das principais bandas de Thrash Metal da história. Mesmo que não tenha a mesma visibilidade das bandas do chamado Big 4 americano, o grupo ainda continua tendo fãs que acompanham. Um de seus integrantes mais notáveis é o baterista Gene Hoglan, que dispensa apresentações e é uma verdadeira referência no estilo.

Apesar do desfalque do guitarrista Eric Meyer, a banda incendiou o público com rodas e moshes ao som de músicas como “Never to Rise Again”, “Darkness Descends”, “The Burning of Sodom” e “Extinction Level Event”, esta última dedicada a Jim Durkin.

Antes tarde do que nunca, deu tempo de conferir a apresentação do Powerwolf, uma banda que vem se destacando bastante no cenário atual do Power Metal. Apesar de já ter rodado o mundo a fora, muita gente ainda considera o grupo como "novo". Por um lado, isso é bom, pois acaba despertando a curiosidade de quem ainda não conhece muito bem, como foi o meu caso.

Pelo pouco que eu assisti deles ao vivo, já deu pra ver que não é uma banda qualquer. Claro, apesar de ser classificada como uma banda de Power Metal, eles fogem bastante dos estereótipos do gênero. O som é bem mais pesado, e a abordagem das letras também é diferente do que a gente costuma ver nas bandas clássicas. Eles apostam em temas mais religiosos e coisas semelhantes, o que dá um diferencial.

A produção do palco é outro ponto que me surpreendeu, sendo a melhor cenografia desta edição. Só de olhar, já dá pra entender todo o contexto lírico da banda. E o visual também chama atenção, com todos os integrantes com o rosto pintado. Aliás, falando nisso, desde cedo já dava pra ver gente caracterizada igual aos membros da banda, o que já mostra o impacto deles no público. O show foi um verdadeiro sucesso.

Powerwolf – setlist:

Bless ’em With the Blade

Incense & Iron

Army of the Night

Sinners of the Seven Seas

Amen & Attack

Dancing With the Dead

Armata Strigoi

Sainted by the Storm

Heretic Hunters

Fire and Forgive

Werewolves of Armenia

Demons Are a Girl's Best Friend

Blood for Blood (Faoladh)

Sanctified With Dynamite

We Drink Your Blood





Por fim, os suecos do Sabaton encerraram o segundo dia de festival de forma apoteótica. Muitos chegaram a comparar a banda com a atração anterior, contudo, não é bem o caso. O Sabaton aposta numa sonoridade mais tradicional dentro do Heavy Metal, com riffs marcantes e refrões feitos para o público cantar junto, e foi exatamente isso que aconteceu desde o início com "Ghost Division", música que abriu a apresentação da banda sueca e conhecida por abordar temas sobre guerra nas suas letras.

Nos shows em seu país natal, eles costumam apresentar uma grande estrutura de palco, mas aqui no Brasil essa montagem completa não foi possível. Apesar disso, mesmo com uma produção mais enxuta, a banda investiu em diversos efeitos especiais, como pirotecnia, explosões, fumaça e outros elementos visuais. O repertório passou praticamente por toda a trajetória da banda, que está na ativa desde 1999.

Entre as músicas mais aguardadas estavam “The Last Stand”, “Carolus Rex” (cantada em sueco) e “Smoking Snakes”, que homenageia três soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Um dos momentos mais engraçados da noite foi antes de tocarem “Resist and Bite”, quando o vocalista Joakim Brodén apareceu no palco com uma guitarra da Hello Kitty, tocando o riff de “Master of Puppets”, do Metallica.






Sinceramente, estava bem cético em relação ao segundo dia do festival, já que não tinha muitas atrações dentro do meu perfil musical, que é mais voltado para o Heavy Metal tradicional, Thrash Metal e o Hard Rock. Mas acabei me surpreendendo e despertando a curiosidade de conhecer bandas que eu não costumava ouvir tanto. No fim, foi um dia bastante agradável e enriquecedor para o meu background. Um sábado realmente proveitoso, sem sombra de dúvida!


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Edu Lawless

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Consulado do Rock

Press: Agência Taga


Sabaton – setlist:

Ghost Division

The Last Stand

The Red Baron

Bismarck

Stormtroopers

Carolus Rex

Night Witches

The Attack of the Dead Men

Fields of Verdun

The Art of War

Resist and Bite

Soldier of Heaven

Christmas Truce

Smoking Snakes

Primo Victoria

Swedish Pagans

To Hell and Back

segunda-feira, 20 de março de 2023

Sonata Arctica – 15/03/23 – Bar Opinião – Porto Alegre/RS

Cobertura: Renato Sanson

Fotos: Uillian Vargas

Três anos se passaram após o primeiro anuncio da tour de 25 anos dos finlandeses do Sonata Arctica. Isso devido ao Covid-19 e seus impactos globais. Porém, finalmente em 2023 a banda conseguiu desembarcar para a sua turnê Sul-Americana e Porto Alegre não ficou de fora.

Mas antes, tivemos como open act a banda paulista Firewing, que está acompanhando o Sonata nesta tour e divulgando o seu Debut “Ressurrection” (21). A proposta é um Metal Melódico com bons toques de Prog e Heavy Tradicional, com linhas bem marcantes e melodias que grudam. A banda como um todo é extremamente competente no que se propõe e deixaram uma ótima impressão aos gaúchos.

O som do Firewing também estava ótimo, uma produção bem profissional o que deu ainda mais impacto para a apresentação.

21h em ponto as luzes se apagam e a intro clássica do Sonata Arctica ecoa nos PA’s ao som de “Bright Side of Life” do Monty Phyton, com uma ambientação belíssima na cor azul, um a um dos músicos vão subindo ao palco e despejam logo de cara “The Wolves Die Young” para o público ir a loucura.

Mesmo se passando três anos desde a primeira data marcada, o Bar Opinião recebeu um excelente público, mostrando o quanto os fãs do Sonata são fieis e deixando a banda mais que contente ao ver a casa cheia.

Mantendo os clássicos da atualidade, tivemos em sequência “The Last Amazing Grays” e “Storm the Armada” e mostra o quanto os finlandeses se renovaram com o passar dos anos, não se prendendo mais ao Power Metal do passado, mas adicionando diversos elementos a sua musicalidade e angariando novos fãs pelo mundo.

O tempo acaba sendo implacável e é visível na banda que aqueles jovens despretensiosos de outrora estão com traços avançados da idade e de sua rotina intensa de shows, mas é nostálgico quando Tony Kakko joga suas linhas vocais e me remete aos meus anos áureos de adolescência, e se torna emocionante estar ali podendo reviver mesmo que por alguns instantes momentos tão bons.

Atualmente o Sonata Arctica é formado por: Tommy Portimo (bateria), Henrik Kingenberg (teclado), Pasi Kaupinen (baixo), Elias Viljanen (guitarra) e Tony nos vocais. Uma formação já estabilizada a alguns anos o que traz maior segurança e entrosamento ao vivo.

Porém, não posso deixar de mencionar um ponto em questão, que foi a qualidade sonora da apresentação, que estava nítida, mas extremamente alta e com os teclados sobrepondo as linhas de guitarra. Por algum momento ficou claro o desconforto de Elias, pois parecia que nem ele mesmo estava se ouvindo.

Não sei o que acontece nos shows da banda, mas é a segunda vez que os vejo ao vivo e o mesmo problema persiste. Pois vamos concordar, um dos grandes destaques do Sonata sempre foram os riffs e os solos que se diferenciam ao meio de toda a camada sinfônica e que levou os caras a ganharem o mundo. Quando iniciaram “Kingdom for a Heart” e “Black Sheep” (surpresa no setlist) ficou aquela sensação de vazio, pois não conseguíamos ouvir os riffs e os solos incríveis destes dois clássicos.

Mas momentos marcantes não faltaram como em “Fullmoon”, “I Have a Right”, “The Cage” e a belíssima “Tallulah”.

Ao final Tony falou sobre toda essa questão da pandemia e esses três anos de espera que não foram fáceis para eles também. Seja pela duvida de como o mundo artístico seguiria e pela questão de saúde dos fãs e familiares. Se demonstrou muito emocionado e feliz pelos fãs não terem desistido e segurado os seus ingressos até o momento de revê-los. No mínimo sensacional as palavras, o que arrancou ainda mais aplausos. Por mais que não seja o melhor vocalista do mundo ao vivo ou tenha a melhor das performances, Tony é extremamente carismático e ganha os fãs pela sua simplicidade e simpatia.

Mais um show do Sonata é concluído em solo gaúcho e deixa claro que aqui é parada obrigatória dos finlandeses em suas próximas turnês. Um ótimo show, um ótimo público e mais uma bela noite de Heavy Metal na capital gaúcha.

Setlist:

01 The Wolves Die Young

02 The Last Amazing Grays

03 Storm the Armada

04 Paid in Full

05 Sing in Silence

06 Kingdom for a Heart

07 Caleb

08 Closer to an Animal

09 Black Sheep

10 Broken

11 I Have a Right

12 Tallulah

13 FullMoon

14 The Cage

15 Don't Say a Word

 

 

domingo, 22 de dezembro de 2019

Sonata Arctica: Em Constante Movimento



Com mais de 20 anos de estrada, os finlandeses já são consolidados como uma instituição do Melodic Metal escandinavo, tendo uma carreira e base de fãs sólidas.

O Power Melodic mais voltado às canções velozes, foi dando espaço para sonoridades mais progressivas, nuances de Hard Rock e momentos mais introspectivos, mas as belas melodias e aquele ar mais sóbrio e por vezes até melancólico, sempre marca os álbuns do grupo, e seu mentor, Tony Kakko, é um dos nomes mais queridos do estilo.


"Talviyö", que significa "noite de inverno" em finlandês, é uma continuação natural do seu antecessor, "The Ninth Hour", que trazia uma banda mais enveredada por climas mais introspectivos, temas mais longos, mais passagens progressivas e canções de andamento mais moderado.

Muitos ainda se ressentem do Melodic Power Metal mais voltado às peças velozes, bem mais presentes nos quatro primeiros trabalhos, mas este é o caminho que a banda veio tomando, fruto do amadurecimento e a busca de se manter relevante, inclusive para si mesmos.

Como dito acima, prevalecem no álbum sonoridades mais progressivas, andamentos mais moderados, passagens instrumentais mais longas, ainda mais que o seu antecessor, provavelmente tentando passar o clima do tema central, o inverno. Os teclados e o baixo aparecem com mais destaque, e a voz de Tony me parece abafada em muitos momentos, sendo a mixagem um ponto que poderia ter sido diferente, e talvez dado um brilho maior ao trabalho.


Mas não é um mau álbum, embora um pouco abaixo da expectativa. Com uma faixa de abertura de andamento mais acelerado, a convidativa "Message From the Sun", traz uma boa expectativa para o restante, mas em termos de velocidade não espere muito mais, pois conforme o álbum vai rodando os temas mais moderados e progressivos vão ditando o rumo.

Portanto, se você gosta do trabalho da banda e "The Ninth Hour" lhe desceu bem, acredito que "Talviyö" vai cair também no seu gosto, mesmo necessitando algumas audições a mais para digerir, descontando um pouco a mixagem e alguns elementos que podem soar um pouco estranhos em alguns momentos.


Há ressalvas, mas há destaques e bons momentos, e além da faixa de abertura, é o caso também de "Cold", que flerta com o AOR/Melodic Rock, com muitos teclados e o baixo tendo destaque, algo que se nota por todo o álbum; "Whirlwind" e suas passagens progressivas, cozinha firme e boas linhas de teclado; "Who Failed a Most", com suas boas melodias e "A Little Less Undertanding", também com ganchos legais e refrão cativante, e mesmo os temas mais longos e mais lentos, como "The Raven Still Flies", sempre com os teclados no papel principal, despertam interesse.

O Sonata Arctica tem o mérito de buscar evoluir, experimentar caminhos diferentes em sua sonoridade, e "Talviyö" tem seus atrativos, com melodias bem construídas e bosa canções, mas depende de seu estado de espírito, pois se for ouvir esperando o Sonata dos 4 primeiros discos, não é o que vai encontrar.

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Sonata Arctica
Álbum: "Talviyö" (2019)
Estilo: Melodic Metal, Power Metal, Progressive Power Metal
País: Finlândia
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records
Adquira o Álbum na Shinigami

Site Oficial

Line-Up:
Elias Viljanen: Guitarras
Tony Kakko: Vocais
Henrik Klingenberg: Teclados
Tommy Portimo: Bateria
Pasi Kauppinen: Baixo

Tracklist
1. Message from The Sun
2. Whirlwind
3. Cold
4. Storm The Armada
5. The Last Of The Lambs
6. Who Failed The Most
7. Ismo's Got Good Reactors
8. Demon's Cage
9. A Little Less Understanding
10. The Raven Still Flies
11. The Garden

       


       

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Sonata Arctica: Trabalho com Inspiração e Ótimos Momentos



Naturais da terra dos mil lagos, que revelou e revela muitas ótimas bandas, o Sonata Arctica é um dos nomes de uma geração finlandesa que alcançou resultados muito bons, angariando fãs por todo o mundo, e chamando realmente uma  atenção maior para ao cenário metálico da Finlândia (só para citar alguns nomes, Nightwish, Children of Bodom e Stratovarius).

O Sonata firmou-se como um dos nomes fortes, e apesar de no início ter até uma exposição menor que alguns outros nomes vindos de lá, como o Stratovarius, por exemplo, que depois de várias alterações de formação há um bom tempo não lança um trabalho realmente convincente, a banda liderada por Tony Kakko seguiu produzindo bons álbuns, e mesmo de pois de alguns trabalhos razoáveis, subiu novamente de produção, e “The Ninth Hour”  (nono disco de estúdio do grupo) é um álbum que traz a banda em ótima forma novamente.

O tema recorrente, e que vem sendo abordado por muitos artistas atualmente, é essa relação do homem com a natureza, que vem tomando proporções críticas. A bela arte de capa reflete o tema, onde podemos ver ao fundo uma paisagem futurística e utópica, no meio, mais a frente, uma ampulheta, de um lado vemos a natureza, sem a presença do homem, do outro, uma representação após termos destruído a natureza. A ideia aí, é que moveremos a ampulheta em uma das direções, e essas decisões definirão nosso futuro.


Quanto a sonoridade, o Power Metal carregado de melodia do grupo, temperado com nuances de Hard Rock, Prog e Symphonic, vem com doses extras de inspiração e energia renovada, e com aquela marca registrada dos grupos de Power Metal finlandeses, que é uma sonoridade mais "séria", por vezes mais dark e melancólica. “Closer to an Animal” abre o álbum muito bem, em um Power Metal de andamento moderado, permeado por muita melodia, destacando as linhas vocais e os teclados; “Life” é também cheia de melodia, destacando as cativantes linhas melódicas do refrão, com os teclados bem em evidência, mas as guitarras surgem mais presentes do que na faixa anterior; “Fairytale”, que faz uma sátira aos eventos políticos dos EUA, onde possuem uma boa base de fãs, e é um Power Metal vigoroso, carregando um pouco mais no peso, e trazendo Troy Donockley (Nightwish) como convidado.

“We are What We Are” é um dos momentos que se sobressaem em um álbum de nível muito bom, com belíssimas linhas de teclado, melodias folk e clima melancólico, esta espécie de Power Ballad tem sua letra como uma lamentação a respeito do que nós estamos fazendo com a natureza: “I am a human, destroyer of many worlds...” , e o refrão “We could save the world, but we are what we are, we should love our earth, but we are what we are...” (Nós poderíamos salvar o mundo, mas somos o que somos, nós deveríamos amar nossa terra, mas nós somos o que somos”).


“Till Death’s Done Us Apart” é um Power Metal Melódico com a cara da banda, alternando partes mais rápidas, com trechos mais progressivos e folk, destacando alguns trechos com linhas vocais bem "teatrais"; “Among the Shooting Stars” tem um tema já familiar, contando a história de um casal de lobos, a canção é envolta em um andamento moderado e de melodias e linhas vocais emocionais; “Rise a Night” é um Power Metal bem direto, batera veloz, e claro, muitos teclados. A letra tem uma história legal, sobre viajantes espaciais que deixam seu planeta moribundo e chegam a um certo planeta azul.

“Fly, Navigate, Communicate” é outro momento muito bom, alternando trechos melodiosos com outros mais rápidos e pesados, inclusive com Tony mostrando vocais bem agressivos; “Candle Lawns” é outra que se sobressai, linda balada com inspiradas melodias, realmente muito bonitas e emocionantes, daquelas canções que já te prendem de imediato. Ótima performance da dupla Kakko e Klingenberg.

 “White Pearl, Black Oceans – Part II”, segue a história iniciada no álbum “Reckoning Nights”, e são mais de 10 minutos de belas passagens sinfônicas, aliás o início tem um ar bem de trilha sonora (a melodia em que Kakko canta acompanhando o teclado, a partir dos 1:48 minutos me lembrou algo do Savatage), e  mais uma vez o destaque total fica com as linhas melódicas criadas pela dupla Kakko e Klingenberg. É longa, mas você não sente, devido a beleza das melodias, as variações  e o clima que a canção transmite.


Fechando, “On the Faultline” (Closure to na Animal), remete à faixa de abertura,e é uma bela balada com melodias muito bonitas e uma certa melancolia, e ainda como bônus nesta edição em digipack lançada aqui pela Shinigami Records, o cover para “Run to You”, do Bryan Adams, e o Sonata seguidamente faz covers muito legais (o meu preferido é a genial versão Power Metal para a balada “Still Loving You”, do Scorpions), e esta aqui ficou também excelente, transformando a canção em um Symphonic/Power Metal.

Em “The Ninth Hour” os finlandeses superaram (e bastante até) o bom “Pariah’s Child” (2014), e Tony Kakko, mais uma vez, mostra-se um compositor muito bom, tendo momentos inspirados mesmo nos álbuns mais médios. E o que separa um trabalho de nível médio para um ótimo ou excelente, é justamente o quanto o compositor está inspirado, e a quantidade de bons momentos que determinada obra contém, e aqui neste nono álbum do Sonata Arctica, temos vários destaques, composições muito boas, e letras idem, todas escritas por Tony, que ao lado do tecladista Henrik Klingenberg, são os grandes destaques do grupo, que novamente conseguiu chamar minha atenção, e certamente vai agradar aos fãs da banda e de Power Metal melódico, inspirado e bem feito.

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Sonata Arctica
Álbum: "The Ninth Hour" 2016
País: Finlândia
Estilo: Melodic Power Metal/ Symphonic Metal
Selo: Nuclear Blas/Shinigami Records

Adquira o álbum na na Shinigami agora mesmo

Line Up:
Tony Kakko: Vocais
Henrik Klingenberg: Teclados
Tommy Portimo: Bateria
Elias Vijanen: Guitarras
Pasi Kauppinen: Baixo



Track-List:
1. "Closer to an Animal"  
2. "Life"  
3. "Fairytale"  
4. "We Are What We Are"  
5. "Till Death's Done Us Apart"  
6. "Among the Shooting Stars"  
7. "Rise a Night"  
8. "Fly, Navigate, Communicate"  
9. "Candle Lawns"  
10. "White Pearl, Black Oceans - Part II, "By the Grace of the Ocean""  

11. "On the Faultline (Closure to an Animal)"  
12.  "Run to You" (Bônus - Bryan Adams Cover)

Acesse os canais oficiais da banda:
Facebook
Site Oficial
Instagram