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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Burning Witches: Revivendo a Santa Inquisição nos Dias Modernos


2025 é o ano que marca a primeira década de existência do poderio de nacionalidades multifacetária das BURNING WITCHES. Multifaces por terem integrantes da Europa e da América, solidificando o fato de que a língua não só do Metal, mas da música é universal. Com apenas dois anos após o último lançamento (THE DARK TOWER), outra característica traga por elas é que além de resgatarem o som old-school prevalente da música pesada dos anos 80 com bandas como DIO, ACCEPT, WARLOCK e até mesmo uma roupagem moderna do AOR (Album-oriented Rock), uma espécie de acordo coletivo é o fato da inexistência de um período longo entre um trabalho e o outro.

Como muitas coisas na vida, "panela velha é que faz comida boa”, por assim dizer. Esses “truques velhos” muitas das vezes provam ser os mais eficientes, por isso do renascimento atual com os sons do período supracitado. Com várias bandas surgindo ao redor do globo após um período de recessão metálica, as BURNING WITCHES colocaram algo da mesa que, em larga parte, possui uma liderança com a potência brasileira NERVOSA: uma participação crescente da posição feminina no Metal.

Um ocorrido impressionante é que enquanto a maioria das bandas solta o ápice das suas carreiras já no primeiro álbum, as Bruxas quebram este padrão e, com o passar da década, demonstram uma maturidade gradual no que tange os arranjos das suas composições, ou, no mínimo, mantêm a régua num patamar saudável, sem deixar a peteca cair. Voltando ao tempo após esta viagem num passado próximo, temos o sexto lançamento, batizado de “INQUISITION”.

Sem mais delongas, iniciemos a observação.


O CONVENTO É LIVRE PARA TODOS PARTICIPAREM: O PREÇO É A SUA ALMA

A abertura instrumental SANGUINI HOMINUM inicia na forma de um cântico, e como o título sugere, ele é totalmente proferido em latim. Assim que a bateria entra com a deselegância de Lala Frischknecht marretando impiedosamente o tambor como se ele estivesse devendo dinheiro a ela, o propósito central do início do álbum é construir hype e criar a impressão de que estamos numa igreja: porém, logo somos induzidos a crer que não se trata de uma igreja comum, já que a fantástica Laura Guldemond perfura seus ouvidos com um grito de agonia que domina os seus dois ouvidos, trazendo-a ao final.

 
Ok, antes de darmos continuidade, um esclarecimento precisa ser feito: sou completamente contra a fulanização de integrantes. A banda deve ser tratada como um todo, e elogios individuais têm o seu devido local em partes pontuais. No entanto, uma exceção precisa ser feita aqui, porque LAURA GULDEMOND É UM FENÔMENO. PONTO FINAL. Ao iniciar na BURNING WITCHES, sua entrada estava envolta de dúvidas, confusões e incertezas, já que substituir Seraina é tarefa para poucas. Os ventos do destino sopraram ao seu favor, já que Laura provou ser justamente uma dessas poucas.

Começando sem ser uma referência no gênero, os anos foram favoráveis a ela, pois a própria desenvolveu um grau de profissionalismo que beira o inumano. Como a personificação da versão feminina de Goku (da franquia de animes DRAGON BALL), Laura foi superando seus próprios limites com a passagem do tempo.

Pelo que me importo, os meus olhos e ouvidos são os melhores juízes existentes, e eles me informaram que A HOLANDESA É A MELHOR FRONTWOMAN DO METAL NA ATUALIDADE, pois quando eu faço um Ctrl+F para procurar outra que consegue rivalizá-la nos pilares técnica, carisma e performance (talvez beleza seja apropriado, para completar de vez o combo), meus resultados encontram apenas o seu nome.



Certo, com esse "fanboyismo" fora do caminho... o início é dado de vez com SOUL EATER, com uma crescendo que não ficaria fora de lugar como um alerta da chegada de uma ambulância, porque o peso sonoro presente é sim cenário de emergência: de ver se o seu corpo aguenta a pressão do quinteto. SOUL EATER apresenta similaridades com UNLEASH THE BEAST do álbum anterior na sua apresentação, seja por agressão, batida e velocidade. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo, porém com uma produção impressionantemente limpa.

DEFENSORES DA FÉ? OU DEFENSORES DE UM PODER IMPERIAL?

Após uma abertura muito direta e "na sua cara", a próxima é SHAME, e é aqui que paramos para perceber a influência de Courtney Cox como nova integrante permanente. A estadunidense entrou após o lançamento de THE DARK TOWER, e no lançamento atual é que a sua forma de compor entra em campo. Primariamente focada em shred, e apesar da faixa atual ser um pouco mais lenta, SHAME tem uma boa porção de palhetadas rápidas (em especial no seu refrão), além de uma generosa contribuição de wah-wahs em seu solo e no seu interlúdio.

THE SPELL OF THE SKULL não é tão nova assim, e já fora tocada meses antes de INQUISITION surgir ao mundo. Lançada no ano passado (com direito a videoclipe!), a vibe oitentista vem ao seu esplendor aqui, ao ponto desta ser uma mistura com Hard Rock não tão diferente do que visto em WASP ao redor da sua composição.

A faixa mais longa do álbum, primeiro single e a que dá o nome ao próprio: chegamos em INQUISITION, mergulhando mais profundamente no Heavy Metal tradicional e recheada com variações de tempo. A "comissão de frente" dos instrumentos costuma ser mais prestada atenção em uma análise sonora, com a bateria sendo erroneamente vista por cima, só que é aqui que Lala é dona de um poder a ser reconhecido. Como uma técnica de futebol que comanda o seu time pelos bastidores, a suíça assume a função ao manusear o seu kit no que eu chamo de "brutalidade com finesse" através de um passeio em diferentes estilos dentro do universo do Metal: se canção demanda que o ritmo vá a uma posição mais rápida, tudo bem. Uma abordagem mais lenta? Sem problemas. Não é à toa que essa variedade a põe num patamar de competência reservado para poucas seletas.
 
Na metade do álbum, HIGH PRIESTESS OF THE NIGHT é o segundo single de INQUISITION e com uma pegada bastante groove e a mais "fora de lugar do álbum". Talvez por ter uma estrutura bem "básica" na sua composição, mas para quem quer apenas bangear sem se preocupar com a hora do Brasil, ela preenche esse propósito: com a agravante do solo virtuoso de Courtney para colocar um sorriso descontrolado no seu rosto, enquanto a sua cabeça funciona como um tipo de ventilador humano.


NÃO HÁ SALVAÇÃO A SER ENCONTRADA AQUI: TUDO O QUE RESTA É A DANAÇÃO

Mesmo voltada para um lado mais Thrash, BURN IN HELL me fez ter a seguinte certeza: a temática e a estética estavam me fazendo lembrar a cada minuto de THE EYE, do lendário KING DIAMOND enquanto eu ouvia o álbum. O conteúdo lírico ficou pesadamente voltado para o nome da banda em sua literalidade: "Bruxas Queimadas", o que finalmente ocorreu em seu sexto lançamento, encontrando um paralelo com o álbum de 1990 do dinamarquês.
 
A guitarra semi-acústica ao iniciar RELEASE ME estabelece uma mudança de ritmo, e a "riffagem" mais lenta que a acompanha revelam que é uma canção mais sentimental. A balada melódica se coloca como a tranquilidade que antecede a tormenta, e no segmento 3:34 é lançado o solo mais bonito ouvido até agora na opinião do redator: é como se os gritos de sofrimento da Bruxa que clama voltar à liberdade se manifestassem com a abertura de um portal que conecta a dimensão dos homens com um outro plano existencial.
Em uma alternância que parecia ser natural, IN FOR THE KILL possui uma investida mais agressiva na batida e na palhetagem, sem se importar se o ouvinte irá aguentar o massacre sônico que infesta seus canais auditivos, junto com uma sincronia entre todas as musicistas, funcionando de forma uníssona enquanto o "couro come". Esta é forte candidata em ser tocada nos próximos shows que virão para a formação de moshpits violentos, cuja imagem mais apropriada é a de um liquidificador girando de maneira desordenada, produzindo mais watts do que um grupo de hamsters jamais poderia alcançar nos seus sonhos mais selvagens. E claro, sem faltar a energia contagiosa que as Bruxas Queimadas exalam quando estão dominando o palco.
 
IN THE EYE OF THE STORM nos leva na parte final deste trabalho, mantendo a propensão de massacre audível que o ouvinte recebeu em seus ouvidos até agora, e seguindo também a linha mais "na sua cara" que a sua antecessora. O encerramento informal, MIRROR, MIRROR também já deu as caras antes, junto com THE SPELL OF THE SKULL. Ainda que em uma escutada imatura, observa-se que o encantamento das bruxas mergulha mais profundamente numa ambientação sonora dos anos 80, trazendo um ar de CHASTAIN durante a sua execução (porém com um nível de produção mais moderno, o que é algo que vem com o território em pleno 2025). O trabalho das guitarras gêmeas aqui está a pleno vapor: quando a sua alimentação precisa ser regrada com uma diversidade de nutrientes para o seu corpo funcionar de acordo, cada ingrediente funciona para um propósito específico, refletindo a sincronia entre Romana e Courtney.



"...E ASSIM SERÁ FEITO. AMÉM!"

MALUS MAGA fecha as cortinas como o encerramento, servindo como uma instrumental atmosférica, envolvida com sons vocais parecidos com a realização de uma magia sendo lida em um livro arcano, em oposição à abertura, SANGUINI HOMINUM. A conjuração de um feitiço com o propósito de finalizar uma espécie de ritual é um processo mundialmente conhecido como "Finite Incantatem" (Encantamento Finalizado, numa tradução livre do latim), servindo como um final em ordens teórica e filosófica com o tema abordado.

Em dez anos de existência, este já é o sexto álbum das Bruxas, tornando-as uma das musicistas bastante prolíficas da atualidade. Para além disso, o álbum foi composto durante períodos de turnês extensas, com pouco tempo para respirar o ar do abrigo. O fato de termos INQUISITION ser lançado envolvido com tantos compromissos é um testamento da qualidade bruta das musicistas internacionais.

Não nos enganemos: há sim momentos de repetição (o que não é tão incomum, num panorama geral), só que isso não afeta o produto geral.

INQUISITION certamente irá satisfazer o público existente das BURNING WITCHES assim como tem atração de sobra para os novatos da multidão. O tempo dirá se o mesmo é digno de entrar na categoria de "clássico". Mas até isso acontecer, estaremos ocupados demais nos imaginando inseridos na época da Santa Inquisição enquanto chutamos e socamos a oposição existente deste período histórico, com a feitiçaria das Bruxas Queimadas iluminando os nossos caminhos.

Texto: Bruno França
Selo: Napalm Records 

Faixas:
1) Sanguini Hominum
2) Soul Eater
3) Shame
4) The Spell of the Skull
5) Inquisition
6) High Priestess of the Night
7) Burn In Hell
8) Release Me
9) In For The Kill
10) In The Eye of the Storm
11) Mirror, Mirror
12) Malus Maga



domingo, 26 de setembro de 2021

Burning Witches: O Círculo Trabalhou Bem na Pandemia

 


A banda suíça Burning Witches,  não muito tempo depois desde o lançamento de “Dance with the Devil”, lançado em março de 2020, já apresenta seu novo álbum, “The Witch of the North”, somando quatro álbum no período de 5 anos. 

“Winter’s Wrath” é uma curta introdução com violão enquanto um coral canta, mas não se apegue à atmosfera tranquila, pois rapidamente você será martelado com a faixa título “The Witch of the North”. Os riffs das guitarras de Romana Kalkuhl e Larissa Ernst (que entrou na vaga  de Sonia Anubis) são como uma celebração aos heróis do heavy metal dos anos 80. 

Aumentando o ritmo e a fúria dos instrumentais seguimos com “Tainted Ritual”. “We Stand as One”, é um verdadeiro hino, pesado, animado e com Laura Guldemond mostrando todo seu poder vocal. 

A faixa seguinte, “Fight of the Walkyries”, tem um início mais tranquilo, mas mais uma vez não se iluda, você logo será contagiado pela fúria nos rosnados de Laura. 

A absurda “The Circle of the Five”, é uma das melhoras faixas do álbum. A balada “Lady of the Woods” irá te tirar do transe da música anterior. E em seguida prepara-se para a veloz e cativante “Thrall”, que claramente tem todos os elementos de metal clássico e combinados com mais vocais viscerais de Laura que roubam a cena nessa música.

“Omen” é um rápido intervalo, mas acho que não dá tempo nem do pescoço descansar, porque em seguida a poderosa “Nine Worlds” e seus riffs habilidosos e um refrão cativante farão você colocar o som no último volume. 

Em seguida, temos a impactante “For Eternity” que passa muito longe da monotonia. Faltando pouco para o álbum acabar, ainda dá tempo de se surpreender com o desempenho da banda em “Dragon’s Dream” e seu refrão divertido. Essa é uma das faixas que eu faixas que eu facilmente ouviria repetidas vezes. 

“Eternal Frost” é um breve intervalo instrumental que nos prepara para a já tradicional versão, desta vez a escolhida foi “Hall of the Mountain King”, do Savatage, que encerra o disco com chave de ouro.

Sinceramente eu não esperava que fosse gostar tanto desse álbum, mas foi difícil não me sentir contagiada com a energia da banda. Considerando que já estamos no meio do ano, me arrisco dizer que “The Witch of the North” estará no meu top 10 álbuns de 2021.

Texto: Raquel de Avelar 
Edição: Carlos Garcia
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

Adquira o Álbum na Shinigami

Tracklist:
1.Winter s Wrath
2. The Witch Of the North
3. Tainted Ritual
4. We Stand As One
5. Flight Of The Valkyries
6. The Circle Of Five
7. Lady Of The Woods
8. Thrall
9. Omen
10. Nine Worlds
11. For Eternity
12. Dragon s Dream
13. Eternal Frost
14. Hall Of The Mountain King




 
 

quinta-feira, 5 de março de 2020

Burning Witches: O Heavy Metal Clássico se Renova!


O quinteto feminino Burning Witches foi formado na Suíça em 2015, nascido da intenção da guitarrista Romana Kalkuhl, que queria, antes de tudo, montar uma banda marcada pela cumplicidade, companheirismo, e claro, amor ao Heavy Metal. Completaram a formação inicial Lala (bateria), Alea (guitarras), Seraina (Vocais) e Jeanine (baixo).   (English Version)

As inspirações e  influências, claro, principalmente do Heavy Metal clássico, de grandes nomes, alguns surgidos já nos anos 70, e a sonoridade e visual 80's, e podemos citar bandas como Judas Priest, Dio, Manowar e King Diamond.

Em 2016 lançam o primeiro trabalho, simplesmente denominado “Burning Witches”, de forma independente, o qual recebe muitas críticas positivas em sites e revistas de renome na Europa. Essas ótimas reações chamaram a atenção da maior gravadora de Heavy Metal, a alemã Nuclear Blast, que ofereceu um contrato.


Final de 2017 a guitarrista Alea Wyss deixa a banda, e é recrutada uma carismática e técnica nova dona das seis cordas, a holandesa Sonia “Anubis” Nusselder. Lançaram em 2018 o segundo trabalho, “Hexenhammer”, e partem para uma turnê passando por diversos países, tocando inclusive em muitos festivais europeus importantes, como Bang Your Head e Wacken.

Em 2019 a vocalista Seraina Telli também deixa a banda para dedicar-se a outros projetos, e a banda recruta mais uma holandesa, Laura Guldemond, vocalista com muita personalidade, que além da beleza e uma presença de palco marcante, trouxe mais possibilidades ao som das bruxas.


2019 foi um ano agitado, prosseguindo com muitos shows e a banda ganhando ainda mais adeptos. Um single e um EP também foram lançados, “Wings of Steel”, as primeiras gravações oficiais com a nova vocalista. 

E agora em 2020, mais precisamente em 06 de março, a Burning Witches lança seu terceiro trabalho, “Dance With the Devil”, que promete levar o quinteto a outro patamar, com uma popularidade cada vez maior no cenário Metal.

Produzido por V.O. Pulver (The German Panzer, produtor de álbuns do Rage, Pro-Pain, Destruction e outros) e Schmier (Destruction), a banda manteve sua sonoridade, transpirando o Heavy Metal clássico com pitadas de Power Metal, porém adicionando um pouco mais de variedade e melodia.


Nos álbuns anteriores eu diria que elas puxavam mais para uma linha Judas Priest, e agora há uma variedade maior, tanto pela evolução de toda a banda, como também pela contribuição de Laura, que, além de criar linhas vocais variadas - chegando até a alguns trechos com guturais - coloca muita energia nas interpretações.

Essa maior variedade não trouxe somente mais melodia, pois há também faixas em que temos algumas passagens, riffs e vocais que possuem um pé no Thrash Metal tradicional, aquele recheado de riffs em cima de riffs, naquela linha Slayer do "Show no Mercy", por exemplo.

Inovação? Não é preciso inventar nada novo se você produz boas e sinceras músicas dentro do estilo que se propôs, e a Burning Witches dá um show neste quesito, trazendo riffs bem tradicionais e marcantes, refrãos fortes e muita energia.

Então em um belo álbum de Heavy Metal, temos 12 faixas (contando a intro) bem lineares em qualidade, mas com algumas que se destacam, como a abertura frenética com "Lucid Dream", uma locomotiva, com muita agressividade nos vocais e riffs beirando o Thrash; a já conhecida faixa título "Dance With the Devil", que traz mais melodia, licks e riffs marcantes e um refrão pegajoso. Anos 80 total!


Aquela balada Metal poderosa não poderia faltar, e "Black Magic" cumpre seu papel com louvor, naquela linha tradicional, melodiosa e com trechos acústicos e crescendo no refrão; "Sea of Lies" traz variações alternando trechos mais cadenciados e velozes. Laura alterna vocais mais melódicos com alguns guturais, e as guitarras brilham ora sozinhas, ora em uníssono, com melodia e agressividade.

"Necronomicon" tem um andamento mais arrastado e pesado, trazendo riffs cavalgados e vocais furiosos! "The Final Fight" é bem melodiosa, trazendo guitarras dobradas, segue uma linha que lembra bastante o Maiden em seu andamento. O refrão também é bem pegajoso e marcante.

Vale destacar também o já tradicional cover/versão, nos anteriores elas homenagearam Judas e Dio, desta vez é Manowar (em algumas edições especiais também há uma cover de King Diamond), e elas apresentam uma bela versão revisitada de "Battle Hymn", que contou com Ross "The Boss" e Mike Lepond (Symphony X) como convidados.


Em resumo, um belo e empolgante álbum de Heavy Metal, com muitas das nuances e até "clichês" tradicionais do estilo, mas feitos de forma muito honesta e competente. É diversão garantida!O certo é que não dá para duvidar da força deste quinteto, e de que 2020 poderá ser o ano das bruxas!

Texto: Carlos Garcia

Banda: Burning Witches
Álbum: "Dance With the Devil" 2020
Estilo: Heavy Metal, Power Metal
País: Suíça
Selo: Nuclear Blast (no Brasil, sairá via parceria NB e  Shinigami Records)

Facebook Burning Witches

Line-Up
Laura Guldemond: Vocais
Romana Kalkuhl: Guitarras
Sonia Anubis: Guitarras
Jay Grob: Baixo
Lala: Bateria

Tracklist:
1. The Incantation
2. Lucid Nightmare
3. Dance With The Devil
4. Wings Of Steel
5. Six Feet Underground
6. Black Magic
7. Sea Of Lies
8. The Sisters Of Fate
9. Necronomicon
10. The Final Fight
11. Threefold Return
12. Battle Hymn



       

       

domingo, 19 de abril de 2015

Cobertura de Show - Eluveitie: Encantando Porto Alegre/RS Pela Segunda Vez (13/04/15 - Teatro do CIEE, POA/RS)


Exatamente dois anos se passaram desde a primeira vinda dos suíços do Eluveitie a Porto Alegre/RS. E agora retornando com sua nova turnê do disco “Origins” (2014).

Se na primeira passagem pela capital gaúcha não tivemos a presença de Anna Murphy, nesta nova vinda não teríamos presentes a violinista Nicole Ansperger e o baixista Kay Brem, que ficaram em seus países devido a problemas de ordem pessoal.

O local escolhido para essa nova apresentação foi o aconchegante Teatro do CIEE, que infelizmente recebeu um público pequeno na noite do dia 13/04 (segunda-feira).

Então era hora dos mestres do Folk Metal entrarem em cena e pontualmente às 21h pouco a pouco cada integrante foi tomando seu posto enquanto a intro “Origins” era tocada. E sem muito tempo para respirar a monstruosa “King” entra em cena e faz o Teatro estremecer.


Mantendo o alto nível “Nil” (do disco “Everything Remains (As It Never Was)”de 2010) e “King” (do álbum mais recente) tomam forma e encantam os presentes, e de fato mostra como Anna faz falta ao grupo ao vivo, além de ter uma bela presença de palco suas partes vocais são insubstituíveis, assim como o som único de sua Viola de Corda.

Falando em instrumentos vale sempre ressaltar a diversidade que se encontra num show do Eluveitie, onde abrem mão dos samplers e mostram toda sua destreza com flautas, bandolim, percussão, Gaita de fole (que tinha um som belíssimo) e etc.

Seguindo a festa Folk certamente um dos momentos mais aguardados, quando o carismático vocalista Chrigel Glanzmann anunciava uma música que não tocavam a bastante tempo, e era de seu Debut “Spirit”, então os berros de “Uis Elveti” começam a surgir da plateia para banda iniciar essa obra do Folk Metal.


O contraste vocal de Anna e Chrigel nesta faixa é fantástico, pena que só mais uma música desse disco figuraria nesta noite.

“Primordial Breath” do “Slania” também teve uma ótima recepção, mas um dos momentos mais especiais da noite se daria pela bela Anna Murphy, que assumiu os vocais largando sua Viola de Corda para execução da épica “The Call of the Mountains” ou “De Ruef vo de Bärge” (em alemão), pois antes de sua execução Anna perguntou aos presentes qual versão gostariam de ouvir, se em inglês ou alemão.

Então a belíssima canção acabou sendo dividida tendo uma parte cantada em alemão e outra em inglês, além da simpatia da musa do Folk Metal da atualidade, ganhando os presentes com seu jeito doce e enigmático.


Após a instigante “Inception” onde Chrigel disse que ali era um show de Heavy Metal e gostaria de ver alguns moshs e rodas, era hora do set acústico comandado pelo disco “Evocation I - The Arcane Dominion”, onde Anna comandou em mais um show particular, mas com os demais dando uma aula nos instrumentos diferenciados, não há como não mencionar o novo membro da banda Matteo Sisti, e sua destreza com as flautas, dando um toque ainda mais refinado ao som do Eluveitie, além de fazer as partes do violino na flauta doce.

O set acústico nos brindou com a instrumental “Memento” e as belas “Brictom” e “A Rose for Epona” (cantada em uníssono pelos fãs).

A poderosa “The Nameless” volta a agitar os presentes com os guitarristas Ivo e Rafael se destacando. E falando em destaque, o baterista Merlin Sutter é de fato um monstro, com sua bateria com seus mais de 12 pedestais, senta o braço literalmente, além de ser provido de uma técnica acima da média.

Após o final fake que precedeu músicas dos discos mais atuais (e com parte da banda retornando ao palco vestindo camisetas do Brasil), tivemos “Inis Mona” para alegria geral dos presentes, e a intensa e já carimbada “Tegernakô” (do disco “Spirit”) , que fechou o show do mesmo modo que começou, em alto nível.


Parabéns a Dark Dimensions por trazer de volta essa grande banda ao nosso estado, além de levar a apresentação para um dos melhores teatros do RS, o que engrandeceu em muito a apresentação.

Fica aqui a ressalva pelo pouco público que prestigiou, pois quem não foi perdeu uma apresentação emblemática, fazendo de fato a alegria dos reais fãs.


Fica a dica, não adianta reclamar que as bandas não voltam ao estado ou que não tem show de fulano ou beltrano se o público não colabora. Os shows dependem de nós fãs, sem público não se há evento.


Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Felipe Pacheco


terça-feira, 17 de março de 2015

Eluveitie: Retorno mais do que esperado pelos gaúchos


Após sua primeira passagem pela capital gaúcha em 2013, o Eluveitie deixou aquele gostinho de “quero mais”, deixando os fãs de Folk Metal ansiosos pelo seu retorno.

Pois bem, dois anos após seu show épico em Porto Alegre/RS, os suíços retornam, agora para divulgar o excelente “Origins” (2014).

Se na primeira passagem o show foi no apertado Beco, agora o Eluveitie se prepara para tocar em uma das melhores casas da região, o fantástico Teatro do CIEE, que já recebeu grandes nomes do cenário metálico como Andre Matos, Evergrey, Viper e etc.

O show será no dia 13/04 (segunda-feira) sob a produção da Dark Dimensions trazendo um dos shows mais aguardados pelos gaúchos.

Lembrando que estaremos sorteando três Meet and Greet com a banda, então fique ligado na sua estrada para o Metal!

Para mais informações como de venda de ingressos, valores e pontos de venda acesse o evento:


Aproveite e confira como foi a 1° passagem da banda por Porto Alegre: http://bit.ly/1befYAE



Texto: Renato Sanson

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cobertura de Show - Edguy, Hammerfall & Gotthard em Porto Alegre/RS (06/12/14)




Dia 06/12/14 (sábado) marcava o retorno das bandas Edguy e Hammerfall a Porto Alegre, depois de 7/8 longínquos anos. E de quebra teríamos os suíços do Gotthard, para completar a festa com seu Hard Rock de primeira qualidade.

A indecisão.

Primeiramente o evento seria no Bar Opinião, e algumas semanas antes foi anunciado o praticamente Sold Out dos ingressos, surgindo a possibilidade de transferência do mesmo para o Pepsi On Stage caso a procura continuasse grande.

Porém a mudança em primeira estância não houve, mas após uma interdição do Bar Opinião pela prefeitura por “poluição sonora”, foi decretado que o show passaria a ser no Pepsi. O que foi visto por muitos como uma ótima noticia, pois teríamos três bandas de renome e o Opinião lotado não é o melhor lugar para se ver o show.

Porém dias antes do “mini festival” temos o anuncio que o show voltaria para o Bar Opinião, já que o mesmo teria conseguido a liberação para funcionar normalmente. O que gerou a alegria de uns e descontentamento de outros.

O inferno.

Ao chegar no Opinião já víamos uma fila quilométrica, que passavam varias quadras indicando que a casa estaria lotada, o que de fato seria preocupante. Os portões abriram por volta das 16h, já que o Gotthard subiria ao palco exatamente às 17h.

Um pouco antes do Gotthard subir ao palco a casa estava praticamente cheia, em sua capacidade máxima, e o que me perguntava era: Seria possível suportar o calor absurdo dentro do Opinião por mais de três horas?


Pois é, prova de fogo, pois realmente a casa demonstra um despreparo imenso para shows de grande porte, pois com muita gente gera aglomera mento, os condicionadores de ar não estavam dando conta (sendo que em alguns pontos os condicionadores não estavam ligados), o que gerava mal estar, e sensações de desmaio (sendo que sim, algumas pessoas chegaram a desmaiar pelo abafamento).

Sem contar que em show lotado pessoas portadoras de deficiência não conseguem ver o espetáculo em si, e por quê? Porque não há um local especifico para pessoas com deficiência (digo isso com muita propriedade, pois sou cadeirante, e frequento a casa há anos, e o despreparo continua grande).


Para um evento dessa magnitude, não seria mais prudente transferi-lo para um local maior? Onde de fato os fãs teriam mais conforto, comodidade e segurança.


Gotthard: Energia, musicalidade e empolgação.


Então era hora da lenda do Hard Rock suíço entrar em cena, e apresentar ao público gaúcho seu novo disco “Bang!” (segundo álbum a contar com o vocalista Nic Maeder).

E após a intro “Let Me in Katie”, “Bang!” e “Get Up 'n' Move On” abrem o show com muita energia, com uma banda extremamente carismática e comunicativa.

Nic fica impressionado com o público, seja pela quantidade de fãs ou pela receptividade que foi fantástica. “Sister Moon” mantém o alto nível, com um refrão marcante e uma banda muito bem entrosada.


Vale ressaltar a nova voz do Gotthard, que demonstra um belo timbre, já que sua missão era de substituir o imortal Steve Lee. “Right On” vem para brindar a nova fase da banda, onde o guitarrista Leo Leoni usa um artefato em seu microfone que modifica sua voz para acompanhar o riff principal da música, com uma levada bem empolgante.

Da fase Steve Lee tivemos a clássica “Master of Illusion” (com boa parte do público cantando), a belíssima “The Call”, “Lift U Up” (que levantou a galera) e fechando o show com o clássico “Anytime Anywhere”.


Antes mesmo do primeiro “final fake” tivemos uma grata surpresa com o cover de “Hush” do músico Billy Joe Royal (música essa eternizada pelo Deep Purple), fazendo o Opinião cantar em massa seu refrão marcante.

O Gotthard se despedia com missão cumprida, em um belo show, onde os músicos demonstravam muita satisfação de estar ali e com certeza deram o seu melhor, é torcer que voltem as terras gaúchas, pois impressionou positivamente os presentes, desde os que já conheciam aos que nunca ouviram a banda.

Setlist:

01 Bang!
02 Get Up 'n' Move On
03 Sister Moon
04 Right On
05 Master of Illusion
06 Feel What I Feel
07 The Call
08 Remember It's Me
09 What You Get
10 Starlight
11 Hush (Billy Joe Royal cover)
12 Lift U Up
13 Anytime Anywhere


Hammerfall: A volta dos mestres.


Após uma mudança rápida de palco era hora dos suecos do Hammerfall entrarem em cena, trazendo a tour de seu novo disco o ótimo “(r)Evolution”. Sua ultima passagem por Porto Alegre foi em 2007, sendo assim a ansiedade para revê-los era grande.

E após as luzes se apagarem “Hector's Hymn” inicia e a galera explode de vez, Joacim Cans entra e é mais do que ovacionado, sem contar a empolgação da galera que chegava a cantar mais alto que o vocalista, tamanha emoção que estavam.

Seguindo o clima em alta “Any Means Necessary” e “B.Y.H.” mostrando que os trabalhos mais recentes da banda são muito bem aceitos, com o público cantando todas e deixando os músicos mais do que satisfeita.


Joacim brincava com os fãs dizendo que estava muito calor, chegando a dizer que aquele era o show mais quente que o Hammerfall teria feito em sua carreira (era notável que ele estava realmente desconfortável com a temperatura, imagina a galera que estava ali desde as 16h...). Seguindo o baile era hora do primeiro clássico da noite “Let the Hammer Fall” vem para deixar o Opinião ainda mais pequeno, todos com punhos erguidos cantando ao sinal de Oscar e Joacim.

Algo que chamou atenção de muitos foi uma pequena mudança na formação da banda, Anders Johansson não estava na bateria e sim David Wallin (Pain) e no baixo pasmem o ex-guitarrista Stefan Elmgren, que esta substituindo temporariamente Fredrik Larsson, que se afastou da banda por um período devido ao nascimento de seu segundo filho.


Com a chegada do primeiro clássico e sem deixar a euforia cair “Renagade” e “The Metal Age” deixam todos extasiados, principalmente “The Metal Age” que é uma faixa que dificilmente o Hammerfall toca.

O Hammerfall apresenta grande performance ao vivo, Joacim é um frontman incrível, assim como a dupla de guitarras Oscar e Pontus que demonstram uma presença de palco animal, sempre agitando e interagindo com o público. Falar de Stefan é chover no molhado, sempre carismático e um bageador nato. E David cumpre muito bem seu papel, sendo preciso e técnico.

Como estávamos em um evento com três bandas, certamente algumas faixas ficariam de fora de todos os sets, e no Hammerfall não seria diferente, pois a balada mais clássica do Metal Melódico não entrou no set, “Glory to the Brave” teve só o comecinho executado, deixando os presentes na expectativa.


A épica “Last Man Standing” vem com seu refrão pomposo e mostrando uma banda coesa e entrosada, e para fechar sua apresentação uma trinca para fã nenhum botar defeito “Hammerfall”, “Templars of Steel” e “Hearts on Fire”, deixando aquele gostinho de quero mais, em uma apresentação impecável.

Que voltem logo ao Sul, pois deixaram saudades mais uma vez!

Setlist:

01 Hector's Hymn
02 Any Means Necessary
03 B.Y.H.
04 Blood Bound
05 Let the Hammer Fall
06 Renegade
07 The Metal Age
08 Last Man Standing
09 Bushido
10 HammerFall
11 Templars of Steel
12 Hearts on Fire  


Edguy: Ansiedade a flor da pele.


Era nítido que muitos estavam ali pelos alemães do Edguy, mas não é para menos, seu frontman Tobias Sammet vem em uma crescente há anos com o seu projeto Avantasia, o que deixou um pouco de lado sua banda principal.

Precisos oito anos de sua ultima passagem pela capital gaúcha, gerava grande expectativa do show, já que seu ultimo álbum “Space Police” mostra o Edguy em sua antiga forma, voltando a suas raízes mais melódicas.

Chegado a hora e o baterista Felix Bohnke faz sua tradicional entrada chamando o público e pedindo para gritarem mais alto, e “Love Tyger” do novo álbum entra em cena e o barulho dos fãs era ensurdecedor, e quando Tobias apareceu ai a casa caiu de vez, tirando muitos sorrisos do alemão.


O refrão foi cantado em uníssono, mostrando a ótima aceitação do novo material. “Space Police” vem na sequencia mantendo a extasia do público, e para brindar os fãs mais antigos o clássico “All the Clowns”.

A banda que completa o Edguy é de fato um show a parte ao vivo, todos extremamente carismáticos, mas destaque total ao baixista Tobias Exxel, que rouba a cena em muitos momentos.

De uma forma mais contida, Tob mostra sua presença de palco e de como consegue ter o público em mãos, mas algo que soou exagerado foi os discursos que o vocalista dava ao final de cada música, era tanto falatório que chegou a falar de Copa do Mundo e do show anterior na Argentina que tinha sido fantástico (gerando aquele descontentamento clássico dos presentes), mas duvido que ele tenha tido uma receptividade tão forte e calorosa  como em Porto Alegre.


“Superheroes” chega para gerar histeria entre os fãs mais novos, assim como “Defender of the Crown”. “Vain Glory Opera” vem para relembrar o passado glorioso da banda, mas mostrando que os fãs mais novos não a conheciam ou não gostam tanto assim do passado do Edguy.

Após o solo de bateria de Felix (bem parecido com o de 2006, exageradamente grande e pouco atrativo) “Ministry of Saints” do fraco “Tinnitus Sanctus” é tocada, e um de seus maiores clássicos surgem “Tears of a Mandrake”, mas que não teve a receptividade que merecia.


Fechando a apresentação às batidas “Lavatory Love Machine” e “King of Fools”. Um show curto e que priorizou os chamados “hits”, deixando de lado muito de seus clássicos, principalmente o maior deles, a eletrizante “Babylon”.

O que podemos notar que o Edguy conquistou novos fãs com seus discos mais recentes, porém a banda se afastou do belo passado que construiu nos anos 90.

Setlist:

01 Love Tyger
02 Space Police
03 All the Clowns
04 Superheroes
05 Defenders of the Crown
06 Vain Glory Opera
07 Drum Solo
08 Ministry of Saints
09 Tears of a Mandrake
10 Lavatory Love Machine
11 King of Fools

Três excelentes bandas, mas que poderiam ter feito seu show em um local mais adequado, pois em primeiro lugar o público, certo?


Cobertura: Renato Sanson
Fotos: Diogo Nunes