O dinamismo e
a originalidade têm se tornado relevante dentro do Heavy Metal e no Rock em
geral, saindo da zona de conforto e de tradicionais clichês dentro do gênero
como a maneira mais viável, adicionando quaisquer elementos em uma só música,
esbanjando técnica de forma audaciosa, o que acaba se tornando algo bastante
interessante e original. E sem medo de arriscar, os curitibanos do Wild Child mostram
que pode alcançar voos mais altos em “Seven”, segundo disco da banda.  
É claro que,
ao escutar o disco pela primeira vez, nos faz ter a compreensão de que a banda
perpetua o Prog Metal em vários momentos do disco, mas, com mais audições, o
que vemos é uma banda totalmente experimental, englobando momentos que ora são
encabeçados por influências do Metal tradicional e Hard Rock, ora trazendo
ambientes abundantemente pesados, melódicos e até mesmo contemporâneos,
extraindo passagens que lembram o Soudgarden. E o vocal, que possui um timbre
marcante, que remete ao do grande Matthew Barlow, ex-Iced Earth. 
A produção
ficou a cargo do trio Felipe Souzza, Marcelo Gelbcke e Thiago Forbeci,
integrantes do grupo. E o resultado é um som calibrado e pulsante provindo dos
instrumentos. A arte, elaborada por Carlos Fides, do ArtSide Digital Studio,
ilustra perfeitamente a textura do álbum, fazendo um trocadilho também com a
quantidade de faixas presentes dentro do disco. 
“Seven” não se
faz soar monótono, pois aqui temos um trabalho desenvolto e orgânico. E apesar
de ter um instrumental intrincado, o disco não acaba se tornando entediante ou
interessante apenas para outros músicos, muito pelo contrario. Você sente ainda
mais vontade de ouvir todas as faixas novamente. 
Dando abertura
ao disco, “Never Let Yourself Down” é carregada de intensidade e riffs
abrasivos, conduzidos por ótimas melodias e vocais fortes, que ora flertam com
os guturais; “Myself In Pieces” traz um andamento apinhado de total
versatilidade e dinamismo, adicionados por elementos eletrônicos e
backing-vocals bem postados, apresentando nuances diferentes e um primoroso
trabalho rítmico; já emendando com a antecessora faixa, “All I Want All I Need”
enfoca o lado mais progressivo, perfilando peso e melodia em boa parte da
canção, destacando os belos vocais do Erik Fillies e das precisões vindas do
baixo de Thiago Forbeci; “Find You Way” nos prende pelos agressivos riffs de
guitarra, transitando peso e deleite de forma perfeita; “The Circle Of Hate”
alterna momentos ganchudos e arrastados, não perdendo os requintes melodiosos,
preenchido por um refrão contagiante. 
O momento mais
épico do disco ficou para “Church Bells”, que possui 15 minutos de duração. A
música é dividida em três partes: I – Reflections (explorando lados mais
Progressivos, com guitarra e baixo fazendo várias dobras), II – In The Heat Of
The Night (compilando peso e melodia em perfeita medida, destacando os
brilhantes solos de guitarra) e III – The Endless Cycle (semi-balada bem
introspectiva, sem se desleixar do peso das guitarras). Muitos podem estar
achando que isso tudo é cansativo, mas não! Aparentemente, a faixa termina em
questão de minutos, mostrando uma aula de como se faz música movida por grandes
arranjos; chegando ao fim, “Don’t Turn Off The Lights” é uma balada melodiosa,
dosando feeling e peso com sapiência. E é incrível ver a interpretação vocal
nesta música, chega a ser emocionante. 
Com certeza o
Wild Child entra no seleto grupo de uma das bandas mais ousadas dentro do Metal
nacional, e “Seven” é um disco que merece ser ouvido por diversas vezes.
Texto: Gabriel
Arruda 
Edição/Revisão:
Carlos Garcia 
Fotos:
Divulgação
Ficha Técnica 
Banda: Wild
Child 
Álbum: Seven 
Ano: 2015 
Estilo: Prog
Metal 
Gravadora: Ms
Metal Records/Voice Music 
Assessoria: Ms
Metal Agency
Formação 
Erik Fillies
(vocal) 
Marcelo
Gelbcke (guitarra) 
Thiago Forbeci
(baixo) 
Felipe Souzza
(bateria) 
Track-List 
01. Never Let
Yourself Down 
02. Myself In
Pieces 
03. All I Want
All I Need 
04. Find You
Way 
05. The Circle
Of Hate 
06. Church
Bells 
I -
Reflections 
II - In The
Heat Of The Night 
III - The
Endless Cycle 
07. Don’t Turn
Off The Lights
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