- Olá Gustavo. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Reflections of Emptiness”, pois o material ficou de primeira...
Agradeço de profundamente pelo espaço e pelas palavras. É sempre gratificante quando o trabalho, feito com tanta entrega, ressoa de forma positiva com quem escuta.
- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?
A sonoridade da Fohatt é resultado de um processo muito intuitivo. Buscamos expressar estados emocionais profundos, atmosferas melancólicas, reflexões espirituais e visões da natureza como um portal para o invisível. Cada integrante contribui com sua vivência e bagagem musical, e isso nos leva a um som que mistura o peso do doom metal com camadas acústicas, teclados etéreos e uma fluidez que foge de estruturas fixas. O foco é sempre a sinceridade emocional e a criação de um universo próprio.
- Eu escutei o álbum diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?
Sim, recebemos muitos relatos semelhantes, e isso nos alegra. Não buscamos criar algo de assimilação imediata — o álbum foi pensado como uma jornada. “Reflections of Emptiness” exige escuta atenta, tempo e silêncio interno. Ele se revela aos poucos, conforme o ouvinte também se permite mergulhar. Quem se conecta acaba voltando a ele em momentos diferentes da vida.
- Existem planos para o relançamento de “Reflections of Emptiness” através da MS Metal Records, atual gravadora de vocês, no formato físico em maior escala?
O álbum já foi lançado em CD pela Eternal Hatred Records, divisão da MS Metal, e também em vinil pela Metal Army Records. Temos interesse, sim, em ampliar essa distribuição, especialmente fora do Brasil.
Aproveito para mencionar que recentemente relançamos nosso EP Ancient Ritual of the Season em formato físico, com nova arte gráfica. Essa reedição foi realizada em parceria com os selos Anaites Records, Coldwinter Records, que têm nos apoiado fortemente no underground. Esse EP representa o início da jornada sonora da Fohatt e merecia uma nova vida à altura de sua importância. O resultado ficou muito especial.
- Adorei o fato de trabalharem com o inglês, mas isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado nacional?
A escolha pelo inglês veio da vontade de dialogar com uma cena mais ampla, especialmente no estilo doom e atmospheric metal, que tem uma tradição forte nesse idioma. Mas também temos usado nossa língua mãe o português em várias faixas em outros projetos, no álbum colaborativo “Ao Fechar os Olhos”. Sabemos que cantar em inglês pode gerar certa distância com o público nacional, mas acreditamos que a sinceridade do som fala mais alto. Quem se identifica com a proposta acaba se conectando independentemente da língua.
- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?
Ainda não realizamos shows. A banda surgiu durante o período da pandemia, e priorizamos compor, gravar e lançar o material com qualidade.
- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?
A arte é uma colaboração entre a banda e o artista gráfico da Síria, responsável pela edição física. A intenção foi transmitir um estado contemplativo, introspectivo e silencioso — uma paisagem desolada que reflete o vazio interior. A conexão com o título está justamente nesse espelhamento: o vazio não como ausência, mas como espaço fértil para a escuta interna, para o encontro consigo mesmo.
- “Reflections of Emptiness” foi todo produzido pela banda, confere? Foi satisfatório seguirem por este caminho?
Sim, o álbum foi totalmente produzido por nós. A gravação, mixagem e conceito foram elaborados coletivamente. Foi um processo intenso, mas muito enriquecedor. A produção independente nos deu liberdade criativa total, e isso refletiu na identidade do álbum. Contamos com o apoio técnico do Léo Lemes, do estúdio Toca 64 de Curitiba-PR.
- Imagino que já estejam trabalhando em novas composições. Se sim, como está se dando o processo e como ele está soando?
Sim, estamos em processo avançado de composição de um novo álbum. A sonoridade está mais etérea, contemplativa, com passagens acústicas e atmosferas que misturam serenidade e melancolia. Continuamos explorando dualidades — sombra e luz, matéria e espírito.
- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao FOHATT...
Muito obrigado! É uma honra ter esse espaço em um veículo tão importante quanto a Road to Metal. Vida longa também ao metal underground e a quem mantém essa chama acesa. Seguimos em frente, com sinceridade e entrega total à arte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário