Em uma determinada fase da vida, normalmente a pessoa prefere
aproveitar seus últimos anos de existência descansando, curtindo a família e viajando para conhecer novos lugares – desejo bastante aspirante
depois dedicar vários anos trabalhando. No caso das lendárias bandas de Heavy
Metal, aposentadoria é algo um dia inevitável, mas que esses guerreiros adiam ao máximo. Mostrando que ainda tem muita lenha
pra queimar, o Saxon lança seu 22º disco, “Thunderbolt”.
Atravessando modismos e tendências musicais, a banda mantém suas virtudes as quais os consagraram como um dos melhores nomes da história
Heavy Metal. O álbum traz a conexão perfeita de peso e
melodia completamente clássica, mas com uma timbragem sonora atual,
anelando todos os despachos do Metal tradicional e do antigo Hard Rock. E cada
riff e refrão faz com que o álbum torne-se perdurável, pois tudo é muito vigoro
e robusto.
A produção contou novamente com as mãos do aclamado Andy
Sneap (conhecido por ter produzido os últimos do Accept e o mais recente do
Judas Priest). Condução primorosa e divina, sendo a pessoa perfeita pra
comandar a mesa de mixagem/masterização do quinteto e das demais bandas
similares. Já a capa, se refere ao nome do
disco, mostrando um gavião negro tentando vencer o poder do trovão.
O disco demonstra que, para o Saxon, nunca existiu momento
ruim, mesmo em álbuns onde "aliviaram" a sonoridade, retornando depois renovados, soando mais pesados e atuais. A classe e conhecimento de causa estão ali, em “Thunderbolt”, nos
vocais marcantes de Biff, nos riffs certeiros, nos belos arranjos musicais, evidenciando que não existe acomodação ou falta de inspiração à esses gigantes.
Após a intro instrumental, “Thunderbolt” inicia mostrando todo o poderio dos riffs pesados, exalando a pegada da sonoridade atual dos ingleses; o sendo melódico segue "classudo", como podemos ver em “The Secret Of
Flight”, onde destacam-se os duos de guitarras; a arrastada “Nosferatu (The Vampire’s Waltz)” é sombria e com boas doses de peso.
“The Played Rock And
Roll” fala por si, embalando uma postura enérgica e rápida, homenageando em
grande estilo o saudoso líder do Motörhead, Lemmy Kilmister. A agressiva
“Predator” conta com os urros de Johan Hegg, do Amon Amarth, em uma novidade no som da banda, com inclusão de guturais; “Sons Of Odin”, soa épica, com seu andamento cadenciado, com base rítmica mostrando um peso absurdo; capricham na pegada também em “A Wizard’s Tale”; com a aula de Metal tradicional “Roadies’ Song”, fecham este grande play.
Se esse disco fosse lançado nos meados dos anos 80, nos inspira a certeza de que estaria entre os álbuns clássicos do grupo! Uma banda que parece ter começado há pouco, tal energia demonstrada. E fazendo trocadilho ao título, “Thunderbolt”
é uma verdadeira trovoada de Heavy Metal, sendo forte candidato a um dos
melhores discos do ano. A versão nacional via Shinigami Records vem em uma bela edição em digipack.
Texto:
Gabriel
Arruda
Edição/Revisão:
Carlos
Garcia
Fotos:
Divulgação
Ficha
Técnica
Banda:
Saxon
Álbum:
Thunderbolt
Ano: 2018
País: Inglaterra
Estilo:
Heavy
Metal
Gravadora:
ShinigamiRecords (Nac.) / Silver Lining Music (Imp.)
Formação
Biff Byford (Vocal)
Paul Quinn (Guitarra)
Doug Scarratt (Guitarra)
Nibbs Carter (Baixo)
Nigel Glockler (Bateria)
Track-List
1. Olympus
Rising
2. Thunderbolt
3. The
Secret of Flight
4. Nosferatu
(The Vampires Waltz)
5. The
Played Rock and Roll
6. Predator
(feat. Johan Hegg)
7. Sons
of Odin
8. Sniper
9. A
Wizard’s Tale
10. Speed
Merchants
11. Roadie’s
Song
12. Nosferatu
(The Vampires Waltz)
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