sábado, 26 de setembro de 2020

Paradise: Canadenses Retornam Incorporando Influências Contemporâneas



Passados uns 15 anos de break, o canadense Paradise reacende suas atividades acompanhado do terceiro registro intitulado apenas com o nome do conjunto. A line-up sofre uma terceira formação cujos esforços aterrissam na velha divisa do hard rock e heavy metal, havendo uma certa pitada de stoner.

Sua música escora-se em riffs básicos expressivos, frases de guitarra dispersas, bateria cadenciada e a melodia raivosa de RL Black incubida de energizar as canções.
Os assuntos cantados exploram relacionamentos conturbados, vida em gradativo colapso, graças aos conflitos internos ceifando o restante da sanidade mental.

O fundador da banda Frank Kelly e o recente Fred Crew Grr dão todo o protagonismo para as suas guitarras. Constroem riffs cools estruturados em simples power chords ao lado de trechos cavalgados com palm mute. Frases básicas na penta menor e bends preenchem satisfatoriamente as canções. A bateria e voz ecoam feito fantasmas frente as guitarras usando timbres sólidos.


"Straight From Hell" sob uma base abafada, RL Black rouba a atenção em grande parte da música apenas entrecortado por boas frases na guitarra.

"Hitting On All Sixies" uma das mais agitadas, constantemente emite solos, carrega um riff dinâmico também. A voz soturna explode no refrão.

"Who Do You Wanne Be" possui melodia próxima do metal industrial e às vezes a bateria reaparece com um ritmo atípico oriundo do começo.

"One of a Kind" é densa, tanto atmosfera quanto a ira meio reflexiva de Black, contém bons solos lamurientos. 

"Never Cry Again" tem uns toques de groove metal, mantém seu fôlego satisfatoriamente  ao longo da faixa.

Dá para recomendar também as faixas "Away from You" e "Free In Exile". 

É um disco de heavy rock meio disfarçado no stoner ainda que apare muitos elementos dessa subvertente. Evitaram excesso de psicodelia e tornaram enxutas a duração das canções.

Essa realização poderia arriscar mais, poucas faixas soam distinguíveis umas das outras. Senti falta total do baixo e a bateria gerava a falsa expectativa em tomar de assalto alguns momentos.

Para um grupo desativado há anos, realizaram um bom disco comercial de rock pesado reprocessado no metal contemporâneo. 

Texto: Alex Matos (Canal Rock Idol)

Banda: Paradise
Álbum: "Paradise" 2020
País: Canadá
Estilo: Hard Rock, Stoner
Assessoria: Asher Media





quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Bella Utopia: Personalidade e Novos Caminhos no Hard e Rock Pesado


Já são quase 18 anos de estrada, e a banda Goiana Bella Utopia segue buscando voos mais altos, com seu Hard Moderno e Rock pesado de melodias marcantes, mas com pegada que por vezes beira o Metal, destacando as letras em português e os vocais cheios de fúria de Isabela, tendo uma marca bem pessoal e forte.

Após um elogiado debut em 2015, "Dilema do Prisioneiro", o qual foi masterizado em Nova Iorque, a banda chamou atenção dos fãs e da mídia especializada, e inclusive da gigante Sony Music. 

Com nova formação, faixa inédita e bastante personalidade o Bella Utopia apresenta um novo petardo no cenário nacional de Hard/Rock e Metal. O grupo acaba de disponibilizar nas plataformas de música (web) sua nova faixa autoral, após a homenagem feita ao KISS, com o clipe da icônica: “Rock n´Roll All Night”(assista aqui), que está no tributo "Bazil Rock City". 

Falando em tributos, a Bella Utopia confirmou participação no relançamento especial do "Sabbath Brazil Sabbath", tributo brasileiro ao Black Sabbath, lançado pela Armadillo Records, e que terá essa nova edição, com o álbum duplo original e mais um CD bônus. O Bella Utopia vai participar com uma versão acústica para "Snowblind".

Retornando ao assunto da nova inédita da banda, trata-se da música “SURREAL” que tem letra escrita pela líder do grupo Isabela Eva, melodia e arranjos do baterista Junão Cananéia, mixagem e masterização do pessoal que trabalha no Doran’s Studio (GO) e participação especial de Lucas Rezende (guitarrista da banda Aurora Rules)".

"SURREAL" foi concebida com intuito de participar da coletânea física da web rádio Rock Freeday “RF Collection – Volume IV” e também para apresentar os novos e promissores músicos que compõem atualmente a banda, são eles: Mayck Vieira (Guitarra), Adriel (baixo) e Kaíque Nunes (guitarra).

A letra de “SURREAL” é uma reflexão bastante direta do atual momento que passamos por conta da pandemia do coronavírus. “As mudanças do mundo fizeram da vida uma obrigação. E o mais surreal é saber que o ser humano insiste em andar na contramão!” Afirma a cantora e líder da Bella Utopia, Isabela Eva.  Ouça "SURREAL" AQUI 

A banda já possui três clipes oficiais, que mostram a mensagem por trás do pensamento criativo do agora quinteto, que almeja voos mais altos, porém sempre com os pés no chão.  E os vídeos são muito bem feitos, inclusive o clipe de "Dilema do Prisioneiro"  possui um curta na abertura, com produção de uma produtora de cinema e participação de atores profissionais. A vocalista Isabela Eva idealizou toda a estrutura e conseguiu autorização para filmar dentro do maior Complexo Prisional de Goiânia, a CPP.

Um nome que merece a atenção do público e muito mais visibilidade. Saiba mais sobre a banda nos links abaixo:

Facebook

Youtube

Texto: Carlos Garcia (Com infos de Alexandre Afonso, assessoria de imprensa Rock Freeday)




sábado, 19 de setembro de 2020

Scars: [...]se você acredita em seu trabalho e ama o que faz, tudo é possível. Tudo!

Entrevista por: Renato Sanson



Músico entrevistado: Alex Zeraib (guitarrista) – Banda: Scars de Moóca/SP

 

Fala galera do Scars! Sou Renato Sanson do site Road to Metal e é um prazer fazer essa pauta com vocês, uma banda que acompanho desde 2008 e me agrada muito musicalmente. Abaixo segue a pauta de entrevista!

Obrigado pela oportunidade e pelo espaço, Renato e Road to Metal!

 

"Predatory" é o mais novo petardo do Scars. Trazendo a banda na melhor forma possível. Como se deu o processo criativo do mesmo?

Eu converso muito com o Régis sobre composição e arranjos, exploramos possibilidades de estruturas de músicas primeiro no âmbito abstrato e mental, imaginamos quais os tipos de riffs de guitarra que queremos e qual a velocidade da levada geral. Nos aventuramos em temas, refrãos e títulos até mesmo antes de começarmos a gravar os primeiros takes. 

Assim, eu monto a bateria eletrônica e começo a despejar riffs sobre diferentes esqueletos, buscando estabelecer um lugar para refrão, pré-refrão, pontes, etc... Após gravar os takes iniciais, envio para o Régis, que por sua vez organiza a música e me manda de volta com uma linha de voz. E assim vai, até o dia da gravação final, onde mudamos a música diversas vezes. 

Normalmente temos de 7 a 10 versões para cada faixa no período final da pré-produção. Após a música ter tomado forma, a apresentamos a banda e começamos a executa-la organicamente em ensaios, sempre experimentando mudanças e aperfeiçoamentos para chegarmos à um nível final e satisfatório para todos. Nunca perfeito, porque perfeito não existe. “Predatory” seguiu esse método e funcionou, gostamos muito do resultado final de nossos esforços.



Em relação a "Devilgod Alliance" (08), musicalmente onde vocês enxergam os pontos de evolução?

Embora grande parte do “Devilgod Alliance” tenha sido composto pela mesma formação que fez o “The Nether Hell”, somente eu gravei o álbum após uma debandada geral. Assim, apesar de um ótimo trabalho, faltou a essência do SCARS, especialmente o Régis, para soar mais fiel ao nosso legado. Já o “Predatory” tem mais a cara da banda em termos de origens, onde pudemos resgatar nossa personalidade mais fielmente.

 

O Scars passou por várias mudanças de formação ao longo de sua carreira, mas em nenhum momento o seu som se descaracterizou. Ao que devemos isso?

O SCARS sempre teve uma personalidade muito forte e uma ideia muito clara sobre sua essência e estilo musical. Até mesmo antes de eu integrar a banda eu notava isso quando via o SCARS ao vivo. Isso tudo em 1992 e começo de 93. Quando entrei na banda no final de 1993, eu já havia me identificado muito com o som e ajudei a continuar e confirmar as características que construiriam a identidade do SCARS. Tocar hoje em dia as faixas do primeiro cd de 94 ainda soa atual para mim, ou melhor, atemporal. É claro que já nos aventuramos muito em compor fora do nosso âmbito thrash. Aquilo que ficou bom, com a cara da banda, acabamos lançando em registros oficiais. E jogamos fora (literalmente) as composições que, de certa forma, desfiguravam a banda.



Pois em muitos casos as bandas acabam até mesmo mudando o seu direcionado por mudanças na formação, certo?

Sim, e perdem sua essência original. Quando músicos novos entram em uma banda, eles podem e devem contribuir com seu estilo e personalidade, mas a banda deve manter seus padrões e características pelas quais seus ouvintes se interessaram originalmente. Manter a fórmula é essencial. No nosso retorno em 2018, houve muito cuidado na escolha dos membros atuais que constituiriam o novo SCARS. Quando Régis e eu decidimos que era a hora de tomar o próximo passo, primeiro chamamos de volta o Gobo. 

Esta foi uma decisão lógica, uma vez que ele havia gravado o último álbum e assim daria continuidade a sua história na banda. Com três membros originais presentes, convidamos o Marcelo Mitché para o baixo e o Edson Navarrette para a guitarra solo, que sempre foram grandes amigos da banda desde o começo dela em 1991. Com esta formação, gravamos os dois singles e recomeçamos a fazer muitos shows. Hoje, o posto de guitarra solo está ocupado por Thiago Oliveira (Confessori, Warrel Dane, Seventh Seal) e foi ele quem teceu toda a incrível e, ao nosso ver, impecável teia de solos para o novo álbum. 

Ao total, ele compôs e gravou em dois meses mais de 60 solos para este álbum, além de uma faixa instrumental, que é inteiramente de sua autoria. O Thiago é um músico prodígio talentosíssimo, que não se atém à padrões e tem muita confiança no que faz. Como pessoa, ele é um cara muito agradável de se estar junto e se adentrou à banda com muita facilidade. Estamos muito felizes de tê-lo conosco.


Vocês tiveram um hiato de 10 anos longe dos holofotes. O que os motivou a retornar?

Com a dissolução da banda em 2009 após o lançamento de “Devilgod Alliance”, eu segui inativo musicalmente por uma década, focando minha atenção e energia na minha recém-nascida filha e carreira profissional como professor e linguista. Porém, uma vez que você é headbanger, você sempre será headbanger. No meu caso, não foi diferente. No final de 2017, o Régis entrou em contato comigo com um convite para fazer parte de uma banda de metal que ele estava montando na época. Eu agradeci, mas recusei, alegando que “se fosse para tocar em uma banda, eu voltaria o SCARS”, algo que para nós dois, em acordo, estava fora de questão. 

Meses após esse encontro, eu decidi trazer todo o material do SCARS para o novo mundo digital, do qual não havíamos participado antes. Assim, com gigas e gigas de músicas, vídeos, fotos, cartazes e muita coisa mais em back-up, criei um canal no YouTube e uma página tributo no Facebook, disponibilizando assim toda a discografia da banda e sua rica história para o novo mundo. A agência Distrokid, de Nova York/EUA, foi a responsável por lançar toda a discografia para streaming e vendas/downloads em todas as plataformas digitais como Spotify, Deezer, iTunes/Apple Music, Amazon, etc... Apesar de não haver planejado isso na época, toda essa movimentação teve um alcance mundial muito rápido e despertou o interesse de muitas pessoas, entre elas o Régis, que me procurou e, a partir de então, me ajudou a continuar a disseminação do material pelas redes sociais. Aliás, ele faz isso muito bem. 

Ele é um ótimo estrategista. Nessa nova parceria a coisa cresceu e começamos a compor juntos, online. Eu criava riffs de guitarra somados a linhas de bateria eletrônicas e mandava pra ele. Ele estruturava esses rascunhos e mandava de volta pra mim com linhas de vocais. Nesse ping-pong online, criamos 20 músicas, das quais duas soltamos em formato single/digital com um videoclipe cada, “Armageddon” em dezembro de 2018, e “Silent Force” em fevereiro de 2019.  Outras 09 faixas foram deixadas para o que viria a ser o novo álbum, “Predatory”. Devo ressaltar que a gota d’água para tomarmos a decisão de retomar as atividades foi uma campanha, a #VoltaScars, que foi lançada online por seguidores da banda. Isso nos sensibilizou muito.

 

"Predatory" teve seu lançamento feito pelo selo americano Brutal Records. Quais as vantagens de contar com um selo internacional para uma banda brasileira?

Exposição e abrangência mundial. Basicamente isso. O mecanismo de funcionamento de um selo internacional é diferente dos nacionais no que diz respeito a forma de trabalhar o produto (novo álbum + banda) e sua distribuição em todos os canais de vendas e divulgação disponíveis. 

Há um contrato, com cláusulas e condições a serem seguidas por ambas as partes. Há mais profissionalismo e menos “panelinhas”, o que, infelizmente, é uma realidade no nosso mercado nacional. Também há muito saudosismo na nossa cultura brasileira de seguir cultuando as mesmas bandas de sempre sem nos aventurarmos nas novas promessas - que são muitas! Por outro lado, os mercados do EUA, Europa e Japão são ávidos por novidades e querem buscar bandas diferentes de outros países, ou até mesmo de seus próprios países, incentivando o crescimento de uma nova cena mundial.

Nos últimos anos tivemos uma crescente de selos e gravadoras gringas interessadas em bandas brasileiras, porém já os selos e gravadoras do nosso país poucos realmente prestam este suporte. Na opinião de vocês seria falta de interesse ou o nosso mercado fonográfico que está quebrado?

Somos uma fonte rica de bandas e estilos em nosso território continental. A qualidade sonora de nossas bandas não deixa nada a desejar comparadas às gringas. Com isso, há profissionais da indústria musical internacional que enxergam isso e vêm no Brasil uma oportunidade de mercado de exportação, assim investindo aqui. Antes de fechar o contrato com a americana Brutal Records para o lançamento de “Predatory”, eu e nosso assessor (Johhny Z.) telefonamos para diversos selos locais para tentar fechar um contrato inicial aqui. Tivemos 95% de negativas ou indiferença, enquanto o único grande parceiro que se interessou foi o Silvio da Voice Music. A partir dai, fechamos com ambas para termos um lançamento realmente significativo e bem trabalhado e sua rede de distribuição e divulgação.

 Na verdade, não acho que seja somente falta de interesse do nosso mercado fonográfico, que sim, está quebrado, como o país todo está. Mas há também uma arrogância e petulância muito grande e enraizada nesse meio, onde essas tais “profissionais” realmente não têm o conhecimento e expertise necessários para poderem trabalhar adequadamente. Sāo toscos e limitados intelectualmente, em sua boa maioria. Acham que fazem um grande favor em aceitar as bandas em seu selo (leia, panela) ao invés de trabalhar em parcerias. 

Com isso, tais canais seguem fossilizados e desatualizados, regurgitando notícias velhas, lançando e relançando os mesmos álbuns e as mesmas bandas, e abrindo mais oportunidade para bandas internacionais em seus veículos do que para as locais. É uma pena. Mas, ao mesmo tempo não lamento. Fazemos nossa parte e focamos na nossa diretriz, com ou sem a ajuda deles. E se você acredita em seu trabalho e ama o que faz, tudo é possível. Tudo!

 

Desde o primeiro lançamento do Scars lá nos longínquos anos 90 até o presente momento, a indústria mudou bastante, principalmente em relação ao lançamento dos álbuns em formato físico. Como vocês enxergam esta questão?

O primeiro registro do SCARS foi no split “Ultimate Encore”, onde participamos com 04 faixas e foi lançado em janeiro de 1994. Esse cd foi lançado somente no formato de cd físico, não vinil - o que já representava uma mudança de cultura fonográfica na história do país. Aliás, este foi o primeiro lançamento brasileiro de metal nesse formato split em cd

Vinte e seis anos depois vemos “Predatory” ser lançado em dois formatos - cd físico e download/streaming digital. A principal diferença é a disponibilidade do material para que todos o escutem assim que foi lançado. No mesmo dia do lançamento, todo mundo pôde escutá-lo no mundo todo, o que é muito satisfatório para nós uma vez que nossa missão é espalhar nossa música aos quatro ventos, independente do formato que ela é apresentada. 


Para 2021 o que podemos esperar do Scars?

Olha, eu já tenho o “Predatory II: A Vingança” pronto no meu home-estúdio (risos). Brincadeira, não vai chamar assim. O que eu quero dizer é que já tenho 10 faixas inéditas prontas, as “sobras” de “Predatory”. Mas quando o momento chegar, nós inevitavelmente as mudaremos, utilizando 50% do que elas são. Tivemos muita sorte de poder terminar as gravações antes da epidemia se instalar. Enquanto estávamos em isolamento, finalizamos toda a mixagem com o Wagner Meirinho online. 

Foi nesse período que também assinamos com a americana Brutal Records para seu lançamento mundial em 07 de agosto. É muito bizarro pensar que não podemos iniciar a tour de lançamento do cd ainda, mas vamos aproveitar o que temos - o quê é muito! Somos muito afortunados de poder estar fazendo tudo isso após anos de dormência e faremos o nosso melhor para dar sequência a isso em muito breve com mais um full-length, relançamentos do nosso catálogo, até mesmo um DVD/álbum ao vivo com esta formação.

 

Para finalizar, o que vocês têm escutado ultimamente e quais bandas recomendariam aos nossos leitores? Desde já agradecemos pelo tempo cedido!

Eu tenho escutado muito SCARS ultimamente (rsrs), claro. É que ficamos muito satisfeitos com o resultado final de “Predatory” e ainda não cansei de ouvir todas as faixas em “repeat”. Mas fora o óbvio, tenho ouvido o Forkill – “The Sound of the Devil’s Bell”, Andralls – “Bleeding for Thrash”, Savant, Hatefulmurder e Venomous. Já no âmbito internacional, mantenho alguns de cabeceira também no “repeat” - todos do Forbidden, Fight, Leeway, ainda não cansei do “Hardwired...” do Metallica e sigo descobrindo novas emoções nos três primeiros do Destruction, sempre.


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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Vodu: "Walking With Fire", O Heavy Metal Clássico em Sua Melhor Forma


Desde seu retorno aos palcos em 2015, os pioneiros do Vodu já haviam acenado que vinham compondo material para um novo disco, e após 27 anos lança um novo de trabalho, "Walking With Fire", marcando da melhor maneira possível os 35 anos de história da banda, comemorados neste 2020.

"Como está soando o novo disco?", alguém me perguntou após uma postagem que fiz semana passada, e a melhor resposta que posso dar é "soa Heavy Metal no que o estilo tem de melhor". São anos de experiência e maturidade que a banda colocou neste álbum, e eles já afirmavam que buscavam fazer o melhor disco do Vodu até aqui. 

Deixei passar a empolgação inicial para depois de mais algumas audições, escrever algumas linhas, e a dedicação que os caras colocaram na construção de "Walking With Fire" valeu a pena, e quem ganha é o fã de Heavy Metal em geral, pois o álbum é recheado de sérios candidatos a hinos. 

Riffs marcantes, refrãos e melodias muito bem lapidadas, instrumental impecável, com ótimo trabalhos das guitarras, a dupla Xinho e Lanfranchi conversam muito bem, com riffs, solos e melodias criativas, técnicas e marcantes, quesito imprescindível em um álbum de Metal. Sérginho mostra toda sua experiência, combinando pegada, técnica e variações certeiras, sempre bem acompanhado pelo baixo pulsante de Pomba. André Góis, da escola dos vocalistas clássicos, mostra que não é preciso notas altíssimas ou outros malabarismo, e sim imprimir personalidade, interpretação e doses de malícia!


Na parte lírica, as letras falam desde histórias de horror e ficção, até temas mais atuais e pessoais. A capa também tem uma temática que remete ao nome da banda, com um conceito estilo horror clássico, em uma ilustração fantástica de Marcelo Vasco. Já sonho com essa capa em um vinil!

Álbum que cativa de imediato, com aquele poder de já grudar na mente, trazendo de volta aquela sensação que já tem sido rara, de quando pegávamos novos álbuns de nossas bandas preferidas lá nos anos de ouro do Metal.

O álbum já abre com um dos novos hinos, e faixa título, "Walking With Fire", traz peso, melodia, velocidade, com variações de ritmo, destacando os riffs marcantes e um grande refrão, já mostrando o que espera o ouvinte! "Voodoo Doll", que conta a história do cara que perdeu a alma para uma feiticeira vodu, vem numa levada mais cadenciada e cativante, com um certo groove, numa linha mesclando o Hard/Heavy; "I Spit on Your Grave" vem carregada de energia, despejando fúrias nos riffs e refrão.

"Got to Be Free" tem um lado mais Hard, com melodias cativantes, principalmente no pré-refrão e refrão; "Say My Name", que também tem uma temática ligada ao sobrenatural, é veloz, com outro grande refrão; "Only the Brave Can Love" tem uma levada Heavy/Blues, cadenciada e com groove em seu andamento.

"Empire of Demise" vem com muito peso, às vezes com um pé no Thrash; "Enemy Inside" tem uma aura nervosa, com peso e muita pegada; "(Un) Blessed" tem um andamento mais pesado, trazendo mudanças de andamento, com trechos mais suingados e cativantes melodias. Ela fecha a série de músicas inéditas do álbum de forma brilhante, mostrando a variedade e qualidade do trabalho.

Como bônus, temos 5 faixas, releituras de músicas dos dois primeiros álbuns. Elas ganharam em qualidade de gravação e em experiência na execução, deixando ainda melhor o que já era bom! Destaque para "Seeds of Destruction", que ganhou uma roupagem mais Metal clássico, sem perder aquela pegada Thrash, e para a melodiosa "Let me Live".

Heavy Metal clássico, pesado e empolgante, com um cuidado de detalhes que vão desde a belíssima capa, passando por toda a parte de composição, produção e execução! Aqui no Road to Metal não usamos dar notas, não temos essa pretensão de colocar esse tipo de avaliação no trabalho de ninguém, mas exceção pra dar uma nota 10 acho que pode! Grande álbum Vodu, nota 10.

Texto: Carlos Garcia

Banda:Vodu

Álbum: "Walking With Fire" 2020

Estilo: Heavy Metal, Heavy Metal 80's

País: Brasil

Selo: Classic Metal Records

Vodu site oficial

Links Relacionados: Entrevista com a banda em junho 2020

Vodu é:

André Góis: Vocais

Sérgio Facci: Bateria

Xinho Gemignani: Guitarra

Paulo Lanfranchi: Guitarra

André "Pomba" Cagni: Baixo

Tracklist:

Walking With Fire

Voodoo Doll

I Spt on Your Grave

Got to Be Free

Say My Name

Only the Brave Can Love

Empire of Demise

The Enemy Inside

(Un) Blessed

Bônus Tracks (novas versões 2020)

Seeds of Destruction

Let me Live

What's the Reason

Keep on Fighting

Final Conflict




Father's Face: Literatura Clássica e Metal de Qualidade

Formada em Três Coroas (RS), o Father's Face tem suas raízes na literatura clássica, e sob esse conceito a banda nasceu e seu primeiro full-lenght trazia como inspiração em "Frankenstein", de Mary Shelley.

Capricho e cuidado com a produção sonora, lírica e visual é algo que a banda apresenta desde sua demo de estreia, e neste segundo álbum não é diferente, sob a produção do guitarrista e também responsável pelos vocais guturais, Alessandro Marques, o Father's Face lançou dia 6 de setembro, apenas nas plataformas digitais, "Herald of the End", novamente um trabalho conceitual inspirado na literatura clássica de horror, desta vez em "Drácula", de Bram Stoker. 

"Herald of the End" traz agora os vocais de Manuela Marques, tendo ainda em trechos vocais guturais, a cargo de Alessandro. As vozes estão bem conduzidas, e Manuela tem um timbre agradável, soube imprimir personalidade nas interpretações, e podemos perceber influência dos vocalistas do Metal clássico, me lembrando por vezes vocalistas como London Wylde (Chastain, WyldeStarr), pra citar uma cantora feminina.

A sonoridade tem um clima tenso, por vezes sombrio, combinando com a parte lírica, e passeia pelo Heavy Metal clássico e Power e Prog Metal, e até algumas passagens Thrash e mais extremas, com variações inteligentes e bem construídas, peso, melodia e bom gosto. Nota-se logo que é um trabalho que envolveu bastante dedicação e cuidado.

Qualidade elevada nas 10 faixas que compõem o álbum, mas vamos a alguns destaques: "Forewarn: Too Late", abre com peso e velocidade, tendo variações que vão para o neoclássico, alternando com trechos velozes e "quebrados"; "Harbinger of Chaos", inicia realmente como uma caos sonoro, com muita velocidade e peso, contrastando com o timbre suave de Manuela, as variações de andamento novamente dão um diferencial, tornando as músicas sempre interessantes, nunca soando repetitivas.

"A Puritan's Quest", até agora minha preferida, com excelentes riffs, melodias de muito bom gosto nas guitarras, bateria com pegada absurda, e um refrão bem melodioso e marcante, aliás, gostei muito das melodias vocais nesta faixa; a balada épica "Dirge for Departure", tem belos arranjos orquestrais e de piano, melodias tocantes e um interpretação com muito sentimento de Manuela; "Herald of the End", a faixa título tem aquele jeitão de épica, com andamentos mais cadenciados e pesados, melodias marcantes, grande refrão e riffs poderosos, com groove e peso.

 Enfim, mais um trabalho de muito bom gosto, com excelente produção, trazendo Heavy Metal com qualidade e criatividade, fazendo músicas que trazem o principal, que é o feeling! E afirmo que o Father's Face merece ter seu trabalho apreciado por um público mais amplo, e é impressionante, que dadas todas as dificuldades aqui no Brasil, como temos bandas de qualidade, que com uma capacidade maior de investimento, ocupariam lugares de destaque.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Father's Face

Álbum: "Herald of the End" 2020

País: Brasil

Estilo: Heavy Metal, Prog Metal

Father's Face Facebook

Youtube

Line-Up:

Manuela Marques: vocais

Ale Marques: Guitarras, orquestrações e Vocais Guturais

Rodrigo Schmitt: Baixo

Cristóvão Viero: Guitarras

Daniel Seimetz: Bateria

Faixas:

Forewarn: Too Late

Harbinger of Chaos

Those From the Far East

A Puritan's Quest

The Ultra Silvam Fortress

Soldier of the Eternal

Dirge for Departure

Serpents in the Shade

She Who Embodies Liberty

The Herald of the End



sábado, 5 de setembro de 2020

Malediction 666: Não se limitando somente a rispidez do estilo

Resenha por: Renato Sanson

Estando na ativa desde o final dos anos 90, o duo extremo do Malediction 666 vem brindando o necro underground com o seu Black Metal agressivo e muito bem trabalhado. Não se limitando somente a rispidez do estilo, mas apresentando boas doses de melodia que deixam suas composições marcantes.

Em 2019 os paulistanos lançaram o seu segundo disco oficial, “We, Demons”, com uma produção apuradíssima deixando todos os detalhes sonoramente bem equilibrados e muito peso, lembrando um pouco a fase mais atual do Varathron.

Falando nos gregos a de se mencionar a participação especial do saudoso Stephan Necroabyssious na faixa “Cursed Penumbra” e do lendário Sakis Tolis (Rotting Christ) na monstruosa “Unmasked Savior”.

O que chama muito a atenção na sonoridade do Malediction 666 é a grande diversificação de riffs e sem medo de apostar em ótimos solos, deixando seu Black Metal ainda mais grandioso, bebendo na fonte grega do estilo, mas mantendo suas características próprias.

Assim como os riffs e solos, as linhas vocais soturnas com guturais cavernosos dão aquele toque mais Doom junto as linhas de bateria que se diversificam ao meio do caos sonoro. A arte do trabalho também casa com a musicalidade apresentada, tons em cinza e preto com um layout e capa rico em detalhes.

Atualmente o Malediction 666 está trabalhando em seu novo álbum e agora se estabelece como um quarteto, e certamente teremos mais um grande lançamento assim como “We, Demons”.

 

Formação de “We, Demons”:

Fernando Iser (Vocal, Guitarra, Baixo)

Bruno Mastemas (Bateria)

 

Tracklist:

01 Before Times

02 We, Demons

03 From The Infernal Womb

04 Unmasked Savior

05 Summon The God Inside You

06 Portal

07 Forgotten Rage

08 Cursed Penumbra

09 Hail The Serpent King

10 Look Into The Eyes of Death

 

Links:

https://www.youtube.com/watch?v=HtDdFleBThU&feature=youtu.be

https://www.facebook.com/iser666/?ref=page_internal

 

Formação atual:

Fabio Falco (Baixo)

Fernando Iser (Guitarra/Vocal)

Kevin Bedra (Guitarra/Vocal)

Bruno Mastemas (Bateria)