Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Glauco Malta
Um belo domingo de sol e um grande festival para ir dando adeus ao mês de março. Assim foi o domingo do dia 26/03 na capital gaúcha com a chegada do ANGRA FEST e sua última data da tour com as bandas: VIPER, MATANZA RITUAL e claro o próprio ANGRA, que está celebrando os seus 30 anos de carreira.
O local escolhido para o show foi
o fantástico Araújo Vianna, e ao chegar ao local já nos deparamos com uma fila
gigantesca o que mostrou que teríamos casa cheia! Nada mais justo para o
calibre do evento e das bandas que estariam no palco em seguida.
A primeira banda a subir ao palco
foi a lenda VIPER apresentando a sua
nova formação, que além dos eternos Felipe Machado (guitarra), Pit Passarell
(baixo/vocal) e Guilherme Martin (bateria) tiveram a adição do guitarrista Kiko
Shred e o do excelente vocalista Leandro Caçoilo.
“Under the Sun” – música que estará presente no novo álbum – abre os trabalhos e já mostra a força do “novo” Viper, e o que podemos ver foi uma banda entrosada e acima de tudo extremamente feliz em cima do palco.
A trinca que viria a seguir foi
de tirar lágrimas: “Knights of
Destruction”, “A Cry from the Edge”
e “Evolution”, mostrando a grande
versatilidade de Caçoilo com ótimos duetos com Pit e com Kiko mostrando toda a
sua destreza e técnica apuradíssima.
O carisma do Viper é incrível em palco, Pit é uma figuraça e a banda num geral encanta a todos com sua simplicidade e carisma. Era chegada a hora do maior clássico da banda, Caçoilo fala da importância do eterno Maestro Andre Matos e pede para um dos fãs da plateia levantar a camiseta que estava em mãos com o rosto de Andre e disse que nada disso seria possível sem ele, a sua obra e sua influência. E que agora queria ajuda de todos para cantarem para o Andre “Living for the Night”, onde o vocalista desceu do palco e cantou junto com os fãs na grade, sensacional!
Tivemos ainda a música preferida
de Pit a incrível “Prelude to Oblivion”,
assim como “Coma Rage”, “To Live Again”, “Rebel Maniac” e o encerramento com o cover de “We Will Rock You” do Queen.
Uma apresentação maravilhosa e que deixou os fãs encantados e sedentos por mais Viper na capital gaúcha!
Após uma breve troca de palco era
hora das mesas de bares quebrarem, de cadeiras voarem e muita cerveja rolar!
Estou falando do MATANZA RITUAL e o
super time que acompanha Jimmy London. Pois após a sua saída do Matanza, Jimmy montou a sua versão com músicos
consagrados da cena nacional, tendo em suas lacunas: Antônio Araújo do Korzus na guitarra, Amílcar Christofáro
do Torture Squad na bateria e Felipe
Andreoli do Angra no baixo. Mas para
as datas do Angra Fest, quem assumiu
os graves foi baixista Juninho do Ratos
De Porão.
Nada mal hein, esse time do Jimmy
não é?
Para iniciar o Matanza Ritual não poupou esforços e “O chamado do bar”, “Meio psicopata” e “Remédios demais” transformaram o Araújo Vianna em um verdadeiro pandemonium. É incrível como a figura de Jimmy traz energia e a sonoridade do Matanza Ritual contagia, pois era impossível ver alguém parado no show dos caras, e olha, que eu não sou fã de Matanza, mas dou o braço a torcer pela energia que entregam aos fãs. Fazendo um show empolgante e sim, pesado e agressivo, já que os músicos que o acompanham dão aquela pequena “envenenada” na sonoridade, e trazem um pouco mais de agressividade.
“Eu não gosto de ninguém” também deixou todos ensandecidos, assim
como “Mulher diabo” e o seu maior
clássico: “Ela roubou meu caminhão”.
Se não fossem as cadeiras da casa de show, certamente teríamos uma roda gigante
com muito headbanging.
Ao total foram 19 músicas, mais o solo de bateria do monstro Amilcar. Lavando a alma dos fãs de Matanza e de Jimmy London, que teve a plateia em mãos a todo o instante.
Passados das 22h era hora do ANGRA entrar em cena e nos trazerem o
show de comemoração de 30 anos de sua carreira.
As luzes se apagam e “Newborn Me” ecoa nos PA’s e o Angra está ali presente mais uma vez em
Porto Alegre! Fabio Lione é um Maestro e o “novo” Angra se mostra tão bom quanto as versões anteriores. Pois, a
adição de Fabio nos vocais, Bruno na bateria e Barbosa na guitarra mostra todo
um novo potencial e novas possibilidades sonoras a serem exploradas pela banda.
O que chama a atenção é que a
cada novo lançamento novos fãs chegam e as músicas parecem já clássicas quando
executadas ao vivo. O setlist transitou entre clássicos inesquecíveis como “Nothing To Say”, “Angels Cry” e “Rebirth”,
assim como novos clássicos: “Travelers of
Time”, “Black Widow's Web” e “Magic Mirror”.
A interação da banda com o público foi incrível e Lione muito carismático e comunicativo com todos, sempre brincando e instigando os presentes. Ao meio do show tivemos o momento acústico, onde Rafael subiu ao palco sozinho e tocou a composição mais antiga do Angra conforme o mesmo falou, a bela “Reaching Horizons”. Para em seguida falar da importância de todos os membros que já passaram pela banda e que eles não existiram se não fossem todos eles, mas em especial uma pessoa, que já não está mais entre nós o nosso eterno Andre Matos.
Rafael ressaltou a importância do
Andre e do Viper, pois se não fosse ambos, o Angra jamais existiria e a próxima música era pra ele, chamando ao
palco Lione e executando uma versão lindíssima de “Make Believe” (a música favorita desse que vós escreve) um momento
muito emocionante e intimista com todos. No mínimo maravilhoso!
O set ainda contou com algumas músicas
que não figuram costumeiramente em seu setlist, como “Ego Painted Grey” – que Lione ressaltou que é um som incrível e não
entende o porquê de não estar sempre no set –, “Lisbon”, “Late Redemption”
– em uma versão muito boa com Fabio cantando em português – ,“Lease of Life” e “Bleeding Heart” uma das baladas mais lindas do Heavy Metal mundial.
A finaleira como já é de costume:
“Carry On” e “Nova Era”. Clássicos absolutos de eras diferentes, mas que trazem
toda a essência do seu sucesso.
Antes de finalizar, Rafael chamou o Viper e o Matanza Ritual ao palco para uma jam e tivemos “Wasted Years” do Iron Maiden e uma homenagem ao eterno baixista do Raimundos o grande Canisso, onde o clássico “Quero ver o oco” foi executado com Jimmy e Antônio Araújo nos vocais.
Único ponto de ressalva fica para
o som nesta noite que em muitos momentos o grave tomava conta e escondia alguns
instrumentos em determinados momentos. O que aconteceu mais vezes no show do Angra, assim como também alguns
problemas técnicos na guitarra de Bittencourt que foi sanado no decorrer do
show.
Porém, nada que tirasse o brilho
desta grande noite em nome do som pesado nacional. A capital gaúcha agradece e
espera ansiosamente as novas edições do Angra
Fest!