quinta-feira, 16 de maio de 2024

Cobertura de Show: Alesana - 27/04/2024 - Carioca Club/SP

 Alesana faz público pulsar incessantemente no Carioca Club, em São Paulo

Os estadunidenses do Alesana tiveram mais um demonstrativo de como a legião de fãs brasileiros é fiel ao grupo, assim como eles têm total amor e admiração por esses fãs mesmo após 14 anos de sua última apresentação, no Carioca Club, Zona Oeste de São Paulo, no dia 27 de abril, naquela que foi a última apresentação da turnê latino-americana de celebração dos 20 anos da banda – houve shows, anteriormente, nas cidades mexicanas de Monterrey, Guadalajara e Cidade do México; em Bogotá, na Colômbia, Santiago, no Chile e Buenos Aires, Argentina. As aberturas foram das bandas There’s No Face e Seasmile e a organização foi realizada pela Liberation Music.

As bandas de abertura, apesar das pequenas falhas de som – principalmente do microfone dos vocalistas principais – deram tudo de si em suas apresentações e na divulgação de seus mais recentes trabalhos, além de demonstrarem uma parceria interessante a partir da participação do vocalista de uma banda em uma faixa da outra em cada show. Da mesma forma, conseguiram aquecer uma parte dos fãs que pularam e interagiram aos pedidos da banda, em determinados momentos – incluindo um bate-cabeça intenso.

Já o Alesana foi o pavio, a bomba e o efeito explosivo da noite. Se o público não cantava, ou pulava ou entrava em um dos dois moshes abertos - e vice-versa. Era difícil ver alguém parado na pista ou mezanino e isso só motivou mais a banda estadunidense a performar e aproveitar o espaço do palco ao máximo, não deixando de se movimentar, dançar ou agachar durante o show, desde as dancinhas de quadril e giros com a guitarra de Shawn Milke aos gritos estridentes, agachamentos e sorrisos de Dennis Lee e, também, passando pela circulação imparável dos demais instrumentistas de cordas e o tocar de extrema resistência do baterista Jeremy Bryan. E assim eles tocaram um setlist de 16 faixas que abrangeram os cinco álbuns e o primeiro EP da banda, todos lançados desde 2005, ou seja, a partir de um ano após a formação do grupo. 


Pré-show

O evento caiu no final de semana de Summer Breeze, o que não foi um empecilho para que houvesse lotação no show final, já que se tratava de shows para um público não tão explorado no festival, que aconteceu na Barra Funda, naquele dia. No entanto, da entrada e durante os shows de abertura, o Carioca Club ainda estava vazio, com um a dois terços da pista ocupados ao longo deste período de tempo. Já o mezanino encheu aos poucos, com ocupação maior no período mais próximo.

Em todos os cantos da casa, havia pessoas com vestimentas e outras características que englobam a cultura emo e vertentes. A espera para o primeiro show da noite não foi tanta.


There’s No Face

O grupo brasileiro, formado em 2009 e originário da região do Vale do Paraíba (S, abriu a noite e trouxe um show enérgico, apesar de a casa de eventos ainda não estar lotada no momento. O quarteto, formado por Rafael Morales (vocal), Thiago Silva (baixo), Rod Kusayama (bateria) e Matt Silverio (guitarra), fez sua estreia no Carioca Club e montou um setlist de sete faixas, baseadas em singles da carreira da banda e faixas do mais recente trabalho da banda, o álbum de estúdio “Contra/Senso”, lançado no início de abril.

Alguns momentos das primeiras faixas do show – ao menos o que consegui perceber por estar próximo ao palco – tiveram uma diferença de volume em que a voz do vocalista e do backing vocal não era tão perceptível em comparação com os instrumentos de corda e a bateria. Ainda assim, no decorrer do show, tudo ficou nos conformes e só houve um pequeno desnivelamento do microfone de Morales na sexta faixa.

Em termos de entrega e performance, toda a banda se mostrou bem e enérgica. Rafael Morales encabeçou os pedidos para que o público – ainda que tímido ou não aquecido, por ser a primeira apresentação – não ficasse parado. Foram pedidos de palmas no ritmo, conversas nos períodos entre algumas das faixas – divulgando, inclusive, o novo álbum, mídias sociais e shows futuros -. Na quarta faixa do show, o vocalista do Seasmile, Dinho Simitan, fez uma participação especial e cantou junto com o TNF.

No meio da última música da apresentação, a banda pediu os flashes dos celulares dos presentes, interação que foi bem recepcionada e que culminou num ambiente muito iluminado da pista e do mezanino. Na reta final da mesma faixa, a abertura mais coesa da roda ao fundo da pista, a pedido de Morales, causou o primeiro grande bate-cabeça do evento e finalizou com chave de ouro o debute do There’s No Face no Carioca Club.

 

Seasmile

O quarteto formado em São Paulo, em 2010, se apresentou em meio a divulgação do álbum “Vortex”, lançado em novembro de 2022 e junto a singles dos 14 anos de carreira.

Dinho Simitan (vocal), Raul Guerreiro (baixo), Guilherme Souza (bateria) e Henrique Baptista (guitarra e backing vocal) entraram cinco minutos antes do imprevisto e também fizeram um show com sete faixas no setlist. Apresentação essa que contou com um Carioca Club mais cheio, no entanto, com público ainda contido no começo, mas com uma frequência de respostas maior que no show anterior e com bate-cabeças mais intensos no fundo da pista.

Assim como na primeira apresentação, o show do Seasmile também teve pequenos problemas no volume do microfone principal no início, o que dificultou, ao menos na frente do palco, a ouvir os cantos e guturais de Dinho. No entanto, a normalização veio rápida e a situação melhorou no decorrer do show.

No repertório em geral, a musicalidade da banda foi muito boa, com bons gritos guturais e de Screamo de Dinho, além do acompanhamento ferrenho dos demais instrumentistas. O frontman chegou a pedir que a galera pulasse em algumas faixas, tendo um retorno parcial. Ainda assim, os balançares de cabeças eram evidentes. No entanto, os aquecimentos de bate-cabeça foram mais evidentes, como no exemplo da quarta faixa do show.

A reta final da apresentação foi a parte mais animada, principalmente devido a sequência de faixas tocadas. Na quinta, por exemplo, Dinho dedicou a todo aqueles que têm amigos tóxicos. Fora os pulos mais animados e a roda mais agitada ao fundo, o vocalista do There’s No Face, Rafael Morales, apareceu para participar da música.

Já em “Capoeira”, música denominada como uma “homenagem ao Brasil”, os trechos com berimbau e a letra que fala sobre as lutas da vida que o homem tem diariamente foram um gás para que o público viesse mais intenso nos bangues e na roda de bate-cabeça, principalmente no momento de breakdown da faixa.

E por fim, na sétima e última faixa, “Aurea”, foi a vez de Henrique Baptista chamar o público para pular. Houve resposta parcial, porém maior que nas últimas interações. Além de uma troca de posições do guitarrista e do baixista, a reverência do público ao final da apresentação deu o tom de um ótimo show em sua composição a partir dos aplausos, que foram mais altos e com mais ovações.

 

Os últimos minutos de espera

Com o fim do show do Sea Smile, a expectativa para o fim de uma espera de 14 anos para o show de retorno do Alesana ao Brasil cresceu. A lotação da pista já era muito maior do que horas antes e, com isso, os espaços para transitar eram muito menores.

Os membros e roadies do There’s No Face desceram seus equipamentos do palco para o espaço de fotógrafos, deixando a descarga mais fácil e prática e cedendo para as montagens finais do Alesana.

Houve também uma sequência de alternâncias do volume das caixas de som, que tocavam músicas dos anos 2000. Muito provavelmente, foi algo proposital da equipe local, mas que pode ter causado incômodo em algumas pessoas.

Às 19h05, foi a vez dos testes de instrumentos tomarem a cena. Estes foram percebidos pelo som, claro, pois as cortinas estavam fechadas. Vinte minutos depois, as luzes se apagaram e o fim da espera era oficial.


Alesana e a energia perfeita para um show de retorno

A introdução ao show veio logo com o que pareceu um erro ou, então, um “restart” por algum motivo não identificado: um trecho de “Space Jam”, do grupo Quad City DJ’s, música-tema do filme “Space Jam” (1996), tocou e parou abruptamente. Nesse momento, parte do público começou a cantar “Alesana, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”. Poucos minutos depois, a mesma faixa começou do zero e, junto a ela, luzes azuis se moveram nas cortinas, como se fosse uma espécie de apresentação.

Com o abrir das mesmas cortinas, começou a introdução “Icarus”, enquanto os membros da banda apareceram aos poucos: Jeremy Brian (bateria), Shane Crump (baixo e backing vocal), os guitarristas Patrick Thompson e Jake Campbell (este também sendo um dos backing vocals) e, por fim, os ovacionados Shawn Milke (vocais limpos e guitarra) e Dennis Lee (vocais sujos). A partir daqui a intensidade do Carioca Club pulsou a níveis super altos.

Na sequência, o Alesana iniciou o show de fato com “Ambrosia”, faixa que, junto à introdução anterior, formam a abertura do álbum de estreia da banda, “On Frail Wings Of Vanity And Wax” (2006), e que introduziu o setlist de 16 faixas da noite. O público finalmente mostrou a sua primeira grande dose de energia caótica ao cantar, quase que de forma coletiva, o refrão da música, o que inibiu até mesmo o baixo microfone de Dennis Lee. Da mesma forma, os instrumentistas já se apresentavam a todo vapor, dando pulos e até giros enquanto tocavam.

Na sequência, em meio aos fortes gritos em nome da banda, o sexteto tocou “Beautiful In Blue”, do primeiro EP da banda, “Try This With Your Eyes Closed”. Dennis Lee mostrou mais daquilo que seria sua marca registrada na noite: gritos fortes e estridentes em quase todas as poses possíveis. Shawn Milke também esbanjou o balançar de seus quadris enquanto tocava e dançava em seu posto, algo que se repetiu em vários momentos do show.


As luzes do Carioca se apagaram ao final da faixa e, após a pergunta de Milke aos fãs sobre estarem ou não bem, o interlúdio “A Lunatic's Lament” pairou sobre as caixas de som, dando assim o preparativo para a próxima música, “The Murderer”. As palmas foram convertidas em dois moshes em questão de segundos, sendo um menor na parte da frente e outro mais intenso ao fundo da pista; além de momentos em que os pulos foram coletivos. Era a elevação de um caos instaurado que também se converteu no palco, com mais da entrega dos membros. Dennis Lee era o exemplo mais claro pois, nessa terceira faixa, já estava completamente suado – Te entendo, Dennis, porque eu também sou de suar muito em pouco tempo de exercício físico ou caminhada. Para completar o combo, ele ainda tomou um pouco de água e jogou um pouco dela e a garrafa para os fãs. Um pouco acertou em mim.

Em “Hand in Hand With the Damned”, o ritmo constante deu destaque para outros membros. Patrick Thompson era um exemplo, com suas danças estranhas e interações com outros membros. Já Dennis Lee se aproximou um pouco mais do público, além de deixar seu microfone de longo fio amarelo pendurado com uma mão e dando socos e tapas com a outra, no ritmo da faixa.

Na sequência da apresentação, a música “Red and Dying Evening” - que aparece tanto no álbum “Where Myth Fades to Legend” (2008), quanto no EP “Red And Dying Evening” (2005) - trouxe mais uma carga de bons gritos de Dennis Lee, além de situações mais performáticas de Shawn Milke – incluindo o lamber do braço de sua guitarra, na finalização da faixa. Ao fim da faixa, a banda fez uma pequena pausa pra água, enquanto Lee perguntou se o público queria um smash hit. Nesse meio tempo, um pequeno erro da equipe de som fez com que a música-tema de “Space Jam” fosse tocada por alguns segundos. Nada que atrapalhou o decorrer do show ou o discurso.

Assim, veio a clássica “Seduction”, também do segundo álbum de estúdio do Alesana. Os fãs presentes voltaram a cantar fortemente e em coro e a banda fez questão de acenar para o público do mezanino. Em seguida, a música “This Conversation Is Over” manteve o tom do público, deu uma nova intensidade aos moshes e trouxe a primeira vez de muitas situações em que Dennis Lee virou as costas para os trechos gritados.

A banda, impressionada com os gritos de “Alesana” após a música anterior, trouxe a palco a também muito bem cantada “The Thespian”, que compõe o álbum “The Emptiness” (2010). Foi nela que a banda fez questão de passar um trecho da faixa a pular e tocar, o que trouxe a galera presente junto neste embalo. Já em “A Lunatic's Lament”, do mesmo álbum, o coro foi incentivado e aumentado com a atitude de Dennis Lee de apontar seu microfone em direção à pista.

A música “Oh, How the Mighty Have Fallen” foi a única que representou o álbum “Confessions” (2015), último lançado pela banda até o momento. Nela, não somente o cantorio dos fãs se manteve constantemente alto, como o breakdown da faixa e sua finalização ficaram em grande evidência de performance do conjunto. Depois, com “Circle VII: Sins of the Lion”, os ânimos dos membros aumentaram, evidentes nas danças de Shawn Milke, no ânimo absurdo dos guitarristas Patrick Thompson e Jake Campbell e no ato de Shane Crump em subir nos bumbos da bateria de Jeremy Bryan na reta final da faixa.

Já “Lullaby of the Crucified” foi uma faxia um pouco mais dançante e menos pesada, comparada com as anteriores, até o bloco final dela, quando Dennis Lee trouxe mais de seus poderosos gritos e uma finalização em que chegou a derrubar o tripé do microfone de Shawn Milke.

Logo na sequência, “Interlude 4” abriu as portas para a faixa “Annabel”, que finalizou o primeiro grande bloco do show com um grande pico de disposição da banda e demonstração clara de euforia, exalar de energias e fidelidade do público que, de ponta a ponta, não deixou de cantar, bater palmas no ritmo de alguns trechos da faixa e abrir os dois grandes moshes da pista – estes, dessa vez, até mais intensos que antes, principalmente no poderoso breakdown da música. Alguns arriscavam subir para serem levados pela onda do público (um deles, inclusive, conseguiu ir longe assim), assim como Dennis Lee esbanjava sua felicidade a ponto de ter tirado sua camisa e jogado para a plateia. No entanto, a vestimenta suada se prendeu na viga de refletores do topo – uma pessoa próxima de onde estive, inclusive, brincou que o público poderia fazer uma espécie de escadinha para chegar à camiseta.

O momento até poderia ser de pausa para descanso da banda, mas não foi para o público. A maior parte dos fãs gritaram o nome da banda e pediram mais um som, em inglês: “One more song”. Um dos roadies da banda fez questão de desligar os instrumentos de corda que ficaram no palco e que soltavam ruídos constantes, por estarem ligados aos pedais e encostando em algo. O resultado foi uma salva de palmas calorosas que foram reforçadas no retorno da banda, minutos depois, quando o chamaram para a frente.

Dennis Lee fez questão de mostrar uma jaqueta personalizada que ganhou e que a denominou como “a mais que já ganhou”, além de ter elogiado o público brasileiro como “o melhor público”. Enquanto a banda se preparava e afinava os instrumentos, Lee também fez questão de gravar toda a pista em seu celular, assim como Shane Crump tirou fotos com uma câmera polaroid antiga. Ao mesmo tempo, outro roadie da banda fez questão de entregar água para um fã que estava na grade e, provavelmente, passou mal ou estava com muita sede.

Com tudo preparado e sob gritos de “mais três sons” por parte da galera presente, o Alesana retomou o show com um pequeno trecho de “When I Come Around”, tocado por Shawn Milke, logo convertido para a faixa “Curse of the Virgin Canvas”, também do álbum “The Emptiness”. Esta música tem uma narração no início e um fã da pista recitou o trecho por completo, sem errar e sem deixar as emoções o embolarem. O coro voltou com tudo, com uma bela evidência já no primeiro verso – “This Is a Nightmare,Is my Annabel really gone?” – e seguindo em grande intensidade vocal da banda e dos fãs até o fim da música.

A aprovação de Dennis Lee levou o público à loucura, assim como o pedido de mais um som por parte do vocalista ter uma recepção mais que positiva. Mas antes do começo da faixa seguinte, Lee fez questão de mostrar dois packs de cartas de Magic que ganhou de um fã, reforçando a paixão da banda por tal jogo de cartas e afirmando que os fãs de Alesana são tão nerds como a banda.

Apesar dos pedidos por “Apology”, a faixa que tocou nesse momento foi “Congratulations, I Hate You”, penúltima da noite e dando o retorno ao repertório de início de carreira da banda. Os ânimos da banda e dos fãs voltaram à toda e com tudo, com mais bate-cabeças e com Shawn Milke girando sua guitarra em volta do corpo por várias vezes, aumentando ainda mais a qualidade de sua performance. As palmas e os pulos do público foram um ótimo complemento à sonoridade, que seguiu impecável, além de uma tentativa de Wall of Death que teve o retorno positivo de Dennis Lee com um sinal de joia.

Naquela que foi a primeira parte da despedida da noite, o Alesana apresentou uma bandeira do brasil que continha o logo da banda. Os agradecimentos, quase emocionados, foram seguidos de uma brincadeira de Shawn Milke, que simulou uma apresentação com o papel do setlist e apresentou os membros a partir de características principais. Foi nesse momento que um fã, aparentemente alterado desde o início, gritou inúmeras vezes para que tocassem uma faixa que não estava na lista de músicas. Dennis Lee fez questão de, em meio a um tom de brincadeira, pedir para que ele “calasse a boca”.

Logo, veio a tão pedida e clássica “Apology”, que trouxe o último gás de um coro forte e alto de um público que não parou em momento algum do show. Foi o momento em que Dennis Lee fez questão de pegar um celular – aparentemente, de uma fã – para gravar todos os membros da banda tocando, assim como, depois, pegou seu microfone e usou um dos tripés para aproximar dos fãs da grade, que responderam seguindo o canto da faixa. E claro, a sonoridade tão constantemente boa seguiu até mesmo em sua finalização. O toque final veio da atitude de Shane Crump, que fez questão de ir ao meio da roda do fundo da pista para terminar a faixa de lá, sendo muito bem recepcionado pelos fãs e até mesmo protegido em alguns momentos pelos próprios, que aproveitaram até mesmo para gravá-lo de perto e o reverenciar no fim da música.

E a despedida final, claro, se tornou tão caótica quanto a outros momentos do show: Lee, extasiado, pegou outra garrafa de água para beber e jogar o restante no palco e, por fim, se jogou na poça como se estivesse em um tobogã; Jake Campbell, com aparência mais jovem, pegou um dos papéis de setlist, fez um aviãozinho e jogou para a galera, sem sucesso de alcance; e Shawn Milke, por fim, jogou quase tudo o que tinha de acessórios para seus fãs: palhetas, munhequeira, prendedor de cabelo e até uma garrafa de água.

Para os fãs presentes, o retorno do Alesana trouxe um show inesquecível e demonstrou a fidelidade ao grupo, apesar de tantos anos sem uma apresentação na capital paulista. Para a banda, com certeza foi mais uma demonstração da força que eles têm, apesar de não virem frequentemente e estarem em um retorno aos palcos. Quem sabe, em um futuro próximo, o retorno ao Brasil seja uma realidade e com maior amplitude – para datas e locais -, para apresentações tão marcantes quanto essa.

 

Texto: Tiago Pereira

Fotos: Gustavo Palma

Revisão/Edição: Gabriel Arruda

 

Realização: Liberation MC

Mídia Press: Tedesco Comunicação & Mídia

 

Alesana

Ambrosia

Beautiful in Blue

The Murderer

Hand in Hand With the Damned

Red and Dying Evening

Seduction

This Conversation Is Over

The Thespian

A Lunatic's Lament

Oh, How the Mighty Have Fallen

Circle VII: Sins of the Lion

Lullaby of the Crucified

Annabel

***Encore***

Curse of the Virgin Canvas

Congratulations, I Hate You

Apology

terça-feira, 14 de maio de 2024

Cobertura de Show: Summer Breeze Brasil - 27/04/24 - Memorial da América Latina/SP

 Por: Renato Sanson/Carlos Garcia 



Chegamos então ao dia 27 e já notávamos uma movimentação maior do que no dia anterior, uma por ser sábado o que facilitava para quem trabalhava o dia todo na sexta,  e claro,  os headliners da noite, que possuem uma legião grande de fãs: Epica e Within Temptation.

Como eu, Renato, tinha acesso ao Lounge neste dia, decidi que ficaria na grade para ver o show dos alemães do Gamma Ray, banda que acompanho desde a adolescência e foi uma grata surpresa tê-los no festival.

A ideia também era ver como funcionava a saída da pista após o show. Os portões abriram as 10h e eu já estava grudado na grade do palco ICE e a primeira banda do dia foi a Nervosa e mostrou o porque é uma das forças do Thrash da atualidade. 

Com Prika assumindo os vocais, a banda se consolida com uma sonoridade cada vez mais agressiva e diversificada. Em certo momento, a guitarra de Prika teve um problema, mas nada que afetasse o show, e ela, com bom humor, disse que as próximas músicas seriam com ela só como vocalista. 

Serviu para mostrar a sua evolução como frontwoman, e foi aprovada pelo público, que a todo momento gritava o nome da líder e fundadora da bahda. Fora os problemas técnicos, foi um grande show e a Nervosa mostra a que veio.

Passado alguns minutos no palco HOT os americanos do Forbidden surgem para massacrar com seu Thrash Metal. Um show enérgico e muito esperado pelos thrashers de plantão. Uma apresentação bem empolgante e saciando quem esperava por essa oportunidade. 

A vantagem de estar perto do palco ICE é a comodidade de poder assistir o show do HOT sem grandes problemas (ou vice-versa) já que são um do lado do outro.

O calor era insuportável e o sol já rachava em nossas cabeças quando as 13h10min a intro “Welcome” ecoa nos PA’s para o criador do Power Metal entrar com sua trupe e entregar um show repleto de clássicos. 

A adição do vocalista Frank Beck ao Gamma Ray casou muito bem, dando um alivio a Kai Hansen, mas sem tirar o seu brilho, já que o mesmo estava sempre presente com sua voz. 

O que não descaracterizou em nada a sonoridade. Não tivemos a presença do guitarrista Henjo Richter e nem do baterista Michael Ehré, que foram substituídos para este show pelo guitarrista Kasperi Heikkinen (Beast in Black) e pelo baterista Michele Sanna.

Mas em nada a apresentação foi comprometida, muito pelo contrário, se entregaram tanto quanto os membros oficiais e junto a Kai, Dirk e Frank esbanjaram carisma e enxurrada de clássicos do nível de: “Land of the Free”, “Last before the Storm”, “The Silence”, “Dethrone Tyranny”, “Somewhere out in Space” dentre outras.

Kai Hansen sempre carismático e comunicativo brincou que estavam tocando no palco Ice, mas que na verdade estava bem “Hot”, pois o calor só aumentava. Uma apresentação digna de uma banda lendária que matou a saudade dos fãs.

A ideia agora era sair do ICE e correr para o palco SUN e conferir a apresentação do croata Dino Jelusick

Porém, aí tivemos um problema, pois a saída do ICE era somente por um lado tendo que passar pelo palco HOT que já estava aglomerado de pessoas para ver o Angra. 

Tendo apenas uma saída, dificultou em muito para todos, pois, tinham os que queriam sair e tinham os que estavam voltando aos palcos. Penso que o Summer deve rever essa questão e abrir espaço de saída por ambos os lados.

Com a demora de deixar os palcos principais, infelizmente cheguei ao final do show de Jelusick, mas o pouco que pude rever mostra o quanto o músico tem agradado aos fãs tendo já uma base fiel. Como disse aqui mesmo no Road em outras linhas, Dino não é uma promessa, mas sim uma realidade e um dos melhores vocalistas da atualidade.

Por volta das 16h era hora dos italianos do Lacuna Coil e o palco ICE já estava abarrotado de pessoas, esperando ansiosamente por Cristina e seu Lacuna Coil. Confesso que não sou um grande fã dos italianos, mas ao vivo são impecáveis. 

Tanto tecnicamente, quanto esteticamente. Mesmo tocando com o sol lá em cima o clima obscuro e denso do Gothic Metal estava ali tão presente, que quase fez o inferno da tarde virar noite.

Cristina dispensa comentários e domina as ações de forma natural, com simpatia e muito talento. Em um momento pediu um tempinho,sentou no retorno para tomar água e conversou com os fãs.


Também brincou com Marco Zelati, que tinha um ventilador bem no seu lado do palco, chegando bem pertinho e falando "You lucky bastard."  Com hits como "Our Truth", "Trip the Darkness" e "Heaven's a Lie" o público pulou sem se preocupar com o sol castigando. A banda também apresentou a nova "In The Mean Time". A alegria no olhar dos fãs entregava que estavam todos satisfeitos. 

Se dirigindo de volta ao palco Sun, o The Night Flight Orchestra já iniciava sua apresentação, colocando a galera toda pra agitar, dançar e pular.  

Com seu AOR com influências de Pop, Black Music, o TNFO faz um som cativante, utilizando um figurino estilo anos 80, e com Björn Strid mostrando todo seu carisma e desenvoltura nos vocais, sempre apoiado pelas também carismáticas backing vocals Anna e Åsa.

Foi lindo ver os bangers de todas as idades e vertentes se divertindo com hits como "Gemini", "White Jeans" e "Divinyls". O final foi incrível, com Björn colocando a galera para fazer um trenzinho. Uma festa!

Voltando aos palcos principais,  no HOT o Hammerfall entregava um showzão! Uma banda que não tem erro ao vivo. A cada nota você vibra e canta junto. Os suecos sabem entregar um show de alto nível como poucos e a essa altura o Memorial estava lotado, acredito que quase toda a sua totalidade.

As 18h30min tivemos mais um impasse: Epica e Dark Tranquillity. Isso judia do redator (risos).

Eu nunca tinha assistido o Dark Tranquillity ao vivo, uma banda que acompanho a bastante tempo e que show memorável! Entregaram tudo em cima do palco, além de diversos clássicos que se misturavam com a fase mais atual da banda e que se entrelaçavam perfeitamente. 

Um show técnico, agressivo e carregado de feeling e emoção. A galera lotou o espaço do SUN para poder ver a banda e entregar uma recepção mais do que calorosa.

Correndo para o palco ICE chegamos a tempo do dueto histórico entre Simone e Cristina em “Storm the Sorrow”. É incrível como o Epica consegue ser uma banda de arena, tocando para milhares de pessoas ou tocando em locais menores. A qualidade é a mesma, mas em ocasiões maiores a banda se destaca ainda mais. Pois o show em si é no mínimo fantástico.

Encerrando o palco WAVE tivemos o gringo mais brasileiro do mundo, o talentosíssimo e lendário Jeff Scott Soto. Dispensa apresentações, assim como a banda que o acompanha a quase duas décadas. Um show repleto de clássicos e medleys. Como Jeff gosta. Jeff também disse que aquela data era muito especial, pois foi à data do seu primeiro show no Brasil e considera o país a sua segunda casa.

O show ainda contou com a participação do guitarrista Pontus Norgren (Hammerfall e guitarrista original do Talisman) no clássico “Just Between Us” e do guitarrista  Magnus Henriksson (Eclipse) em um medley recheado de clássicos. Jeff também deixa escapar uma noticia, quando estava apresentando a banda e apontou para o baterista Edu Cominato já informou os presentes que Edu estará acompanhando o Mr. Big nos próximos shows, chamando o mesmo de Edu do Mr. Big. 

Um momento muito legal e de muito orgulho para nós fãs. Mais um grande show de Soto e uma performance que dispensa comentários.

Encerrando a noite no palco SUN, os alemães do In Extremo e seu Folk Metal único, já que é repleto de elementos folks, mas que não usados sintetizadores, mas sim, os próprios músicos tocam os instrumentos folclóricos. 

Um show diferente do que estamos acostumados, mas mesmo assim com muita energia e fazendo a alegria dos fãs de Folk no geral.


Encerrando o segundo dia de Summer Breeze, o Within Temptation vem para tirar os últimos suspiros dos presentes. A parte do palco principal (tanto HOT quanto ICE) estava completamente lotada, sendo difícil se mexer. 

O Within mostrou o porque é uma das maiores bandas do Heavy Metal sinfônico entregando quase duas horas de show repleto de energia e com Sharon deslumbrante e hipnotizando os fãs com sua voz e desenvoltura. Um encerramento magistral!


Fotos Principais: Paula Eye of Odin Fotografia 

 Fotos extras: Caco Garcia 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Cobertura de Show: Bruce Dickinson - 04/05/2024 - Vibra/SP

E a primeira semana do mês de maio não deu trégua depois de um final de semana inesquecível de Summer Breeze Brasil, que aconteceu nos últimos dias 26, 27 e 28 abril na capital paulista. O primeiro final de semana do quinto mês de 2024 trouxe ninguém menos que Bruce Dickinson, lendário vocalista do Iron Maiden.

Bruce vem depositando suas forças na sua carreira solo, retomada depois de duas décadas com o lançamento do “The Mandrake Project”, que ganhou grande aceitação dos fãs e da mídia especializada. Sem compromissos com a Donzela neste primeiro semestre, ele vem divulgando o novo álbum na estrada. Aqui no Brasil, a turnê passou por sete capitais, encerrando em São Paulo para um Vibra lotado. 

Mas antes, os brasileiros da Noturnall, que foram escalados para abrir os últimos shows de última hora no lugar da Clash Bulldog’s, aqueceu a noite trazendo músicas dos seus quatros trabalhos, sendo três do mais recente trabalho, “Cosmic Redemption”, começando com “Try Harder”, a faixa-título e “Reset The Game”.

As antigas “Fight the System”, do álbum “Back to Fuck You Up!” (2015), e “Wake Up”, do álbum “9” (2017), que tiveram uma boa resposta do público que, tiveram seu espaço também. “No Turn at All” e “Nocturnal Human Side”, ambas do primeiro e homônimo álbum, completaram o set. 

O pessoal um pouco mais velho demorou um pouco para digerir o tipo de som - um prog mais moderno cheio de virtuosidade - e ser totalmente diferente da atração principal, mas isso não feriu o líder e vocalista Thiago Bianchi, que não escondeu a sua felicidade da banda ter sido convidada para os últimos shows de um dos mais importantes vocalistas da história. Mais uma grande conquista na história da Noturnall, que completou dez anos de atividade e vem ganhando cada vez mais relevância no Heavy Metal nacional por méritos.

Demais elogios ficam para Henrique Pucci, que é um baterista insano, e do novato Victor Franco, revelação da guitarra brasileira e que executou muito tem todas as linhas do Leo Mancini e do Mike Orlando. Descoberto pelo vocalista Edu Falaschi, que também estava presente no show, Victor será o guitarrista da próxima turnê da Noturnall, agendada para acontecer durante esse mês até agosto ao lado do próprio Edu. 

Depois de dez minutos de atraso e dos tradicionais ‘ole, ole, Bruce’, o vocalista e sua banda aparece no palco às 22h10. O começo com “Accident of Birth”, do álbum de mesmo nome, veio de forma apoteótica com seus riffs poderosos e empura, empura vindo de quem estava mais para trás para tentar se aproximar e ver o homem mais de perto. “Abduction”, do álbum "Tyranny of Souls" (2005) e “Laughing in the Hiding Bush”, do "Balls to Picasso" (1994) e com todos cantando a pleno pulmões, manteve o mesmo grau de intensidade da primeira com um som falando alto, mas bem regulado.

“Afterglow Of Ragnarock”, a primeira do mais novo trabalho, ganhou um clima mais tenebroso graças a iluminação (toda vermelha) e do vídeo catastrófico exibido no telão ao fundo. Ainda sobre, Bruce nos surpreendeu com o seu alcance vocal. Mesmo sendo o último show no Brasil, ele não tirou o pé do acelerador, dando todo o seu melhor desde performance vocal, presença de palco e ovacionado cada vez que concluía uma música.

Mais clássicos dos álbuns “Accident Of Birth” (1997) e “The Chemical Wedding” (1998) foram revistados. A faixa-título que dá nome ao quinto disco e uma das mais marcantes da carreira solo, trouxe uma perfeita sintonia entre Bruce (novamente nos surpreendendo) e o público, que cantaram o refrão em uníssono. O show, que conforme andava ficava ainda melhor, seguiu com “Many Doors to Hell”, a mais Hard Rock do “The Mandrake Project”. 

A surpresa ficou para “Gates of Urizen”, que não havia sido tocada no show anterior em Ribeirão Preto. Estava com esperança de que “Jurasalem” fosse mantida em São Paulo, mas “Gates of Urizen” correspondeu bem a carência e foi um dos ápices do show, chegando até ter uma leve chuva de papel picado vindo do teto do Vibra. E novamente, Bruce nos fez arrancar lágrimas com a sua desenvoltura vocal em cima das melodias irresistíveis que permeia a música.

“Resurrection Men” e “Rain on the Graves” foram as duas últimas novas (e bastante festejada por sinal) num setlist que prometia mais algumas velharias. Mas antes, a instrumental “Frankenstein”, do The Edgar Winter Group, deu uma acalmada nos ânimos. Também foi o momento ideal para que Philip Naslund e Chris Declercq (guitarras), Tanya O’Callaghan (baixo), Dave Moreno (bateria) e Maestro Mistheria (teclado) mostrarem ser as melhoras escolhas para acompanhar o mestre nessa turnê. 

Ao invés de descansar no camarim, Bruce ficou no palco durante ela dando todo apoio tocando percussão e teremin, instrumento que não precisa de contato físico para tocar. 

Uma fileira de sucessos se formou até final, entre elas “Tears of the Dragon”, vinda de “The Alchemist”. Independentemente de quem gosta ou não, “Tears of the Dragon” continua sendo a principal música da carreira solo do Bruce e que, até hoje, carrega o status de hit. 

Mais ainda, se não fosse ela, muitos não conheceriam a sua paralela carreira pós o Iron Maiden, por isso ela foi uma das mais festejadas e não poderia, de jeito nenhum, ficar de fora. “Darkside of Aquarius”, essa última é a que mais tem influência de Iron Maiden, fechou a primeira parte antes de começar o bis. 

Como muito devem saber, Porto Alegre vem enfrentando tempos difíceis por conta das enchentes, castigando várias áreas da cidade devido aos alagamentos. Bruce fez questão de dedicar “Navigate the Seas of the Sun” – outra balada que está no mesmo patamar da “Tears of the Dragon” – para as vítimas dessa tragédia, dando uma certa esticada no final com um solo vocal, que contou com o apoio da maravilhosa Tanya. 

“Book of Thel”, outra bastante prestigiada, abriu o tradicional bis trazendo de volta aquele temperamento alto do início, acompanhados dos ‘hey,hey’ e os punhos para o ar, assim como em “The Tower”, que pôs fim nas  memorável apresentação. Durante a introdução rítmica, comandada por Tanya e Dave, Bruce apresentou seus companheiros de banda antes prosseguirem com a música, extraída do maravilhoso “The Chemical Wedding” e uma das mais emblemáticas do álbum. 

É sempre um motivo de alegria e orgulho estar diante do Bruce Dickinson, seja se apresentando com o Iron Maiden, palestrando ou fazendo alguma outra coisa com total competência, e olha que é uma infinidade de coisas. 

Mas vê-lo cantando as músicas de sua maravilhosa carreira solo era um desejo antigo, principalmente para a geração mais nova que não era nascida nas vezes que o vocalista veio se apresentar como artista solo. 

Bruce estará de volta ao Brasil em dezembro com o Iron Maiden, que ano passado iniciou a The Future Past Tour na Europa e que esse ano vai passar pelos demais continentes do mundo, incluindo, claro, América Latina. 


Texto: Gabriel Arruda 

Fotos: Giuliana Peramezza


Realização: MCA Concerts

Mídia Press: Midiorama


Noturnall

Try Harder

No Turn at All

Fight the System

Cosmic Redemption

Wake Up

Reset the Game

Nocturnal Human Side


Bruce Dickinson

Accident of Birth

Abduction

Laughing in the Hiding Bush

Afterglow of Ragnarok

Chemical Wedding

Many Doors to Hell

Gates of Urizen

Resurrection Men

Rain on the Graves

Frankenstein (The Edgar Winter Group cover)

The Alchemist

Tears of the Dragon

Darkside of Aquarius

***Encore***

Navigate the Seas of the Sun

Book of Thel

The Tower



segunda-feira, 6 de maio de 2024

Cobertura de Show: Mark Farner's American Band - 20/04/2024 - Carioca Club/SP


O Grand Funk Railroad foi uma das maiores potências do Rock americano em todos os tempos. Chegaram num momento em que a Inglaterra estava transbordando de bandas boas, enquanto os Estados Unidos estavam perdendo Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison. Por isso são chamados de a banda americana.

Suas apresentações ao vivo eram memoráveis e um dos principais responsáveis por essa energia no palco era seu vocalista e guitarrista Mark Farner, que veio pela quarta vez ao Brasil com sua American Band, sendo a segunda vez no Carioca Club em São Paulo, casa pequena, mas bem organizada e localizada.

No alto dos seus 75 anos de idade, tem uma energia de adolescente. Com o show começando pontualmente, já arrebentando com a tradicional "Are You Ready?", levantando o bom público do local. Na sequência mandou "Rock n´Roll Soul" do álbum Phoenix, álbum muitas vezes criticado devido a mudança de sonoridade da banda, mas que possui músicas muito boas.

Sem parada para respirar, já embalou "Footstompin´Music", clássico absoluto do E Pluribus Funk, o famoso "álbum da moeda". Nesse som, Farner sempre vai para os teclados e dá um show à parte, fazendo dupla com o competente tecladista Bernie Palo. A energia que Farner entrega no palco é impressionante.

Logo após vem "Paranoid", do Red Álbum, uma das músicas mais pesadas do Grand Funk, que veio com mais peso ainda nesse show, um deleite. Nesse momento Farner pede um pouco de ajuste no som, inclusive fez isso algumas vezes durante a apresentação, e logo embala "We´re An American Band", clássico do disco homônimo, que no Grand Funk era cantado por Don Brewer, aqui cantado pelo baterista Hubert "H-Bomb" Crawford.

Na sequência, veio de "Bad Time", balada bem popular da banda e que esteve, inclusive, na trilha sonora da série "Supernatural". "Aimless Lady" não teve erro, galera toda cantou junto. 

Parada para tomar uma água, Mark, sempre muito carismático, interagiu com o público antes de manda mais uma pedrada, "Sin´s Good Man´s Brother", a deixando ainda mais pesada nesta noite, emendando com a belíssima "I Can Feel Him In TheMorning", outro clássico do álbum "Survival". Grand Funk, nos primeiros 5 álbuns, pode colocar para tocar sem erro, é só clássico do Hard Rock! É é incrível como a banda que acompanha Mark é coesa.

Após brincar mais uma vez com o público e arrancar umas risadas, um pequeno suspense com a guitarra, e tocou a música "Ohio", cover da banda "Crosby, Stills, Nash & Young", uma das melhores bandas que já passaram por este planeta. Depois foi a vez de "The Railroad", outra música do álbum "We´re An American Band", de 1973.

Então começou um verdadeiro colosso musical para encerrar a noite. Começando a espetacular "Heartbreaker", um dos primeiros hits do Grand funk, acompanhado em coro pela plateia. Então depois a tradicional "Some Kind Of Wonderful", um dos maiores sucessos do grupo, com o apoio vocal do baixista Paul Rudolph, com certeza o ponto alto da noite.

Depois vieram com "The Loco-Motion", cover da música gravada originalmente por Little Eva, em 1962. Com Grand Funk foi sucesso novamente em 1974. Com essa não tem como ficar parado e o público foi junto. A noite fechou, como sempre, tradicionalmente, com "I´m Your Captain/Closer To Home". Memorável.

A banda se despede e sai do palco. Todos na expectativa de um bis, mas as cortinas se fecham e a noite está encerrada. Alguns ficaram um pouco chateados, mas de longe nada que estragasse a noite que presenciamos.

Mark Farner mostra que está em grande forma, voz impecável e saúde em dia. Fez um show enérgico mais uma vez, trazendo para os dias de hoje toda aquela vibe dos anos 70 que nem todos que estavam no Carioca Club puderam viver. Mais uma noite inesquecível e esperamos que volte em breve. 


Texto: Rubens Braga

Fotos: Amanda Vasconcelos 

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Estética Torta

Mídia Press: Lex Metalis Assessoria 


Mark Farner's American Band

Are You Ready

Rock 'n Roll Soul

Footstompin' Music

Paranoid

We're an American Band

Bad Time

Aimless Lady

Sin's a Good Man's Brother

I Can Feel Him in the Morning

Ohio (Crosby, Stills, Nash & Young cover)

The Railroad

Heartbreaker

Some Kind of Wonderful

The Loco-Motion (Carole King cover)

I'm Your Captain (Closer to Home)