Föxx Salema é natural de Bragança
Paulista (SP), autodidata, estando no circuíto independente há mais de 20 anos, sendo também uma das pioneiras como pessoa transgênera
headbanger/metalhead no Brasil. Independente de
gênero, o que importa é a harmonia, respeito e aceitação entre as pessoas, dentro do cenário Metal mundial temos vários exemplo de artistas que assumiram sua sexualidade ou identidade de gênero, e nenhum desses artistas usa suas escolhas e vida pessoal para se
promover, pois o que importa é o talento.
Após muita luta contra as conhecidas dificuldades que os músicos encontram, Föxx Salema chega ao seu debut, "Rebel Hearts", lançado agora em maio. A sonoridade é influenciada principalmente pelo Heavy Metal clássico dos anos 80, inclusive NWOBHM, além de Power Metal, para citar as inspirações mais atuais. Como exemplos, posso enumerar nomes como Dio, Viper, Angra, Helloween e Hammerfall.
O álbum recebeu uma boa produção, com capricho também na parte gráfica. Há alguns detalhes que poderiam ter saído melhores, como algumas linhas do teclado que ficaram um pouco baixas, e a bateria, que às vezes soa meio artificial, mas temos que descontar que Föxx não teve uma banda fixa e tempo para uma pré-produção mais elaborada, e talvez um produtor mais adequado,então alguns detalhes das boas músicas e ideias foram um pouco prejudicadas.
Esses detalhes, felizmente, não tiraram o brilho de alguns destaques e também não vão prejudicar o ouvinte de perceber o bom potencial do trabalho.
O timbre vocal de Föxx é bem adequado ao estilo, e nota-se inspiração aos vocalistas clássicos do Metal. Traz também letras
inteligentes e que possam entregar mensagens plausíveis e atuais, possuindo um
lirismo baseado em experiências pessoais, tanto sociais quanto políticas.
Como destaques cito a faixa título "Rebel Hearts", que inicia com uma levada meio rock & roll, com melodias bem cativantes e refrão marcante. Tem bastante pegada, lembrando o Viper do "Coma of Souls"; a vigorosa "Vengeance Will Come" traz um algo do Speed Metal 80's e interessante trabalho de guitarras; "Emotional Rain" traz bastante emoção, seguindo uma linha mais melodiosa estilo Power Ballad, mas nada de letra "melosa", fala de buscar vencer os tempos difíceis que todos, em algum momento, passam.
Impossível não destacar também "Mankind", com sua letra bem atual e forte, sonoridade enérgica e com riffs marcantes, segue uma linha semelhante ao da faixa-título, e acredito que são músicas, juntas a já conhecida "Constant Fight", que mostram já muito bem a personalidade sonora de Föxx Salema: Heavy Metal enérgico, com refrãos e riffs cativantes e com muito a dizer na parte lírica.
Capa do single "Mankind" (arte por Wendell NarkEdmi)
Descontando alguns detalhes da produção, que poderia ter sido mais favorável às boas ideias e canções em "Rebel Hearts", temos um bom álbum de Heavy Metal e uma estreia promissora, mostrando potencial e criando expectativa para os próximos passos desta "raposa" metálica.
"Damned If You Do" é o segundo álbum de estúdio depois do retorno de Mike Howe, fato que deu fôlego novo para a banda, reanimando os velhos fãs e até chamando atenção de novos. O Metal Church tem em sua discografia ótimos álbuns, que os fizeram chegar bem perto de um escalão mais alto lá nos anos 80 e começo dos 90. A realidade hoje é outra, e certamente os objetivos e possibilidades também são bem diferentes daquela época, mas essa realidade é bem mais amistosa do que se mostrava antes do retorno de Howe, pois apesar de até ter alguns bons momentos, o Metal Church ficou meio que no limbo.
Voltando a mostrar suas garras e praticamente renascendo com o elogiado "XI" (2016), o Metal Church mostra que não foi só uma sobrevida, a chama segue ardendo com "Damned If You Do". Soando talvez um pouco mais Thrash que o anterior, o álbum traz o American Metal tradicional do grupo, com a tradicional rifferama, o pé no Thrash e doses de melodia. Traz também a estreia de Stet Howland, ex- WASP, na bateria.
A faixa título, "Damned If You Do", abre o disco com uma pegada matadora, grandes riffs e excelente refrão, típica faixa que dá vontade de colocar no repeat. Nota-se que a voz de Howe está soando mais ríspida, algo que pode ser notado já nas apresentações ao vivo mais recentes.
O que se vê é a banda fazendo seu som tradicional, afinal, depois de um caminho que se mostrou acertado no álbum anterior, praticamente uma retomada, conforme já comentei, e que, como fã dos primeiros álbuns (o primeiro é fantástico, mas "The Dark" mora no meu coração de Metal). O álbum mostra uma variedade interessante, temos por exemplo o Speed Metal de "Out of Balance" e a Thrashy "By The Numbers".
Variedade que segue nos riffs cortantes e som direto e na cara em peças como "Guillotine" e na rocker meio estilo Accept "Monkey Finger", ou naquelas faixas características da banda, de andamento mais cadenciado, com guitarras mais melodiosas e dedilhadas, como em "Revolution Uderway".
É Metal Church que estamos acostumados,e gostamos de ouvir! Alguns detalhes na produção poderiam ter sido melhores, talvez compressão ou mixagem, em que a voz parece mais alta do que os demais instrumentos, e um ou outro momento em que tudo soa realmente alto, mas nada comprometedor.
Mais um trabalho sólido e que com certeza agradará o fã do som tradicional do Metal Church. Se gostou do álbum anterior, vai abraçar este também. A banda mostrou que recuperou muito fôlego, trazendo a atenção dos fãs de volta, e sendo capaz de virar a cabeça de novos adeptos.
Texto: Carlos Garcia
Ficha Técnica:
Banda: Metal Church
Álbum: "Damned If You Do" 2018
País: EUA
Estilo: Heavy Metal
Selo: Rat Pak Records/Shinigami Records (clique no link para ir ao site do selo)
Se em “Resilient” (17) o Javali
(nesta época ainda sob a alcunha de Pop Javali) já dava indícios do flerte
mais modernoso em sua sonoridade, em “Life Is A Song” (19 – 4° álbum do trio)
temos a confirmação. Já que aqui o peso permanece, mas de uma forma mais suavizada
dando espaço para um som moderno com boas variações.
Sua musicalidade característica está
lá e os toques com o Hard Rock e Heavy Metal estão presentes, o que deixa tudo
ainda mais grandioso mostrando que esta transição moderna soa natural e bem
encaixada.
As sete composições que calibram
a bolacha mostram um novo fôlego, dispostos a conquistar outras fronteiras, mas
sem deixar os que já o acompanham desamparados, tendo um crescimento
surpreendente e ainda mais instigante.
A produção cristalina e com o som
“bem na cara” engrandece este novo momento, com cada detalhe na ponta da agulha
seja nos riffs intrincados e nos solos melodiosos (diga-se de passagem, Jaéder
é um monstro), na bateria que cresce e se diversifica a cada composição (Loks
mostrando como se alia técnica a feeling) e nas linhas maciças dos graves
comandados por Marcelo que também cuida dos vocais, que se mostra uma das vozes
mais marcantes do som pesado atual no Brasil.
O Javali vem se consolidando como
uma das melhores e mais criativas bandas do cenário nacional, mostrando muita competência
e sem medo de inovar.
Aquele papo que o Heavy Metal
nacional está morto cai por terra praticamente a cada lançamento das bandas do
nosso país, pois considero inadmissível falarem tal besteira sem ao menos
conhecer as excelentes bandas da sua própria cidade, que já te mostrará que o
som pesado em si no Brasil não está morto, agora imagine conhecer o underground
nacional como um todo aí sim você verá que tais palavras que são ditas por aí
não passam de grandes balelas.
Para constatar que o Metal
nacional está mais vivo do que nunca, temos o grande Forkill do Rio de Janeiro
provando a nossa força com seu segundo disco de estúdio, “At the Sound of the
Devil's Bell” (19), mantendo seu Thrash Metal visceral intacto e ainda mais
polido. Trazendo mais peso e agressividade em sua música, tendo como referência
Exodus e Testament.
Ter referencias não significa uma
cópia, e o que os cariocas mostram aqui é que sua música vai além, e faz a
alegria dos thrashers de plantão, pois temos composições muito bem compostas e
estruturadas, feitas para bater cabeça do começo ao fim, com riffs e solos
muito bem engajados e diversificados, assim como o baixo-bateria que são a
usina de força e controle desta massificação sonora, com vocais agressivos e
instigantes.
Vale ressaltar que o Forkill teve
uma mudança em sua formação para o lançamento do novo álbum, tendo os novos membros:
Matt Souza (guitarra/vocal) e o baterista Rodrigo Tártaro, completando o time
os incansáveis Ronnie Giehl (guitarra) e Gustavo (baixo).
Musicalmente monstruosos e impecáveis
no que fazem, pois é impossível escutar “Let There Be Thrash” ou “Warlord” e
não sair batendo cabeça descontroladamente. São treze faixas do mais puro
Thrash Metal, que fará você colocar o play no repeat por algumas semanas. O
álbum ainda conta com a regravação da já clássica “Vendetta” que figura em seu
primeiro álbum (“Breathing Hate” – 13), mas aqui ganha uma nova roupagem
mantendo sua essência, mas soando ainda mais brutal.
A produção de “At the Sound of
the Devil's Bell” está na medida certa, com todos os instrumentos bem dosados,
mas sem aquele exagero límpido, mas sim sujo e pesado sem artificialidades.
Falando em sua apresentação gráfica
o disco vem embalado em um lindíssimo Slipcase que acompanha um mini pôster e
duas palhetas, com uma arte gráfica de capa e layout extremamente bem
trabalhados, mostrando toda a preocupação da banda em todos os quesitos, e uma
atitude mais que louvável em apresentar um material físico tão rico, já que as
mídias digitais têm tomado conta.
Sem mais delongas, ouça e veja o
quanto o Heavy Metal nacional em si respira e está mais vivo do que nunca!
Formada na capital federal em 2008, o Age of Artemis sempre foi uma banda que gerou grandes expectativas, com um ótimo nível em seus trabalhos, os quais apresentam uma evolução constante em termos musicais.
Após várias demos, singles e dois álbuns completos, além de inúmeros shows pelo brasil, destacando a participação no Rock in Rio em 2015, o que trouxe mais visibilidade para a banda, uma nova fase se iniciou, e o terceiro e esperado full-lenght, "Monomyth", vem com uma força capaz de consolidar a carreira do Age of Artemis e levá-lo a outro patamar.
O álbum também traz a estreia em disco dos novos integrantes, incluindo o vocalista Pedro Campos (também Soulspell, Hangar), e, a exemplo do anterior, "The Waking Hour" (2014), foi lançado primeiramente no Japão, em início de abril. A banda agora parte para divulgar o máximo possível o novo álbum, e tão conversamos com eles para saber um pouco mais de "Monomyth". Confira!
RtM: Para iniciar
esta entrevista, gostaria que vocês fizessem uma breve explanação a respeito do
conceito lírico em “Monomyth”.
Riccardo Linassi - Ele fala da jornada
do herói, ou o herói de mil faces. Trata de alguém desde quando é um sujeito
comum, passando por desafios até se tornar alguém melhor. Esse herói pode ser
encarado como cada um de nós no nosso dia a dia.
RtM: A produção do
álbum desta vez ficou “em casa”, com o Giovanni Sena. Gostaria que você comentasse a
respeito dessa decisão, que com o resultado que pude conferir, foi muito
acertada! Acredito que foi uma decisão por já ter uma segurança e saber o que
vocês queriam para a banda.
Giovanni Sena – Bem acredito que acabei
conquistando a confiança dos meus parceiros. Isso foi se desenvolvendo ao longo
dos anos. Na verdade, no cover que gravamos em 2014, eu já tinha assumido tal
papel. Foi de forma bem natural. Em 2017 quando gravamos “Unknown Strength”,
esse papel foi reafirmado. Como o resultado ficou muito bom, decidimos que na
gravação do “Monomyth” eu continuaria a frente da produção.
RtM: Gostaria que
vocês comentassem também a respeito da mixagem, que foi feita em Los Angeles, e
vejo que também foi acertada, pois para a sonoridade da banda, e tantos
detalhes nos arranjos, era uma etapa muito importante. Ficou excelente, é
possível perceber todos os detalhes. Estava ouvindo o álbum e “nossa que linha
de baixo incrível! E esse solo!! Putz...essa percussão ficou ótima! ”
Riccardo Linassi - Sim, nossa
preocupação era encontrar alguém que entendesse do estilo e tivesse cuidado com
os detalhes. Creio que o Damien (Rainaud) foi a decisão mais acertada!
"O conceito está mais nas letras do que nas músicas em si. A gente 'joga pra música'."
RtM: A banda também
passou por algumas mudanças de formação até chegar a este novo álbum, inclusive
com a troca de vocalista, algo que sempre é mais marcante, saindo o Alírio e
entrando o Pedro Campos (também Hangar e Soulspell). Gostaria que você comentasse como foi o entrosamento e a
colaboração que esses novos membros trouxeram.
Giovanni Sena – A vida nos traz algumas
surpresas. E com elas as mudanças. Em princípio o ser humano tem a tendência de
ver as mudanças de forma cautelosa. Mas tudo é uma questão de adaptação. E o
Pedro se adaptou a nossa forma de trabalho de uma forma bem natural e rápida. E
isso não foi só na parte musical, mas no pessoal também. Não consigo separar
trabalho de amizade. Só consigo desenvolver um bom trabalho quando há um certo
nível de amizade.
RtM: Gostaria de
destacar o trabalho do Pedro Campos, que eu já acompanho há um bom tempo, e o
cara encaixou muito bem, com aqueles drives já característicos dele, mas também
muito bem quando a música pediu vocais mais limpos ou mais altos.
Riccardo Linassi - Pois é, sempre que
há mudanças numa banda, gera certo temor, ainda mais se tratando de vocalista.
Mas o Pedro é muito bom no que faz e chegou “com a faca nos dentes” pra dar o
melhor de si e realizar esse belo trabalho!
RtM: Lembro que ano
passado vocês comentaram que a banda iria surpreender muita gente com este novo
álbum, e realmente, para meu gosto musical, acredito ser o mais completo
trabalho da banda. Antes de eu tecer meus comentários (que também coloquei na
resenha do disco), peço que vocês comentem em quais aspectos vocês acreditam
que a banda inova e surpreende em “Monomyth”.
Giovanni Sena – Acredito que o maior
aspecto é que a Age of Artemis encontrou a sua própria voz. A banda tem suas
próprias características apesar das varias influências que cada um de nós possui e coloca, seja nas composições, seja na hora de interpretar melodias e/ou
notas. Isso é um processo que leva tempo, além de ser um processo natural.
RtM: Quando se fala
em Prog Metal e álbum conceitual, muitos já pensam em algo para um público mais
restrito (até porque muitas bandas exageram no quesito técnico e esquecem do
feeling), mas vocês criaram músicas que possuem passagens intrincadas,
refinadas em termos técnicos, mas também com melodias marcantes e bom gosto, se
diferenciando de muitas outras do estilo, e acredito que cairá no gosto de um
público mais amplo. Gostaria que comentasse a respeito.
Riccardo Linassi - na verdade os rótulos
“prog”, “power”, etc., nem estavam nos planos. Criamos as músicas sem pensar
muito nisso. O conceito está mais nas letras do que nas músicas em si. A gente
“joga pra música”. Se algum arranjo saiu mais cheio de notas, compassos
compostos etc., foi só coincidência. Há momentos em que há pouca nota e a
música flui da mesma forma.
RtM: Falando um
pouco das músicas, sendo complicado apontar apenas algumas, mas vou pedir que
comentem um pouco mais a respeito de algumas, começando com duas que estão
entre minhas favoritas, a “The Call of the Fear” e “What Really Matters”,
cheias de melodias marcantes, percussões, e bem diversificadas, acho que
representam bem o balanço entre o refino técnico com o feeling.
Giovanni Sena – Na hora de compor, a
melodia acaba sendo o nosso “Norte”. E todo resto trabalha em função disso. Uma
característica da música da Artemis é o acréscimo de camadas à medida que a
música vai se desenvolvendo. Isso pode ser notado por todo o disco. Dessa vez,
o texto também teve extrema importância nas composições onde em muitos momentos
há uma comunicação direta entre o que está sendo dito e a parte instrumental.
RtM: Finalizando,
gostaria que comentassem sobre a “The Calling”, que abre o álbum logo após a
intro “Status Quo”, e abre de forma explosiva, com peso, várias mudanças de
“climas” e a “A Great Day to Live”, mais suave e melodiosa.
Giovanni Sena – Como falei
anteriormente, aqui há uma conexão entre o texto e a música muito latente. “The
Calling” retrata um(a) jovem começando uma experiência que ele(a) não sabe bem
como vai terminar. “A Great Day to Live” se trata dessa mesma pessoa, mas mais
experiente, com mais sabedoria, mais evoluída, com um maior conhecimento da
vida e de sua “missão” aqui na Terra.
"Acredito que o maior aspecto é que a Age of Artemis encontrou a sua própria voz."
RtM: Obrigado pela
atenção, espero que o álbum tenha a repercussão que merece, tanto aqui como lá
fora, inclusive, assim como os anteriores, foi lançado já no Japão. Fica o
espaço para as suas considerações finais.
Giovanni Sena – Gostaríamos de
parabeniza-lo pela o trabalho desenvolvido e reafirmar que esse tipo de
trabalho é essencial para que um dia o Brasil seja um país não só de artistas
estrangeiros, mas também onde haja uma cena onde bandas brasileiras também
assumam posições de destaque em shows, festivais etc.
O festival Armageddon Metal Fest 2019 vai acontecer em Joinville/SC, no dia 01 de junho (sábado), no Expoville. O cast do evento reúne
grandes nomes da música pesada como o Shaman, a primeira banda
oficialmente confirmada; os gregos do Rotting Christ, que divulgam o novo e
aclamado disco The Heretics; além de Ratos de Porão, o Saravá Metal dos cariocas
do Gangrena Gasosa e o lendário grupo
mineiro The Mist, que voltou recentemente a
ativa.
Entre as demais atrações confirmadas está o Folk do Tuatha de Danann; o gótico anos 80 do The Secret Society, uma das grandes
revelações do rock no Brasil nos últimos tempos; os equatorianos do Total Death; do Equador; o instrumental
do Huey; além de Motorocker, Symmetrya, Violent Curse,
Blackmass, Semblant e Flesh Grinder.
A banda The Vintage Caravan, anunciada anteriormente, não integra mais o cast.
O Expoville
oferece grande e confortável espaço externo e interno, enquanto que o festival
terá opções de bebidas e alimentação para atender ao público. Acesse o site do parque AQUI. No total serão 15
divididas entre os palcos principais.
Os ingressos de meia-entrada e promocional já estão no 3º
lote e custam R$ 170 (esses valores estarão em prática até o dia 31 de maio).
Não há taxa de conveniência para a compra online, e os valores podem ser
parcelados em até 12x. Para usufruir da entrada promocional, é obrigatório
doação de 1 quilo de alimento não perecível ou de ração para gatos e cachorros.
Os ingressos estão à venda no site da Ticket Brasil, onde também é possível comprar pacotes de viagem +
ingresso, para excursão saindo de Curitiba, organizada pela Mosh Travel, e também saindo de
Blumenau. Nessa modalidade também há possibilidades de parcelamento.
O Armageddon Metal
Fest 2019 tem realização da Mosh
Productions e Metal Scream, com
apoio da Opa Bier, programa Midnight Metal e rádio Mundo Livre FM.
O Armageddon Metal
Fest 2019 participa do projeto #EventoAmigoPNE
que proporciona a entrada gratuita de um acompanhante, na compra de um ingresso
(meia/promo/inteira) junto com um PNE.
SERVIÇO
Data: 01 de junho
de 2019 (sábado)
Local: Expoville
(Joinville - SC)
Endereço: Rua XV
de Novembro, 4315 - Glória
Horário: a partir
de 14h00
Cast:
ROTTING CHRIST
SHAMAN
MOTOROCKER
TUATHA DE DANANN
RATOS DE PORÃO
GANGRENA GASOSA
THE MIST
THE SECRET SOCIETY
TOTAL DEATH
FLESH GRINDER
SEMBLANT
SYMMETRYA
BLACKMASS
HUEY
VIOLENT CURSE
Ingressos - SEM TAXA
DE CONVENIÊNCIA
Pista (meia entrada - 3º lote) - R$ 170
Pista (promocional - 3º lote) - R$170 (obrigatória doação de
1KG de alimento ou ração animal)
Pista (inteira - 3º lote) - R$ 340
AMF VIP Experience (2º lote)- R$ 190,00 (ingresso + entrada
antecipada no evento, às 13:00 e com direito a 2 chopp Pilsen + credencial VIP
+ uma edição do Fanzine Mosh + 10% de desconto na compra de itens na lojinha
oficial do evento)
R$ 80,00 (excursão - saindo do centro de Curitiba, passando
pelo Aeroporto Afonso Pena – com água a refrigerantes inclusos)
Um legado inquestionável, falar de Death Metal no Brasil e não
mencionar a Rebaelliun é mais que um ato falho, pois os gaúchos são uma referência
mundial e a cada lançamento mostram o porquê dessa alcunha.
Dificuldades surgiram, mas seguiram em frente mantendo uma trajetória
repleta de conquistas e admiradores. Para explanar um pouco mais o momento
atual da banda, conversamos com o baixista/vocalista Lohy Silveira que nos
contou do grande baque que foi a perda do guitarrista Fabiano Penna, seu
trabalho preferido com a banda, tours na Europa e muito mais!
RtM: A Rebaelliun é considerada um ícone do Death Metal mundial como é lidar
com isto?
Lohy Silveira: Hehehe... obrigado pelo “ícone”. Estamos longe
disso, até porqueo Death Metal sempre será um estilo underground, e
nunca será motivo de ostentação ou algo do gênero. Fico deveras
satisfeito por fazer parte de uma banda que sim, já tem sua página registrada
na história do Metal nacional e isso me deixa muito orgulhoso, sem dúvida. De
qualquer forma eu agradeço a referência.
RtM: Atualmente vocês estão com um novo guitarrista – Evandro Passos –
conte-nos sobre sua adaptação e entrosamento.
Lohy Silveira: O Evandro foi uma escolha nada lógica ao olhar da
maioria das pessoas, por não ser um músico que tem como escola o Metal extremo,
mas consideramos outros critérios para escolher ele como guitarrista. Ele vem
de uma escola mais Rock and Roll e Metal clássico, coisa que o próprio Fabiano
já estava buscando nos últimos anos, portanto o estilo dele caiu como uma luva
para o que buscamos musicalmente. Ele é um exímio músico e muito dedicado e
cada vez mais estamos mais e mais entrosados. Tanto que ele está sendo peça
fundamental nas composições novas.
RtM: Impossível não perguntar, mas a ida precoce de Fabiano Penna para outro
plano pegou todos de surpresa. Como foi remontar o grupo? Em algum momento
pensaram em encerrar as atividades?
Lohy Silveira: De fato foi um golpe inesperado e covarde em nossas
vidas e na vida da banda também. Mas a morte é a única certeza que essa vida
nos traz e só temos que aprender a lidar com ela. No dia em que
aconteceu nós pensamos (eu e o Sandro) que não havia outra escolha se não
seguirmos trabalhando com o Rebaelliun, mostrando que o legado do Fabiano é imortal, e que seria o que ele faria no nosso lugar. Em nenhum momento
pensamos em parar com a banda, trocar o nome, ou coisa parecida. Achar alguém
para ser o novo guitarrista era um desafio hercúleo óbvio, mas conseguimos
encontrar o Evandro que está honrando com muito respeito e admiração todo o
legado do Fabiano conosco como músico.
"O Death Metal sempre será um estilo underground, e nunca será motivo de ostentação ou algo do gênero."
RtM: Uma discografia sólida e um grande clássico nas lacunas, o grandioso “Burn
the Promised Land”. Olhando para ele hoje em dia, você mudaria algo? Ainda
sobre a discografia da banda (incluindo os EP’s) qual o seu disco favorito?
Lohy Silveira: Apesar de não ter gravado o primeiro disco, acho que
falo por todos quando digo que o que poderia ser mudado hoje em dia seria a
produção/gravação. Claro, eram outros tempos e a banda fez seu melhor com a
grana e tecnologia disponível, mas se pudesse mudar algo seria isso, gravação e
produção. Olha, acho que todo o músico aprecia mais os trabalhos mais recentes,
por se tratar de como é a visão atual do artista sobre o seu trabalho. Mas como
as músicas novas ainda não foram divulgadas, o pessoal não teria referência ha ha ha. Dos trabalhos lançados eu gosto demais das últimas músicas que fizemos
para o relançamento do “Bringer of War” (2000), são 4 sons apenas, mas que
refletem muito bem como está a nossa visão e perspectiva do som do Rebaelliun.
"...não havia outra escolha se não seguirmos trabalhando com o Rebaelliun, mostrando que o legado do Fabiano é imortal "
RtM: Foram algumas turnês na Europa, além de diversos shows por todo o
Brasil. Mas é praticamente uma constante que quando uma banda nacional se
destaca ela acaba realizando mais shows fora do que em seu próprio país. Qual a
diferença entre essas produções?
Lohy Silveira: Nossa, poderia citar uma porção de
diferenças e poderíamos falar disso por muitas linhas. Mas vou resumir em uma
palavra só: infraestrutura. Falar da diferença cultural e que no exterior o
apoio ao músico underground e o rock em si e seus subgêneros seria covarde e
chover no molhado, então acho que a infraestrutura de modo geral é algo que
podemos buscar para ficarmos “devendo” menos para as produções gringas.
Já está muito melhor do que já foi, mas ainda temos muito chão pela frente
nesse sentido.
"Acho que a infraestrutura de modo geral é algo que podemos buscar para ficarmos “devendo” menos para as produções gringas."
RtM: “The Hell's Decrees” é o mais recente trabalho da banda e foi
extremamente aclamado pelo público e imprensa. Como foi o processo de
composição do álbum?
Lohy Silveira: “The Hell’s Decrees” foi composto em praticamente 6
meses, em um processo de composição que consistia no Fabiano compondo a parte
instrumental no seu home studio e me enviando pela internet e eu compondo as
letras. Acertávamos detalhes e arranjos nos ensaios entre nós 3 e nas gravações
de pré-produção que ele fazia. Funcionou muito bem na ocasião, tanto que
repetimos esse processo para compor as 4 músicas que incluíram o relançamento
do “BOW”.
RtM: Vocês esperavam toda a repercussão recebida? Lohy Silveira: Acho que toda a banda espera que o seu trabalho mais recente seja bem
recebido, mas o “THD” superou nossas expectativas. Foi um trabalho intenso, e
nos dedicamos demais para dar nosso melhor em cada detalhe, então foi muito
recompensador ver que as pessoas se identificaram com esse “novo” Rebaelliun.
RtM: Obrigado, Lohy, pela atenção, fica o espaço para as considerações finais.
Lohy Silveira: Gostaria de agradecer ao Renato
pelo espaço e aos leitores do Road to Metal. Curtam a página do Rebaelliun no
Facebook, e sigam o Rebaelliun no Instagram. Lá postamos as novidades, shows,
merchandising, e nos comunicamos com a galera. Obrigado por todo o apoio e
continuem dando suporte ao underground. We are Legion!!
Entrevista por: Renato Sanson
Revisão e Edição Final: Carlos Garcia