quarta-feira, 31 de julho de 2024
Entrevista: Evil Sense
segunda-feira, 29 de julho de 2024
Cobertura de Show: Odin's Krieger Fest – 21/07/2024 – Carioca Club (SP)
O Odin's Krieger Fest é um evento anual esperado ansiosamente pelos fãs de metal e da cultura viking. Este ano, o festival não decepcionou, trazendo uma mistura de música e performances impressionantes.
A organização do evento foi muito boa. Desde a entrada, que contou com uma fila organizada e rápida, até a disposição dos expositores e áreas de alimentação, tudo foi pensado para proporcionar conforto e facilidade aos presentes.
A seleção de bandas foi um dos pontos altos do festival, que incluiu atrações nacionais como Eldhrimnir e Yön, além das internacionais Dogma e Wind Rose. Todas elas subiram ao palco e entregaram performances memoráveis.
A banda Eldhrimnir abriu a sequência de apresentações da noite, com uma explosão de energia e interação com o público. Um dos pontos fortes da apresentação foi a conexão intensa entre a banda e o publico, que responderam com entusiasmo a cada chamado. A vibração do público atingiu seu auge quando o vocalista pediu para abrir um círculo, onde ocorreram lutas 1x1, masculinas e femininas, criando um espetáculo único e cheio de adrenalina. A música "Ode à Cerveja", levantou todos os presentes, transformando o show em uma celebração contagiante.
O show da banda Yön é uma experiência completamente imersiva, transportando o público para as terras nórdicas através das histórias em cada uma de suas músicas. Os tambores, em sincronia com a batida do coração dos espectadores, criaram uma conexão poderosa que mantém todos hipnotizados. No palco do Odin's Krieger Fest, a banda tocou pela primeira vez duas músicas autorais, "Gestaþáttr" e "Att vi Ses Igen", que foram recebidas com entusiasmo.
Dogma entregou uma performance além do esperado no palco, com suas integrantes mostrando como a presença de palco pode contagiar o público. O show atingiu seu ápice durante as músicas "Pleasure from Pain," "Feel the Zeal," e "Free Your Self," com cada canção levando a multidão as alturas. A forma como as integrantes interagem com o público fez com que todos gritassem e cantassem cada vez mais alto.
O show da banda Wind Rose foi incrível com o público animado do início ao fim. Mesmo quando o som do microfone do vocalista Francesco Cavalieri falhou, a multidão seguiu cantando. Esse espírito se destacou ainda mais durante as músicas "Rock and Stone" e "Diggy Diggy Hole," onde todos cantaram como uma só voz, mostrando para a banda o poder de seus fãs. Foi uma verdadeira festa de metal e demonstração de espírito coletivo.
Além dos shows, o Odin's Krieger Fest ofereceu uma variedade de atividades. Entre os shows da banda Eldhrimnir e Yön, aconteceu uma demonstração de combate medieval feito pelo grupo Espada de Prata. Os stands de venda de produtos temáticos também atraíram muitos visitantes, proporcionando uma experiência completa incluindo tatuagens feitas no estilo nórdica
A variedade gastronómica também merece destaque. Com opções mais convencionais, havia algo para todos os gostos. Apesar de não haver uma variedade para vegetarianos e veganos, a qualidade e o sabor dos alimentos servidos foram elogiados por muitos participantes, principalmente em relação aos brigadeiros de hidromel e as pizzas vendidas no local. As filas para os stands de comida eram rápidas e eficientes.
O público presente estava claramente entusiasmado e em sintonia com o espírito do evento, muitos participantes vestidos a caráter, contribuindo para a atmosfera temática e única do Odin's Krieger Fest.
O Odin's Krieger Fest de 2024 superou todas as expectativas. A combinação de uma organização bem feita, atrações musicais de alta qualidade e um ambiente imersivo fez deste evento uma experiência inesquecível para todos os presentes no local. Para os amantes do metal e da cultura viking, este festival é, sem dúvida, um evento imperdível. Ao final, foi feito um anúncio sobre um show extra da banda Dogma em São Paulo.
Texto: João Gabriel Rodrigues Santos
Fotos: Roberto Sant'Anna (Roadie Crew)
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: OKF Produções
Mídia Press: Tedesco Comunicação & Mídia
Wind Rose
Army of Stone
Fellows of the Hammer
Drunken Dwarves
Mine Mine Mine!
Gates of Ekrund
The King Under the Mountain
The Battle of the Five Armies
The Art of War
Rock and Stone
Together We Rise
Diggy Diggy Hole
Tomorrow Has Come
I Am the Mountain
Dogma
Forbidden Zone
Feel the Zeal
My First Peak
Made Her Mine
Carnal Liberation
Free Yourself
Bare to the Bones
Make Us Proud
The Tribute
(Walk, The Trooper, Master of Puppets, Symphony of Destruction, South of Heaven, Laid to Rest)
Pleasure From Pain
Father I Have Sinned
The Dark Messiah
quarta-feira, 24 de julho de 2024
Cobertura de Show: Cobra Spell – 05/07/2024 – Jai Club (SP)
A Caveira Velha Produções, em parceria com a Som do Darma, teve a satisfação de realizar a primeira turnê do Cobra Spell, grupo estabelecido na Europa e composto exclusivamente por mulheres. Antes de dar início à série de shows pelo Brasil e América Latina, a banda realizou um encontro aberto ao público na loja London Calling, na Galeria do Rock, e concedeu entrevistas à imprensa no The Metal Bar, em Pinheiros.
A equipe do Road To Metal marcou presença no terceiro show da turnê, ocorrido em 05/07 (sexta-feira), na Jai Club. O evento contou com uma boa presença de público, que estava ansiosa pela estreia das talentosas musicistas na capital paulista. Além disso, a noite teve apresentações das brasileiras Vingança Suprema, Alefla e Wolfpire, que iniciaram suas performances de maneira pontual, com um ritmo acelerado e com problemas técnicos.
Coube ao Wolfpire encerrar a trinca de
bandas de abertura. Entre os três, foi a que casou uma leve atenção pelo visual
e as músicas de seu até então primeiro trabalho, “Naughty and Hungry” (2017),
que mescla a energia do Power Metal clássico com um pouco de Hard Rock. A
qualidade do som melhorou um pouco, embora ainda tenha enfrentado problemas,
principalmente com o microfone do vocalista Doug Muratore, que ficou inaudível
em alguns momentos. Além das composições originais, o setlist incluiu covers
poderosos de “Rebel Maniac” (Billy Idol) e “Here I Go Again” (Whitesnake), essa
última dedicada a Carlos “Nenê” Monteiro, dono do Malta Rock Bar, que há um mês
foi brutalmente assassinado em seu estabelecimento.
Sonia Anubis e a brasileira Noelle dos Anjos, dupla
de guitarras, também se destacaram pelos incríveis riffs e solos, que balançaram
intensamente a casa . A baixista Roxana Herrera – que captou toda a reação da plateia
com o seu smartphone desde o início – e a baterista Hale Naphtha demonstraram
um domínio rítmico preciso e envolvente.
As canções do full-length de estreia,"666", tomou conta do set-list, incluindo “The Devil Inside of Me”, a icônica “Satan Is a Woman”, “S.E.X”, “You’re a Cheater” e “Warrior From Hell”, que foram calorosamente recebidas, com todos entoando-as juntamente com a banda. Já dos EPs “Love Venom” e “Anthems of the Night”, foram selecionadas apenas Poison Bite, Accelerate e Addicted to the Night.
Em síntese, foi um show que ultrapassou as
expectativas, marcado pela excelente harmonia, presença de palco e encanto de
cada uma delas. A Cobra Spell vem demonstrando que estão se amadurecendo cada
vez mais, revelando que pode chegar em patamares cada vez mais elevados e se
consolidar como uma das principais bandas femininas ao lado de nomes do cenário
atual como Burning Witches, Nervosa, Crÿpta, Thundermother, e diversas outras.
Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Edu Lawless / Leandro Almeida (Vingança Suprema)
Realização: Caveira Velha Produções / Som do Darma
Mídia Press: Som do Darma
Cobra Spell
The Devil Inside of Me
Satan Is a Woman
Bad Girl Crew
S.E.X.
Love Crime
You’re a Cheater
Poison Bite
Accelerate
Warrior From Hell
High on Love
***Encore***
Addicted to the Night
segunda-feira, 22 de julho de 2024
Cobertura de Show: Discharge – 21/06/2024 – Carioca Club/SP
Noite Insana no Carioca Club: Show Inesquecível com Discharge, Midnight e Havok
No dia 21 de junho, o Carioca Club, em São Paulo, foi palco
de um dos shows mais aguardados pelos amantes do som extremo underground. O
evento reuniu os ingleses do Discharge, lenda do hardcore punk; os americanos do
Midnight, com seu Black/Speed Metal; e o Havok, banda de thrash metal, além da
banda de abertura de death crust Manger Cadavre?.
A noite começou com a banda Manger Cadavre?, do interior de
São Paulo, divulgando seu álbum “Imperialismo”. Apesar do público ainda estar
chegando, a vocalista Nata de Lima e sua banda conseguiram entregar uma
performance energética, com letras provocativas que ecoaram pela casa, deixando
uma forte impressão nos presentes. A presença de palco da banda foi marcante,
com Nata de Lima cativando o público com sua energia feroz, garantindo que cada
nota fosse sentida intensamente por todos que tiveram o privilégio de assistir
ao início desta noite de caos sonoro.
Com o público já aquecido, foi a vez da banda Havok subir ao
palco. Abrindo com "Point of no Return", a banda de thrash metal
levou a plateia à loucura. Hits como “Fear Campaign” e “Intention to Deceive”
fizeram o Carioca Club tremer, enquanto a energia da banda e a reação dos fãs
culminaram em um show memorável. David Sanchez, vocalista da Havok, comandou a
noite com maestria, apresentando também faixas como “Phantom Force” e “Give me
Liberty”, deixando os headbangers e punks exaustos e extasiados. O poder dos
riffs e a intensidade das letras fizeram de cada música um momento único,
transformando o Carioca Club em um verdadeiro reduto do thrash metal.
O grande momento da noite chegou com a entrada dos
americanos do Midnight, antecipando seu show em dez minutos. Com a casa cheia,
a banda encapuzada iniciou com “Black Rock’n’Roll”, uma mistura feroz de Venom
e Motörhead, executada brilhantemente pelo vocalista Athernar. A sequência de
músicas como “Lust Filth and Sleaze” e “Endless Slut” manteve a energia lá em
cima. O setlist contou com faixas de diversos álbuns, incluindo “Fucking Speed
and Darkness” do álbum Rebirth by Blasphemy, e clássicos como “Evil Like a
Knife” e “Satanic Royalty”, fazendo o público delirar. A agressividade e
velocidade da banda, aliadas à resposta eletrizante do público, criaram uma
atmosfera incendiária que transformou o show em uma verdadeira celebração do
speed metal.
Fechando a noite, os ingleses do Discharge subiram ao palco
um pouco mais tarde do que o previsto, mas não decepcionaram. Com uma entrada
poderosa ao som de “The Blood Run Red”, a banda entregou um show intenso e
cheio de clássicos. Faixas como “Fight Black” e “Hear Nothing, See Nothing, Say
Nothing” incendiaram a plateia, que respondia com rodas de mosh frenéticas. A
turnê intitulada "A Hell on Earth" foi representada pela faixa
homônima, além de outros sucessos como “Protest and Survive”, “Hatebomb” e “War
Is Hell”. O encerramento com “The Possibility of Life's Destruction” e
“Decontrol”, com a participação especial do Midnight, foi o ápice de uma noite
inesquecível.
O público, composto por headbangers e punks, fez jus à
expectativa do evento, respondendo com energia e entusiasmo a cada
apresentação. O Carioca Club, com sua acústica impecável e estrutura
acolhedora, mostrou-se o cenário perfeito para uma noite de pura adrenalina
musical. Ao final, ficou claro que cada banda, com seu estilo único e
performance avassaladora, contribuiu para fazer deste evento um marco na cena
underground paulistana.
Texto: Matheus Morbus
Fotos: Leca Suzuki (Whiplash.net)
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: GIG Music
Mídia Press: Tedesco
Comunicação & Mídia
Havok
Point of No Return
Fear Campaign
Hang 'Em High
Prepare for Attack
D.I.A.I.
D.O.A.
Intention to Deceive
Phantom Force
From the Cradle to the Grave
Covering Fire
Give Me Liberty...or Give Me Death
Time Is Up
Midnight
Funeral Bell
Black Rock'n'Roll
Lust Filth and Sleaze
Endless Slut
Expect Total Hell
Mercyless Slaughtor
F.O.A.L.
Fucking Speed and Darkness
Szex Witchery
Evil Like a Knife
Satanic Royalty
Violence on Violence
All Hail Hell
You Can't Stop Steel
Who Gives a Fuck?
Unholy and Rotten
Discharge
The Blood Runs Red
Fight Back
Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing
The Nightmare Continues
A Look at Tomorrow
Drunk With Power
A Hell on Earth
Cries of Pain
Ain't No Feeble Bastard
Protest and Survive
Hype Overload
New World Order
Corpse of Decadence
Hatebomb
Never Again
State Violence/State Control
Realities of War
Accessories by Molotov
War Is Hell
You Deserve Me
The Possibility of Life's Destruction
Decontrol
domingo, 14 de julho de 2024
Nightwolf: O Blackmore’s Night com distorção
Por: Renato Sanson
O Rio Grande do Sul sempre foi um celeiro de excelentes bandas de Rock e Metal. Sendo que por muito tempo, Porto Alegre era considerado a capital do Rock no Brasil. Bons tempos...
Muitas bandas aportaram com
excelentes materiais, umas continuaram e outras infelizmente não resistiram.
Mas hoje vamos falar de uma pérola do underground gaúcho que segue ativo e
destilando o seu bom Heavy Metal.
Os porto-alegrenses do Nightwolf lançaram em 2018 o seu EP de estreia – “Insane Moonlight” – trazendo aquela veia mais setentista de Rainbow, Sabbath e Whitesnake. Com influências celtas, deixando sua musica mais peculiar.
Podemos dizer que o Nightwolf é
um Blackmore’s Night com distorção. Devido à sua paixão pelo Folk e
trazendo elementos muito bem dosados em sua musicalidade. Tanto que, a banda é
referencia em feiras medievais, sempre sendo convidada, pois, casam muito bem com
essa tendência.
“Insane Moonlight” vem embalado
em bonito digipack com uma ilustração bem em volta do nome do grupo. Com uma
produção simples, mas satisfatória. Em termos de destaque posso mencionar a
excelente “Live Rock” que poderia estar fácil no álbum “Rising” do Rainbow e a enigmática
e instrumental “Jardins Suspensos da Babilônia”. Mostrando toda a técnica e
influencia celta em suas lacunas.
O Nightwolf segue tocando e
esperamos que em breve possamos ter um novo material desta banda, que, resistiu
ao teste do tempo e que continua brindando o underground gaúcho com suas notas.
terça-feira, 2 de julho de 2024
Cobertura de Show: Best of Blues and Rock – 22/06/2024 – Parque do Ibirapuera/SP
O verão fora de época levou o público paulistano para o anfiteatro (ao ar livre) do Ibirapuera, situado na zona sul de São Paulo, para mais uma edição do tradicional Best of Blues And Rock. O festival, que este ano voltou ao formato de um dia, tem como regra juntar os maiores nomes da guitarra elétrica e bandas de diferentes estilos dentro do cenário roqueiro. Outras capitais do Brasil, como Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte, também tiveram a chance receber o evento, só que com o line-up distinto do de São Paulo.
Vale sempre ressaltar o cuidado no que
tange a organização, respeitando o horário da abertura dos portões e do
cronograma dos shows, que começaram pontualmente no horário. Aqueles que
chegaram cedo aproveitaram o clima ensolarado para se bronzear, visitar os stands
dos patrocinadores, tomar aquela gelada, rever os amigos e adquirir os produtos
das atrações e do próprio festival, ou seja, um pacote completo para um dia
incrível, e o Best Of Blues..., mais uma vez, superou as expectativas.
A 11º edição teve as participações dos
guitarristas Zakk Wylde, Joe Bonamassa e Eric Gales ao lado dos brasileiros Di
Ferrero (vocalista do NX Zero) e CPM 22. As atrações nacionais renderam performances
até que interessantes, que agradou principalmente os fãs mais jovens e o público
da faixa dos 25 e 30 anos com hits que fizeram sucesso nos anos 2000 nas
principais rádios. Os mais velhos relevaram ambos os shows, alguns deles aproveitaram
para fazer as famigeradas piadas e gestos emotivos durante a primeira atração,
mas de maneira descontraída e sem maldade.
Assim que encerrou sua participação na
coletiva de imprensa, Eric Gales correu diretamente para o palco para mostrar
as suas habilidades para o público, que já era grande nesse momento. Com uma
carreira extensa e diversos álbuns lançados, o guitarrista – também conhecido
como Raw Dawg – encantou os fãs de longa data quanto aqueles que nem se quer
tinha ouvido falar, especialmente, com o seu energético Blues Rock.
Demonstrando grande alegria por estar mais
uma vez no Brasil, Eric incentivava incessantemente o público para aproveitar cada
momento do show, principalmente na hora que executou Put That Black, que foi precedida
por uma empolgante jam com influências de capoeira e a galera balançando as
mãos no estilo hip-hop. A música está presente no disco mais atual, “Crown”, que
dominou boa parte do setlist; Steep Climb, famosa por ter a colaboração de Zakk
Wylde, também foi um dos destaques. Porém, infelizmente, a esperada
participação não aconteceu.
Além das composições autorais, teve também
a presença das marcantes Voodoo Child (Jimi Hendrix) – seguida de uma emenda com
Für Elise (Beethoven) –, Kashmir (Led Zeppelin) e Back in Black (AC/DC), que encerrou
o show de forma arrebatadora. Após essa nova visita ao Brasil, Eric conquistou
novos admiradores não apenas pelo seu invejável talento na guitarra, mas também
por sua simpatia e humildade, vinda também dos músicos Nick Hayes (bateria) e
LaDonna Gales (percussionista e esposa do Eric). Após o término do espetáculo, Eric
fez questão de circular pelos arredores e posar para fotos com aqueles que o
abordavam.
Em seguida, foi a vez de Joe Bonamassa embelezar
o início da noite com toda a graciosidade de um verdadeiro Blues Man. O ilustre
guitarrista, que também é famoso por fazer parte do Black Country Communion ao
lado do Glenn Hughes, Derek Sherinian e Jason Boham, vem revolucionando o Blues
contemporâneo. Da primeira a última música, o nova iorquino – que não vinha ao
Brasil há onze anos – cativou todos com sua técnica impecável e estilo único de
tocar, demonstrando ser o nome mais respeitado do gênero nos últimos tempos.
Acompanhado por sua talentosa banda, Joe proporcionou um espetáculo e tanto.
O repertório foi focado nas músicas de
seu mais recente trabalho, “Blues Deluxe Vol. 2” (2023), que conta com apenas
duas composições próprias, uma delas é Hope You Realize It (Goodbye Again), que
começou o show em grande estilo, destacando os excelentes vocais de apoio de
Jade McCrae e Danielle De Andrea. Ainda deste álbum, também foram apresentadas
Twenty Four Hour Blues e Well, I Done Got Over It, trazendo um mix perfeito de
elegância e diversão à noite.
Self Inflicted Wounds e Double Trouble
foram as mais aclamadas durante a metade do show. A primeira, retirada do
excelente álbum “Redemption” (2018), destacou-se pela beleza em seus solos e
vocais magníficos de Joe, sendo o ponto alto da noite para mim. Enquanto a
segunda demonstrou todo o poder do tecladista Reese Wynans, famoso por ter
trabalhado com Stevie Ray Vaughan, com um solo de arrepiar de teclado. Seu
ritmo envolvente certamente fez com que a plateia masculina, acima dos 50 anos,
relembrasse os tempos frequentados nos tradicionais inferninhos.
O show encerrou com Just Got Paid, do ZZ
Top, onde Joe abusou de sua habilidade, que a cada ano se enriquece ainda mais.
No meio da música, houve espaço para uma breve interpretação de Dazed and
Confused, do Led Zeppelin, e um solo de bateria do Lemar Carter antes de todos
deixarem o palco. Joe, claro, foi calorosamente aplaudido e ovacionado ao gritos
de “Joe, Joe”.
Na última atração da noite, quem subiu ao
palco foi ninguém menos que Zakk Wylde, que já havia se apresentado na nona
edição do Best Of Blues..., em 2019, ao lado de Kenny Wayne Sheperd. Desta vez,
Zakk veio com o projeto Zakk Sabbath, que homenageia a maior instituição da
música pesada do mundo, o Black Sabbath.
A grande maioria, todos vestidos com
camiseta do Black Label Society, Pantera e Black Sabbath, tomou conta do local para
ver a incomparável performance do Zakk na guitarra desde cedo. Alguns não estavam
muito convencidos sobre a proposta de um show tributo, muitos, assim como eu, preferiu
um show com músicas originais que o Zakk compôs ao longo da sua carreira, e
olha que reportório – incluindo a carreira solo e o pouco lembrado Pride &
Glory – ele tem de sobra. Mas graças aos deuses (aludindo ao Viking do Zakk),
acabaram se rendendo com a ideia logo nos primeiros minutos de “Supernaut”.
A seleção das músicas é um dos pontos a
se evidenciar, que fugiu do tradicional Be a Ba. Poderia ter Iron Man,
Paranoid, Sweet Leaf e Black Sabbath? Claro que sim! No entanto, Zakk optou por
algo mais audacioso e percebeu que existem faixas tão excelentes quanto as
citadas, e algumas delas conseguiram fazer o público aplaudir, se animar e
vibrar, como foram os casos de Snowblind, Tomorrow’s Dream, Wicked Sword, Lord
Of This World e Hand of Doom.
Outro ponto interessante a ser destacado
é a forma como Zakk interpreta essas músicas guitarristicamente (sem tentar
forjar uma imitação ao mestre dos riffs Tony Iommi) e vocalisticamente, apesar
de haver uma pequena semelhança com a voz do seu antigo patrão. Zakk foi
simplesmente Zakk, do início ao fim, trazendo uma nova perspectiva para a obra
imortal do Black Sabbath com seu timbre e solos característicos.
E falando em solos, Zakk não poupou as
suas energias quanto a isso, chegando a estender certas músicas com extremo malabarismo,
deixando alguns irritados com tal façanha. Exemplos disso foi na hora de Under
The Sun/ Every Day
Comes and Goes e N.I.B. A cozinha, formada pelo baixista John DeServio (Black Label Society) e o baterista Joey Castillo (Queens of Stone Age, Danzig, Eagles of Death Metal, California Breed e etc.), também teve seus destaques. Os dois despojaram
todas as suas forças para entregar um som pesado e potente.
O Best Of Blues and Rock desse ano foi um
verdadeiro sucesso em todos os aspectos, oferecendo espaço excelente,
organização impecável e, sobretudo, atrações musicais de alta qualidade de variados
estilos, evidenciando que é possível unir pessoas de diferentes tribos e gostos
incomum de forma harmoniosa.
Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Roberto Sant’Anna
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Dançar Marketing
Mídia Press: FleishmanHillard Brasil
Di Ferrero
Um Brinde
Além de Mim
Daqui pra Frente
Intensamente
Só Rezo
Aonde é o Céu
Cedo ou Tarde
Corpo Fechado
Ligação
Hoje o Céu Abriu
Californication (Red Hot Chili Peppers
cover)
Polarizado
Outra dose
Pela Última Vez
Razões e Emoções
Sentença
Eric Gales
Smokestack Lightning (Howlin’ Wolf cover)
You Don't Know the Blues
Put That Back
Capoeira Jam (Berimbau)
Steep Climb
Too Close to the Fire
Voodoo Child (Slight Return) / Für Elise
/ Kashmir / Back in Black / Voodoo Child (Slight Return)
Joe Bonamassa
Hope You Realize It (Goodbye Again)
Twenty‐Four Hour Blues (Bobby “Blue”
Bland cover)
Well, I Done Got Over It (Guitar Slim
cover)
I Know Where I Belong
Self-Inflicted Wounds
I Want to Shout About It (Ronnie Earl and
the Broadcasters cover)
Double Trouble (Big Bill Broonzy cover)
I Feel Like Breaking Up Somebody's Home
Tonight (Ann Peebles cover)
The Heart That Never Waits
Just Got Paid (ZZ Top Cover) / Dazed and
Confused (Led Zeppelin Cover) / Drum Solo
Zakk Sabbath
Supernaut
Snowblind
Under the Sun/Every Day Comes and Goes
Tomorrow's Dream
Wicked World
Fairies Wear Boots
Into the Void
Children of the Grave
Lord of This World
Hand of Doom
Behind the Wall of Sleep
N.I.B.
War Pigs
segunda-feira, 1 de julho de 2024
Cobertura de Show: Conception - 09/06/2024 - Carioca Club/SP
Conception faz primeiro show no Brasil de forma alegre e encanta um Carioca Club não totalmente ocupado, mas animado
Evento definiu noite de Power Metal e Metal Progressivo com aberturas de Ego Absence, Armiferum e Maestrick; falhas técnicas são superadas por entrega dos músicos ao vivo
O debute da banda norueguesa
Conception no Brasil transformou a noite do último domingo (09) numa miscelânea
de momentos bonitos e marcantes para o grupo e para seus fãs no palco do
Carioca Club, Zona Oeste de São Paulo, apesar de uma pista não totalmente
ocupada e pontuais falhas no sistema de som. O evento, organizado pela Far
Music Entertainment, contou com as aberturas das bandas Ego Absence, Armiferum
e Maestrick.
Tal apresentação ocorreu após o
adiamento feito pela banda nas datas da América Latina. Inicialmente, a data
paulistana seria em 08 de março e haveria uma apresentação em Curitiba, no dia
10 do mesmo mês, além de apresentações em Santiago, no Chile, e na Cidade do
México, capital mexicana. Com o remanejamento, somente a capital paranaense
teve o evento cancelado.
No palco, todas as bandas de abertura
deram o melhor de si dentro de suas características musicais que englobam
principalmente o Power Metal e o Metal Progressivo. E foram essas diferenças
entre cada grupo que tornaram a noite mais interessante e levaram a destaques
musicais coletivo ou momentaneamente individuais. Além disso, a aposta em
músicas inéditas, no caso do Maestrick, e as participações especiais nos shows
do Ego Absence e Armiferum foram outros diferenciais de destaque da noite.
Já o Conception entregou um pacote
completo para seus fãs, com musicalidade, carisma, bons diálogos e interações
constantes com a plateia, principalmente de Roy Khan (ex-Kamelot) e Tore Østby
(ex-Ark). O guitarrista, inclusive, realizou um momento icônico ao caminhar
pelo mezanino e pela pista do Carioca Club, cumprimentando fãs e posando para
fotos enquanto executava um solo na reta final do show. O setlist de 17 faixas
(duas delas como bis) englobou sucessos dos lançamentos da banda nos anos 90 e
do mais recente álbum de estúdio, “State of Deception” (2020).
Do
início da noite às bandas de abertura
O início da noite daquele sábado,
quente e sem nuvens, permitiu uma ida tranquila ao local. A pequena parcela de
pessoas que esperavam na fila logo entrou e, minutos depois, todos os membros
da Imprensa.
Apesar de menos de um terço da pista
estar ocupada no início, não houve empecilhos para a primeira banda da noite se
apresentar com tudo.
Ego
Absence
O grupo de Power Metal, formado em 2014 e composto por Raphael Dantas (vocal), Vandre Nascimento (guitarra e substituindo Guto Gabrelon, que não pôde fazer o show), André Fernandes (baixo) e Augusto Bordini (bateria), abriu a noite no Carioca Club com um setlist de seis faixas, sendo quatro delas de seu primeiro álbum de estúdio, “Serpent’s Tongue” (2020), e dois outros lançamentos, sendo um deles o single “Colibri”, de 20 de fevereiro deste ano.
Logo de cara, os instrumentistas do
Ego Absence estavam postos após o abrir as cortinas. Após o início da
introdução de “The Fools Trap Symphony”, Raphael apareceu ao fundo do palco,
saudando o público e executando a faixa “Serpent’s Tongue”. Sua voz só ficou evidente
após a correção inicial do microfone, ao longo da música, que inibiu o volume
temporariamente. Nesse meio tempo, o instrumental da banda foi o destaque, com
as linhas de pedal duplo de Augusto e a condução das cordas de André e Guto.
Em “I am Free”, os gritos de “Hey”
comandados por Raphael trouxeram mais ânimo ao show. O vocalista do Ego Absence
passou grande tempo apoiado a um joelho no chão, o que provavelmente auxiliou
na boa execução vocal ao longo da faixa. Da mesma forma, ele passou por todos
os membros de banda para interagir de algum modo, inclusive no solo de Guto,
muito bem executado. Um detalhe importante durante a faixa foi a forma como uma
das barras de iluminação se postou: com luz branca direcionada para o palco e
com parte na direção do público, como uma encenação espiritual.
Raphael também brincou ao final da
música anterior, alegando que “a barra de
power já estava na metade”. Apesar disso, de nada atrapalhou nas músicas
seguintes, inclusive em “Wake Up to Life”. Nela, o destaque ficou para um
trecho em que André, no baixo, e Augusto, na bateria, tocam como se fosse uma
jam.
Outro grande momento de evidência da
apresentação – e da noite – ocorreu no mais recente single da banda, “Colibri”.
Çiça Moreira, que participa da faixa na versão de estúdio, não pôde comparecer
e a banda trouxe a cantora Priscila Reimberg para participar da faixa. O
público aplaudiu e muito durante a parte cantada por ela, assim como no final
da faixa, após o dueto com Raphael e um ótimo instrumental – lento e que
combinou com o potencial lírico das vozes no palco.
A última música do Ego Absence tocada
na noite foi “G.O.D.”, que retomou o ritmo veloz da banda. O pedal duplo da
bateria, somado às linhas de baixo e guitarra, deram um ótimo peso à faixa,
assim como o grande solo de guitarra de Guto. Na finalização do show, Raphael
ainda brincou com o público na hora da foto, pedindo para que não olhassem o seu
“cofrinho”. Foi a brecha para que a galera rissem da pista gritasse “Aí, Dantas, bela bunda”, em tom de
brincadeira. Uma finalização descontraída e que de nada atrapalhou o ótimo show
do Ego Absence.
Armiferum
O sexteto de São Paulo, composto por
Ian Gonçalves (vocal), Augusto Cardozo (guitarra), Fred Barros (guitarra),
Vithor Moraes (teclado), Rafael Bochnia (baixo) e Ivan Macedo (bateria) iniciou
a apresentação às 19h54, num repertório de cinco faixas que engloba o primeiro
álbum da banda, “Reach for the Light” (2023).
O grupo, um pouco mais apertado pela
quantidade de membros, conseguiu aproveitar os espaços durante a apresentação
para os momentos de destaque ou condução da música.
A introdução “Ad Lucem”, assim como no
primeiro álbum do Armiferum, emendou para “Climb The Mountain”, faixa que deu
as primeiras boas impressões da voz de Ian Gonçalves.
Já “Hellfire” mostrou o melhor do
poderio técnico dos instrumentistas. Fred Barros, por exemplo, solou com sua
guitarra de oito cordas.
“Heavy Heart” foi anunciada por Ian
Gonçalves como “a favorita de muitos”.
A faixa foi recheada de solos dos guitarristas e do tecladista Vithor Moraes.
Na sequência, “Bring The Light” contou com mais da técnica dos membros,
incluindo um Vithor mais solto no palco, com um teclado móvel e a ótima
condução de pedal duplo do baterista Ivan Macedo.
Por fim, sob agradecimentos às bandas
e a organização, o Armiferum chamou Pedro Zupo, vocalista do Living Metal, para
a música “Titans of Steel”. Zupo entrou com uma espada de metal temática, o que
chamou a atenção dos presentes durante a faixa, principalmente quando Ian a
pegou para imitar um solo de guitarra. Ótimo fechamento para o clima já animado
da abertura.
Maestrick
Os paulistas de São José do Rio Perto
optaram por um setlist diferenciado: foram cinco faixas do próximo álbum da
banda, “Espresso Della Vita: Lunares”, previsto para o primeiro bimestre de
2025. No lineup estavam Fábio Caldeira (vocal e piano), Renato Somera (baixo),
Heitor Matos (bateria), e Guilherme Henrique (guitarra).
O início, às 20h42, contou com um
Carioca Club mais cheio que nas faixas anteriores. Na primeira faixa, “Upside
Down”, a falha de som foi quase que generalizada, mas corrigida em questão de
segundos. A capacidade vocal de Fábio e o potencial instrumental dos demais
membros foi melhor percebida a partir da segunda faixa, “Boo!”..
A terceira, “Lunar Vortex”, foi
anunciada com muitas palmas após Fábio afirmar que ela terá a participação de Roy
Khan, vocalista do Conception, na versão de estúdio.
Em seguida, Fábio assumiu o piano e
tocou “Dance of Hadassa”, uma faixa que, segundo eles contará com um coral de
sobreviventes do Holocausto. O destaque ficou para o solo de guitarra de
Guilherme, que combinou com o vocal de Fábio.
Por fim, o Maestrick tocou “Ethereal”,
única faixa que foi lançada anteriormente, em fevereiro deste ano Ela também
foi a única do setlist que não foi tocada pela primeira vez ao vivo. A energia
positiva do público foi dividida com as falhas do microfone de Fábio que, no
meio da apresentação, teve que trocar com um dos microfones de backing vocal.
Ainda assim, foram ovacionados no final.
Momentos
antes de Conception
A rápida desmontagem dos instrumentos
usados na abertura logo deu um espaço maior para o palco e destacou ainda mais
o kit da banda principal.
Com a pista metade cheia, metade
vazia, às 21h27, as luzes se apagaram e as cortinas se abriram para o início do
primeiro show do Conception no Brasil. Naquele momento, um fã referenciou Roy
Khan com gritos de “O deus vai cantar!”,
que logo pararam com a entrada dos integrantes do Conception.
Conception
A introdução “Re: Conception”, que
também introduz o EP “My Dark Symphony” (2018), foi a trilha para a entrada dos
membros. Primeiro vieram Arve Heimdal (bateria) e Lars Andre Kvistum (teclado),
seguidos de Ingar Amlien (baixo) e Tore Østby (guitarra) e da tímida entrada de
Aurora Amalie Heimdal (backing vocal) Roy Khan (vocal principal) entrou por
último e concluiu a abertura, emendada na primeira faixa, “Grand Again”, do
mesmo álbum da trilha anterior e que deu início ao setlist de 17 faixas deste
show.
Na primeira faixa, Roy Khan deu as
primeiras boas impressões de sua performance, com a voz impecável e uma postura
corporal dançante, da mesma forma que demonstrou sua gratidão a quem compareceu
- bateu palmas - quando finalizou a faixa batendo em seu peito. Já Tore Østby
deu a letra do poderio de seus solos já nessa música.
Em “A Virtual Lovestory”, primeira
música representante do álbum “Flow” (1997), os membros do Conception se
mostraram mais soltos no palco. Roy Khan fez questão de realizar suas primeiras
aproximações a quem estava na frente da pista, algo que o baixista Ingar Amlien
também fez durante alguns momentos da faixa.
Roy, após a faixa anterior, fez sua
saudação em discurso, afirmando que aquela noite seria de arrasar: “Tonight Is gonna F*cking rock!”, disse o
frontman. Após isso, o grupo tocou “Waywardly Broken”, que compõe o álbum mais
recente do Conception, intitulado “State of Deception” (2020). Nela, há um
misto de linhas de guitarra mais calmas e de notas mais pesadas, além de mais
um solo marcante por parte de Østby.
A situação fica mais animada com “No
Rewind”. O riff estridente da guitarra se somou à performance de joelhos de
Khan, que também voltou a interagir com o público ao se aproximar dos que
estavam nas extremidades laterais. Apesar deste ânimo e de conseguir os
primeiros saltos de grande parte de quem estava na pista, era possível ver o
frontman do Conception pedir pela correção do retorno algumas vezes, em meio à
performance.
Foi após a terceira música que Roy
Khan se queixou do calor que fazia no local, fruto não somente de seu sobretudo
e de sua performance, como também da noite quente que fez em São Paulo. Nada
que o impedisse de seguir o show e, também, de elogiar a plateia: “You are Special” - “Vocês são
especiais”, em tradução livre.
Com isso, Khan chamou o público para
cantar alto a faixa seguinte, “The Mansion”, que fechou a sequência de três
faixas do último álbum lançado pela banda. Ela, na versão de estúdio, tem a
participação da cantora sueca Elize Ryd - vocalista da banda Amaranthe e que já
fez backing vocals para o Kamelot
durante diversos momentos da década de 2010. No entanto, quem fez sua voz
durante a faixa e, consequentemente, teve um momento de grande destaque, foi a backing vocal Aurora Amalie Heimdal que,
nas partes em que cantou e após isso, foi muito ovacionada pelos fãs presentes.
Roy Khan, mesmo que ainda no começo do
show, fez questão de afirmar que o Conception voltará ao Brasil em breve. Estes
e outros elogios foram seguidos de um pedido de barulho para a faixa seguinte.
“A Million Gods”, única faixa do álbum
“In Your Multitude” (1995) que foi tocada na noite, veio carregada das
poderosas linhas iniciais da guitarra de Tore Østby e do baixo de Ingar Amlien
- este um pouco mais alto que nas faixas anteriores. Ambos ainda fizeram outros
bons momentos individuais e em dupla na faixa, assim como Arve Heimdal trouxe boas
viradas de bateria. Os fãs presentes fizeram um grande coro para o refrão e
ainda se divertiram com o retorno ao palco de Roy após o solo de Tore, pois o
vocalista trouxe uma câmera portátil para gravá-los. Ao fundo, Aurora também
realizou gravações com o celular junto com um dos roadies da banda e atrás da
bateria de Arve, focando nos integrantes da banda e na plateia. O resultado de
tudo isso foi uma salva de palmas calorosa no final da música em questão.
A vibe alegre do público se manteve na
faixa seguinte, “Quite Alright”, um retorno ao repertório do EP “My Dark
Symphony”, por ter sido muito comemorada e cantada ao longo da execução da
banda. Já para os membros do Conception, foi mais uma faixa para manter o elo
com o público: Roy voltou a se aproximar da galera e chegou a pegar, pela
primeira vez no show, um celular de um fã da grade, no qual gravou rapidamente
o palco e os membros. Da mesma forma, o vocalista do Conception fechou os olhos
durante o solo de guitarra de Tore Østby, numa demonstração de que estava
“sentindo a energia” da faixa. No final da música, o vocalista “fincou” o tripé
do microfone no chão, encerrando a música na melhor forma performática
possível.
A apresentação do Conception chegou a
um momento acústico quando Tore Østby pegou o violão e Arve Heimdal foi à
frente com uma caixa e um chocalho. Dentro do discurso de Roy, mais uma menção
à energia positiva do público e felicitações à promotora do show no Brasil, que
estava na pista. E depois das menções, a banda veio a tocar a clássica “Silent
Crying”, do segundo álbum de estúdio da banda, “Parallel Minds” (1993). O coro
do público voltou às alturas, principalmente no refrão da faixa, incrementando
o instrumental perfeito da banda e o lindo vocal de Roy Khan.
A situação acústica seguiu com a faixa “Sundance”, que compõe o disco “Flow” e que tem uma pegada latina dançante. Não somente o violão de Tore ditou o ritmo, como também as palmas dos presentes na casa de eventos em determinados momentos da faixa. Alguns até arriscaram algumas dancinhas, mesmo que timidamente e, claro, todos aplaudiram calorosamente no final.
O retorno dos membros do Conception
aos seus postos veio em meio à iluminação vermelha no palco e uma longa
introdução do teclado de Lars Andre Kvistum, de modo sintetizado. Logo, veio o
reconhecimento da também clássica “Gethsemane” devido aos toques da bateria e
do baixo. Durante o riff de Tore, Roy Khan novamente subiu à posição da backing
vocal e admirou o guitarrista. Os fãs, claro, colaboraram com tudo ao pular e
cantar junto com Khan durante a música e, além disso, receberam mais um ato de
carinho do vocalista quando o mesmo apertou a mão de vários dos que estavam nas
partes frontais da pista.
Na sequência, Roy não somente
agradeceu o público novamente e os denominou como “os melhores”, como emendou para a música “Parallel Minds”, do álbum
de mesmo nome. O frontman do Conception guiou o público a gritar “hey” no começo e, em outro momento da
faixa, voltou a se aproximar de Aurora para cantar algumas partes e, ao final,
ainda brincou afirmando que voltaria no sábado seguinte para mais um show,
tamanha a energia do público presente. Tore, como se tornou costume no show,
executou incrivelmente o solo de guitarra da faixa.
O show foi levado a um ritmo mais
lento - apesar da forte iluminação no palco - com “Feather Moves”, mas foi
justamente nessa faixa que o principal acontecimento de toda a noite de
apresentações ocorreu: as idas de Tore Østby e Roy Khan para o público. E isso
ocorreu depois de ótimas execuções instrumentais dos membros da banda e do
vocal de Roy. Østby foi o primeiro e caminhou por meio do mezanino,
cumprimentou os fãs de cada cabine e, depois, desceu para a pista, por onde
caminhou enquanto era rodeado por grande parte dos fãs que, de alguma forma,
tentavam um cumprimento, uma foto ou a captação de um vídeo com o membro do
Conception. Tudo isso enquanto solava
com a guitarra. Roy foi mais discreto e caminhou apenas pelo mezanino.
Na volta ao palco, Tore foi amplamente
ovacionado pelo público, assim como Roy. Eles finalizaram a faixa e partiram
para a dançante “By the Blues”, marcada pela guitarra contagiante e também pela
falha do microfone de Roy, que causou um ruído mais agudo no final da faixa.
A reta final do show, anunciada pelo
frontman do Conception, veio com as faixas “Reach Out” e “She Dragoon”. Na
primeira, a introdução narrada numa ambientação de rádio, o instrumental mais
“eletrônico” do início e o semblante animado de Ingar Amlien e Arve Heimdal
deram o ar da música em questão. Já na segunda mencionada, o público voltou a
um agito mais evidente por meio dos pulos que a faixa, ainda mais agitada,
demandou. Aurora voltou a ter uma posição de destaque no show quando, na reta
final, fez o dueto com Roy dessa que foi a décima quinta música tocada na
noite.
Durante o encore, as palmas logo
viraram ovações quando Aurora apareceu com seu celular para gravar o público.
Em questão de segundos, Roy voltou com sua Câmera para mais gravações, junto
aos outros membros da apresentação e banda.
Os agradecimentos do frontman do
Conception antecederam a introdução da faixa “My Dark Symphony”, que encerra o
EP de mesmo nome e que teve seu refrão como principal foco de canto dos
presentes no Carioca Club.
A última música da noite foi “Roll the
Fire”, que compõe o álbum “Parallel Minds”. Roy a apresentou como “a música que todos esperavam”, algo que
ficou evidente com a comemoração ao riff de guitarra de Tore e aos pulos e
cantos coletivos que a plateia deu em peso durante a faixa. Os membros da banda
entregaram tudo o que podiam nessa faixa final, seja pelos solos de guitarra ou
pela voz afiada de Roy no refrão, seja pelas interações entre o baixista e o
guitarrista da banda.
O final do show seria perfeito, com
Tore Østby apontando o braço de sua guitarra para que os fãs tocassem, com as
fotos de fim de show e o jogar de palhetas e baquetas pelos membros da banda.
Seria, não fosse o princípio de briga causado na disputa de alguns fãs pelo que
parecia uma baqueta. Foram poucos, mas o suficiente para se questionar o porquê
de ter uma briga em um show de Metal Progressivo. O bom foi que não passou de
uma discussão e uma troca branda de empurrões e, principalmente, que ninguém da
banda viu e que isso se tornou muito, mas muito pequeno comparado à entrega e a
qualidade instrumental de todas as bandas naquela noite.
Texto:
Tiago Pereira
Fotos:
Amanda Vasconcelos
Edição/Revisão:
Gabriel Arruda
Realização:
Far Music Entertainment
Mídia
Pres: Tedesco Comunicação & Mídia
Ego
Absence
The Fools Trap Symphony
Serpent’s Tongue
I am Free
Wake Up to Life
Colibri (com participação de Priscila
Reimgerg)
G.O.D.
Armiferum
Ad Lucem
Climb the Mountain
Hellfire
Heavy Heart
Bring the Light
Titans of Steel (participação de Pedro
Zupo, vocalista do Living Metal)
Maestrick
Upside Down (estreia ao vivo)
Boo! (estreia ao vivo)
Lunar Vortex (estreia ao vivo)
Dance of Hadassa (estreia ao vivo)
Ethereal
Conception
Re:Conception / Grand Again
A Virtual Lovestory
Waywardly Broken
No Rewind
The Mansion (com Aurora Amalie)
A Million Gods
Quite Alright
Silent Crying (acústico)
Sundance
Gethsemane (com introdução estendida
no teclado)
Parallel Minds
Feather Moves (versão estendida devido
ao solo de Tore Østby enquanto caminhava pelo mezanino e pista do Carioca Club)
By the Blues
Reach Out
She Dragoon
***Encore***
My Dark Symphony
Roll the Fire