segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Sioux 66: Crescimento Contínuo



Nesses 4 anos de atividade, o Sioux 66 reativou uma coisa que estava apagada e sumida aqui no Brasil: o Hard Rock, que antes de terem surgido, havia um mínimo de bandas em cena. O Hard Rock moderno, com influências dos anos 90, atraiu muita gente, chamando atenção dos importantes festivais do Brasil (até alguns de fora) e de bandas consagradas, tanto que, há dois meses, foi a banda de abertura do show do Aerosmith em São Paulo. Ainda acreditando que pode ir cada vez mais longe, o quinteto mostra do que é capaz no seu segundo disco, “Caos”.

O comportamento musical, se comparado ao EP de estreia e ao sucessor disco “Diante do Inferno” (2013), continua o mesmo. A pegada ‘punch’ aderente (municiados pelas guitarras compactas e maciças) e as letras cantadas em português permanecem íntegras e de alta qualidade, bebendo da fonte de grandes nomes como Guns N’ Roses, Aerosmith e The Cult, ligando também caminhos que percorrem todas as vertentes do Rock, dando mais energia com os tramites do Heavy Metal, Punk Rock e Rock N’ Roll, além de experimentar coisas não tão usais diante de sua proposta principal.

A produção foi manejada pelo Henrique Baboom. Uma escolha mais do que certa, pois a parceria da banda com o produtor já dura há muito tempo, talvez sendo o produtor que mais sabe lidar com bandas de Hard Rock e suas vertentes, o que acaba ajudando muito. A mixagem e masterização ficou a cargo do conceituado Brendan Duffey, deixando a sonoridade do disco bem aberta e sólida. A capa é uma ilustração do Edgar S. Paxson, do quadro Custer’s Last Stand, em 1899, que representa a batalha dos índios Sioux com a realidade de hoje. 
O disco irá agradar todos os fãs de Hard Rock em geral. Não se prendendo a rótulos e inovando cada vez mais, a banda consegue trazer a aproximação através de composições inteligíveis, atraindo não só o fã de Hard Rock, mas sim do Rock em geral. E, claro, a banda só tem a ganhar com isso, podendo o nome da Sioux  cruzar algumas fronteiras.


Batidas cavernosas de bateria dão inicio para “Caos”, que é regado de riffs ganchudos, assim como o instrumental arrastado. E a letra reflete bem o perigo que percorre nas ruas do Brasil; “Tudo Que Restou” (música de trabalho) saca andamentos mais rápidos e concisos, temperado por arranjos melódicos, patenteados por refrãos abrangentes; “Meu Lugar” exibe um Hard Rock na linha do The Cult, e já tem um jeitão mais Rock N’ Roll e clássico, deixando isso visível no trabalho de guitarras, principalmente em questão de harmonia e solos.

“O Que Te Impede de Viver” trilha nuances retrospectivas, alinhando intervenções do Hard Rock dos anos 90, destacando a forte presença rítmica da banda (prestem atenção no baixo); “O Homem Que Nunca Mudou" dosa momentos de praticidade, colocando a experimentação da banda através do feeling do Blues, ganhando mais exuberância com a presença da gaita; “Libertad” é instigante, esmerando um clima ermo através de simples simetrias acústicas; “Minerva” consegue assimilar cadência e ritmos quebrados na medida certa,  ganhando energia e adrenalina na ponte final.


“Desarmado” traz um instrumental mais direto e estável, apadrinhados por riffs precisos e mais diretos; “Pra Sempre” é uma linda balada, onde a banda consegue trazer um ambiente intimista, transmitindo até algo tipo um clima de luau. O álbum encerra com o cover de “O Calibre”, do Os Paralamas do Sucesso, que ficou mais pesada na versão dos Sioux, não devendo nada pra versão original.

Em se tratando de Sioux 66, só no resta esperar coisas boas e grandes. E após esse lançamento, por uma gravadora mais ‘main-stream’, não restam dúvidas de que eles podem ir mais longe, e o sonho de viver da música para alguns pode deixar de ser utopia;

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Sioux 66
Álbum: Caos
Ano: 2016
Gravadora: Sony Music
Assessoria de Imprensa: Hoffman & O’ Brian

Formação
Igor Godoi (Vocal)
Mika Jaxx (Guitarra)
Bento Mello (Guitarra)
Fabio Bonnies (Baixo)
Gabriel Haddad (Bateria)



Track-List
1- Caos
2- Tudo Que Restou
3- Meu Lugar
4- Seu Destino
5- O Que te Impede de Viver?
6- O Homem Que Nunca Mudou
7- Libertad
8- Minerva
9- Desarmado
10- O Rei (O Que Te Faz Estar Aqui)
11- Pra Sempre
12- O Calibre (BonusTrack)


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sábado, 26 de novembro de 2016

Metallica: A Continuação Natural 25 anos Depois



Uma banda gigantesca como o Metallica sempre é cercada de grande expectativa, e se ao vivo o grupo seguiu empolgando em suas apresentações,  não podemos dizer o mesmo dos seus discos lançados após o mega sucesso “Metallica”, de 1991 (ou como é mais conhecido, “Black Album”) , o qual também sofreu resistência por parte de fãs mais radicais porque a sonoridade era mais “limpa” e mais comercial, com a banda alcançando uma popularidade muito grande, indo além do nicho do Heavy Metal.

Os experimentos do grupo, que chegou a dizer que não eram mais uma banda de Metal propriamente, não caiu bem entre muitos fãs, e álbuns como “Load” (1996) e “Reload” (1997) e  principalmente "St. Anger "(2003), traziam um Metallica cada vez mais longe da sonoridade de outrora, e o que é pior, com composições pouco inspiradas, parecendo que a banda estava acomodada com o sucesso (fora os problemas internos, que quase causaram o fim da banda, e são relatados no documentário “Some Kind of Monster”. Em 2008, com “Death Magnetic”, o quarteto aproximou-se do Metal mais pesado e agressivo e do Thrash Metal dos primeiros álbuns, porém, em composições ainda muito abaixo do que era esperado, nada que fosse marcar a história do grupo, como um “Master of Puppets” ou o próprio “Black Album”.


Oito anos após, chega o novo álbum, “Hardwired...To Self-Destruct” (Construído...Para Auto Destruição), lançado oficialmente no dia 18/11, o primeiro sob o próprio selo, Blackned Recordings. Muitos anos já sem nutrir expectativas de que a banda fizesse algo que pudesse me empolgar  novamente, fui conferir o álbum, e não é que, de uma audição que eu esperava ser desinteressante, acabou sendo surpreendente, e finalmente posso dizer que o Metallica voltou a mostrar gana, composições fortes e pitadas de inspiração. Não posso dizer que é um novo “clássico”, mas com certeza é o melhor disco desde o “Black Album”, vão-se aí 25 anos!

O álbum é duplo, tendo 12 músicas, e uma das grandes sacadas é que a banda fez vídeos para todas as músicas, os quais todos puderam ir conferindo no Youtube. Genial mesmo, mostrou uma visão do que está ocorrendo atualmente, e é algo digno mesmo de uma banda gigante. Outro fato interessante é que somente James Hetfield (guitarra e vocal) e Lars Ulrich (bateria) compuseram praticamente todo o álbum, dividindo a produção com Greg Fidelman (que tem em seu currículo trabalhos  com Black Sabbath, Slayer, U2, Red Hot Chilli Peppers entre outros). Um álbum que finalmente me soou como a evolução natural pós “Black Álbum”, no qual apresentaram uma sonoridade mais técnica, e até mais acessível, mas sem perder o peso.

Falando um pouco das músicas, “Hardwired”, por exemplo, abre o álbum de forma veloz, direta e agressiva; a seguinte, “Atlas, Rise!”, uma das melhores em minha opinião, traz ótimos riffs, várias trocas de andamento, que lembram bastante os primeiros álbuns, mas com a técnica atual. Nela se destacam as influências do Metal Tradicional, principalmente da cena inglesa dos anos 80 (NWOBHM, com certeza!), com guitarras dobradas que remetem ao Iron Maiden, por exemplo (a faixa "Am I Savage?", me remeteu diretamente a isto também, pela sonoridade e uma certa referência no título ao clássico "Am I Evil?", do Blitzkrieg, "coverizado" pelo Metallica). 

“Moth into Flame”, é a quarta faixa, é outro destaque, e aí a essa altura a desconfiança e desinteresse que eu tinha dissipou-se. Música forte, com belo trabalho de guitarras, e para mim o melhor vídeo também, ao lado da “Murder One” (referência ao cabeçote de baixo signature de Lemmy), homenagem a Lemmy Kilmister (Motorhead), falecido ano passado.  As melodias e cadência de “Manunkind” e a velocidade e pegada Thrash mesclada a elementos do Metal Tradicional da locomotiva de  “Spit out the Bone” merecem menção especial também, esta uma das mais pesadas ao lado da faixa de abertura; "Now That We're Dead", mesmo com as "colagens" de bateria, é bem legal, com aqueles riffs mais arrastadões, enfim, composições em um muito bom nível, e o principal é que o Metallica finalmente voltou a demonstrar que tem sim ainda muito a dar aos fãs.

Cena do vídeo que homenageia a lenda Lemmy, com a música "Murder One".
Talvez fossem mesmo necessárias todas as fases anteriores, para o grupo voltar a fazer algo dentro do que se espera deles, e de qualquer grande nome. Peso, momentos inspirados, técnica, trazendo elementos do passado sem deixar de soar contemporâneo, produção e sonoridade excelentes. Os fãs ficarão satisfeitos com “Hardwired...To Self-Destruct”, e se não é um álbum nota 10, merece no mínimo um 8,5 e um emoji com carinha feliz! E olha, é um álbum que acredito, crescerá ainda. 

Texto: Carlos Garcia
Fotos Divulgação
Selo: Blackned Recordings

Track-List:
CD 1:
01.
 Hardwired
02. Atlas, Rise!
03. Now That We're Dead
04. Moth Into Flame
05. Dream No More
06. Halo On Fire

CD 2:
01.
 Confusion
02. ManUNkind
03. Here Comes Revenge
04. Am I Savage?
05. Murder One
06. Spit Out The Bone








terça-feira, 22 de novembro de 2016

Panzer: Resistência em Nome do Metal



São 25 anos de carreira já, muitas conquistas, alcançadas com muito trabalho e superando adversidades, e a cada nova etapa o Panzer parece voltar ainda melhor e mais forte, e após as mudanças na formação vindas depois do lançamento do DVD "Louder Day After Day" ano passado, André Pars (guitarras) e Edson Graseffi (bateria), encontraram em Sérgio Ogrês um vocalista perfeito para a proposta de voltar a fazer um som mais calcado no Stoner e Metal dos anos 90, como o Pantera e BLS, e claro, ouvindo o álbum você vai perceber muito do Black Sabbath, logicamente.

Produzido por Henrique Baboom e pelo André, que também acabou gravando, além das guitarras, as linhas de baixo, já que Fabiano Menon, que havia entrado na banda (inclusive aparece na capa do CD), acabou deixando o posto por razões pessoais, "Resistance"realmente, como anunciado por André e Edson, traz uma sonoridade bem Stoner, mesclando-se aos elementos Thrash e Metal Old School.

O excelente trabalho nos riffs e cozinha pesada e trabalhada, com a habilidade de Ogrês em variar os vocais, apresentando linhas agressivas, limpas e rasgadas, lembrando bastante Phil Anselmo em vários momentos (bom, o cara cantava na banda tributo ao Pantera, Unscarred), mostrou perfeito encaixe, e temos em "Resistance" um álbum forte, inspirado, orgânico e com variações dinâmicas e empolgantes pelas 12 faixas.


Após o dedilhado da intro "96", "The Price" entra mostrando de cara esse lado mais Old School, em nuances bem Black Sabbath (lembrou-me também algo dos primeiros solos de Ozzy), riffs empolgantes, batera com pegada fenomenal, e Sérgio passeando por vocais limpos e agressivos. Destaque para o solo de André, nesta abertura perfeita. A sonoridade mais anos 90, já aparece com vigor em "Impunity", com andamento mais arrastado, e mais um grande trabalho de Ogrês nos vocais; "No Fear" é bem na linha do Thrash mais contemporâneo, com Edson sentando a mão, a cozinha aqui ficou com um peso absurdo!

"To Scream in Vain" já joga de cara seus riffs Stoner, convidando a bater cabeça. A veia Pantera aparece com força novamente; "Alone" é mais arrastada, embora tenha variações, onde podemos ouvir trechos mais limpos, inclusive nos vocais, e transpira Sabbath em seu riff principal; "Attitude" traz contrastes bem legais, com um riff mais direto e tradicional, para em seguida soar mais Stoner, com vocais numa linha bem Hardcore de Ogrês; "Do It!" é Thrash direto e bem na cara.

"The Old and the Drugs For Soul" tem cadência e doses de groove, aliadas a passagens mais rápidas; "The Resistance" apresenta muito peso e agressividade, com a batera sendo espancada sem dó e vocais raivosos; e fechando o álbum a curta e melancólica balada "You Don't Have Tomorrow" e  "Actitud", uma versão em espanhol para "Attitude".

Um álbum, que desde os primeiros momentos faz você sentir que é mais um grande trabalho do Panzer, temperado com muito Stoner, Thrash e Metal Old School, e acima de tudo, soa orgânico e verdadeiro. O tanque continua cada dia mais alto e mais forte!

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Panzer
Álbum: "Resistance" 2016
País: Brasil
Estilo: Thrash/Stoner/Heavy Metal
Produção: André Pars e Henrique Baboom
Arte de Capa: Edson Graseffi
Selo: Shinigami Records 


Track List:
1. 96
2. The Price
3. Impunity
4. No fear
5. To Scream in Vain
6. Alone
7. Attitude
8. Do It!
9. The Old and the Drugs for Soul
10. The Resistance
11. You may not have tomorrow
12. Actitud
 
Canais Oficiais:

domingo, 20 de novembro de 2016

Heryn Dae: Heavy/Power Metal de boa qualidade


Heavy Metal sob as influências de J. R. R. Tolkien, assim temos a “Dama das Sombras” ou melhor dizendo, em linguagem élfica, o quarteto catarinense Heryn Dae, que traz em seu Debut autointitulado (2016) uma boa mistura de Metal tradicional com o Power Metal, tendo fortes influencias não de uma Dama, mas sim da Donzela de Ferro.

Ao que tange o instrumental temos boas melodias assim como a construção rítmica, que transita entre momentos mais rápidos e outros mais cadenciados, trazendo paradinhas certeiras, assim como os refrãos pegajosos. Algo que chama a atenção e que pode soar com estranheza, são as linhas vocais de Victor Moura, que mostra grande alternância, pois em uma determinada parte do disco temos Victor cantando mais limpo e melodioso, e ao decorrer do trabalho, os drives e agudos entram em cena, parecendo outra banda, o que faz o disco começar de um modo e terminar de outro surpreendentemente.

Em termos de produção poderia ser melhor esmerada, pois soa abafada e tira certo brilho das ótimas ideias das composições, que mesmo tendo todos os clichês do estilo soam bem-feitas e cheias de feeling.

Se você procura por Heavy Metal cheio de construções melodiosas e sem exageros datados, o Heryn Dae irá encher seus ouvidos de alegria.


Resenha por: Renato Sanson


Links de acesso:

Formação:
Victor Moura - Vocais
Juliano Bianchi - Guitarras
Ricardo Bach - Baixo
Cristiano Batera – Bateria

Tracklist:
1. March to Die
2. Final Fantasy
3. Heryn Dae
4. Death
5. Shadow’s Prologue
6. Lucy
7. Kings of the Anarchy

8. Evil Fortress

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

The Cross: Resgatando Sua História!



A importância do Black Sabbath para o Heavy Metal foi enorme! E isso não pode se negar, pois grande parte do que vemos hoje é graças ao quarteto de Birminghan. Afinal, o que seria a música pesada, resultando no Heavy Metal, sem eles? Mas fora isso, por conta da plástica sonora deles, foi criado um gênero soturno e sombrio: o Doom Metal, que não é plausível pra muitos, mas que tem grandes bandas como Candlemass, Paradise Lost, Cathedral, Trouble e entre outras. E aqui no Brasil, temos os baianos do The Cross, fazendo jus ao estilo com o  EP “Flames Through Priests”.

Pra quem achas que estamos diante de uma novidade estão muito enganados. A banda, formada em 1990, é considerada a pioneira do estilo aqui no Brasil, ficando 18 anos parado, retornando apenas esse ano. E nesse seu primeiro trabalho fonográfico, o quinteto investe numa sonoridade parruda, lenta, arrastada e crua, com guitarras ardentes e altivas, norteados pelas ótimas variações rítmicas, adicionando também um pouquinho de Death Metal, explicito nos vocais do Eduardo Slayer.


A produção foi chefiada pelo Eduardo, sendo que a parte de engenharia é ordenada por Sidnei “Grim” Falcão, no SD Studio. E o que vemos aqui é uma sonoridade bem crua e mórbida, mas ao mesmo tempo suja, não significando que a qualidade das músicas seja de baixo nível, pois as músicas demandam esse tipo de proposta, tendo alguns momentos limpos e claros em algumas ocasiões. A capa, desenvolvida por Alex Rocha, é tenebrosa, exemplificando o que é passado no instrumental e nas letras.
Nesse trabalho, a banda ousa em músicas mais longas, que ora há mudanças de andamento e ritmo, mas que não chega a esgotar os ouvidos, podendo ouvir o disco abertamente e se atentar a cada arranjo de guitarra, ótimo em todos os detalhes.


O EP inicia com duas inéditas, a primeira é “Cursed Priest”, que é repleto de mudanças de andamento, mantendo o clima tétrico e lutuoso, havendo também momentos mais melancólicos e limpos; “Sweet Tragedy” é ainda mais sinistra que a anterior, vindo de guitarras pesadas e gordurosas, havendo bastante técnica na parte rítmica; “Flace Of Deceit”, “The Fall” e “Scars Of AnIlusion”, faixas da primeira Demo Tape, completam o EP como faixas bônus. E, claro, a produção é muito abaixo das duas inéditas,mas é uma forma de poder resgatar o inicio da banda.
Que a volta desses baianos persista por muito tempo, nos trazendo grandes trabalhos e novidades daqui pra frente. 

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: The Cross
EP: Flames ThroughPriests
Ano: 2015
Gravadora: Eternal Hatred Records

Formação
Eduardo Slayer - Vocais
Elly Brandão - Guitarras 
Pedro Maia - Guitarras
Luciano Nogueira - Baixo
Alex Rocha - Bateria

Track-List
1.    CursedPriest
2.    SweetTragedy
3.    Flames OfDeceit
4.    The Fall
5.    ScarsOfAnIllusion

Contatos 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

The Agonist: Permitindo-se Ir Além




A banda canadense The Agonist faz uma mistura de Metalcore e Death Metal Melódico. Com Vicky Psarakis nos vocais (que entrou na banda após a ida de Alissa White-Gluz para o Arch Enemy), a banda se destaca pela alternação dos vocais rasgados e agressivos e partes limpas. Destaca-se também o instrumental intenso, técnico e empolgante. Em outubro a banda lançou o álbum "Five" pela Napalm Records. “The Moment”, música que abre o álbum, tem um refrão com certo apelo comercial, talvez por isso tenha sido escolhida para clipe. “The Chain” é uma porrada que explora bem a versatilidade vocal de Vicky. A pesada “The Anchor and the Sail” com certeza é uma música para se ouvir repetidas vezes. 

Em “The Game”, simplesmente me apaixonei pelos vocais limpos dessa música, cheios de emoção, é uma pena ter apenas 2 minutos e 51 segundos! Também me viciei na música "The Ocean", a mistura perfeita de peso e melodia. Da melhor qualidade, “The Hunt”, também já ganhou vídeo, com certeza foi uma boa escolha. Desde a entrada de Vicky para a banda, o The Agonist tem se permitido ousar mais, por exemplo em "Raven Eyes", onde o peso foi substituído por um violão e instrumentos de cordas ao fundo. O álbum segue com um pequeno instrumental orquestrado, “The Wake” nos deixa na expectativa do que vem em seguida



Em “The Ressurrection” torna-se marcante pela forte pegada da bateria. Em “TheVillain” mais uma vez Vicky prova que dá conta do recado tanto nos vocais mais calmos e melódicos, quanto nos vocais mais agressivos, a música ainda merece destaque pelos solos de guitarra. Mais um excelente trabalho deste álbum é a pesada “The Persuit of Emptiness”. Em seguida, a lenta “The Man Who Fell The Earth”, com um vocal potente e cheio de feeling. Apesar de não ser das mais pesadas, “The Trial” também está na lista das minhas favoritas. E para finalizar com chave de ouro a faixa “Take Me To Church”, cover do cantor irlandês Hozier.

Five mostra um The Agonist, corajoso, ousado, sem medo de experimentar coisas novas, sem perder sua identidade sonora. É um álbum mais acessível em relação aos anteriores, muito bem produzido. Irá agradar a quem já é fã da banda, mas com certeza atrairá quem ainda não conhece. Sou um pouco suspeita, mas dos lançamentos de 2016, este álbum está na lista dos meus favoritos.
 Rate:9/10
 
Texto: Raquel de Avelar
Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: The Agonist
Álbum: "Five" 2016
Estilo: Melodic Death Metal, Metalcore
País: Canadá
Selo: Napalm Records

 
Line Up:
Vicky Psarakis: Vocais
Danny Marino: Guitarras
Chriss Kells: Baixo
Simon Mckay: Bateria
Pascal "Paco" Jobin: Guitarras
 
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