quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CROTCHROT: Nem o Kid Bengala Escapou!


O que um fã de Goregrind gostaria em uma banda: nojeira, podridão, violência sonora e letras românticas. E é isso que você encontra no EP de estreia dos curitibanos do CROTCHROT, isso mesmo CROTCHROT: “Aroma pungente oriundo da região do púbis genital característico de quem tem doença venérea em progressão”.

Seguindo a linha clássica do Goregrind “Pata De Camelo” é diversão garantida, letras bem humoradas (e claro pútridas), instrumental seco e direto, com direito a d-beats e alguns blasts que tornam a sonoridade bem agressiva.


Formado atualmente por Muringa (vocal), Cynthia (guitarra), Angela (baixo) e Leonardo (bateria) - (sendo que as baterias do EP foram gravadas por Magno Vieira), o grupo não economiza em soar repulsivo, basta ouvir “Orgia de Crackudo”, “Molho Madeira”, “Kid Bengala” ou “Cachorro Transante” trazendo vocais sob efeitos e grunhidos atormentados com um instrumental coeso e simples, despejando temas líricos bem humorados e proibidos para menores de 18 anos.

A produção dessa “patada” ficou a cargo de Fabio Gorresen e pode-se dizer que fez um excelente trabalho, deixando a banda espumando raiva.


Um trabalho consistente, divertido, agressivo e indigesto, se você é fã do bom e velho Goregrind com pitadas de Porn aí está há banda CROTCHROT, certamente arrancará seu pescoço do lugar!

Resenha por: Renato Sanson


Conheça mais a banda:



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Entrevista - Forgotten Tomb: Depressivo, Gélido e Influente


O Forgotten Tomb surgiu em meado dos anos 2000 na pacata cidade italiana de Piacenza, onde seu mentor e líder Herr Morbid iniciava o que viria a ser chamado de Depressive Black Metal.

Uma sonoridade distinta, mas que carregava muita influencia do Doom Metal, aliado aos momentos mais frios do Metal negro.

Passados quinze o FT se consolidou no estilo, se tornando referencia para muitas bandas mundo a fora, e construindo uma bela base de fãs.

Conversamos com seu criador o guitarrista/vocalista Herr Morbid, que nos fala sobre a possível vinda da banda ao Brasil, novo disco, o que acha do termo Gothic, influencias e muito mais!

Confira agora mesmo:


Road to Metal: O Forgotten Tomb está na ativa há quinze anos, onde pratica um Black Metal com influencias de Gothic e Doom. Como surgiu esta mescla, e vocês imaginariam que chegariam tão longe com uma sonoridade tão oriunda?

Herr Morbid: Nós nunca tivemos qualquer influência gótica e eu, pessoalmente, desprezo tudo associado a esse termo, exceto o álbum do Paradise Lost "Gothic" e Type O Negative (o que não era "gótico" para mim de qualquer maneira). "Gothic" na minha visão significa mulheres vestidas como Morticia Addams, vocais operísticos femininos e teclados orquestrais, e nunca teve nada disso.

O FT foi um dos criadores do que é hoje em dia chamado de Depressive Black Metal, porém o fato é que eu desprezo o que as pessoas querem dizer com essa definição nos dias de hoje também. Nós originalmente misturamos coisas Black Metal como Burzum, Manes, e Thorns com o antigo Doom/Death precocemente assim como Paradise Lost e Katatonia, o tradicional Doom Metal, como Black Sabbath e Saint Vitus e Dark-Wave dos anos 80, como Joy Division e Sisters Of Mercy. Ao longo dos anos temos implementado algo do clássico Hard Rock, e as influências alternativas dos anos 90 e de Sludge em nosso som. Eu acho que o sucesso veio junto, porque estávamos sendo muito originais quando começamos este som peculiar e as letras eram diferente do seu habitual "Satanás", "florestas", "Viking", "montanhas" e besteiras como essa. Nós introduzimos a miséria urbana e letras temáticas e psicológicas, fodidos pensamentos no Black Metal. Eu também acho que nós tivemos a coragem de evoluir álbum após álbum e para incluir novos elementos, sem esquecer o passado...

RtM: Em 2012 vocês lançaram seu sexto álbum da carreira, “...And Don't deliver us from evil”, que mostra o lado Doom mais presente, com inserções mais sombrias e climas mórbidos. Como foi o processo de composição do mesmo?

HM: O álbum nasceu de um momento muito atormentado da minha vida e ele mostra isso. As letras das músicas são muito extremas e a música propriamente dita, foi uma boa mistura de FT e novos elementos "Love’s Burial Ground " (FT-era), como os riffs de groove e andamentos.

Os elementos Darkwave estavam presentes também, como na canção "Adrift". Ele foi muito agressivo, mas mantivemos uma atmosfera muito estranha e mórbida. Eu também gostei do vasto uso de guitarras acústicas. O álbum inteiro parecia muito frio e sem esperança, mas também muito furioso.

Ultimo lançamento da banda, que apresenta influencias que vão do Darkwave ao Black Metal
RtM: Já existe material novo sendo composto? Se sim, ele seguira a linha dos dois últimos trabalhos?

HM: O novo álbum foi gravado e será lançado nos próximos 2-3 meses pela Agonia Records. Nós gravamos com o produtor norueguês Terje Refsnes (Carpathian Forest, Geena, Novembre) e fomos para uma abordagem mais old-school para o som, tudo soa muito natural e direto, em comparação com os últimos dois álbuns que foram mais frios e um pouco mais produzidos.

Este é menos mecânico e mais orgânico, soa muito "ao vivo" de alguma forma. Estilisticamente as peças de groove foram aumentadas embora haja também algumas batidas da explosão da velha escola e nossas linhas de guitarra base clássicas e melancólicas. Parece muito dos anos 90 em um sentido amplo, ou seja, ele recebe influências de Alternative Metal, bem como Black Metal dos anos 90, tudo soa muito anos 90 sobre este novo álbum. Ao mesmo tempo, na mixagem conseguimos soar muito atuais em comparação ao o que a música oferece nestes últimos tempos.

Herr Morbid
RtM: Ouvimos rumores que o FT virá ao Brasil, isso é verdade? Se sim, o que os fãs podem esperar? Pois é sabido que a banda tem muitos seguidores pela America do Sul.

HM: No momento, estamos considerando uma pequena turnê no Brasil com um promotor, sabemos que temos uma forte base de fãs na América do Sul e estamos planejando isso há um bom tempo, mas os planos sempre davam completamente errados por um motivo ou outro.

Vamos torcer para que desta vez as coisas funcionem para que possamos trazer a nossa doença  musical por aí! Você pode esperar um bom setlist com músicas de todos os nossos álbuns e uma abordagem muito poderosa para o palco. Sem frescura, altos volumes, a atitude de” kick-ass” e muita bebida!

RtM: Vocês conhecem alguma coisa da cena Metal no Brasil?

HM: Bem, é claro que conheço coisas clássicas como o Sepultura e Sarcófago, e eu também gosto de Mystifier, Krisiun, Vulcano, Overdose, Ratos de Porão e The Mist. Eu sei sobre o Angra também, mas eu não gosto deles em nada. (risos)


RtM: Vocês são de um país que de certa forma o Metal Extremo não é tão forte, como é fazer uma sonoridade que vai na contramão? Quais dificuldades já encontraram nesse período?

HM: Eu prefiro dizer que a Itália não teria um gênero peculiar. Existem muitas bandas boas nos dias de hoje, abrangendo vários estilos de Metal, embora não temos uma cena que identifica a Itália. No passado, eu acho que nós tivemos uma "cena mais ligada ao oculto" com bandas como Death SS, Necromass, Mortuary Drape, Opera IX, Funeral Oration, mas ao longo dos anos as coisas mudaram um pouco, embora a maioria dessas bandas ainda estejam ativas.


Existem algumas bandas notórias de Power Metal da Itália, que eu não gosto, mas ainda existem também nomes dentro do Death Metal e do Grindcore  que são muito bons, enquanto no Black Metal existem alguns bons nomes, mas a maioria deles são muito underground.

Forgotten Tomb é bastante diferente do resto de bandas italianas, uma vez que tornou-se maior fora da Itália desde o início e fomos reconhecidos fora daqui também, então, como consequência  se tornou popular na Itália muito pouco tempo depois. Além disso, realizamos bastante tours em comparação com todas as outras bandas italianas de Black Metal. Para ser honesto, eu estou muito orgulhoso de que um monte de gente do exterior” ligar” a  Itália com o nome Forgotten Tomb, o que é uma grande realização pessoal.


RtM: No começo da carreira a sonoridade do FT era comparada as bandas Doloriam e Burzum, o que vocês acham disso? Gera algum tipo de desconforto essas comparações?

HM: Eu não tenho nenhum problema com isso, especialmente no que diz respeito ao Burzum, que eu ainda considero muito importante para o nosso som, musicalmente falando.

Quanto ao Dolorian eles eram “grandes”, o seu primeiro álbum em particular foi impressionante quando ele saiu e, provavelmente, até certo ponto subliminarmente algo que nos influenciou, mas apenas no primeiro álbum "Songs To Leave". Esse álbum foi uma original mistura de várias influências com algumas ideias novas jogadas com bom gosto e a atitude correta. Embora eu ache que "Springtime Depression", tenha definido nosso estilo melhor e realmente foi um lançamento que se destacou por sua vez, e influenciou centenas de bandas que vieram depois e acabou criando se um subgênero inteiro no Black Metal.


RtM: Para finalizar, gostaria que falassem um pouco de suas influencias e deixassem um recado aos leitores do Road to Metal. Mais uma vez muito obrigado.

HM: Nossas influências vêm de uma série de estilos musicais, tanto dentro do Metal quanto fora. Além dos clássicos do Black Metal da década de 90, e material especialmente “sinistro” como Thorns, Strid e Manes, eu diria que nós gostamos de coisas como o início do Paradise Lost, clássicos do Hard Rock dos anos 70 e 80, em seguida, o material de bandas como Celtic Frost e Venom, old Doom/bandas de Death Metal, muita música dos anos 90, como Alice In Chains, Fudge Tunnel, Buzzoven, Helmet, Eyehategod... Bandas Punk, material Crust, Darkwave, até mesmo um pouco de Pop e música eletrônica . 

Nós principalmente desprezamos toda essa coisa de Power Metal e 90% das coisas que saiu no Metal após o ano 2000, mesmo que você ainda possa encontrar alguns bons lançamentos aqui e ali.

Saudamos aos leitores da Road to Metal, confiram nossos lançamentos e esperamos velos na tour em 2015!

Entrevista/edição/revisão: Renato Sanson
Tradução: Nanda Viddoto/Marlon Mitnel


Acesse e conheça mais a banda:

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Mägo de Oz: Ilussia - Novos Tempos, Nova Viagem Heavy Metal/Hard/Folk/Sinfônica



Fundada em 1989, com certeza, uma das bandas mais bem sucedidas (Senão a mais bem) da Espanha, tendo uma grande legião de fãs em países de língua espanhola, como México, Argentina e Chile, depois de trocas de formação, problemas com gravadora (aliás, a banda sempre teve alguma rotatividade em suas fileiras, alguns apontam o fato do líder e fundador, Txus, ser  muito controlador), a banda se reestruturou e segue em busca de novos êxitos.

O Rompimento com José Andrea

A grande mudança, provavelmente, foi a saída do vocalista José Andrea, anunciada em 2011, e o último show da tour que marcou a despedida do vocalista foi no México, em agradecimento ao grande apoio dos fãs mexicanos. 
José fez parte dos grandes êxitos desta, que é a mais bem sucedida banda do Metal espanhol, estando presente em álbuns acima de qualquer suspeita como "La Leyenda de La Mancha" e "Finisterra", e a saída foi cercada de polêmica, com os dois lados falando que foi de forma amistosa, mas é fato que ninguém acreditou muito, e algumas entrevistas nos últimos anos dão pistas claras.

José declararou que com o passar dos anos algumas questões foram se tornando insuportáveis, e a convivência ficando mais difícil, e confundir um grupo de Rock com uma empresa foi o que mais lhe deixou insatisfeito, e, enquanto ele queria algumas mudanças, outros queriam seguir pelo mesmo rumo.

Txus e José: Amizade e parceria de sucesso foi abalada
Por outro lado, Txus chegou a alfinetar que José não estaria sendo profissional, que queria seguir levando uma vida de "Rock Star", chegando a citar Paul Stanley, e que deveria saber que há a hora de festejar e a hora de trabalhar, e que também deve-se saber seus limites, o peso da idade.
Em 2013, Txus publicou um comunicado, aparando arestas e aparentemente pedindo desculpa a José, afinal, foram muitos anos de companheirismo e sucesso, levando a banda a outro patamar.


Novo Vocal, Novo Álbum e Um Novo Mägo

Vida que segue, cada para seu lado (José Andrea segue carreira com seu grupo Uróboros) e Txus tratou de buscar um substituto, e Javier Zeta Dominguez foi o escolhido, com este, apesar de um registro de voz menos potente na questão das notas altas, encaixou muito bem, não trazendo mudanças gritantes.


"Hechizos, Pócimas y Brujeria" (2012), marca a estreia do novo vocal, com uma boa acietação do público, trazendo a tradicional sonoridade, aquela mescla de Hard/Heavy, Blues, Rock and Roll e ritmos Folk, mesclando as guitarras à flautas e violinos, além de bem cuidados arranjos vocais.


O Segundo Álbum da Nova Fase

2014 marca o segundo álbum da nova fase, "Ilussia", que segundo Txus traz uma trama em torno de um circo abandonado e maldito, em meio a um bosque, e que cobra vida, e é encontrado por um personagem, e segue-se a trama, que conta a história de um dos palhaços do circo. Soando mais coeso, até pela fase mais tranquila, depois das turbulências, e, apesar de não chegar a ser um álbum em um nível de um "Finisterra", traz bons momentos, trazendo uma evolução dessa nova era, além de não esquecer todos aqueles elementos que dão a personalidade e diversidade ao Mägo, e que levaram a banda ao sucesso.


Heavy Metal, Hard, aliás, o acento Hard e Heavy está bem mais evidente, deixando de lado as nunaces Power Metal mais veloz, que apresentaram em discos anteriores, principalmente na trilogia "Gaia",  com algumas canções flertando com o AOR, com muitos teclados, como em "Salvaje" e "De la Piel Del Diablo" (numa linha que lebra Whitesnake), e os tradicionais ritmos e elementos folclóricos, pontualmente presentes, sempre cativantes (dá vontade de sair pulando em pela floresta, ou em volta de uma fogueira hehehehe), destacando "Cadaveria", "Abracadabra" e "La Viuda de O'Brian" (cantada por Txus), que são alguns dos melhores momentos do disco; o Metal Melódico e mais veloz, com outra característica que sempre gostei neles, que são as guitarras dobradas, que vão se alternando com a flauta e o violino,  podem ser ouvidos em "Melodian".


Há espaço também para os demais elementos que os espanhóis flertam, como o Rock & Roll, música clássica e Blues, além de boas baladas, como "Constelacion Alpha DCI", na voz de Patrícia Tapia, desde 2007 efetivada na banda (e com bastante protagonismo neste álbum), e ainda a tradicional épica e longa faixa título, que tradicionalmente aparece nos discos do Mägo de Oz, "Ilussia" traz climas e passagens diversas, passeando por vários dos elementos que compõem a sonoridade do grupo, destacando a presença da cantora operística Pilar Jurado, mantendo o interesse até o final, uma verdadeira viagem Metal/Prog/Folk e Sinfônica.

Cantora de ópera, Pilar Jurado faz destacada participação em "Ilussia"
Embarque em mais uma viagem com os espanhóis, e, mesmo havendo algumas faixas com qualidade inferior, é mais um bom álbum, repleto de melodias e refrãos cativantes e boas doses da personalidade e originalidade do Mägo de Oz. Sempre a garantia de uma audição no mínimo agradável.

Texto e Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação


Patrícia Tapia

Mägo de Oz é:
Zeta: Vocais
Patricia Tapia: Vocais
Txus: Bateria e Vocais
Carlos Prieto: Violino
Frank: Guitarras
Carlitos: Guitarras
Josema Pizarro: Flautas
Javi Díez: Teclados e Piano
Fernando Mainer: Baixo

Site Oficial



Tracklist:
01. Pensatorium
02. Melodian
03. Abracadabra
04. Vuelta alto
05. Si supieras…
06. Pasen y beban
07. Salvaje
08. La viuda de O`Brian
09. Cadaveria
10. Constelaci¢n Alpha DCI
11. De la piel del Diablo
12. Ilussia

13. Morir‚ siendo de ti





quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Andsolis: Um Nome a Ser Observado no Cenário Progressive/Melodic Death Metal



A banda alemã Andsolis ("contra o sol", em nórdico antigo) traz uma interessante mistura de Melodic Death/Progressive e elementos do Folk e Viking Metal, lembrando em momentos grupos como Borknagar, At the Gates e Dark Tranquility, alternando, assim como os citados, vocais agressivos e limpos, bem como momentos mais atmosféricos e melódicos, com outros mais pesados e agressivos.

Trazendo no line up músicos experientes, que passaram, ou ainda fazem parte, de grupos como Edge of Serenity, Liquid Horizon e outras, lançam agora seu debut, "Vigil", sendo licenciado para o Brasil através da Shinigami Records, em mais um lançamento com a parceria feita com a gravadora alemã Quality Steel Records.

O início do grupo se deu em 2012, e o álbum e a formação atual foram tomando forma, resultando numa obra consistente, que merece audições atentas, e a história, pelo que pude notar, inclusive pela capa e título, me parecem inspiradas na obra de Dante.


Na sonoridade densa, pesada e melódica dos alemães, se destacam a boa dosagem dos elementos, como a alternância dos vocalistas, trazendo, juntamente com o instrumental e teclados bem colocados, os climas adequados para os diversos momentos dos quase 50 minutos desta trilha.

Vale conferir, realmente, mais um grupo que se deve prestar atenção, principalmente se você é simpatizante das bandas que citei no início, bem como sonoridades que vão nessa linha Viking.


Texto/Edição: Carlos Garcia
Revisão: Renato & Seus Blue Caps 

Ficha Técnica:
Banda: Andsolis
Álbum: Vigil (2014)
País: Alemanha
Estilo: Progressive/Melodic Death/Viking
Selo: Shinigami/ Quality of Steel
Produção: Marc Ayerle

Adquira o CD





  Tracklist:
1. Stand Vigil
2. Kingdoms Without Shape
3. In Silent Confidence
4. The Mystic
5. Days Of Receding Light
6. Meridian Smiles
7. The Laughter Echoes

Line-up:
Oliver Kilthau – Vocals (clean)
Manuel Siewert - Vocals (growls)
Simon Abele – Guitars
Stefan Rosenmeyer - Guitars
Martin Pohl - Keyboards
Bryan Zwiers - Bass

Marco Tecza – Drums

Visite os canais oficiais do Andsolis:


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Karne: Bons Frutos Negros Vindos da França



Se você precisa de doses cavalares de riffs ríspidos, dissonantes e furiosos gritos de agonia como os da vocalista Eingeweide, não deixe de conferir o primeiro full leght da Horda Francesa Karne, intitulado “Faith in Flesh” (2014 -  Shinigami Records).

Com um trabalho calcado em nomes de sucesso mundial como Marduk, Dissection e pitadas de melodia como Dark Funeral e até mesmo Hypocrisy, esse play com certeza fará a sua cabeça.

As letras carregam assuntos ligados ao sexismo, sadomasoquismo, violência, sangue e blasfêmias. E a capa, obscura por si só nos adentra para o clima denso.


A produção e mixagem à cargo de Grind-Vince, também é aprovada, apesar de que eu deixaria a bateria e baixo um pouco mais presentes.

De todas as composições as que me chamaram mais a atenção seriam "Kill me Again" e "Carnage Path",  pela sua introdução macabra.

Fuja correndo se espera encontrar modernidade, pois esse full é algo nada moderno.

Longe, muito longe claro, de ser algo cru e mal feito. Se fosse atribuir uma nota seria um  7.0


Texto: Nanda Vidotto
Revisão/Edição: Carlos Garcia

Adquira o CD

Artwork – Ars Goetia
Bass – Hraesvelg
Composed By – Karne
Design – Ars Goetia

Drums – Bael
Guitar – H. K. A., R.
Lyrics By – Eingeweide
Mastered By – Grind Vince
Mixed By – Grind Vince
Recorded By – Grind Vince

Vocals – Eingeweide



01. Agony
02. Darkest Fear
03. The Mass Grave
04. Karne
05. Kill Me Again
06. Carnage Path
07. C.R.U.D.
08. Gore Me
09. Day & Night (Agony, Part II)
10. Hidden track
















Acesse os canais oficiais:
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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Eventos: En' Carna Rock Metal Fest - Organizador Fala Sobre Detalhes do Evento


Após a bem sucedida primeira edição em 2014, os organizadores do festival En Carna Rock Metal Fest (Erechim - RS), resolveram prosseguir com o evento, e com a experiência adquirida, promovendo melhoras, sejam estruturais até o cast maior e mais ousado, reunindo bandas de diversos estados e estilos, com nomes já muito conhecidos, bandas com estrada e novos nomes. Dentre algumas das atrações o público poderá assistir bandas como Vulcano, Symphony Draconis, Maquinários, Epitaph, Zombie Cookbook, Asper, T.S.F. entre outras.

Confira a seguir a conversa que tivemos com um dos idealizadores, Patrick Rafael de Souza, que nos falou um pouco mais do evento, estrutura do local e informações úteis a todos os bangers que pretendem prestigiar o evento, que tem tudo para crescer e se tornar uma referência no estado.


RtM: Salve Patrick, obrigado pela oportunidade de conversarmos um pouco a respeito do Festival, levar um pouco mais de informações para o público e interessados.

Patrick Souza: Olá! Agradeço a toda equipe da Road to Metal por este convite, um grande site do Metal gaúcho! Obrigado!


RtM: Como surgiu a ideia de realizar o Festival? Quais foram as pessoas e os parceiros que apoiaram a ideia? 

PS: Então, eu morei um bom tempo em Santa Catarina (Bal. Camboriú) e lá vi muitos  eventos deste porte acontecer, achei bacana pegar essa ideia e tentar levar para o Rio Grande do Sul, no RS tive o apoio do meu amigo Cleberson da Silva da Loja Underground Store Erechim, que hoje é parceiro da Sangue Frio Produções para a organização deste evento.

RtM: Quais as principais dificuldades que você encontrou para a realização do evento? Você chegou a pensar em desistir, ou teve dúvidas quanto ao evento obter sucesso e o público comparecer e apoiar?

PS: Olha, pra ser bem sincero hoje em dia, dentro do Underground NADA é fácil, vocês que trabalham com Metal sabem bem do que eu estou falando, dificuldades são barreiras a enfrentar, é sempre necessário fazer um evento com os pés no chão, sempre tem certas barreiras, a baixa venda de ingressos antecipados é praxe hoje no Brasil INTEIRO se tratando de Metal, isso as vezes desanima sim, não pelo fator financeiro (que realmente prejudica um pouco) então você começa a pensar duas ou três vezes se vale mesmo a pena correr o risco, se realmente você conseguiu atingir o ponto que você queria lá no começo, mas no final tudo acaba dando certo!


RtM: Em que fontes ou exemplos você buscou a base, as informações necessárias para começar a montar o projeto e depois colocar em prática?

PS: Sempre tive um grande apreço pelo Zoombie Ritual, e minha ideia sempre foi fazer um festival assim completamente voltado para o Metal Underground, não que o Zoombie Ritual não seja Underground, mas minha ideia é realmente tipo, colocar 40 bandas então 40 bandas Undergrounds. Busquei conhecer vários eventos, como o River Rock, Otacílio Rock Festival, Orquídea Rock Festival, e até o próprio Zoombie Ritual ver os acertos  e os erros de cada um e tirar algum proveito disso.



RtM: Quais as principais lições que vocês tiraram da primeira experiência, sejam positivas ou negativas, e o que vocês buscaram fazer diferente para esta segunda edição?

PS: O primeiro foi realmente uma tentativa de fazer algo “novo”, com algumas ideias felizes e outras nem tanto, pecamos em muitas partes ao meu ver, estrutural (faltou água em determinados momentos do evento), a demora no lançamento do cartaz e do evento fazendo então que tudo ficasse para “última hora”, mas teve muita coisa bacana, pô, por mais que tenha tido alguns problemas a galera entendeu a mensagem e abraçou, o público viu que aquilo estava sendo feito de coração, com respeito as bandas e ao público, que continuam nessa segunda edição, por isso adiamos o evento para que os mesmos problemas não se repetissem lançamos o cartaz e o evento quase 7 meses antes da data marcada, aumentamos o número de bandas o que fez o evento ficar mais atrativo e interessante.

RtM: E de outros festivais que não foram bem sucedidos, e que acompanhamos este ano novamente alguns casos, que observações e lições quanto “ao que não se deve fazer”  você tirou dessas situações, e quais a principais falhas que você observou nesses casos malsucedidos, até para vocês não caírem nas mesmas armadilhas?

PS: É cara, como falei anteriormente, tudo tem que ser feito com os pés no chão, acredito que não podemos brincar com o dinheiro do público, é complicado simplesmente vender “gato por lebre”, se não dá pra fazer tem que se colocar na cabeça que não dá pra fazer e pronto, é até meio polêmico o que eu vou falar, mas no Brasil é difícil se sustentar um evento deste porte sem alguma base financeira ou então empresarial, pois não adianta a galera não quer nem saber de comprar ingressos antecipados, é muito pouco as pessoas que pensam em comprar um ingresso antecipado para apoiar o evento, a não ser que seja um “Monster of Rock” onde na primeira semana de venda já tinha quase 40 mil ingressos vendidos.



RtM: Quanto ao local e infraestrutura, você poderia nos dar um panorama geral de que o público, imprensa  e bandas vão poder desfrutar? Como, por exemplo, alimentação, banheiros, hospedagem, área de camping, internet, etc..

PS: O local é maravilhoso, com uma área de camping muito bacana, campo de futebol, piscina (valor a combinar no dia), quartos dentro do local que acontecerá  os shows (reservas somente no local), um mini mercadinho dentro da área de camping, lanches, local privilegiado para distros e imprensa, uma pequena área de lazer com mesa de sinuca, banheiros com chuveiros espalhados pela área de camping, churrasqueiras implantadas na área de camping, muita sombra, cerveja de marca indiscutível (Budweiser e Brahma), contaremos com a venda de Hidromel (Litro) dentro do evento, o salão que acontecerá os shows também terá uma estrutura bacana, enfim é um lugar muito bacana mesmo.

RtM: E as expectativas para este segundo evento? Quantas pessoas vocês esperam receber  neste evento? Acredito que você deve estar muito ansioso para que o dia chegue logo!

PS: Não só eu (hehehe), acredito que muita gente não vê a hora de reencontrar amigos, beber uma cerveja gelada bem gelada e ver a maior banda de Death Metal do Brasil e mais 36 bandas, eu não sei falar em números as espero umas 500 pessoas para esse evento, levando em base o primeiro, já que é um evento que está apenas na 2ª edição, acredito que é um bom número!


RtM: Patrick, obrigado pelas informações, fica o espaço para sua mensagem aos Bangers, e certamente ainda teremos mais matérias e atualizações nos canais do Road a respeito do festival, então a galera pode ficar atenta aqui também!

PS: Opa! Eu que agradeço de coração mesmo a oportunidade de estarmos mais uma vez juntos!

Quero agradecer os Metalheads que vem sempre nos apoiando, ajudando e dizer que essa será uma edição que vai ficar na memória de muitos, aproveitar para pedir que apoiem fielmente o Underground, sites, zines, eventos, bandas, distros e toda essa infinidade que só o  Metal  pode nos proporcionar, eu em nome de toda a equipe da Sangue Frio Produções deixo aqui minha saudação e espero por todos vocês neste que com certeza tem tudo pra ser um dos maiores do Brasil!

HAIL!


Lembramos que a produção do festival está sorteando, ao fim de cada lote, um par de ingressos e no último sorteio, o ganhador levará um kit Road to Metal também, com camiseta, CDs (inclusive do Vulcano, o grande nome do Fest) e outros brindes. Acesse o perfil do festival no Facebook para saber mais.


CONFIRA NO CARTAZ ABAIXO A PROGRAMAÇÃO:



Entrevista por: Carlos Garcia


Nos links abaixo você encontra informações e links para contato e adquirir ingressos:


Festival acontecerá dias 20, 21 e 22 de Fevereiro!

Um dos maiores eventos Underground do Sul do Brasil esta de volta!

37 Bandas!

Primeiro Lote: Meia Entrada R$ 35,00 - Inteira R$ 70,00 Do dia 01/09/14 até 10/11/14
Segundo Lote: Meia Entrada R$ 45,00 – Inteira R$ 90,00 Do dia 10/11/14 até 10/01/15
Terceiro Lote: Meia Entrada R$ 80,00 – Inteira R$ 160,00 Do dia 10/01/15 até 20/02/15
Meia Entrada: Carteira de Estudante ou 1Kg de Alimento


INGRESSOS PARCELADOS EM ATÉ 12x NO CARTÃO OU EM BOLETO BANCÁRIO NA TICKET BRASIL!
https://ticketbrasil.com.br/festival/encarnarockmetalfest-erechim-rs/

OU NA UNDERGROUND STORE ERECHIM
https://www.facebook.com/pages/Underground-Store-Erechim/285709518201363?fref=ts

MAIS INFORMAÇÕES:
patrik_myers@yahoo.com.br
ou
cleberson_underground@hotmail.com

Fique atento para as várias excursões e verifique no perfil do festival, onde também são divulgadas, lembrando que quem organiza excursão garante ingresso de graça.

Hospedagem? Além da área de camping e pousada no local, foram credenciados o Hotel Vivendas, que terá transporte para o evento, além do Hotel Monet e Brisa Park











segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

2014, Uma Retrospectiva, Pela Visão dos Redatores do Road Parte II (Carlos Garcia)

Posso até soar antiquado para alguns, mas não consigo engolir a grande maioria das novas bandas que pregam que estão fazendo algo novo, moderno ou atual, tanto que muitas caem no esquecimento, ou mudam de sonoridade conforme a maré (seguir um “modismo” não é evoluir), ou simplesmente soam tão parecidas a tantas outras, e não tendo qualidade suficiente, vão dando lugar à outras.


Felizmente, em um cenário tão inchado, onde vemos os “dinossauros” chegando em idades avançadas, alguns já partiram (registrando aí grandes perdas em 2014, como Fergie Frederiksen, Jimi Jamison, Joe Cocker e Hélcio Aguirra), outros diminuem as atividades e alguns também já são senhores aposentados, temos nomes, que se não vão chegar num patamar de gigantes como Deep Purple, Black Sabbath, Judas Priest, AC/DC, Iron Maiden, Motorhead e outros, pelo menos seguirão levando o legado, embora de forma mais distribuída, sem a capacidade de ser praticamente unanimidade, ultrapassar barreiras, como alguns desses grandes nomes ficando dentro mesmo de um cenário ou nicho mais segmentado.


Claro, temos que conviver com a grande oferta, e o fato de qualquer banda que lance um álbum mais ou menos, e que ganhe uma atenção maior da mídia especializada e da promoção da própria gravadora, já é apontada como ”salvação” ou “grande novidade”, e defendida por unhas e dentes pelos que se acham vanguardistas e querem se dizer “descobridores” deste ou de outra banda. Vamos ver onde estarão algumas destas novas “sensações” daqui a alguns anos. Os downloads continuam, mas por outro lado os meios digitais tem tido sucesso, como a comercialização em sites como o iTunes, o futuro está aí, tem que se adaptar sempre, os linguarudos proclamando a morte do Rock e Heavy Metal também vez por outra aparecem, buscando promoção, ainda há público, e acredito que sempre haverá, para as mídias físicas, e as gravadoras e bandas tem agregado valor com lançamentos especiais, com boxes e inclusive edições em vinil!




De outro lado, temos a boa notícia que todo dia estão surgindo grupos novos, os fãs se renovando, e dentre essas milhares de opções, surge sim, material de qualidade, que seguirão o legado.

Em 2014 já tivemos novidades, alguns dos nomes interessantes que surgiram também mostrando que estão realmente querendo ficar entre os que terão longevidade, como Mastodon, Grand Magus, Sabaton, Orphaned Land e também muitos “veteranos”  lançando bons álbuns, nenhum novo clássico, mas dignos, como Judas Priest, AC/DC, YES, Uriah Heep, Magnum, e outros com estrada também, mas  já de gerações  seguintes, como Accept, Grave Digger, Winger, Mr. Big, Hammerfall, Machine Head, Arch Enemy... muitos lançamentos...e muitos novos nomes também, que surgem em todos os cantos do planeta (no Road tivemos entrevistas, por exemplo, com o Concordea, da Rússia, Majesty of Revival, da Ucrânia, entre outros), e também muitos retornos.


E o Brasil não ficou de fora, apesar de Carnaval, Copa do Mundo e brigas sem sentido por causa de política, tivemos lançamentos muito bons, incluindo ai o histórico DVD do Super Peso Brasil, numa campanha de crowdfunding de sucesso, que traz registrado o show que reuniu 5 bandas clássicas e pioneiras do Metal Brasil, além de vários convidados. Belo exemplo de mobilização e de que existe sempre uma outra saída para as coisas, que podemos fugir do óbvio. E ainda, novos álbuns do Korzus, Cavalera Conspiracy, Hangar, Angra, Eterna, Amen Corner, Carro Bomba, etc, além de boas surpresas entre as novas caras, com as bandas nacionais, as que estão nessa porque realmente querem algo, cada vez mais profissionais, e posso citar aí Tellus Terror, Lords of Aesir e Maestra, que foi fundada após os problemas no Eterna, e já dá indícios de que será uma grande revelação.


Finalizando, pesando tudo, os lançamentos, retornos, novas caras e shows que passaram por aqui, com a nota triste de alguns eventos cancelados por falta de capacidade, e, pelo que pareceu também, um pouco de falta de honestidade, 2014 foi um bom ano no Metal, e 2015 me anima também, com festivais nacionais como En Carna Rock Metal e grande eventos como o Monsters, além de lançamentos já anunciados de Toto, Whitesnake, Fear Factory, Black Sabbath (ao que tudo indica), Gentle Storm (projeto de Arjen Lucassen e Anneke), Danzig, UFO, Circle II Circle, e falando dos retornos, o que  mais me empolgou, a Savatage Reunion.


Gosto de ser positivo, de tentar ver sempre o lado bom e ver o horizonte, acredito que todos temos que ser, se cada um parasse de reclamar um pouco, de ver sempre o lado ruim, de querer tirar sempre vantagem, e ter mais respeito pelo próximo... um pouquinho que seja. Vamos lá, faça a sua pequena parte, vai ver que não dói dividir, ceder um pouco, deixar a ganância e inveja de lado, que não acrescenta nada e vamos fazer um mundo melhor, pelo menos no espaço que nos cerca. Já estamos em 2015... e que seja um grande ano para todos!!!


Texto e Edição: Carlos Garcia
Revisão: Vincent Furnier

Dedicado a Fergie Frederiksen (Toto, Le Roux, Frederiksen & Denander, Angel), um guerreiro, que encontrou na sua música a força para batalhar contra problemas sérios de saúde. Sua música é eterna.







sábado, 17 de janeiro de 2015

Entrevista: Zak Stevens (Savatage, Circle II Circle) - "O Melhor Ainda Está Por Vir"


2015 vem com muitas expectativas para Zak Stevens e todos os fãs de seu trabalho,  pois, além de um novo álbum e outras novidades no Circle II Circle, há a expectativa da "Savatage Reunion", anunciada como uma das grandes atrações para o Wacken deste ano, renovando esperanças de mais shows da banda, e quem sabe um retorno definitivo. (Read the english version HERE)


Conversamos com Zak, que está mixando o novo álbum do Circle II Circle, com a mão de James Murphy, segundo ele, um nome ideal para a sonoridade que pretende, para falar dessas expectativas, da carreira, cenário musical, a relação com o Brasil e muito mais, e segundo Zak, suas expectativas continuam altas, e o melhor momento de sua carreira ainda está por vir!



RtM: Olá Zak,  antes de tudo obrigado pela sua atenção. Você nos disse que estava no estúdio mixando o novo álbum do Circle II Circle. Aproveitando a oportunidade, poderia nos contar um pouco sobre esse novo trabalho?

Zak Stevens: Na verdade, estamos ainda mixando o novo álbum do CIIC. Estamos quase terminando. Como você verá, este é um álbum muito emocionante e diferente para o Circle II Circe. Ele representa uma transformação musical para nós de muitas maneiras. O estilo musical do álbum é algo que sempre tivemos em nós, mas nós esperamos até agora para realmente mostrar isso. Havia pequenas pistas do que está por vir em nosso último álbum, "Seasons Will Fall", mas nada como as surpresas inesperadas que vocês irão ouvir. Vocês irão ver o que quero dizer quando o novo álbum for lançado na próxima primavera (Outono no Brasil).

RtM: Quais músicas você acredita que serão destaques no álbum? Já existe uma data fixa para o lançamento?

Zak: Eu não posso falar sobre os títulos reais das músicas ou o título do álbum agora porque nós não apresentamos o álbum a nossa gravadora o suficiente ainda. Ele deve ser lançado em algum dia por volta de Março ou Abril de 2015.


RtM: Nos deixou curiosos, mais alguma coisa que você pode falar sobre a sonoridade do novo álbum? Muitos fãs de vocês apontam para os dois primeiros álbuns, como os melhores da banda. O que você espera deste novo álbum?

Z: O novo álbum é bastante diferente dos dois primeiros, conforme eu mencionei, mas há alguns poucos elementos que remetem aos álbuns anteriores e mantém um vínculo à sonoridade tradicional do CIIC que o pessoal espera. O novo álbum traz uma sonoridade muito moderna em termos de Metal Progressivo, para a qual vínhamos migrando nos últimos anos enquanto o escrevíamos. 

Ambos, as canções e a mixagem, são muito modernas comparadas ao passado. Eu realmente quero evoluir bastante com relação à sonoridade passada de certa forma, porque, com esse álbum, nós queremos mais em todos os aspectos de nossas carreiras. Se continuássemos a ir pelo caminho que sempre fomos, nós somente teríamos o que sempre tivemos. Não que os álbuns anteriores não tenham sido bons para nós, mas era o momento certo pra ir em frente e criar uma grande adição à nossa arte e um sólido  futuro para a banda com esse novo álbum.


RtM: Existe um convidado especial no álbum? E alguns outra surpresa ou edição especial para os fãs?

Z: Sim, há convidados no álbum, mas eles são artistas que você pode nunca ter ouvido falar até agora. Decidimos trazer alguns convidados nos vocais de apoio e também temos algumas outras surpresas que provavelmente serão divertidas. Mas, mais uma vez, é um pouco cedo demais para falar sobre isso agora, em detalhes, mas todo mundo vai descobrir em breve.

RtM: No Savatage, você fez vários álbuns no formato conceitual. E sobre o Circle II Circle, você pensa em fazer algo no mesmo estilo, a” Opera Rock”, por exemplo?

Z: Até este ponto não fizemos um álbum de "ópera rock". Provavelmente porque vindo do Savatage, onde eu estive sempre muito próximos disto em álbuns como "Dead Winter Dead" e "Wake of Magellan",  e claro, a partir de uma perspectiva de "álbum conceitual" como um todo. O CIIC na verdade lançou dois álbuns conceituais, "Burden of Truth" e "Consequence of Power", mas o próximo trabalho não é um álbum "conceitual”. Na verdade, muitos dos temas do novo álbum refletem um assunto semelhante, o que tem sido o caso com vários CDs do CIIC que não são "conceituais" propriamente ditos.


RtM: Você fizeram uma promoção muito legal, chegando as 60.000 visualizações do vídeo "Diamond Blade" no youtube, e eu vejo que você está sempre interagindo com os fãs nas redes sociais, nos seus shows, e etc .... Isso me lembrou que não são todos que são assim, e muitas pessoas veem tudo como uma oportunidade de negócio. Por exemplo, uma controvérsia é o  "Meet and Greet” pago, e alguns artistas cobram valores elevados para que os fãs tenham um contato, possam tirar fotos, pegar autógrafos. O que você pensa sobre isso?

Z: Sim, nós desfrutamos de toda a interação diária com os nossos adeptos do CIIC e eu pessoalmente respondendo um monte de fãs e e-mails todos os dias. Requer um bom tempo, mas é algo que definitivamente vale a pena. E eu acho que é absolutamente ridículo que as bandas cobrem dinheiro dos fãs apenas para interagir com eles. Isso é algo que nós vemos mais e mais no negócio da música hoje. Penso que a razão pela qual vemos esta tendência é porque quando as bandas começam a ganhar dinheiro, o fator “ganância” rapidamente começa a crescer, e então as bandas começam a cobrar dinheiro para tudo o que pode ser possível ganhar um dólar a mais.

Nós não fazemos isso no CIIC. Nós nem sequer cobramos para realizar “meet and greet” ou para membros de fã-clube. Nós fazemos dinheiro criando álbuns, fazendo turnês e com a venda de nossos produtos. Eu particularmente vejo muito isso de bandas que tiveram sucesso no passado, e como eles ainda estão tentando retornar e ter um ganho melhor nesse “jogo”, mas eles ainda não estão obtendo, então (provavelmente), estão com raiva porque não estão fazendo a quantidade de dinheiro que eles faziam antes, e é ai que eles começar a cobrar os fãs e sobrecarrega-los. Isso não é um bom precedente para se fazer fãs e simpatizantes, em minha opinião.


RtM: Talvez seja uma pergunta difícil de responder, mas qual o álbum do Savatage e qual do Circle II Circle que você aponta como o seu favorito?

Z: Se eu tivesse que fazer uma escolha, eu diria que "Edge of Thorns" e "Handful of Rain" são os meus álbuns favoritos do Savatage, e "Burden of Truth" e "Seasons Will Fall" são meus favoritos do CIIC até agora.

RtM: E na sua opinião, em qual álbum está a sua melhor performance vocal?

Z: Provavelmente "Wake of Magellan" é o meu desempenho geral, meu melhor trabalho vocal para um álbum do Savatage, e "Seasons Will Fall" é o meu melhor desempenho em um álbum CIIC.

RtM: Foi anunciado este ano que Savatage fará um show especial no Wacken 2015! Qual foi sua reação quando percebeu que esta reunião vai acontecer? Como foram as negociações? Eu acredito que você está muito feliz com isso, porque eu me lembro que você sempre demonstrou a vontade do retorno da banda às atividades. Você pode nos contar um pouco mais sobre isso, como será este concerto, set list, os convidados? Todo fã do Savatage neste mundo está sonhando com esse show agora !!

Z: Bem, eu entendo o grande falatório e emoção em torno do show “Reunion”, e eu absolutamente espero para estar lá cantando, é claro. Quando eu ouvi pela primeira vez sobre isso fiquei surpreso que demorou tanto tempo para que ocorresse uma decisão de ter este concerto. Infelizmente, não temos qualquer informação sobre o que vai acontecer com a “Reunion” até janeiro. Portanto, não há maiores detalhes sobre qualquer coisa até então. Mas todos os caras do T.S.O. e Savatage estão falando disso agora, e nós estamos apenas tentando fazer da “Savatage Reunion” parte do show da Trans-Siberian Orchestra,  e mostrar o melhor que podemos, para todos os fãs fiéis do Savatage, e que têm apoiado a banda por todos esses anos.


RtM: E Jon, certamente ele deve ter falado com você quando as negociações começaram a surgir? Você sentiu que ele está animado? Recentemente, Chris Caffery também comentou que há uma possibilidade de algo mais do que o concerto Wacken? Mais shows? Novo álbum? Queria falar sobre algo?

Z: Sim Jon e todos os caras falaram comigo sobre o show no Wacken. Tudo ainda está em negociação neste momento. Estou ciente dos comentários de Chris Caffery sobre a "reunião", e Chris e eu sempre concordamos com os sentimentos sobre o Savatage e um eventual retorno às atividade. Então, isso que ele falou não me surpreendeu em nada. Mas, novamente, Chris e eu temos estado de acordo nos mesmos pontos de vista há anos, por isso vamos ter que ver como Jon e Paul O'Neill irão se sentir sobre a possibilidade de continuar o Savatage no futuro. Afinal, eles serão os únicos que tomarão as decisões sobre a "reunião" e os negócios do Savatage e TSO.

RtM: Jon disse várias vezes que Savatage acabou por não ter tido um retorno em termos financeiros, e foi uma das razões que a banda estava encerrando atividades. Você acredita que um retorno da banda pode agora trazer um cenário diferente para vocês? Além disso, eu acho que o trabalho do Savatage, e o legado que a banda está atualmente mais reconhecido, e há muitos novos fãs também.

Z: É claro que concordo que a visibilidade do Savatage aumentou muito por causa do público reconhecer que o Trans-Siberian Orchestra é, na verdade, basicamente, um “Savatage re-configurado". Quando eu estava no Savatage, era uma empresa muito lucrativa na maior parte do tempo e todos da banda foram bem pagos. Então, claramente a banda poderia ser ainda mais bem sucedida, ainda mais agora que o TSO chegou em um nível muito mais elevado nos últimos anos. Durante este período o T.S.O. também elevou o patamar do Circle II Circle para níveis inéditos. Então, do ponto de vista de negócios, por que não fazer a mesma coisa para a banda que iniciou tudo, o Savatage?


RtM: Olhando para trás, alguns anos, poderia relembrar um pouco sobre a sua entrada no Savatage, como foi o início, as suas expectativas, o que esperava conseguir com a banda?

Z: Bem, você está falando de olhar para trás cerca de 20 anos. Quando eu entrei no Savatage, eu era um novo vocalista, inexperiente no negócio da música como um todo. Eu aprendi muito do que sei nos negócios durante o tempo na banda, e também pude assistir ao processo de transformação dela, no que veio a se tornar o TSO. É claro que eu continuo aprimorando minhas habilidades de composição e de produção no CIIC, mas eu devo isso a todos as pessoas que apostaram em mim no Savatage, por me trazer para o negócio e dar-me uma carreira que já dura mais de 20 anos. As minhas expectativas desde o início, eram muito altas, e elas continuam a ser de altas. As altas expectativas chegaram também a um nível pessoal, e sou determinado a fazer a minha carreira durar muito tempo, e eu acredito que os melhores momentos ainda estão por vir.

RtM: E quando você saiu da banda, inclusive não participando do último álbum, "Poets and Madmen"? Hoje em dia, ao olhar para trás, sente-se arrependido de não ter participado desse álbum? E as principais razões para a sua saída?

Z: Não, eu não sinto arrependimento algum. Como você sabe,  esses tipo de coisa acontece todos os dias no mundo da música. Eu não trocaria o tempo que tive fora do Savatage, onde pude passar o tempo com a minha família, e naquele moment,o com a minha filha que era recém-nascida (e mais tarde, com as minhas duas filhas). Foi definitivamente uma saída necessária no momento. Também na mesma época todos nós sabíamos que "Poets" seria o último álbum do Savatage antes do lançamento do TSO.  Assim, num retrospecto, foi tudo feito em bons termos e a separação foi muito amigável. Todos os caras do Savatage sabiam da minha situação no momento, e que eu tinha que ter esse tempo. É por isso que eu tenho hoje um bom relacionamento, tanto com o Savatage, como com o  TSO e seus gestores hoje em dia.


RtM: Você tem um ótimo relacionamento com o Brasil e com os fãs brasileiros, vindo várias vezes para cá, e incluindo também participar no álbum e shows com o Metal Opera Soulspell. Poderia falar sobre essa relação especial com o Brasil e também a sua participação no Soulspell, onde cantou junto com Jon em uma faixa, inclusive (Obs: “Into the Arc of Time)?

Z: Bem, eu definitivamente tenho um caso de amor todo especial com nossos seguidores, fãs e adeptos no Brasil. Eu falo com os nossos fãs brasileiros em nossos meios de comunicação e redes sociais todo dia, e eles vão te dizer o mesmo. Eu também tive brasileiros no CIIC, o que inclui o guitarrista Bill Hudson, e mais nosso artista e web designer João Duarte. Eu amo o Brasil e as pessoas de seu país, eles trazem vibrações muito boas para o que fazemos. É muito óbvio para quem vê as nossas páginas e canais oficiais que realmente gostamos disso. E essa relação aumentará ainda mais, aguardem uma banda ainda mais “brasileira”.

Quanto ao Soulspell, um grande projeto, sendo mais uma das bandas brasileiras e artistas que colaborei em anos anteriores. E, neste momento, tem similaridades com o que será a nossa primeira turnê de divulgação do novo álbum do CIIC no Brasil. As coisas têm sido muito bonitas neste relacionamento do CIIC com o Brasil, e eu vejo isso só melhorar à medida que avançamos para os próximos anos.

RtM: E seus ídolos, influências e referências como cantor? Quem você citaria como principais influências?

Z: Minhas principais influências foram aumentando... The Eagles, Ronnie James Dio (RIP), Geoff Tate, David Coverdale, Rob Halford. Hoje eu também posso citar nomes mais modernos, como os caras do Godsmack, A7X, Chris Daughtry, e Disturbed.

RtM: Quem te encorajou a entrar na música o início, ser um músico profissional? Você sempre quis ser cantor desde o início?

Z: A primeira pessoa a me inspirar na música, eu tinha 8 anos de idade, foi o irmão mais velho do meu melhor amigo na quinta série do ensino fundamental, que me disse um dia que ele ia me tornar um cantor e um baterista. Eu estava um pouco surpreso com isso, mas soou como sinônimo de muita diversão. Então eu comecei a tocar bateria quando eu tinha 9 anos, e fui um baterista profissional por cerca de 35 anos. Eu fiz a transição para frontman, me tornando vocalista quando eu tinha 22 anos, e me tornei um artista da Atlantic Records ao gravar com o Savatage, quando eu tinha 26. Eu sempre quis ser um frontman, mas eu esperei para fazer essa transição, da bateria para o vocal, após terminar a faculdade.



RtM: E a turnê do novo álbum do Circle II Circle? Há contatos para vir para o Brasil?

Z: Sim, nossa primeira turnê do novo álbum do CIIC , deverá ser no Brasil por isso estamos muito ansiosos para que, como sempre retornamos ao seu país e termos momentos excelentes.

RtM: Zak, obrigado por disponibilizar tempo para esta entrevista, foi uma honra, eu, e a maioria dos membros do Road, somos fãs do seu trabalho! Deixo o espaço final para sua mensagem aos fãs brasileiros!

Z: É claro que eu quero dizer obrigado a todos os nossos apoiadores no Brasil, por toda a energia fantástica, todo apoio que nos deram nos últimos sete anos em que estivemos em tour por aí. Nossa pretensão é que tudo fique maior e maior a cada vez que uma turnê brasileira for realizada, e nós ganharemos muitos amigos e grandes companheiros no Brasil. “WE LOVE YOU ALL !!!” Nos vemos em breve !!! Obrigado por tudo Brasil !!...

Entrevista/Tradução: Carlos Garcia, com colaboração de Renato Samson e Nanda Vidotto
Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação e Arquivo pessoal do artista


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