Não encontrei palavras melhores do que o selo PowerProg utilizou no release de "Iron Gods", segundo álbum dos ucranianos do Majesty of Revival, onde apresentam a banda como sendo "um dos mais bem guardados segredos ucranianos". Sim, a banda tem muita qualidade, e vem de uma região pouco tradicional, e apesar disso, reúnem todas as condições de competir em nível de igualdade com as bandas europeias, com seu Metal sinfônico/neoclássico, trazendo ainda elementos que passam pelo Prog, Speed, Thrash, Power, música clássica e até Hard Rock.
Essa gama de elementos não significa que atirem para todos os lados, pois o que eles fazem é Metal, utilizando-se dessas tantas "faces" da música pesada, com coesão e inteligência, além de instrumental apuradíssimo, destacando os teclados de Marat e as guitarras de Dimitriy, aliados a vocais polifônicos, o que dá uma maior diversidade, com todos esses elementos resultando numa sonoridade muito empolgante e interessante.
Dimitriy "Powersquad", fundador do excelente grupo Ucraniano
A faixa de abertura, "Nameless Guest", é uma boa escolha para abertura, apesar de que a letra é a única que trata de temas fantasiosos, possuindo velocidade, peso e melodia, com arranjos, solos e vocais insanos.
"Infernal Grays", que ganhou também um clipe, começa com ótimos riffs, veloz e tensa, vocais altos e bom gosto nos timbres de guitarra;
"Lost Empire" tem grandes arranjos de teclado, mantendo a qualidade alta, enquanto que "Nocturnus Gate", é bem neoclássica, lembrando bons momentos de Malmsteen, alternando velocidade e intervenções climáticas ao teclado, além de linhas vocais bem variadas; "Close your Eyes" lembra um pouco as bandas finlandesas de Power Metal, como Sonata Arctica, principalmente nos vocais aqui; "Edge of Sanity", que também é ótimo cartão de visitas para a banda, e a melhor do álbum em minha opinião. Quase um trilha sonora, grandes climas, vocal numa linha bem teatral e variada.
Posso afirmar que temos algo acima da média aqui, e o Majesty of Revival é mais uma grata surpresa desta vasta cena do Metal mundial, me fazendo até lembrar o excelente documentário de Sam Dunn, "Global Metal", aonde ele vai a diversos países não tão abertos ou mais tradicionais, mostrando que a cena existe em todos os cantos.
Indicado a fãs de grupos que possuem essa diversidade e utilizam-se bastante desse clima teatral ou até "cinematográfico", como Savatage, Kamelot e Symphony X, Malmsteen (além da grande referência e se falando de Neoclassic Metal, que é o Rainbow) e ainda apreciadores de Symphonic/Neoclassical Metal e, claro, da boa e criativa música em geral.
Texto/Edição: Carlos Garcia Revisão: Vincent Furnier
Ficha Técnica:
Banda: Majesty of Revival
Álbum: Iron Gods
Ano: 2013
Produção: Auto-produzido
Estilo: Prog/Power/Symphonic/Neoclassic Metal
Selo: PowerProg Contato: dimitriy.morband@gmail.com
Recentemente o
vocalista Konstantin deixou o grupo, porém a banda segue na produção do próximo
trabalho, já tendo cerca de 15 composições, e somente a vocalista Nelly vem
gravando os vocais, e por hora a banda ainda não resolveu se vai procurar um
substituto. O grupo já adianta que o novo trabalho virá ainda mais
diversificado, sendo iniciada uma nova era para a banda, mostrando com isso
também que é um grupo que busca constante evolução, o que pode ser visto
comparando-se os dois full-lenghts ("Through Reality" - 2012, e
"Iron Gods" - 2103).
A Banda também disponibilizou uma compilação com
músicas inéditas, remasterizadas e demos, em comemoração aos 5 anos da banda, e
este trabalho, "Wicked Reality", por hora só está disponível em
versão digital.
Com pouco mais de três anos na
ativa os paulistas do Capadocia chegam para mostrar algo novo ao Metal
nacional, mostrando muita influência da música brasileira em seu som, assim
como ares modernos, além de uma sonoridade bem particular.
Prestes a iniciar uma turnê com o
Cavalera Conspiracy, batemos um papo com o líder e baterista Baffo Neto, que
nos conta sobre o lançamento do primeiro disco, a sonoridade diversificada e a
grande oportunidade de tocar junto com os irmãos Cavalera.
Confira agora mesmo:
Road to Metal: Vocês irão sair em
turnê com o Cavalera Conspiracy, qual expectativa para esses shows?
BAFFO NETO - Olá. Muito prazer e muito obrigado pela
oportunidade de estarmos fazendo esta entrevista. É uma honra para nós, que
somos uma banda nova, sair em turnê com os irmãos Cavalera. Somos fãs,
entendemos o valor da oportunidade que estamos tendo e somos muito gratos por
isto. Quanto à expectativa para a turnê, esperamos achar um público já não tão
novo e por isso, relativamente difícil de agradar, então o chicote tem de
estralar forte para podermos passar pela aceitação deles.
RtM: Como rolou o convite para
tal oportunidade? Pois certamente é uma grande chance de divulgação, certo?
BAFFO NETO - Sim, é uma excelente oportunidade. Foi meio
que assim: Ano passado ainda a Gloria Cavalera tinha manifestado ao nosso
agente Alex Palaia da GW Entertainment, que é o representante do Soulfly e do
Cavalera Conspiracy na America Latina, o interesse em trazer o Cavalera de
volta ao Brasil e América do Sul em Setembro deste ano em uma tour que fosse
relativamente extensa. Como na América do Sul é um pouco complicado de fazer
isto devido ao alto custo de logística, nosso agente recorreu a nossa manager
Damaris Hoffman, da Hoffman & O’Brian, para examinar algumas opções e me
chamaram para a conversa também. Eu disse que poderia ajudar a conseguir shows
para a banda e que eu gostaria muito de tocar com eles em alguns dos shows caso
isto acontecesse. Depois de muita conversa conseguimos colocar em pé uma das
mais extensas Turnês de uma banda de Heavy Metal pela América Latina já
realizada até hoje, e aqui estamos nós, tocando em vários destes shows.
RtM: O Capadocia se prepara para
lançar seu primeiro disco. E o que podemos notar na sonoridade da banda é uma
boa diversificação sonora com inclusões de ritmos brasileiros. Como vocês
chegaram a tal sonoridade?
BAFFO NETO - Foi uma mistura de conclusões. Ha muito
tempo eu venho tentando desenvolver uma sonoridade equilibrada considerando
quem eu sou de onde eu venho, e para onde quero ir e ainda sigo firme e forte
neste caminho. Este disco é uma conclusão primaria desta busca que ainda está
longe de seu fim. Na medida em que o tempo vai passando e o mundo mudando, a
música também muda acompanhando o mundo e da maneira que eu entendo, é dever do
artista traduzir sua música para o seu tempo e por isto, a busca não para e as
mudanças sempre acontecerão até que encontremos nossa própria linguagem
atemporal e certeira, o que creio eu ser o ápice de qualquer artista. A
sonoridade do Capadocia hoje é fruto do momento que vivemos hoje e de que
vivemos nos anos passados.
RtM: Será a primeira vez de vocês
em Porto Alegre/RS, o que podemos esperar deste show?
BAFFO NETO - Cara, sempre quis tocar no Bar Opinião. O
Lugar carrega muita história e eu mesmo pude acompanhar várias bandas em vários
shows internacionais que ajudaram a escrever esta história e poder tocar nesta
casa, nesta cidade em uma condição tão honrosa é realmente um privilégio, algo
para ser considerado como um presente. Vocês podem esperar uma banda defendendo
seu caminho, mostrando seu trabalho e tocando um Metal peculiar, diversificado
e contagiante. Esperamos firmemente que esta seja apenas a primeira de muitos
outros shows. Aqui em São Paulo se tem
uma ideia muito boa de Porto Alegre, todos querem tocar em Porto Alegre, mas a
distância e o alto custo operacional dificultam demais a ida de bandas menores,
de bandas do underground de todo o país que sonham em tocar no Sul. Estamos tendo este privilegio e não vamos
deixar por menos. Podem acreditar.
RtM: Vocês são uma banda
relativamente nova (formada em 2011), porém com músicos experientes. Conte-nos
um pouco da história do Capadocia.
BAFFO NETO - Em 2006, quando ainda morava na Europa eu
decidi voltar para o Brasil e remontar minha antiga banda. Tentei de diferentes
maneiras, mas como meu parceiro Michel Gambini, hoje vocalista de uma banda
chamada Seita ainda morava em Amsterdam se tornou inviável manter as atividades
do grupo rolando como deveria e por esta razão entre outras eu decidi montar
uma nova banda. Saí na captura de músicos e descobri que, como eu sou do ABC
paulista, seria mais legal eu montar com uma rapaziada daqui também, porque o
background de quem cresce no ABC é um pouco diferente que dos paulistanos ou do
pessoal de outra região de São Paulo e seria mais fácil para mim me entender
com pessoas que tiveram a infância no mesmo lugar do que eu. Com esta ideia em
mente eu achei o Marcio Garcia, guitarrista que tocava em outra banda do ABC
chamada Post War. Depois nos acertamos com Gustavo Tognetti, que tocava no Skin
Culture e por coincidência tinha um estúdio de tatuagem em Santo André e por
último, recrutei o Palmer de Maria, que foi o baterista com quem eu montei
minha primeira banda, ainda com 14 anos de idade. Como tocamos juntos por
muitos anos, nos entendemos bem musicalmente e eu acho isto importante
considerando que a parte rítmica desta banda precisa ser bastante apurada. O
Palmer é uma baterista experiente, assim como o Marcinho Também é um
guitarrista bastante experiente. O Gustavo é o mais novo da banda, toca ha
menos tempo e que os demais e mesmo assim já é bastante eficiente e
convincente. Temos um time competitivo.
RtM: Atualmente vivemos uma era
digital assombrosa, que de certa forma prejudica o trabalho das bandas, mas
facilita a divulgação fazendo o som
chegar para todo mundo. O que vocês acham desse novo momento que a indústria
fonográfica vive?
BAFFO NETO - Este momento já não é novo, ele tem mais de
10 anos. Na real eu me posiciono da seguinte maneira: É o que é. Não adianta
chorar, reclamar, etc. E sim se adaptar a realidade dos dias de hoje, assim
como também precisaram se adaptar a realidade do CD quando foi lançado e
substituiu o Vinil. Os que conseguem, sobrevivem. Os que não conseguem,
sucumbem. A realidade atual da indústria não prejudica as bandas em termos de
carreira. Prejudica sim as gravadoras, o que é bem diferente. Cabe ao artista
conquistar ou não um espaço no coração do fã. Hoje o músico tem a possibilidade
de chegar junto ao ouvido do fã de música como nunca antes, só que esta
oportunidade é igual para todos. Você precisa achar sua maneira de se destacar,
só isso. A meu ver não ha nada de negativo no atual formato da indústria a não
ser o despreparo do artista ao lidar com isto.
RtM: Outro ponto que tem sido bastante
discutido é a certa falta de público nos shows, muitos culpam a internet por
isso, pois temos uma nova geração que de certa forma parece não interessada à
este contato. O que vocês pensam a respeito?
BAFFO NETO - Acho que o problema não reside na falta de
interesse nos artistas e sim na falta de artistas interessantes o suficiente
para arrancar um fã de Metal da frente do computador. Os shows de muitas bandas
estão indo bem tanto aqui no Brasil quanto ao redor do mundo. O underground se
encontra saudável e em forma razoável para grande parte da nova geração de
bandas tanto aqui no Brasil quanto fora. O que não funciona é o anacronismo de
muitos músicos e bandas por toda parte, que por não desenvolverem sua razão de
ser talvez até por não saber que disso se precisa, acham que o público deve
engolir seja lá o que for pelo simples fato de que ele se sentem bem tocando em
uma banda. O problema não é a evolução da tecnologia que teoricamente causa o
desinteresse das novas gerações. O problema é a inerente e ridícula
incapacidade de entender qual é o real problema. É fácil culpar uma situação pelo fracasso de
outra, mas tem o mérito quem resolve o problema, não quem aponta o defeito.
RtM: Para finalizar gostaria que
nos falassem de suas principais influencias e quais bandas têm acompanhado no
momento.
BAFFO NETO - No momento eu tenho escutado bastante o
Worst, o Project 46 e eu escutei alguma coisa do disco novo do Korzus no
estúdio deles que eu também gostei bastante. Estou sempre procurando bandas
novas que eu goste, de vez em quando eu acho, de vez em quando não. O Test é
uma banda hiper interessante também. Tenho escutado bastante o último disco do
Forka, que é du caralho também e bastante Black Sabbath. Tenho bastante influência
de música percussiva brasileira, porque eu toco bateria desde os meus oito anos
de idade... Pelo menos tento manjar um pouco. Acho que é isso.
Domingo 17 de
agosto, o Vó Zuzu Atelier conheceu o poder de um motor V12 supercharger
descontrolado. Tamanha energia, calor e explosão liberada nas apresentações, só
podem ser comparados honrosamente com tal artefato.
Eventos independentes acontecem
quase todos os dias, pelo país inteiro, mas Porto Alegre tem a sorte de estar
“pegando gosto” novamente pela destruição. E justamente no dia 17/08 (domingo),
tivemos a honra de contar com a presença da Bandanos para coroar a carnificina orquestrada pela Charlar, CxFxCx e Chute No Rim,
anteriormente.
A
desgraceira começou quando a Charlar subiu ao palco, e veja bem que a expressão
“subiu ao palco” aqui, é meramente ilustrativa. Pois a casa tem o formato de um
“Teatro de Arena” (porem reto, e não em círculo), isto quer dizer que o placo
era a parte mais baixa da casa. Na hora da apresentação da banda, o público
ainda não estava tomando conta da casa, porém nem por isso foi menos enérgico
em resposta à apresentação da banda.
Apenas a ritmo de informação, a Charlar é
uma das mais votadas para abrir o show da banda sueca SABATON em Porto Alegre,
que acontecerá em 09 de Setembro de 2014. Com toda a irreverência do Progressive
Thrash Metal, a Charlar deixou a noite pronta para o que estava por vir.
A Canoense
CxFxCx trouxe o “Ninguém te Controla” pra festa, e a destruição se firmou.
Deixou a turma agitada e nessa hora o público já tomava cada canto da casa, a
ceva tava gelada, tinha espaço pro mosh então estava perfeito. A musicalidade
daCxFxCx, deixou um gostinho forte de
“Suicidal Tendencies” no ambiente.
Havia
que acabar cedo, pois era domingo, um dia que os excessos têm que se controlar,
mas não antes de tomar um Chute No Rim, e a banda já se pronuncia com o nome.
É
bem assim mesmo, um chute no rim, e as lesões podem deixar sequelas graves,
como por exemplo: viciar no som e nunca mais querer parar de ouvir! Um som
quadrado, direto e reto, sem muita enrolação e a proposta é “meter a boca no
trombone”.
Pois bem, ficamos satisfeitos com o resultado, pois a mensagem foi
entregue com sucesso: O Homem Destrói o Mundo (ou seria ao contrário?). Além de
toda agressividade e discursos diretos, a Chute No Rim trouxe a sua cerveja pra
noitada, maiores informações pelo Facebook da banda.
Com o
palco “amaciado”, é chegada a hora da Bandanos guiar a convulsão eufórica Crossover.
Na ativa desde meados de 2002, acumulando experiência, qualidade sonora, amigos
e algumas ressacas pelo mundo a fora, a Bandanos vem trilhando um caminho de
sucesso e de renome ao longo dos anos. Isso ficou muito claro durante o show,
várias foram as vezes que Cristiano Maffra desceu (na realidade subiu) do palco
para o meio da galera pra “quebrar” junto. Até brincou que o Vó Zuzu Atelier,
foi o lugar mais foda que já tocaram, pois colocaram o público no lugar certo:
acima da banda!
A quem diga que “A Cena” morreu, e a idéia
desse comentário não é trazer a discussão à tona. O que foi vivido no passado
teve um significado muito forte para quem o viveu, mas no domingo o que vimos
foi, quatro bandas muito boas (sendo que três eram locais), por um preço muito
justo e a casa estava lotada. Bom, se a cena de fato morreu, em seu túmulo, ela
deve estar orgulhosa da nova que está nascendo. O Legado nunca vai morrer, não
será fácil mente-lo vivo, mas ao que depende dos fãs, no domingo ficou claro
que eles estarão sempre juntos a onde o underground estiver.
Com data de lançamento marcada para 09 de setembro, o novo álbum solo do lendário vocalista do Led Zeppelin será o primeiro pelo seu selo próprio, Nonesuch, e será distribuído pela Warner.
"Lullaby and...The Ceaseless Roar" foi produzido por Plant, que conta com o apoio da sua banda, The Sensational Space Shifters, e o vocalista divulgou esta semana o segundo curta sobre o novo álbum, chamado "Returning to the Borders", explorando os temas de "Lullaby and,,,". (Veja logo a seguir os dois curtas).
Plant declarou o seguinte a respeito da inspiração para os temas: "...Eu estive distante dessas fronteiras por um longo tempo. Gastei um bom tempo viajando pelo Sul...Eu escrevi as letras fazendo um link com aqueles dias incríveis, por volta da década de 1930 a 1940, quando o Sul era o centro da grande revolução da música negra, antes da migração para Chicago."
E prossegue falando do trabalho: " É realmente um registro de celebração, poderoso, corajoso, africano, "trance" encontra "Zep". Ou seja, deu pra notar que será um disco bem voltado às raízes negras da música, seguindo os experimento que Plant tem feito nos seu trabalhos, como o anterior, "Band of Joy" (2010), e o "Raising Sand", de 2007, com Alisson Krauss.
Plant ainda filosofa mais um pouco sobre o fato de seguir produzindo e suas parcerias: "Eu ando por aí e pergunto a mim mesmo, eu tenho algo a dizer? Existe uma canção dentro de mim ainda? Em meu coração?"
"Eu vejo a vida e o que está acontecendo comigo. Ao longo da trilha há expectativas, decepções, alegrias, dúvidas, fortes relacionamentos, e agora eu estou habilitado a expressar meus sentimentos através de melodia, poder e trance, juntos em um caleidoscópio de som, cores e amizade.
O álbum já está disponível na pré-venda no site do cantor, e dá direito a um download imediato de uma faixa do álbum. Também pode ser conferida a faixa "Rainbow", divulgada um tempo atrás, e que também Plant e banda vêm tocando ao vivo. Acredito que, além de satisfazer os fãs do vocalista e quem vem gostando dos seus trabalhos solo, venha um trabalho superior aos anteriores, e que deverá agradar uma gama maior de seguidores e admiradores do lendário frontman.
"Blind Rage" é o terceiro álbum com Tornillo ao microfone, os alemães seguiram a velha máxima de que "em time que está ganhando não se mexe", e novamente traz Andy Sneap na produção, resultando em mais uma paulada, e este é com certeza o álbum que traz mais do Accept old School, está mais melódico, mas ainda há a pegada mais pesada e moderna desta prolífica fase atual, ou seja, não tem como não entrar direto em várias listas de melhores álbuns! Ok, alguns fãs ainda acham que Accept sem Udo nos vocais não é possível, mas acredito que são poucos que não reconhecem que Tornillo encaixou bem, que a banda vem lançando grandes trabalhos, e o grupo soube trabalhar bem os clássicos da era Udo nas versões com o atual frontman.
Andy Sneap, desde o primeiro álbum desta nova era, disse a Wolf Hoffman e Petar Baltes, os principais compositores, que a banda simplesmente precisava soar como o "Accept", ou seja, a lenda germânica possui suas características marcantes, como os riffs de Hoffmann, os coros tradicionais e aquele Heavy Metal Tradicional com marca própria, ora veloz, ora mais cadenciado, com peso e melodia.
O single "Stampede", por exemplo, é uma típica faixa de abertura do Accept, com uma intro na guitarra de Hoffmann, a levada veloz, os coros...está tudo ali! E em "Blind Rage", o álbum, é o que vamos ouvindo, e a cada faixa, cada riff, solo, acada refrão e ao ouvir aqueles coros característicos...é Accept! Os caras são uma instituição já, e se alguém tinha dúvidas quanto ao sucesso dessa nova "encarnação", este terceiro trabalho certamente dissipou; "Dying Breed" (título sugestivo não? Raça em Extinção) mantém a pegada, com elementos do "clássico" Accept e do "novo"; riffs pesados, coros e refrão matadores e pegajosos, assim como a melodia de guitarra no refrão. E como não foi à toa que falei do título, destaque para a letra, que presta tributo a grandes ícones do Metal, alguns, como diz o refrão, são "The last of the dying breed" (Os últimos de uma raça em extinção);
Vamos ouvindo e encontrando todos os elementos que nós fãs adoramos, e como já disse antes, identificando momentos que vão nos remeter à álbuns clássicos da banda nos anos 80, como em "Dark Side of My Heart", que vai numa levada cativante e melódica, lembrando músicas como "Up to the Limit", pelo riff do início, e "London Leather Boys", e as melodias do refrão são daquelas de sair assoviando, já grudam de imediato! "Fall of the Empire", tem uma levada cadenciada e bem melódica também, refrão com os tradicionais coros.
Temos também mais daquelas faixas rápidas também tão características, como "Trail of Tears" e "Final Journey", e também mais dos "hinos" típicos naquele estilo "Metal Heart", "Neon Nights" e "Princess of the Dawn", com grandes refrãos e coros, como "Wanna be Free", "From the Ashes We Rise" e "The Curse", que elegi como uma das minhas preferidas, melodiosa e cadenciada, com algumas guitarras acústicas, com linhas vocais e melodias realmente cativantes e muito boa letra (onde há mais uma citação em um trecho, onde Tornillo canta "No more Mr. Nice Guy, No More Mr. Right" ), que cito um trechinho: "...Devo ser como os outros, devo desistir da boa luta...é a maldição de ter sido bom, de fazer o certo, o preço que pagamos pela nossa honra".
Excelente. Só pra citar as que faltaram, "200 Years" traz alguns vocais e riffs com efeitos diferente dos usuais do Accept e "Bloodbath Mastermind" começa devagar pra virar uma porrada, bem estilo ao "novo" Accept.
Simplesmente Accept, uma banda com marca e sonoridade próprias. Sem mais meritíssimo!
Texto/Edição: Carlos Garcia
Revisão: Louis Scyfer
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica:
Banda: Accept
Álbum: Blind Rage
Ano: 2014
Produção: Andy Sneap
Selo: Nuclear Blast
Estilo: Heavy Metal Tradicional
Outras Informações: "Blind Rage" é o décimo-quarto álbum de estúdio do Accept, o terceiro com Mark Tornillo nos vocais, e está disponível também em versão dupla, contendo DVD com show gravado no Chile. A arte da capa foi elaborada por Daniel Goldsworthy, e traduz o conceito do título, ou seja mostra a besta partindo para cima de nós, em fúria cega, por todo o planeta, quando ligamos a TV, por todo lugar onde andamos, a "fúria cega" está aí, seja na loucura produzida pelo próprio homem ou até pelas catástrofes naturais.
Line up:
Mark Tornillo: Vocais
Wolf Hoffmann: Guitarras
Herman Frank: Guitarras
Peter Baltes: Baixo
Stefan Schwarzmann: Bateria
Fundado em 2010, a banda Italiana Kalidia lançou em 2012 o primeiro EP, "Dance of the Four Winds", ganhando já um boa repercussão na imprensa especializada. Em 2014, chega ao seu primeiro full-lenght, "Lie's Device", lançado de forma independente, e contando com uma excelente produção, estando agora em plena divulgação desse trabalho, a fim de subir alguns degraus a mais e fixar seu nome no cenário.(Read the English Version Here)
Buscando fazer simplesmente a música que amam, sem prender-se a rótulos, o Kalidia tem uma ideia clara dos seus objetivos e do seu potencial. Conversamos com a voz da banda, a bela Nicoletta Rosellini (que para muitos já é candidata a nova musa do Metal Italiano, fazendo sombra a Cristina Scabbia do Lacuna coil), que nos conta um pouco mais sobre a produção do álbum, o porque de terem escolhido lançá-lo de forma independente, suas influências, o cenário Italiano e mais! Confira a seguir.
Road to Metal: Uma pergunta que eu gosto de fazer às novas bandas, é o que vocês acreditam que é ou será a sua vantagem ou diferencial para conquistar seu espaço no cenário?
Nicoletta Rosellini: Primeiro de tudo, eu gostaria de agradecer a você por esta entrevista! Estamos tentando alcançar o nosso próprio espaço, ser nós mesmos: escrever canções melódicas, usando minha voz aguda, moderna, e não tão alta (há muitos cantores operísticos, na minha opinião) e sendo muito atenciosos com os fãs e simpatizantes.
RtM: Eu gostaria que você nos contasse um pouco sobre a produção do álbum, que foi feita por Alessio Lucatti. O que os levou a escolher Alessio fazer a produção e o que ele acrescentou em termos de idéias e na sonoridade da banda?
Nicoletta Rosellini: Nós nos conhecemos em 2012, quando a nossa colaboração e amizade começou. Eu considero o encontro com Alessio o ponto de virada da nossa carreira: ele trabalhou duro com a gente e nos ensinou muito. Ele nos deu a oportunidade de mostrar o que podemos fazer e eu, pessoalmente, devo muito a ele.
Foi uma decisão natural tê-lo a na produção do nosso álbum, nunca pensamos sobre isso, apenas sabíamos.
RtM: Em "Harbinger of Serenity" há a participação de Andrea Racco, em um dueto poderoso com você. E "In Black and White", temos Alessandro Lucatti. Conte-nos mais sobre a ideia de convidá-los, e um pouco mais sobre essas músicas e a participação de ambos.
Nicoletta Rosellini: Andrea, Alessandro e Alessio são da banda de power-prog Etherna; e dividimos o palco com eles muitas vezes e nos tornamos bons amigos com o passar dos anos.
Quando eu estava gravando "Harbinger of Serenity", percebi que a música precisava de algumas vozes ásperas, acompanhando os riffs de guitarra que eram fortes; Eu não tive dúvida, Andrea foi o vocalista certo. Quando ouvi sua gravação pela primeira vez, fiquei surpresa! Com Alessandro, as coisas foram mais como "Hey! Vamos fazer algo juntos ", durante uma de suas visitas ao estúdio de seu irmão.
RtM: Ouvindo o álbum, e eu comentei com você, não podemos colocar um rótulo no som da banda, porque você mistura Heavy Metal clássico, com um toque de power metal, com muita melodia e Symphonic Metal. Em "Lie's Device" (Dispositivo de Mentir) vocês acreditam ter conseguido chegar onde pensavam em termos de som, a sua identidade?
Nicoletta Rosellini: Eu acho que há ainda mais espaço para melhorias, mas nós gostamos do que fizemos; nós não focamos em um gênero, e sim deixamos a nossa inspiração fluir. É por isso que há algumas influências diferentes em nosso trabalho. Nós escrevemos a música que amamos, sem prestar atenção aos rótulos.
RtM: Sobre a "identidade do Kalidia", eu acho que a música "The Lost Mariner" traduz bem o que é essa identidade. Heavy Metal sinfônico e melódico, e seu diferenciado e belo vocal. Poderia comentar um pouco mais sobre esta afirmação e sobre esta canção?
Nicoletta Rosellini: "The Lost Mariner" foi a primeira música que compusemos, por de volta em 2011, e estamos muito ligados a ela. Eu acho que ela representa o Kalidia bem: é uma grande mistura de força, melodia e linhas vocais cativantes.
A letra foi inspirada no poema Inglês "A Balada do Velho Marinheiro" por ST Coleridge.
RtM: A canção-título, "Lie's Device" (Dispositivo de Mentir), é também um bom exemplo da sonoridade do Kalidia. O riff inicial me lembrou algo do Metal clássico, tipo Rainbow; há peças sinfônicas e melódicas e letras fortes. Você pode nos falar mais sobre essa música, suas letras e por que vocês a escolheram para ser a faixa-título?
Nicoletta Rosellini: "Lie's Device" foi uma das últimas músicas que trabalhamos; escolhemos para ser a faixa-título, pois mostra muitos tons de nossas influências: Power, Progressivo e excelente trabalho de teclado. Além disso, o título soa incomum e seu tema nos deu a ideia descrita na capa (Onde há diversas pessoas em frente a uma espécie de roleta, com várias máscaras). A canção (Lie's Device) explora o tema da máscara de Pirandello: todo mundo é obrigado a usar uma máscara e ser o que os outros querem.
RTM: "Dollhouse (Labyrinth of Thoughts)," é uma música bonita e melódica, e além de "The Lost Mariner", é um dos meus favoritos. O senhor poderia comentar mais sobre essa música também?
Nicoletta Rosellini: "Dollhouse" foi a primeira música que compusemos após o lançamento do nosso demo-EP, "Dance of the Four Winds"; é mais rock e menos pesada. Ela também mostra um pouco do meu registro mais grave, que eu adoro. A letra foi inspirada pela série de TV "Dollhouse".
RtM: E Nicoletta, falando sobre sua voz, eu realmente gostei do que ouvi. Você tem uma voz diferente daquelas vocalistas que usam mais a voz soprano, você tem uma voz forte e limpa, mas sem perder a feminilidade, também diferente de vocalistas que usam nuances mais masculinas, como Doro ou Leather Leone. Fale um pouco sobre suas influências e como você começou esta jornada na música e no Heavy Metal?
Nicoletta Rosellini: Antes de tomar qualquer lição, eu comecei a minha carreira aos 16 anos, com uma banda de hard rock, onde eu costumava cantar alguns covers de Deep Purple, Guns 'n Roses, Free; Depois disso, eu comecei a tomar algumas lições profissionais e eu também experimentei algumas técnicas de ópera (Eu admito, como quase todas as metalheads adolescentes, fui vítima da Tarja), mas, felizmente, decidi me concentrar nos vocais modernos.
Acho que o que me faz diferente é o meu background musical: Eu não sou uma fã "die hard" de bandas lideradas por vocais femininos (mesmo que goste de bandas como Delain, Xandria, Within Temptation e Nightwish com Anette Olzon), eu prefiro vozes masculinas "quentes". Inspiro-me principalmente em Roy Khan (ex-Kamelot), Fabio Lione (Rhapsody, Vision Divine), Jorn Lande, Joacim Cans (Hammerfall).
RTM: Vocês estão lançando seu debut, "Lie's Device", de forma independente. Qual é a razão desta opção? Quais as vantagens e desvantagens de lançar um trabalho de forma independente?
Nicoletta Rosellini: Enviamos nosso material promocional para muitos selos diferentes e recebemos algumas ofertas, mas nenhuma delas nos satisfez. Eu, pessoalmente, acho que hoje em dia os contratos de pequenos selos são para pessoas preguiçosas, eles pedem-lhe dinheiro para coisas e promoção que você pode fazer por si mesmo.
RtM: Você acredita que, conforme o caso pode ser mais prático lançar um álbum independente do que estar em uma gravadora e não ter a devida atenção, porque também pode haver muitas bandas no cast da gravadora, e também há tratamento diferente para alguns grupos ?
Nicoletta Rosellini: Como uma banda independente, somos totalmente livres para fazer o que queremos com a nossa música e tomar nossas próprias decisões sobre o nosso caminho; também cada álbum vendido é 100% revertido para a banda; a desvantagem de ser independente é que você tem que cuidar pessoalmente de tudo, mas eu posso lidar com isso.
Além disso, eu vejo muitas bandas com um contrato com gravadora serem deixadas por conta própria depois que eles pagaram para o negócio; os selos lançam seu álbum, fazem uma pequena promoção e isso é tudo. Eu acho que estamos conquistando mais do que essas bandas.
RtM: E como você vê a situação atual do cenário na Itália? Além do Kalidia, que outras bandas você acha que podem chegar em um nível de bandas como Rhapsody ou Lacuna Coil, inclusive em termos de popularidade?
Nicoletta Rosellini: Na Itália, temos muitas bandas underground talentosas, mas, durante a última década, tornou-se muito difícil ganhar algum espaço nesse cenário saturado.
Na minha opinião pessoal, os motivos são dois: de um lado, grandes gravadoras não estão prestando muita atenção para os recém-chegados, e os pequenos selos não estão fazendo uma grande promoção; Por outro lado, as pessoas não estão apoiando as bandas, em nosso país, não é raro encontrar apenas alguns frequentadores em concertos undergrounds em locais precários.
Acho que nenhuma outra banda chegará a popularidade do Rhapsody ou Lacuna Coil, mas temos algumas bandas de power-prog excelentes, como o Vision Divine, Labirinth, DGM, Kaledon, 4th Dimension, Derdian, Ancient Bards.
RtM: Bem, obrigado pela sua atenção, espero que em breve ver Kalidia ganhando mais e mais fãs e levantando vôos mais altos. Agora, eu deixo o espaço para sua mensagem para os fãs e leitores!
Nicoletta Rosellini: Obrigado pela entrevista! Eu gostaria de agradecer a todas as pessoas que nos apoiam: esperamos encontrar todos vocês em turnê, um dia! Fique ligado nas nossas páginas sociais para mais novidades. Ciao!
Founded in 2010, the Italian band Kalidia releasedd in 2012 the first EP, "Dance of the Four Winds", already earning a good impact in the specialized press. In 2014, reaches your first full-length, "Lie's Device", released independently, and relying on an excellent production, now standing in full disclosure of this work, in order to climb a few steps further and establish your name in the scenario . (read the portuguese version here)
Simply trying to make the music they love, without labels or sub-genres, the Kalidia have a clear idea of their goals and potential. We talk with the voice of the band, the beautiful Nicoletta Rosellini (which for many is already candidate a future new muse of Italian Metal, following the example of Cristina Scabbia from Lacuna Coil), who tells us a little more about the production of the album, the causes of have chosen to release it independently, their influences, the Italian scene and more! Check out. Road to Metal: One question I like to do for new bands, it's what you believe is or will be your advantage or differential to conquer your space in the scenario?
Nicoletta Rosellini: First of all, I'd like to thank you for this interview! We're trying to achieve our own space being ourselves: writing melodic songs, using my modern and not so high pitched voice (too many operatic singers, in my opinion) and being very friendly with fans and supporters.
RtM: I would like you tell us a little about the album’s production, it has been produced by Alessio Lucatti. What led you to choose Alessio to do the production and what he added in terms of ideas and in the band’s sonority?
Nicoletta Rosellini: We met in 2012, when our collaboration and friendship started. I consider the meeting with Alessio the turning point of our career: he worked hard with us and taught us a lot. He gave us the opportunity to show what we can do and I personally owe him a lot.
It was a natural decision to have him doing the production of our album, we never thought about it, we just knew.
RtM: In “Harbinger of Serenity” you had the participation of Andrea Racco, featuring a powerful duet with you. And “In Black And White”, you had Alessandro Lucatti. Tell us more about the idea to invite them, and a little more about this songs and the participation of both.
Nicoletta Rosellini: Andrea, Alessandro and Alessio are from the power-prog band Etherna; we shared the stage with them many times and we became very good friends during the years.
When I was recording “Harbinger of Serenity”, I realized the song need some rough vocals since the guitar riffs were strong; I had no doubt, Andrea was the right vocalist. When I heard his recording for the first time, I was astonished! With Alessandro, things went more like “Hey! Let's do something together”, during one of his visit to his brother's studio.
RtM: Listening to the album, and i've commented with you, we cannot put a label on the band's sound, because you blend classic Heavy Metal, with a touch of power metal, with lots of melody and Symphonic Metal. In "Lie's Device" do you believe have managed to get where you thought in terms of sound, to have an identity?
Nicoletta Rosellini: I think there's still more room for improvements, but we like what we've done; we didn't focused on one genre but we let our inspiration flow. That's why there are some different influences in our work. We write music we love, without paying attention to the labels.
RtM: About the “Kalidia’s identity”, I think the song “The Lost Mariner” translates well what is that identity. Heavy Metal symphonic and melodic, and a distinct and your beautiful voice.Would you comment a little more about this affirmation and about this song?
Nicoletta Rosellini: “The Lost Mariner” was the first song we composed, back in 2011, and we are very attached to it. I think it represents Kalidia well: it's a great mix of power, melody and catchy vocal lines.
The lyrics were inspired by the English poem “The Rime of the Ancient Mariner” by S. T. Coleridge.
RtM: The title song, “Lie’s Device”, is also a good example of Kalidia’s sound. The initial riff reminded me that Classic Metal like Rainbow, there are symphonic and melodic parts, and strong lyrics. Would you tell us more about this song, your lyrics and why did you choose it to be the title track?
Nicoletta Rosellini: “Lies' Device” was one of the last songs we worked; we chose it to be the title track because it shows many shades of our influences: power, progressive and some excellent keys work. Also, its title sounds unusual and its theme give us the idea of the artwork. The song explores Pirandello's mask theme: everyone in the world is forced to wear a mask and be what others want.
Rtm: “Dollhouse (Labyrinth of Thoughts)”, is a beautiful and melodic song, and besides “The Lost Mariner”, is one of my favorites. Could you comment more about this song too?
Nicoletta Rosellini: “Dollhouse” was the first song we composed after the released of our demo-EP “Dance of the Four Winds”; it's more rock and less heavy. It also show some of my lowest range, which I love.
The lyrics were inspired by the TV-Serie “Dollhouse”.
RtM: And Nicoletta, talking about your voice, I really enjoyed what I heard. You have a different voice of those vocalists who use more of that soprano voice, you have a strong and clean voice, but without losing femininity, also different of vocalists who use more masculine nuances, like Doro and Leather Leone. Talk a little about your influences and how you began this journey in music and Heavy Metal?
Nicoletta Rosellini: Before taking any lessons, I begin my career at 16 years old, with an hard rock band where I used to sing some covers of Deep Purple, Guns 'n Roses, Free; after that, I started taking some professional lessons and I also experienced some operatic techniques (I admits, as almost every teenage metalhead, I was a Tarja's victim) but, fortunately, I decided to focus on modern vocals. I think what make me different is my musical background: I'm not an hard-die fan of female fronted band (even if I like band like Delain, Xandria, Within Temptation and Anette Olzon's Nightwish), I prefer warm-male voices. I take my inspiration mainly from Roy Khan (ex-Kamelot), Fabio Lione (Rhapsody, Vision Divine), Jorn Lande, Joacim Cans (Hammerfall).
RTM: You are now releasing your debut, “Lie’s Device”, in an independent manner. Which is the reason of this option? What advantages and disadvantages to release in an independent manner?
Nicoletta Rosellini: We sent our promo material to many different labels and we received some offers, but none of them satisfied us. I personally think that nowadays small-label contracts are for lazy people: they ask you money for things and promotion you can do by yourself. RtM: Do you believe, as the case may be more practical to release an independent album than being on a label and not having the proper attention, because there are many bands in the cast of the label, and also the different treatment for some groups?
Nicoletta Rosellini: As a independent band, we are totally free to do what we want we our music and take our own decisions about our path; also every album sold is 100% founding the band; the downside of being independent is that you have to personally take care of everything, but I can handle it.
Also, I see many bands with a label-contract being left alone after they paid for the deal; the labels release their album, do some small promotion and that's all. I think we are achieving more than those bands.
RtM: And as you see the current situation of the scenario in Italy? Besides Kalidia, what other bands do you think will reach a level of bands like Rhapsody or Lacuna Coil reached, even in terms of popularity?
In Italy, we have many talented underground bands but, during the last decade, it has become very hard to gain some space in this saturated scenario. Nicoletta Rosellini: In my personal opinion, the reasons are two: on one side, big labels are not paying to much attention on newcomers band and the small ones are not doing great promotion; on the other side, people are not supporting the bands: in our country, it's not unusual to find just few attenders at worthy local underground concerts.
I think no other band will reach the popularity of Rhapsody or Lacuna Coil, but we have some great power-prog bands, like Vision Divine, Labyrinth, DGM, Kaledon, 4th Dimension, Derdian, Ancient Bards.
RtM: Well, thanks for your attention, hopefully soon see Kalidia winning more and more fans and lifting higher flights. Now, I let the space for your message to the fans and readers!
Nicoletta Rosellini: Thank you for this interview! I'd like to thank all the people who support us: we hope to meet all of you on tour, one day! Stay tuned on our social pages for more news. Cheers from Italy! Interview by: Carlos Garcia Photos: files ceded by the band/band's press release