Matéria por: Cláudia Kunst
BRAZIL PAINTED BLOOD...THE
BRAZILIAN TRIBUTE TO SLAYER será lançado no final de 2020
Que o Brasil tem uma porrada de
bandas emergentes de qualidade é inquestionável; disto ninguém duvida. Mas
ninguém pode negar também, que as bandas clássicas sempre serão lembradas e,
sempre que possível, serão homenageadas. Exemplo disto são os inúmeros tributos
que vimos pelo mundo afora. Uma sacada bem interessante passou a ser uma das
alavancas do selo Armadillo Records, da extinta gravadora Secret Service do brasileiro,
hoje radicado na Inglaterra, Luiz Rizzi. O produtor já homenageou pelo menos, seis
grandes bandas do rock e heavy metal mundial: Motorhead, AC/DC, Iron Maiden,
Black Sabbath, Kiss e o mais recente lançamento que é tributo ao Deep Purple
interpretado somente com vocais femininos, o Woman from Brazil... The Brazilian Tribute to Deep Purple.
E parece
que a Armadillo está com mais um trabalho no forno, pois o mais recente anúncio
de tributo já está causando muito fervor entre os fãs de ninguém menos que
Slayer com o tributo intitulado BRAZIL
PAINTED BLOOD...THE BRAZILIAN TRIBUTE TO SLAYER. Para homenagear uma das
maiores bandas do cenário heavy metal de todos os tempos, Rizzi convidou 30
bandas brasileiras. Destas, cinco delas são gaúchas e, destas ainda, quatro
estiveram nos palcos das duas edições do Metal Sul Festival: Carniça, Losna,
Burn the Mankind e Leviaethan. Em recente postagem em suas redes sociais, Rizzi
anunciou surpresas neste tributo.
“Brazil
Painted Blood...The Brazilian Tribute to Slayer, terá uma surpresa, terá
uma bônus, e terá a participação de dois guitarristas de renome mundial. Em
breve divulgarei qual banda e quais os músicos que farão participação pra la de
especial, posso adiantar a versão, será The
Antichrist, do álbum Show no Mercy.
O tributo terá 31 versões”.
O festival que teve sua primeira
edição em 2017 e depois em 2019 reuniu cerca de 30 bandas, além de
apresentações da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo com repertório para heavy
metal mundial, incluindo no setlist, boa parte das bandas já homenageadas pela
Armadillo, como o próprio Slayer.
A produção do Metal Sul Festival
quis compartilhar deste entusiasmo (e orgulho) e entrevistou as bandas gaúchas
que participarão do tributo: Carniça, Losna, Burn the Mankind, Leviaethan e
Patria – única das bandas gaúchas que ainda não se apresentou no Metal Sul
Festival. Conversamos com as cinco bandas e também com o produtor Luiz Rizzi
sobre todo este processo do tributo. A produtora do Metal Sul Festival, Cláudia
Kunst, destaca o orgulho em ter, pelo menos quatro bandas que se apresentaram
no festival neste lançamento. “Ter quatro bandas neste tributo tão importante
só endossa a qualidade artística que o Metal Sul Festival possui. Ficamos muito
orgulhosos com este anúncio e também por ter outra baita banda nesta produção
que é a banda Patria. Ela ainda não esteve no festival, mas quem sabe no futuro,
né?”, anima-se a produtora.
Segundo Luiz Rizzi, a escolha das
bandas para os tributos é sempre muito difícil, pois considera o Brasil um pólo
de grandes nomes. “O Rio Grande do Sul sempre produziu grandes bandas e no
tributo ao Slayer entrou a Leviaethan, que é uma das bandas mais antigas do
Brasil em atividade, um verdadeiro patrimônio do metal gaúcho”, destaca Rizzi.
Ele salienta a participação da banda Patria, que tem entre seus componentes o
guitarrista e artista visual Marcelo Vasco que é responsável pela arte visual do
álbum que será duplo. “A Patria já participou de dois tributos; a Carniça
participará pela segunda vez; a Leviaethan já participou de quatro. E teremos
duas bandas novatas, a Losna e a Burn the Mankind”, acrescenta o empresário.
A veterana Leviaethan, com mais
de 35 anos e que tem em sua formação, Flávio Soares, Denis Blackstone e Ricardo
Ratão de estrada, esteve nas duas edições do Metal Sul Festival, sendo que na
última se apresentou com a Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo, com repertório
para cinco composições da banda. Para Flávio, vocalista e baixista da
Leviaethan, participar de quase todos os tributos às bandas que receberam
homenagens da Armadillo, mostra a confiança e também o potencial de contribuir
com a divulgação destes trabalhos. “Para nós, como banda é interessante
participar, pois a marca Leviaethan vai girar por todo o Brasil e por onde
esses tributos passarem”, destaca Flávio.
Tendo se apresentado na primeira
edição do Metal Sul Festival, a Carniça completa seus 30 anos de carreira. De
acordo com o vocalista Mauriano Lustosa, que tem ao seu lado os músicos Marlo
Lustosa, Parahim Lustosa e Dedé Moth's, em todos os seus lançamentos autorais, a
banda costuma colocar, pelo menos uma releitura de um grande nome do metal
mundial. “Começamos com Venom em nosso álbum debut, Rotten Flesh.
Em 2000 participamos do Tributo Oficial ao Running
Wild - Rough Diamonds com a música Mordor.
Depois em 2011 homenageamos Slayer com Hell
Awaits no álbum Temple's.... Em
2012 foi a vez do WASP com I Wanna Be Somebody no Nations. Em 2017 foi
Sarcófago com Midnight Queen no álbum
Carniça. Em 2018 fomos convidados para
participar do Brazil Rock City Tributo ao
Kiss do selo Armadillo Recs com a música Love Gun. Em 2019 fomos convidados para South Americans Irons da Rotten Flesh Recs tributo ao Iron Maiden
com a música Powerslave e agora
novamente pela Armadillo com este Tributo ao Slayer com a música Blood Red”, contabiliza Mauriano.
Este tributo, conta com a
participação da Losna, banda das irmãs Fernanda e Débora Gomes e Marcelo
Pedroso, que se apresentou no Metal Sul Festival em sua primeira edição, em
Caxias do Sul. Para a guitarrista Débora Gomes, é uma honra participar deste
projeto com a Losna, pois Slayer é uma de suas influências. “Estaremos ao lado
de grandes nomes da cena metal brasileira e também será uma forma de
visibilidade.
E, de repente, vá que o Kerry King ouça e curta”, brinca a
guitarrista. Já Rafael, da banda Burn the Mankind que se apresentou no Metal
Sul Festival na última edição, em 2019, Slayer é uma das inspirações do grupo
formado ainda por Marcelo Nekard, Marcos Moura e Sandro Moreira. “Tô com
sorrisão há dias por conta disso. Poder prestar tributo a um grupo que nos
inspirou a tocar e a montar banda é fantástico. Realmente amamos Slayer e vamos
tentar honrar este sentimento”, descreve Rafael.
Patria, formada por T.Sword,
Mantus (Marcelo Vasco), Ristow, Vulkan r Abyssius - única banda que não se
apresentou ainda no Metal Sul Festival, é mais uma das bandas gaúchas que irá
participar do tributo. Além disso, o guitarrista da banda, Marcelo Vasco está
incumbido de fazer a arte do álbum. Perguntado para Marcelo, sobre passar um
filme de quando eram garotos e sonhavam em tocar sons pesados como Slayer ele é
exatamente isto. “Com certeza. Isso é legal demais!
O trabalho da Armadillo
Records é muito bom e super profissional. A gente tem certeza que será um
Tributo com muita garra e respeito ao Slayer. De fãs para fãs, sabe?! Enfim, é
um registro que vai ficar guardado pra gente no lado esquerdo do peito (risos).
Slayer é a minha banda favorita de todos os tempos!”, enfatiza Marcelo.
O empresário Luiz Rizzi ainda
destaca as bandas gaúchas e diz se surpreender com os lançamentos de tantos
grupos de qualidade. “Desde os anos 80 produzindo muitas bandas boas, e me surpreendo
sempre que ouço material de bandas do Rio Grande do Sul. O Estado é o berço de
uma das maiores bandas nacionais de todos os tempos, o grande Krisiun, mas
destaco também, os veteranos do Leviaethan, o Rebaelliun, Rage in my Eyes,
Exterminate. Meu disco preferido de banda gaucha, e o Best Before End, da Panic”, destaca Rizzi. Ele ainda descreve os
elogios do baterista do Motorhead à época do tributo à banda. “Mickkey Dee,
baterista do Motorhead ficou surpreso quando recebeu sua cópia do Going to Brazil...The Brazilian Tributo
to Motorhead. Ficou surpreso com a qualidade do tributo”, orgulha-se.
Arte visual de BRAZIL
PAINTED BLOOD...THE BRAZILIAN TRIBUTE TO SLAYER
Marcelo Vasco tem um currículo
incrível, com diversos trabalhos de peso em seu portfólio. Com o próprio
Slayer, Marcelo se destaca com a arte da capa do álbum Repentless. Questionado sobre como será a capa do tributo, ele
comenta que ainda está em estudo. “Trabalhar em algo relacionado ao Slayer é
sempre muito legal. Na realidade a capa do tributo ainda não está pronta. Estou
conversando com o Luiz da Armadillo Records e desenvolvendo uma temática
artística pra eu começar a criar ela em breve.
O nome do tributo será “Brazil Painted Blood”, uma referência
direta ao disco “World Painted Blood”,
do Slayer, mas não acho que seguir algo tão a risca do título seja o melhor
caminho, então ainda estamos tentando achar uma boa resolução pra fugir do
clichê”, conta o artista. Em algumas entrevistas, Marcelo diz que poderia ter
zerado a vida após desenhar a capa de Repentless.
Mas parece que este zerar iniciou uma nova contagem. Perguntado se ainda
tem este sentimento de ter zerado a vida, ele comenta que até hoje não acredita
que tenha realizado tal trabalho. “Eu ter trabalhado pro Slayer foi um sonho que
eu tinha desde muito cedo e sinceramente já achava que seria algo inalcançável.
Até hoje eu meio que não acredito (risos). Acho que a ficha não caiu
completamente! Agora com o Tributo vai ser bem legal por eu estar assumindo
esses meus dois lados, musical e visual. A experiência vai ser bem
interessante”, salienta Marcelo.
Para finalizar, Marcelo fala
sobre o Metal Sul Festival e sobre um convite antecipado para que a banda
possa, quem sabe, em alguma edição, participar do festival. “Seria muito bom se
a gente pudesse participar da próxima edição do festival. Ouvi falar muito bem
da produção inclusive. De antemão já te agradeço pelo convite”, finaliza o
músico.
Sobre os novos projetos da Armadillo, Luiz comenta que este,
possivelmente será o último trabalho do selo. “Infelizmente este do Slayer é o
último. Eu estava organizando o tributo ao Led Zeppelin, mas desisti; fui
literalmente coagido, colocado na parede, para organizar o tributo ao Judas
Priest e ao Metallica, mas infelizmente não acontecerá, o tributo ao Slayer, é
definitivamente o último”, justifica Luiz.
Conheça as bandas e suas respectivas homenagens
participantes desse tributo:
CD1
KORZUS - War Ensemble
Vodu - Criminally Insane
Apple Sin - South of Heaven
Endrah - Repentless
Hell's Punch - Stain of Mind
Thunderspell - Tormentor
Hylidae - Chemical Warfare
Tailgunners - Dead Skin Mask
Venomous - Killing Fields
Tosco - Piece by Piece
Patria - At Dawn They Sleep
Carniça - Blood Red
Vulture - Show No Mercy
Burn the Mankind - Dittohead
Obskure - Seasons in the Abyss
CD 2
Leviaethan - Raining Blood
Armum - Postmorten
Siegrid Ingrid - Skeletons of Society
Pagan Throne - Divine Intervention
Uganga - Mandatory Suicide
Genocídio - Kill Again
Aneurose - You Against You
Macumbazilla - Expendable Youth
Andralls - Bloodline
Losna - Hell Awaits
Malefactor - Angel of Death
Bulletback - World Painted Blood
Chaosfear - Love to Hate
Matricidium - Spirit In Black