Pioneirismo e honestidade são palavras que resumem o Made in Brazil, a mais antiga banda de Rock and Roll brasileira, fundada em 1967 no bairro Pompeia em São Paulo, e ainda em atividade, sob o comando dos fundadores, os irmãos Oswaldo e Celso Vecchione.
O Made virou filme, na forma de documentário, "Uma Banda Made in Brazil", realizado pelo diretor, videomaker e fotógrafo paranaense Egler Cordeiro. O documentário vinha sendo produzido desde 2011, e a história do Made é contada exclusivamente através de depoimentos.
Formação atual do Made
Há registros inéditos de membros, ex-membros, e outras pessoas relacionadas à banda. Em especial, de Oswaldo Vecchione, o único presente em todas as formações, e seu irmão Celso.
A maioria dos depoentes são famosos dentro desse nicho, e alguns provavelmente desconhecidos do grande público, mas é um time considerável de músicos, inclusive de gerações diferentes, entre eles Roberto Frejat (Barão Vermelho), Paulo Miklos (Titãs), Pepeu Gomes, Clemente (Inocentes), Serguei, Rolando Castello Jr, Renato Teixeira e integrantes e ex-integrantes, como Tony Babalu, Juba (Blitz), Caio Flávio e Percy Weiss (que gravou o segundo disco, "Jack o Estripador" (76), e faleceu em 2015 vítima de acidente automobilístico).
O Made nos anos 70
Oswaldo Vecchione destaca que o grupo foi pioneiro em tocar música pesada, ter uma postura rock and roll e um visual diferenciado. De acordo com o músico, eles foram os primeiros a usar maquiagem nas apresentações. Como as imagens mostram, pode-se afirmar que eles foram precursores do glam rock. E realmente, em 1969 o Made já usava maquiagem e figurino diferenciado no palco, bem antes de um Secos e Molhados, por exemplo.
Depois de um início fazendo covers, logo partiram para composições próprias, conseguindo depois um contrato com a gravadora RCA Victor, que fez um bom investimento na banda, que teve como produtor Ezequiel Neves, que logo depois trabalharia com o Barão Vermelho. Em 1974 saia o debut do Made, o popular "disco da banana", que trazia músicas que viraram clássicos do Rock brasileiro, como " Uma Banda Made in Brazil", "Anjo da Guarda" e a versão para "Aquarela do Brasil".
O Made é recordista do guiness como a banda que teve mais trocas de integrantes
Logo após o lançamento, o vocalista original, Cornélius Lúcifer (um dos mais talentosos vocalistas do Rock brasileiro), saiu da banda por problemas de relacionamento. Cornélius faleceu em 2013, e não chegou a gravar depoimento para o documentário, infelizmente.
Uma carreira tão longa, naturalmente teve seus altos e baixos, muitas trocas de integrantes (inclusive o Made está no guiness como o grupo que teve mais formações), fato que em muitos momentos chegou a prejudicar a banda, a falta de maior apoio e reconhecimento da grande mídia, possivelmente porque a banda jamais abriu mão de sua integridade.
Teve até disco, "Massacre", que teve lançamento e shows vetados pela ditadura em 77, entre outras muitas "tretas", inclusive acidente automobilistico com Celso, onde uma amiga dele faleceu.
Por algum tempo Celso chegou a se afastar, participando pouco dos trabalhos, e Oswaldo seguiu levando a banda adiante, inclusive o disco "Minha Vida é Rock and Roll" (81), cuja faixa título é para muitos o maior clássico do Made, foi quase um álbum solo dele.
Mas o fato mais triste na longa história do Made certamente foi o suicídio de Debora Vecchione, vocalista e esposa de Oswaldo, e é um dos momentos mais emocionantes do documentário, onde o vocalista e baixista narra o acontecimento que marca sua vida até hoje.
Rock and Roll, Blues, Hard beirando o Heavy Metal, trabalhos acústicos, incontáveis shows, integridade e um enorme respeito de todas as vertentes e gerações, e isso é o que Oswaldo diz ser pra ele o significado de sucesso.
Ano passado Oswaldo sofreu um AVC, mas vem se recuperando, inclusive já participando de eventos on-line com a banda. Os velhos rockers Oswaldo e Celso seguem firmes e dispostos a tocar, até onde for possível, até partirem deste plano.
Um documentário que é uma justa homenagem a estas verdadeiras lendas do Rock brasileiro. Uma banda Made in Brazil que sempre fez "Rock de verdade", como eles dizem com orgulho.
Texto: Carlos Garcia
Até o dia 01/07 o filme pode ser conferido na íntegra no site da In-Edit TV. ConfiraAQUI
Ficha Técnica
Título Uma banda Made in Brazil Idioma original Português Diretores Egler Cordeiro Roteiro Egler Cordeiro Editor Egler Cordeiro Intervenções Made In Brazil Câmera Egler Cordeiro
A Itália é muito famosa por revelar bandas de Power Metal excepcionais e um dos nomes mais recentes a se juntar a esse elite é a banda FrozenCrown. Atualmente fazem parte da formação o guitarrista e fundador Federico Mondelli, a poderosa vocalista Giada "Jade" Etro, além dos músicos que entraram para a banda recentemente, a guitarrista Fabiola “Sheena” Bellomo, o baixista Francesco Zof e o baterista Niso Tomasini.
Agora que a banda foi apresentada, vamos ao que interessa, o novo álbum intitulado “Winterbane”, lançado no dia 23 de abril via Scarlet Records. O disco começa com a faixa “Embrace the Night”, pesada e rápida, com uma bateria que causa um impacto perfeito logo na primeira audição. Em seguida a sensacional “Towards the Sun”, com seu refrão cativante.
Em “Far Beyond” não tem como não destacar Niso Tomasini espancando a bateria com toda a força e velocidade de uma maneira incrível. As guitarras da música “The Lone Stranger” possuem uma pegada que me fez lembrar muito o som de bandas de heavy metal dos anos 80, a introdução não sai mais da minha cabeça.
No que diz respeito a “Crown Eternal”, a guitarra solo combina muito bem com a melodia, além do ritmo mais rápido, dessa vez os vocais ásperos de Federico aparecem na hora certa, sincronizando muito bem a com a voz de Jade.
A contagiante “The Water Dance” é uma das minhas favoritas. Com uma atmosfera mais lenta e leve comparada as canções anteriores, seus teclados trazem uma atmosfera medieval cativante. Em “Angels in Disguise” temos um ritmo médio e a participação de Federica Lanna, vocalista da banda Volturian e ex Sleeping Romance.
Gostei da mistura dos vocais poderosos de Jade com os mais delicados de Federica. Imagino que durante a composição eles devem ter se inspirado muito em bandas oitentistas pois a seguir, temos o cover de “Night Crawler” do Judas Priest.
A versão definitivamente não é ruim, mas também não é nada que se possa dizer que superou a original, mas de qualquer forma me agradou. “Tales of the Forest” é um intervalo apenas com teclados que dura menos de 2 minutos.
Como encerramento, “Blood on the Snow”, talvez seja a música mais épica do álbum e mais uma vez parece que os vocais de Federico aparecem no momento certo, não é fácil juntar um som gutural com algo mais suave sem tornar a música algo cansativo ou até mesmo desagradável, mas aqui a sintonia é perfeita!
Sinceramente esse álbum foi melhor do que eu esperava, pois sempre há um certo receio quando se fala em mudança de formação, mas aqui as mudanças foram positivas, dando um ótimo refresco na sonoridade da banda, mas sem tirar a identidade que já foi construída nos álbuns anteriores.
Músico entrevistado: Miro Cheyenne (vocal) – Banda: Nasty n’ Loaded de Rio Grande/RS.
A Nasty n’ Loaded tem pouco tempo de estrada, mas o seu foco sempre foi
as composições autorais. Como foi moldar a sonoridade da banda?
Sim, nosso foco sempre foi esse,
a banda tem pouco tempo de estrada, mas todos nós temos passagem e experiências
de outras bandas de estilos diferentes, então a sonoridade surgiu naturalmente,
digo que fazemos composições orgânicas e colocamos nossas influencias latentes
nesse caldeirão de sonoridade que se chama Nasty n’ Loaded!
Ainda que relativamente nova no cenário, não podemos dizer o mesmo dos
músicos que já são experientes no underground. Mas as inconstâncias nas
formações acabam sendo inevitáveis. Chegar ao line up atual foi muito
complicado?
Foi de certa forma como todas
bandas que fiz parte, que alguns não se adequaram ou não se sentiam
inteiramente na ideia. Quando conheci o Maikão, fundamos a banda e tínhamos
ideias similares do que queríamos fazer. Leandro Sabbath já havia tocado com
ele e conhecia o potencial e que se encaixaria na proposta. Então o Leandro
trouxe o Fabricio Barba Negra a qual tocou com ele e que eu já havia visto
tocar também aqui da cidade, então a química se deu e estabilizamos a formação.
Musicalmente falando a Nasty N’ Loaded é calcada no Hard Rock, mas em
seu Debut não consta aquela balada clichê como em todos os discos do estilo,
algo que me chamou muito a atenção, já que muitas dessas baladas soam
descartáveis. Foi algo proposital?
Não foi algo proposital, tenho
baladas escritas, apenas não surgiu a melodia exata para elas. Outro fator, que
apenas eu venho da vertente do Hard Rock, Leandro vem do Metal, Maikão da cena
Punk e Barba Negra tem uma formação mais de Rock Clássico, então, essa mistura
deixa nosso som mais Hard n’ Heavy e com alguma pegada do Sleaze.
Compor e lançar um disco ao meio a pandemia. Quais os prós e contras?
Começamos a gravar o disco em
outubro de 2019 e nem sonhávamos com a pandemia. Dezembro daquele ano lançamos
o single chamado “Nasty n´Loaded” que teve uma ótima repercussão nas rádios e
então prosseguimos. Em fevereiro 2020 estava tudo pronto e quando lançamos na
forma digital em março, veio a pandemia, o disco já estava sendo prensado no
selo Som De Peso, só finalizamos. Os prós foram intensificar a divulgação pela
web, rádios web e entrevistas, não só no Brasil, mas pela América Latina
completa, USA, Europa e Austrália e os contras foram a não divulgação e venda
dos CD’s físicos em shows.
Como está sendo esse momento de crise mundial para a banda em si?
Esse momento está sendo difícil
como para maioria das bandas, saudades dos palcos, shows e contato com público.
Porém compensamos através desse contato com a web, esperamos que logo acabe a
pandemia para retomarmos nossas atividades normais.
Mesmo estando em mundo totalmente dominado pelos streamings vocês
optaram também pela versão física do álbum. Qual a importância do material
físico na visão da Nasty N’ Loaded?
Optamos pelo CD físico porque
ainda acreditamos na arte de uma forma palpável. Existem muitos colecionadores
e que o CD físico nos shows é uma forma dos fãs levarem a banda para casa e de
estarmos nas estantes e nos CD players dos carros. É diferente de um computador
que para você entrar em contato e lembrar da banda necessita acessar a web ou
alguma plataforma digital para nos ouvir, não descartamos a modernidade, apenas
nos expressamos das duas formas.
As lives e colives tem dominado o cenário atual onde shows estão fora
de cogitação. Mesmo que em breve o mundo retorne ao “normal”, essa tendência
seguirá com força?
Creio que seja algo positivo e
que vai conviver com os shows ao vivo, nunca substituirá o contato com o público,
mas creio que os shows ao vivo das bandas quando passar a pandemia vão ser de
uma forma que não só os fãs que estão presentes vão ter a chance de ver, mas
sim transmitido também em streaming para o resto do mundo assistir pela web.
Qual o planejamento para 2021 e qual a expectativa para um retorno aos
palcos ainda esse ano?
Estamos compondo o segundo disco
e nos reunindo quando podemos para ensaiar ou gravar algum vídeo para programas
e festivais de streaming. O retorno ao palco depende da vacinação e a segurança
para voltarmos a tocar ao vivo quando vierem a ter shows e festivais, que
sinceramente acredito que só terão em 2022.
Antes de comentar sobre o EP " Deep in the Madness", do Dark Asylum, um pouquinho de história e o porquê de somente agora o disquinho ser lançado, quase 15 anos depois de ser gravado.
O Dark Asylum surgiu em 2003, em Porto Alegre, fruto das ideias e concepções de seu fundador, o vocalista Aparício "Dark" Neto, completando a formação com Leonardo "Babyface" e Vilmar "The Teacher" nas guitarras e Jonas "Devil Son" no baixo, mas nunca pode contar com um batera fixo.
A banda foi uma árdua trabalhadora no underground, e até seu fim precoce em 2008, participou de diversos festivais e fez muitos shows pelo RS, capital e interior, sempre entregando um espetáculo, que além do Thrash Metal/Heavy Metal vigoroso e empolgante, também não poupava suor para trazer um algo mais ao público, um impacto visual, com algumas surpresas como Ets e camisas de força.
Em 2007 gravaram 2 EPs no estúdio Marquise 51, tendo Everson Krentz como baterista convidado. Porém, antes do lançamento oficial, a banda acabou, por uma série de motivos.
Anos depois, Aparício Neto resolve reativar o Dark Asylum e prosseguir o sonho que ficou incompleto. Com uma nova formação e novo material a caminho, era justo lançar de maneira adequada e oficial os registros da primeira fase, onde foram gravadas 8 músicas, divididas em 2 EPs, e o primeiro, "Deep in the Madness", chegou este ano nas plataformas e em formato físico via selo True Metal Records.
Dark Asylum em 2004 no bar Opinião em POA
São 4 músicas e mais uma intro, com o Thrash Metal empolgante da banda, o qual tem nuances do Heavy Metal Tradicional, trazendo elementos do Thrash dos 80's e também da geração seguinte, como Nevermore e Hatebreed. A produção sonora é muito boa, bem orgânica, onde podemos sentir a energia da banda, quase como se fosse ao vivo.
Os vocais de Neto também trazem uma característica interessante, soando bem nítido e articulado, seguindo uma linha tradicional do estilo, por vezes soando mais limpos, e outras mais agressivos e meio falados.
Depois da intro "Brainwash", em que ouvimos a voz de uma menina, aparentemente contando suas impressões sobre o que presenciou em um culto religioso, entra "Final Link", que discorre justamente sobre as relações do homem e religião, levantando questões polêmicas, e algumas com comprovada razão.
Quanto a sonoridade, "Final Link" é um Thrash de riffs marcantes e andamento vibrante, pesada e melódica, naquela linha dos nomes surgidos nos anos 80 nos EUA e nuances do Heavy tradicional.
Uma das ilustrações inspiradas nas músicas, as quais a banda divulgou no seu instagram
"Factory of Fools" é a seguinte, com andamentos mais quebrados, aqueles vocais mais falados e muito peso na cozinha; em seguida "Feel the Heat" alternando trechos mais rápidos com outros cadenciados, breaks e o peso das guitarras, que possuem timbres bem "gordos";
Fechando, "Highest Force", mostrando mais uma vez o bom trabalho das guitarras, sempre com riffs marcantes, peso e solos competentes. Aqui temos também alternância nos andamentos, com trechos com groove, além de alternar vocais mais agressivos.
Uma boa maneira de honrar o passado, lançando esses EPs, que mereciam ver a luz do dia de maneira adequada. Com certeza "Deep Inside theMadness" está sendo bem recebido pelos antigos fãs, e serve como uma apresentação aos novos. Em 2022 a banda lançará o segundo EP, "UndergroundWarriors", e esperamos para breve novo material para se juntar a estes. Thrash orgânico, pesado e melódico.
O ano era 1977 e o guitarrista Ritchie Blackmore e o Rainbow prosseguiam sua extensa turnê pelo mundo após o lançamento do ao vivo "On Stage". O Rainbow, que inicialmente surgiu como um projeto solo do guitarrista, a esta altura já era sua banda principal, pois havia deixado o Deep Purple na metade do ano de 1975.
Com uma formação que, além de Blackmore, contava com Ronnie James Dio (vocal), Bob Daisley (baixo), Cozy Powell (Bateria) e DaveStone (teclados), o grupo já tinha dois álbuns de estúdio, além do ao vivo na discografia, e já estava com composições prontas para um novo disco, muitas delas compostas durante as viagens de um palco ao outro.
O foco aqui é o show que deu origem ao vídeo e álbum duplo "Live in Munich 1977". O Rainbow acertou uma data a qual a apresentação seria filmada para ser exibida no popular programa de TV Rockpalast, mas quase que isso não acontece, pois dois dias antes, após um show em Viena (Áustria), Blackmore foi preso por se envolver em uma briga com um segurança.
Os advogados do guitarrista conseguiram sua liberação, mas essa "treta" custou uma multa bem cara. Blackmore viajou às pressas para Munique, na Alemanha, inclusive com o show tendo que acontecer mais tarde que o planejado. Era algo que parecia fadado a se tornar histórico.
A apresentação, que ocorreu em 20/10/77, é considerada uma das mais exuberantes da banda, que tocou 8 músicas, incluindo "Mistreated" (Deep Purple), e " Long Live Rock and Roll" e "Kill the King", ambas já composições que entrariam no seu novo álbum.
O único ponto a lamentar foi a retirada de "Stargazer" do set para inclusão das novas. Bom, ai o concerto iria chegar a quase 3 horas, hahaha, porque a "Stargazer" era outra que a banda gostava de ir improvisando e fazendo jams.
A banda executou com maestria músicas hoje consideradas clássicos do Rock Pesado, não economizando energia e com espaço para exibições individuais e improvisos durante as músicas, resultando em versões bem mais longas que as originais, como na balada "Catch the Rainbow" e "Man on the Silver Mountain".
A apresentação também ficou marcada por ser a única filmagem oficial da formação com Blackmore, Dio e Powell.
"Live in Munich 1977" teve algumas versões em VHS, LP, DVD e CD lançadas anteriormente, e agora temos este relançamento especial, pela earMusic, e disponível também no Brasil em parceria com o selo Shinigami Records, em versão dupla digipack e com libreto contando mais dessa história. Pela primeira vez também um lançamento traz a mesma ordem das músicas do vinil original.
Um álbum clássico, que para muitos, traz a banda em sua melhor versão e em ótima forma. Imperdível para qualquer fã destes monstros e de amantes do Hard Rock e Rock Clássico! Dispensa maiores delongas.
Texto: Caco Garcia
Set-list:
CD 1
1. Introduction 2. Kill The King 3. Mistreated 4. Sixteenth Century Greensleeves 5. Catch The Rainbow 6. Long Live Rock ?n? Roll
CD 2
1. Man On The Silver Mountain 2. Still I?m Sad 3. Do You Close Your Eyes
Ao meio de tantas bandas que
querem soar técnicas, inovadoras e desprendida de rótulos acabamos tendo
diversos Fransksteins. Alguns funcionam, outros nem tanto e muitos são inaudíveis.
Reinventar a roda muitos tentam,
mas para que? Manter suas influencias e origens pode não trazer novidades, mas
sim músicas de qualidade e muito feeling, e é isso que os gaúchos de Rio Grande
da Nasty N’ Loaded nos apresentam.
Sem novidades, regado a muitos
riffs pegajosos e uma levada Heavy/Hard apimentada com grandes momentos, o que
faz toda a diferença para o seu Debut.
O álbum homônimo lançado em 2020,
traz influencias desde os anos 70 e o Punk nervoso desta época, ao Hard mais
farofa e enérgico dos anos 80. Tudo misturado com aquela pitada metálica dando
o peso e sintonia impar para as composições. Mesmo por se tratar de um
lançamento calcado no Hard, não temos as famigeradas e enjoativas baladas obrigatórias
do estilo (graças a Odin), deixando o disco mais fluido e agressivo.
A abertura com “All Fired Up” já
mostra todos esses elementos e com um riff que gruda na cabeça assim como seu
refrão. Se tem algo que podemos dizer da Nasty N’ Loaded é o seu poder de
feeling e de criar passagens que grudam em seu cérebro, já que a bolacha como
um todo soa marcante que faz você sair cantarolando após algumas audições,
como em “She’s On Fire”, “Dreamaker” ou “Free on the Road”.
A tônica aqui é soar sujo,
agressivo e rebelde transbordando energia e muita característica, não tendo
medo de soar datado e apostando na simplicidade.
Um ponto de melhora fica para a
produção, que, soa seca demais e que poderia ser melhor polida o que deixaria a
sonoridade mais orgânica e coesa.